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Vendaval nos Andes – A Missão de um Filho de Tarma [Cap. 6 - O Peso da Camisa] – At. 12/05/25


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Vendaval nos Andes – A missão de um filho de Tarma
"Enquanto todos olham para Lima, eu olho para as montanhas.
Porque foi nelas que cresci. E é nelas que quero fazer história."

Meu nome é Luis Mendoza, tenho 34 anos e sou filho de Tarma, uma cidade encravada nos Andes centrais do Peru, onde a altitude molda não só o ar, mas também o caráter das pessoas.

Meu pai era sapateiro, minha mãe dava aula numa escola pública rural. Cresci entre rádios a pilha narrando partidas e tardes de domingo ouvindo os gritos da torcida ecoando pelas encostas. Quando o ADT jogava, a cidade parava. Mesmo nos tempos de segunda e terceira divisão, aquilo era tudo pra gente. Nunca fui um grande jogador. Nunca sonhei com Europa, seleção, fama. Sonhei com o gramado do Estadio Unión Tarma.

Não segui carreira em campo. Segui por outro caminho — estudei Educação Física em Huancayo, depois me especializei em análise tática na Argentina. Trabalhei como preparador físico em times do interior, assistente técnico em clubes da segunda divisão, olheiro voluntário por um tempo. Sempre voltando pra casa com a mesma pergunta: e se fosse possível fazer mais por aqui?

Agora chegou a hora.
Assumo o Asociación Deportiva Tarma (ADT), clube fundado em 1929, ressuscitado depois de décadas no ostracismo e que, nos últimos anos, voltou a respirar primeira divisão. Mas ainda respira com ajuda de aparelhos.

Não temos estrutura. Não temos investimento. Mas temos identidade.
E temos a altitude a nosso favor. Aqui, o adversário joga contra a natureza — e contra a cidade inteira.


🎯 O objetivo?

Fazer história.
Quero transformar esse clube esquecido num vendaval continental.
O sonho é claro: ser o primeiro clube peruano a conquistar a Copa Libertadores da América.

Vai demorar? Vai.
Vai ser difícil? Muito.
Mas se tem uma coisa que a serra me ensinou, é que quem sobe devagar, chega mais alto.


📌 Regras autoimpostas para o save:

  • Manter a base do elenco local nas primeiras temporadas.

  • Valorizar jogadores da serra, do interior e das categorias de base.

  • Evoluir estrutura de treino e base com foco realista.

  • Jogar sempre em alto ritmo dentro de casa (a altitude é arma, não desculpa).

  • Nada de sugar os gigantes europeus — vamos crescer no nosso tempo.


📖 Próximos capítulos

Nos próximos posts, trarei:

  • A montagem do elenco e primeiras impressões.

  • Minha proposta tática para transformar a altitude num trunfo real.

  • Expectativas da diretoria e como vamos lidar com os desafios financeiros.

"Do interior para o continente. Dos Andes para a história."

Vamos juntos nessa caminhada.
Qualquer conselho, crítica ou torcida é bem-vindo.

Luis Mendoza
El Profesor del Vendaval

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Ideia bem bacana Trink, num lugar pouco explorado (o @Tsuru tentou uma vez contar uma história).

Boa sorte!

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Interessante. Boa sorte.

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Boa! Quebrar a hegemonia de Brasil e Argentina (nem tanto mais) na Libertadores é um tremendo desafio e, finalmente, iremos saber se a altitude no FM faz diferença! 

 

Sretno, Luiz Mendoza!

 

 

#GoHum🇭🇷

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Boa sorte Bruno!

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Boa sorte, Trink!

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Show!

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  Em 19/04/2025 em 16:30, Nismo disse:

Ideia bem bacana Trink, num lugar pouco explorado (o @Tsuru tentou uma vez contar uma história).

Boa sorte!

Expand  

 

  Em 19/04/2025 em 17:24, Cadete213 disse:

Interessante. Boa sorte.

Expand  

 

  Em 19/04/2025 em 17:26, rodrigorrrocha disse:

Boa! Quebrar a hegemonia de Brasil e Argentina (nem tanto mais) na Libertadores é um tremendo desafio e, finalmente, iremos saber se a altitude no FM faz diferença! 

 

Sretno, Luiz Mendoza!

 

 

#GoHum🇭🇷

Expand  

 

  Em 19/04/2025 em 17:46, LC disse:

Boa sorte Bruno!

Expand  

 

  Em 19/04/2025 em 17:46, ElPerroMG disse:

Boa sorte, Trink!

Expand  

 

  Em 19/04/2025 em 18:02, Nei of disse:

Show!

Expand  

Obrigado a todos! Como diz o subtítulo, primeiro Tarma. Ajustar o elenco para fazer um papel digno no Peruano nas primeiras temporadas. Depois, sim, pensar no que pode acontecer em competições continentais. 

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País bem interessante pra se jogar, cheio de times legais e com o tabu da Libertadores pra ser quebrado. Já tentei uma vez, mas o fato de só ter uma divisão não me anima muito.

Tem tudo pra ser um grande save.

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Mesmo que não seja algo impossível igual ao Vaduz Challenge, tenho certeza que será um excelente desafio levar uma equipe peruana ao sucesso. Te desejo muita sorte nessa jornada, Bruno!

No mais, será legal ver um clube mantendo sua identidade, crescendo de forma sustentável e no seu tempo. Será que a altitude será um fator predoniminante dentro do jogo?

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Boa sorte, Trink!

Já joguei na liga peruana e ela costuma ser bem disputada. Será um desafio bacana.

Postado
  Em 20/04/2025 em 15:59, Tsuru disse:

País bem interessante pra se jogar, cheio de times legais e com o tabu da Libertadores pra ser quebrado. Já tentei uma vez, mas o fato de só ter uma divisão não me anima muito.

Tem tudo pra ser um grande save.

Expand  

Espero que o fato de só ter uma divisão não impacte muito nesse save. Os times são interessantes e alguns nomes mais ainda!

 

  Em 20/04/2025 em 16:39, MitoMitológico disse:

Mesmo que não seja algo impossível igual ao Vaduz Challenge, tenho certeza que será um excelente desafio levar uma equipe peruana ao sucesso. Te desejo muita sorte nessa jornada, Bruno!

No mais, será legal ver um clube mantendo sua identidade, crescendo de forma sustentável e no seu tempo. Será que a altitude será um fator predoniminante dentro do jogo?

Expand  

Realmente, o Vaduz Challenge não deu para mim, o tempo é bastante curto por aqui.

Se eu fosse chutar, a altitude não vai fazer nenhuma diferença. De qualquer forma, o desafio estará aqui, sem dúvidas.

 

  Em 21/04/2025 em 10:09, mfeitosa disse:

Boa sorte, Trink!

Já joguei na liga peruana e ela costuma ser bem disputada. Será um desafio bacana.

Expand  

Valeu, Feitosa!

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Capítulo 1 — De volta ao começo

Voltar a Tarma nunca esteve nos meus planos.

Mas a verdade é que, mesmo sem sair de vez, eu nunca estive realmente aqui. Cresci cruzando o portão do Unión Tarma como torcedor, depois como curioso. O estádio era um mundo à parte — um lugar onde adultos gritavam com paixão e meninos sonhavam em silêncio. E agora, estou aqui do outro lado. Com a prancheta nas mãos. Com a responsabilidade que, por muitos anos, eu só imaginava do alambrado.

O convite não veio cercado de promessas.
Não falaram em projeto. Não usaram palavras bonitas.
Me disseram apenas: "O clube precisa de alguém que entenda o que ele representa."

E eu entendi. Porque essa cidade sempre foi maior que os seus títulos. E o ADT, por menor que pareça no papel, carrega nos ombros o orgulho de um povo que não se curva.

Entrei pela porta principal do estádio Unión Tarma como treinador pela primeira vez. E percebi que não conhecia nada. Nem o cheiro do vestiário, nem os cantos do campo de treino, nem o silêncio que pesa quando não há ninguém nas arquibancadas. A cidade eu conhecia. O clube, não.

E foi ali que eu soube:
não era uma volta para casa — era o início de uma missão.

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As Estruturas do Clube

A primeira coisa que percebi foi o eco.

O tipo de eco que só existe em lugares grandes demais para o que abrigam.

 

O Unión Tarma comporta nove mil vozes.

No treino daquela manhã, havia o barulho de chuteiras velhas, dois auxiliares em silêncio e um rádio portátil tocando uma cumbia que ninguém parecia ouvir de verdade. O estádio é funcional, mas cansado. As arquibancadas mostram rachaduras discretas, o gramado segura a bola como se tivesse medo de deixá-la correr. Mas ainda assim — há ali um certo respeito. Um estádio sem luxo, mas com alma.

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Já o centro de treinamento... não tem muito o que dourar.

É o que se espera de um clube modesto: campos irregulares, estrutura básica, ausência de tecnologia. Não vi GPS, nem análise de desempenho, nem nada além do olho humano e do instinto dos que trabalham aqui há anos.

 

O mais duro foi ver a base. Ou melhor: não ver.

O setor de formação parece existir apenas no papel. Não há categorias ativas com algum grau de competitividade. Não há olheiros voltados para o futuro. Os jovens talentos de Tarma — e há muitos — acabam escorrendo para outros clubes, outras cidades, outros sonhos.

 

No quadro de avisos, encontrei uma frase pintada à mão:

“ADT es el corazón de la sierra.”

 

É bonito. É verdadeiro. Mas um coração precisa de artérias.

E o clube, hoje, pulsa com sangue raso.

 

Se eu tivesse chegado esperando estrutura, teria ido embora no primeiro dia.

Mas eu vim em busca de espaço. De vazio.

Porque é no vazio que se constrói.

 


A Comissão Técnica e o Staff

Se o futebol é um jogo coletivo, o que encontrei aqui foi um time jogando com seis em campo.

A comissão técnica do ADT é escassa — e pior: é desequilibrada.
Temos dois assistentes técnicos. Dois. Para um clube que ainda não tem sequer uma ideia clara de jogo, é como ter dois capitães em um barco sem vela. Falta coordenação, falta foco. Um deles parece ter boa leitura de campo; o outro fala mais do que observa. Ainda estou decidindo com qual deles posso contar.

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Na parte física, temos um único preparador. Faz o que pode. Às vezes, o que não pode também. Treina os jogadores, prepara planilhas, cuida dos alongamentos, revisa cargas. Em clubes maiores, ele seria parte de uma equipe. Aqui, ele é a equipe.

O setor médico é até numeroso para o tamanho do clube — três médicos, incluindo um "chief doctor", e dois fisioterapeutas. Mas não há ninguém com autoridade real sobre o grupo. Sem um chefe de fisioterapia, as decisões se dispersam. Não há protocolo claro para lesões, nem metodologia preventiva. Se alguém torce o tornozelo, são três opiniões e uma reza.

E o departamento de recrutamento?
Inexistente. Nenhum olheiro. Nenhum analista.
Hoje, se um talento surgir a duas horas de Tarma, é mais fácil ele assinar com o Cienciano do que aparecer no nosso radar.

Não é má vontade. É falta de visão — e talvez de cobrança.
Quando ninguém exige evolução, a rotina se acomoda.

Anotei no meu caderno:
“Não posso exigir excelência onde só há manutenção. Mas posso provocar movimento.”

A engrenagem está montada com peças soltas.
Cabe a mim — e aos poucos que vierem comigo — ajustar, reforçar, reconstruir.
Sem staff, não se levanta um clube.
Mas com intenção, a gente começa a mudar o rumo.

 


O Elenco e as Primeiras Impressões

O elenco do ADT me recebeu com o silêncio típico de um grupo que já viu muitos treinadores passar. E talvez por isso, eu tenha escutado mais do que falei.

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A média de idade beira os 29 anos — a sétima mais alta da Liga 1. Isso, por si só, não é um problema. O que preocupa é a sensação de que muitos aqui já jogam pensando no último contrato da carreira, e não no próximo passo do clube. É um grupo experiente, sim, mas também pesado. A intensidade precisa ser medida com lupa.

Logo na primeira análise, duas ausências saltaram aos olhos.
Não temos nenhum lateral-direito no elenco principal. Nenhum.
Nem improvisado, nem adaptado. Só garotos da base — inexperientes, inseguros e ainda verdes para carregar uma posição tão sensível.

Fiz questão de conversar com o staff:
"Como lidaram com isso na temporada passada?"
Respostas vagas. Nomes improvisados. Um zagueiro deslocado aqui, um meia sacrificado ali.
Isso não é plano. Isso é gambiarra.

E então veio o golpe mais seco: todos os contratos terminam em dezembro. Todos.
Exceto por Mathías Silveira, que tem vínculo até janeiro de 2025.
O restante? Um elenco inteiro com data de validade cravada no calendário.
Treinar esse grupo é como comandar um time em contagem regressiva.

Não posso pensar em longo prazo com jogadores que talvez não estejam aqui amanhã.
Mas também não posso tratar cada um como descartável.
Esse será o maior desafio de todos: criar identidade em meio à incerteza.

Ainda assim, há talento.

🧱 Hermoza é seguro no gol — não espalhafatoso, mas confiável.
🪨 Narváez impõe presença na defesa.
💡 Joao Rojas é meu lampejo criativo.
🎯 Cedrón, pela esquerda, tem técnica e leitura.
🦍 Rengifo, mesmo com quarenta anos, ainda prende zagueiros só no olhar.

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Mas falta equilíbrio. Falta juventude.
E mais do que tudo: falta pertencimento.
Esse elenco não é um projeto — é um risco.
E talvez seja por isso mesmo que me atrai tanto.

 


A Situação no Campeonato

A imprensa nos colocou em 13º.

Entre dezoito clubes, ficamos abaixo da metade da tabela. Não é um rebaixamento antecipado, mas está longe de qualquer expectativa de protagonismo. Somos o tipo de time que entra no campeonato com um único papel definido: sobreviver.

E o mais curioso?
Ninguém parece surpreso com essa previsão. Nem os jogadores. Nem o staff.
Nem mesmo alguns torcedores com quem cruzei na cidade.

Esse é o ponto onde o comodismo e o realismo se confundem.
Quando a permanência se torna objetivo, o futebol vira manutenção.
E manutenção nunca me interessou.

A Liga 1 é desigual. Os grandes têm orçamento, estrutura, torcida e mídia.
Nós temos altitude.
E, com sorte, alguns minutos de inspiração por jogo.

Mas há algo que não aparece na previsão da imprensa: convicção não se mede em planilhas.
E enquanto os jornalistas analisam elencos, eu observo ideias.
A maioria dos clubes joga para manter.
Eu vim para incomodar.

Não prometo títulos. Nem campanhas históricas.
Prometo apenas que, enquanto eu estiver aqui, o ADT vai jogar com propósito.
E talvez — só talvez — isso já seja mais do que a tabela esperava de nós.

 


A Filosofia de Mendoza

Aceitei o cargo porque sou daqui. Mas fiquei porque quero algo maior do que voltar para casa.

Quando olho para o ADT, vejo o espelho do futebol peruano: apaixonado, subestimado, e sempre a um passo de ser esquecido.
Só que eu não vim aqui para manter a chama acesa.
Vim para alimentar o incêndio.

Meu futebol é direto, intenso, comprometido.
Não tenho tempo para processos infinitos nem para jogadores que esperam motivação de fora.
Gosto de quem encara treino como jogo e jogo como história.
E quem estiver comigo, vai ter que entender que vestir essa camisa em Tarma é mais do que entrar em campo — é carregar um povo inteiro nas costas.

Não temos estrutura, não temos futuro garantido, não temos holofotes.
Mas temos um campo. Uma camisa. Uma ideia.

E isso, para mim, é o bastante para começar.

Disseram que era loucura assumir um elenco sem laterais, com contratos vencendo em massa, e sem sequer um olheiro para buscar reforços.
Talvez seja.
Mas é exatamente na beira do abismo que nascem os caminhos improváveis.

Não estou aqui para fazer carreira.
Estou aqui para fazer memória.

Primeiro Tarma, depois a América.


Luis Mendoza
Treinador do ADT
“Primeiro Tarma, depois a América.”

 

  • Bruno Trink mudou o título para Vendaval nos Andes – A Missão de um Filho de Tarma [Cap. 1 - De volta ao começo] – At. 21/04/25
Postado

Gostei da proposta e da narrativa. Vamos ver como lidada com um elenco que já está em contagem regressiva para respirar outros ares.

Postado
  Em 22/04/2025 em 02:49, #Vini disse:

Gostei da proposta e da narrativa. Vamos ver como lidada com um elenco que já está em contagem regressiva para respirar outros ares.

Expand  

O ChatGPT estava inspirado, tomara que se mantenha assim nos próximos posts. :)

Sobre o elenco, a princípio é para essa temporada, não estou nem pensando ainda em quem pode ou não renovar.

Postado

Bem bacana a narrativa, realmente (e olha que não curto muito a ideia de IA).

Vai ser interessante ver como a temporada vai se desenrolar com tantos ajustes para fazer.

Postado

Torço pelo sucesso, mas já ouvi nas esquinas que se Mendoza for mal, Rengifo pode assumir...

Acho que nem começou e o treinero já "perdeu" o vestirário!

Sretno, Mendoza!!

#GoHum🇭🇷

Postado

Já se tornou visível as carências profundas desse elenco e com pouco a acrescentar se olhar a longo prazo, e com uma média de idade bem alta, mas com muita paixão o ADT pode sonhar em ser mais que mero coadjuvante no cenário do futebol peruano. O treinador vai ter trabalho para o futuro, mas também para o presente. Mesmo sendo cotado pra uma posição baixa, é preciso competir da melhor maneira.

Boa Sorte.

Postado
  Em 22/04/2025 em 22:18, Nismo disse:

Bem bacana a narrativa, realmente (e olha que não curto muito a ideia de IA).

Vai ser interessante ver como a temporada vai se desenrolar com tantos ajustes para fazer.

Expand  

Assim... eu acho que nem teremos muitos ajustes assim. Falta dinheiro, os orçamentos são curtos. Vou priorizar as maiores lacunas mesmo.

 

  Em 22/04/2025 em 23:50, rodrigorrrocha disse:

Torço pelo sucesso, mas já ouvi nas esquinas que se Mendoza for mal, Rengifo pode assumir...

Acho que nem começou e o treinero já "perdeu" o vestirário!

Sretno, Mendoza!!

#GoHum🇭🇷

Expand  

Ô loco, bicho!!!

Quero só que o Rengifo contribua com gols! De 15 a 20, pelo menos! O treinador é mais novo que boa parte do elenco, mas vai conquistá-los com trabalho!

 

  Em 23/04/2025 em 15:26, MitoMitológico disse:

Já se tornou visível as carências profundas desse elenco e com pouco a acrescentar se olhar a longo prazo, e com uma média de idade bem alta, mas com muita paixão o ADT pode sonhar em ser mais que mero coadjuvante no cenário do futebol peruano. O treinador vai ter trabalho para o futuro, mas também para o presente. Mesmo sendo cotado pra uma posição baixa, é preciso competir da melhor maneira.

Boa Sorte.

Expand  

Não são poucas as carências. No momento, estou focando nas poucas que posso resolver e ver, mais para a frente, quem merece continuar para a próxima temporada. A ideia é tentar ficar um pouco acima das previsões, acho que dá para ficar ali entre a 7ª e 10ª posições.

  • Bruno Trink mudou o título para Vendaval nos Andes – A Missão de um Filho de Tarma [Cap. 2 - Começa a Jornada: Um Time Novo, Uma Ideia Clara] – At. 24/04/25
Postado (editado)

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Capítulo 2 — Começa a Jornada: Um Time Novo, Uma Ideia Clara

O sol nasceu diferente em Tarma. Era sábado de jogo — mas não um qualquer. Pela primeira vez desde que cheguei, as arquibancadas do Estádio Unión começavam a se encher com algo mais do que curiosidade. Era esperança.

A pré-temporada havia sido generosa nos placares, é verdade. Goleadas contra adversários menores serviram para dar ritmo e confiança, mas no fundo, todos sabíamos: ainda não havíamos sido testados de verdade. Nenhum dos amistosos simulava a pressão de uma estreia oficial, com pontos em jogo e um campeonato inteiro pela frente.

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A diretoria entregou pouco em termos de orçamento, mas conseguimos fazer muito com o que tínhamos. As quatro peças que chegaram nessa janela não vieram só para compor elenco — vieram para resolver problemas.

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Dois deles já conhecem bem o vestiário. Yorkman Tello e Armando Alfageme vestiram essa camisa nos últimos anos, e agora voltam com a missão de dar sustentação a um elenco que mistura juventude com urgência. Nenhum dos dois chegou como ídolo, mas Alfageme carrega algo ainda mais raro por aqui: liderança. Será o capitão da equipe. Um tipo direto, objetivo. Do tipo que lidera mais com postura do que com palavras.

As outras duas contratações vieram com olhar de futuro e solução imediata. Williams Guzmán e Rotceh Aguilar chegaram sem custo, mas já se colocaram como opções viáveis para resolver uma das nossas maiores carências: a lateral-direita. E mais do que isso, forçaram uma mudança que, no fundo, talvez o time já estivesse pedindo.

A chegada dos novos laterais não alterou o sistema inteiro, mas trouxe um ajuste importante do lado direito. Guzmán e Aguilar são jogadores mais físicos e seguros defensivamente, sem o perfil ofensivo de um lateral de linha de fundo. Em vez de forçá-los a ultrapassar, a solução foi usá-los de outra forma.

No lado direito, o lateral passou a atuar mais por dentro e recuado, como um terceiro zagueiro durante a construção das jogadas. Essa movimentação criou uma saída de três mais estável e liberou Joao Rojas para jogar aberto, bem colado na linha lateral. Em vez de cortar para dentro, Rojas passou a explorar o um contra um, abrindo o campo e esticando a defesa adversária.

Já o lado esquerdo manteve a configuração original: o lateral sobe mais, dá profundidade, enquanto o ponta fecha em direção ao meio. Um lado protege, o outro ataca. Um equilibra, o outro acelera.

Foi uma mudança discreta, mas que deixou o time mais coeso — adaptado às características que temos, não às que gostaríamos de ter.

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Durante a pré-temporada, a escolha tática foi quase automática: adversários mais frágeis pedem pressão alta e intensidade. Usamos a formação mais agressiva — um 4-2-3-1 que pressiona desde a saída de bola, sufoca o adversário e tenta resolver o jogo nos primeiros vinte minutos. Deu resultado: os placares elásticos confirmam isso.

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Mas sabemos que o campeonato não vai oferecer esse conforto. Por isso, também testamos uma alternativa mais paciente: um 4-3-3 com um volante fixo, dois meias e um jogo de posse mais vertical. É a tática que entra quando não dá para ser heroico — quando o empate não é um desastre, e cada toque precisa ter direção e propósito.

Essa dualidade não é sinal de indecisão. É estratégia. Ter duas formas de jogar com a mesma espinha dorsal é, hoje, uma das poucas vantagens competitivas que conseguimos construir. O plano é simples: intensidade quando possível, controle quando necessário.

A reformulação não foi só no gramado. Bastou uma semana no clube para entender que a comissão técnica também precisava de uma virada. A estrutura era mínima, e o pouco que havia estava desalinhado com o que queremos construir. Não é sobre ter mais gente — é sobre ter gente certa.

Chegaram nomes experientes, outros com sede de mostrar serviço. Gerardo Torrado e Ángel Moretto reforçaram o setor de análise e prospecção. Diego Lugano trouxe peso de vestiário. E Giancarlo Mandriotti, que conhece as entranhas do futebol peruano, assumiu como diretor. Pouco a pouco, montamos um time fora de campo que acredita na mesma coisa: que dá pra fazer mais do que apenas sobreviver na elite.

Agora é diferente. Não tem mais teste, não tem mais esconder carta. É sábado de campeonato. Atlético Grau, em casa. A cidade de Tarma vai parar — não porque somos favoritos, mas porque todo começo carrega um tipo especial de esperança.

Os torcedores não sabem ainda quem é esse novo ADT. A verdade é que nem eu sei por completo. Sei do trabalho. Sei da entrega. Sei que fizemos o melhor com o que tínhamos. Mas o jogo, o jogo de verdade, é outro universo.

A camisa já está pendurada no vestiário. O plano está claro no quadro. Alfageme vai chamar a equipe no círculo central, olhar nos olhos de cada um e dizer o que precisa ser dito. Rojas vai alinhar com chuteiras apertadas — ele sempre faz isso. E eu… eu vou respirar fundo e tentar lembrar que não há controle além da linha lateral.

É aqui que a história começa de verdade. Não com um anúncio, mas com um apito.

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Editado por Bruno Trink
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Excelente pré-temporada, conseguiu suprir algumas carências do elenco, e agora é iniciar a temporada. O time ficou muito equilibrado e coeso, acredito que a realidade será mesmo o meio de tabela.

Boa Sorte.

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Seria o ADT uma espécie de Fortaleza no Peru? Hehehe! Ambos copiaram na cara dura o escudo de um time grande.

Em relação ao elenco, me parece muito bem equilibrado, mesmo com contratações bem pontuais.

Já joguei essa liga com o Sport Boys e foi muito legal. Lembro que era bem equilibrado e sempre havia espaço para times menores surpreenderem.

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  Em 24/04/2025 em 20:34, MitoMitológico disse:

Excelente pré-temporada, conseguiu suprir algumas carências do elenco, e agora é iniciar a temporada. O time ficou muito equilibrado e coeso, acredito que a realidade será mesmo o meio de tabela.

Boa Sorte.

Expand  

Fiz o mínimo necessário para ter um elenco mais equilibrado, não tinha muito mais dinheiro. Estou até pagando mais salários do que o orçamento. Agora é ver se é suficiente.

 

  Em 26/04/2025 em 15:35, mfeitosa disse:

Seria o ADT uma espécie de Fortaleza no Peru? Hehehe! Ambos copiaram na cara dura o escudo de um time grande.

Em relação ao elenco, me parece muito bem equilibrado, mesmo com contratações bem pontuais.

Já joguei essa liga com o Sport Boys e foi muito legal. Lembro que era bem equilibrado e sempre havia espaço para times menores surpreenderem.

Expand  

Pesquisei aqui e não é o caso. O ADT foi fundado antes do Sporting Cristal: https://larepublica.pe/deportes/2023/02/26/adt-de-tarma-sabias-que-el-escudo-y-los-colores-de-adt-no-son-una-copia-de-sporting-cristal-adt-de-tarma-hoy-asociacion-deportiva-de-tarma-dpat-1155596

Como respondi acima, fiz o que precisava para equilibrar o elenco, principalmente na questão da lateral direita e com as opções para o meio. Acho que vai dar para brigar, sim. Se é tão equilibrado como você diz, é capaz do "fator humano" ser desequilibrante e o ADT pode surpreender.

  • Bruno Trink mudou o título para Vendaval nos Andes – A Missão de um Filho de Tarma [Cap. 3 - Dez Passos no Abismo] – At. 29/04/25
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Capítulo 3 — Dez Passos no Abismo

 

Tinha algo de improvável no ar desde o primeiro apito da temporada.
Algo que nem mesmo os mais otimistas em Tarma ousavam prever.

Quando aceitei o desafio de conduzir o ADT, sabia que o caminho seria como atravessar um abismo — e que cada passo precisaria ser firme, calculado... mas também, de certa forma, ousado.
O que eu não sabia era que esses primeiros dez passos seriam dados com tamanha segurança.

Começamos sem promessas de grandeza.
Duas vitórias em casa, dois empates fora — resultados que já surpreendiam quem nos observava de longe.
Mas o que veio depois transformou sussurros em rumores, e rumores em manchetes.

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Sequência invicta nas 10 primeiras rodadas — com seis vitórias seguidas.


Seis vitórias consecutivas.
Uma sequência que não apenas nos colocou na liderança da Liga 1 Movistar, mas também nos expôs.
O ADT, antes tratado como coadjuvante, agora era protagonista de uma história que ninguém havia escrito.

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Classificação da Liga 1 após 10 rodadas — ADT lidera com folga.

 

Não fomos o melhor ataque — Garcilaso e César Vallejo colecionaram mais gols.
Mas fomos a muralha que resistiu: apenas sete gols sofridos em dez partidas.
Na fria Tarma, onde o vento sopra como um lembrete de resistência, o Estádio Unión Tarma pulsou como não se via há tempos.
Três lotações máximas em seis jogos.
E não era apenas a visita de grandes clubes que trazia o povo: era a cidade redescobrindo seu próprio orgulho.

Dentro de campo, encontramos mais do que titulares: forjamos uma base.
Salvo a ausência forçada de Alex Rambal, lesionado por quatro semanas, mantivemos a espinha dorsal do time firme.
Os rostos eram os mesmos, o entrosamento crescia a cada treino, a cada dificuldade superada.

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Elenco dividido entre titulares com mais de 650 minutos e reservas com menos de 200.

 

Hernán Rengifo, símbolo da experiência, demorou a engrenar — quatro jogos sem marcar.
Mas o gol é como a chuva nas montanhas: demora, mas quando vem, irriga tudo.
Hoje, Rengifo lidera a artilharia da equipe, com oito tentos que carregam não só números, mas também redenção.

Edson Aubert, o maestro silencioso, conduziu o time em campo com suas seis assistências e três gols.
Não precisava gritar para ser ouvido.
Seus passes eram gritos de liderança disfarçados de toques sutis.

Entre os titulares, quase todos sustentaram médias sólidas.
Mesmo Alfageme e Aguilar, cujas notas ficaram levemente abaixo de seus companheiros, entregaram algo mais valioso que números: consistência e confiança.
Esses detalhes não aparecem nas estatísticas.
Mas são eles que sustentam o invisível que separa o sucesso do fracasso.

Ainda assim, nem tudo era harmonia.

Lá no início da temporada, Rengifo e Cedrón haviam deixado escapar que pretendiam explorar opções ao final dos contratos, em dezembro.
Um lembrete cruel da fragilidade dos vínculos quando o sucesso acelera demais.
Eu, até agora, mantive a decisão de esperar.
Não é indiferença.
É respeito pelo processo, e talvez, um teste silencioso sobre quem realmente deseja caminhar conosco até o fim.

Mais recentemente, surgiram as primeiras fissuras internas.
Yorkman Tello, pouco utilizado, expressou sua insatisfação.
Yimy Gamero, emprestado pelo Melgar, também deixou claro que esperava mais.
Tello, em especial, me obrigou a agir.

Na sala de reuniões, enquanto a cidade celebrava mais uma vitória, fiz uma promessa a ele — silenciosa, sem alarde: dar-lhe-ia mais minutos, mais chances.
Promessas, no futebol, são espadas de dois gumes.
Mas quebrar essa, eu sabia, poderia custar a harmonia que construímos com tanto suor.

Enquanto cuidávamos dessas rachaduras internas, o horizonte começava a mudar.

À nossa frente, a linha fina entre o sonho e o abismo ganhava novos contornos: a estreia na fase de grupos da Copa Sul-Americana.

Estrearemos em casa, diante da nossa gente.
Mas logo depois virá o verdadeiro teste: viagens internacionais, campos desconhecidos, noites em que a altitude de Tarma não nos protegerá.
A cada partida, enfrentaremos não apenas adversários, mas o próprio peso da nossa inexperiência em palcos maiores.

Era uma sensação agridoce.

De um lado, a euforia: o ADT irá ao mundo.
De outro, a responsabilidade: agora somos mais do que nós mesmos — carregamos Tarma em cada passo, cada chute, cada suspiro.

O Estádio Unión Tarma, com sua estrutura modesta e arquibancadas sempre próximas do gramado, será nosso primeiro e último reduto seguro.
Depois disso, tudo será novo.
Tudo será incerto.

Mas talvez seja essa incerteza que nos impulsiona.
Talvez seja por ela que treinamos mais duro, que aguentamos as dores, que silenciamos nossas dúvidas.
Porque já caminhamos longe demais para hesitar na beira do abismo.

E porque, no fundo, sabemos:
em cada passo, em cada olhar trocado entre nós, Tarma inteira caminha junto.

Postado

Que início!!!! Que belo início!!!!

Só que agora vem a pressão, uma vez que as equipes não irão mais à Tarma de peito aberto e nem o receberão com tapetes vermelhos! 

Ter duas formas de jogar sem mudar os onze é incrível e um baita trabalho seu. Parabéns por isso!

Mantenha a marra e lidere saporra até o fim!!!!🤣

 

 

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