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E ainda levaram 5 horas nesta “discussão “.

United só dá certo no FM.

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O cara não consegue ser soberano nem no frencesão com o time que tem e quer repetir a vergonha no United.

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Finalmente demitiram Ole e para mim é uma cagada trazer o Pocchetino, é trocar 6 por meai duzia, pelo menos no momento.

Liverpool, City e Chelsea venceram sem surpresas e se mostram sólidos para a rodada da Champions que esta por vir.

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Pocchetino não dá, pelamor.

Melhor desaposentar o SAF.

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Se o Pogba não resolver jogar com Zidane e Ronaldo por perto, é papo de dar uma justa causa

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On 11/22/2021 at 8:50 AM, Dan_Cunha said:

United só dá certo no FM.

Sabe que ontem tava passando no canal da TNT no YouTube (com transmissão ao vivo, foi engraçado) a reprise da final de 2008, United x Chelsea. Eu fiquei pensando: quem diria que aquela geração não conseguiu dar sequência na hegemonia. Era uma base muito forte, vinha com grana pra repor peças importantes após a venda do Ronaldo, acabou perdendo duas finais de UCL pro Barça e então começou a passar o sufoco que a gente viu nessa década. Mas diferente de Barça e Milan, por exemplo, que enfrentam crises também por causa da falta de grana e má administração, o United continuou fazendo dinheiro adoidado. Então a culpa fica no colo de quem contrata e faz gestão (inclusive, o próprio Ferguson dá seus pitacos e exerce sua influência lá dentro).

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Ralf Rangnick é o novo treinador do Manchester United.

Contratado por 6 meses e depois 2 anos como consultor.

 

 

 

 

 

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Só não vou cernetar ainda pq não conheço o cidadão, mas me parece mais do mesmo, vai dar merda!

Postado (editado)
10 minutos atrás, bstrelow disse:

Só não vou cernetar ainda pq não conheço o cidadão, mas me parece mais do mesmo, vai dar merda!

63 anos. Ex-RB Leipzig, Hoffenheim, entre outros do futebol alemão.

Vão mudar a filosofia pelo visto. Não diria dessa vez. Mas acho que de cara não vão ganhar títulos.

Editado por felipevalle
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1 hora atrás, Aleef disse:

Ralf Rangnick é o novo treinador do Manchester United.

Contratado por 6 meses e depois 2 anos como consultor.

 

 

 

 

 

No longo prazo acho que vão faturar mais grana. E só de pensar que não vão ficar contratando medalhão, e o time vai ter mais gás com os guris, já é uma boa.

  • Diretor Geral
Postado

A aula de tática e gestão de Ralf Rangnick, o grande mentor do futebol alemão
Treinador e diretor alemão detalha revoluções táticas dos últimos anos e reforça importância da educação para treinadores e jogadores

20/10/2020,
por Léo Miranda

ralf-rangnick-134-2400x1350.jpg

 

Você não verá ele nas listas de melhores treinadores do mundo. Também não encontrará livros ou fãs como Pep Guardiola e Marcelo Bielsa têm. Nada disso parece importar para Ralf Rangnick, Chefe de Desenvolvimento e Esportes da Red Bull e um dos grandes mentores do futebol alemão como o conhecemos.

Com mais de trinta anos como treinador e títulos importantes no Hoffenheim, Rangnick concedeu uma excelente entrevista ao El País falando sobre gestão, seu trabalho no Red Bull, evolução tática e como formar bons jogadores no contexto atual.

Do líbero à fluidez do RB Leipzig: a evolução tática do futebol alemão

Ex-jogador de pouca expressão, Rangnick se tornou técnico na década de 1980, mas só teve o primeiro trabalho de destaque no Ulm, ao fim da década de 1980. “Quando comecei a estudar educação física na faculdade, em 1978, ficou claro para mim que não queria jogar aquele 3-5-2 com um líbero e marcações definidas, com dois meio-campistas que tinham que trabalhar duro para empurrar a bola e garantir que o camisa 10 tivesse um bom dia”, relata Rangnick.

A criação do líbero data da década de 1960. Franz Beckenbauer tinha um potencial técnico tão grande que seria um desperdício deixá-lo fixo atrás. Foi ideia do croata Zlatko Čajkovski, bi-campeão alemão em 1965 e 1966, dar liberdade para que ele fosse ao ataque com a posse de bola, mas protegesse Nowak, Kupferschmidt e Olk, os outros defensores, ficando atrás deles, comandando a linha de impedimento.

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Bayern de 1965: primeiro título de Beckenbauer como zagueiro — Foto: Leonardo Miranda

Udo Lattek e Otto Renhagel, míticos treinadores na década de 1980 e 1990, também formavam seus times com líberos. Na verdade, é um reflexo da sociedade alemã. O líbero arma e organiza e os pontas fazem a jogada de linha de fundo assim como cada cidadão deve fazer sua parte para que o coletivo dê certo. Foi assim que os alemães superaram o trauma da Unificação e da Segunda Guerra Mundial.

Rangnick se colocava como um rebelde nesse contexto. “Eu achava que o futebol deveria ser mais proativo e complexo. Então tive que olhar para o exterior e descobri Valeri Lobanovski e Arrigo Sacchi. Eles tiveram uma grande influência na minha ideia de pressão orientada pela bola e marcação de zona com uma linha de quatro”. Era assim que o Ulm, que saiu da terceira divisão do futebol alemão em 1997 e chegou à Bundesliga em acessos consecutivos, jogava: uma equipe com linha de quatro enquanto Trapattoni defendia o líbero no Bayern.

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O SSV Ulm de Rangnick: linha de quatro por zona e geggenpressing muito antes de Jurgen Klopp — Foto: Leonardo Miranda

A não aceitação da tradição o levou a ser um dos mentores da “Revolução Alemã”, nome dado a uma série de reuniões e medidas tomadas pelos clubes e federação para melhorar a formação de treinadores e jogadores na Alemanha. E mais: os alemães queriam mudar sua cultura. Após a queda do Muro de Berlim, não era mais necessário ser tão rígido com o vizinho.

“Por que os jogadores de futebol alemães precisam ser menos astutos que os italianos ou espanhóis?”, questiona Rangnick. “Franz Beckenbauer disse em 1995 que com jogadores alemães não é possível marcar por zona com uma linha de quatro porque eles não entenderiam a cobertura da zona. Até 1999-2000, nós, alemães, éramos famosos por nossas virtudes alemãs (ser agressivos e comer grama), mas não por nossa estratégia.”, complementa.

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Rangnick teve dois acessos consecutivos e colocou o SSV Ulm pela primeira vez na Bundesliga — Foto: Reprodução

A inspiração para o processo iniciado ainda em 2000, após o fracasso na Euro, veio das empresas alemãs de sucesso, como a Volkswagen. Rangnick detalha o processo em cinco etapas: “Ao iniciar um projeto, você deve considerar cinco etapas básicas. A primeira coisa é ter uma ideia clara de como deve ser o seu estilo. Como você quer que seu time jogue? Em termos de negócios, eu chamaria isso de identidade corporativa. No Hoffenheim e no Leipzig, concordamos em definir claramente um estilo muito pró-ativo, independentemente de a bola ser nossa ou do adversário."

Uma vez definido o modelo, o futebol deve caminhar para a formação de jogadores. "O mercado é como um jogo de pôquer e, em circunstâncias normais, os jogadores não são gratuitos e, se forem, devem receber bônus muito elevados. Com os jovens você pode recuperar o investimento, ou aumentar seu valor de mercado e obter retorno. O terceiro passo é contratar os melhores técnicos e, finalmente, deixar que os profissionais desenvolvam a equipe”.

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A Alemanha não venceu nada entre 2006 e 2014, mas foi fundamental para melhorar o futebol no país — Foto: Leonardo Miranda

Mas mudanças necessárias são isso: chatas, incômodas, impopulares... e demandam tempo e convicção. “Se você for bem-sucedido, será uma constelação vencedora para todos. Parece muito simples. Mas não é: você tem que seguir o plano mesmo em tempos de resultados ruins. Por isso, o principal é a identidade corporativa e, a partir daí, construir o comportamento corporativo, que se consegue com a contratação das pessoas certas.”

Os alemães não acreditavam em título em 2002, e a chegada na final da Copa do Mundo foi vista como uma surpresa. De fato, não parecia que o futebol alemão estava errado na década de 1990. Lothar Matthäus e Mattias Samer eram líberos que encantavam o mundo. Ottmar Hitzfeld havia vencido duas Liga dos Campeões com o Bayern e Borussia. Ranhagel fez o impossível ao tirar a Eurocopa de Felipão na Grécia de 2004, a zebra do século.
 

“Você só deve valorizar jogadores pelas decisões que tomam sob pressão, nos momentos do jogo em que não há tempo nem espaço para agir. Os escoteiros devem ser educados a esse respeito. Belos gols e dribles podem confundir você.”
 

Um novo olhar para a formação de jogadores

Um dos principais pontos de mudança no futebol alemão foi mudar o olhar sobre o jogador. O que seria esse olhar? É o que valorizar e buscar nele. Para Rangnick, a evolução do jogo obriga que a formação de jogadores deva privilegiar aquilo que o jogo pede: posse de bola, rapidez e organização na bola parada, tema pouco discutido, mas fundamental.

“Primeiro, o que você faz para construir a jogada quando quer ter a posse. É óbvio para mim. Se você quer fazer um gol, você precisa de velocidade, fintas que aceleram a ação e a verticalidade. Se você não tiver isso, você pode ter 80% da posse, mas não marcará. Número dois: o que você faz se o outro time tem a bola. Como, onde e quão alto você empurra. Terceiro e quarto, trabalhem nas transições. O que você quer que sua equipe faça no momento da recuperação e o que você quer que ela faça no momento após a derrota? Essas duas situações precisam ser treinadas em profundidade. E em quinto lugar, os lances de bola parada. Vimos isso na final da Liga Europa: Inter-Sevilla. Quatro dos cinco gols vieram de jogadas ensaiadas. Mais de 30% dos gols no futebol são marcados em lances de bola parada. Nós gastamos 30% do nosso tempo de treinamento em peças ensaiadas?”, explica.

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Rangnick e Jurgen Klopp nos tempos de Borussia — Foto: Reprodução

Outro ponto na formação de jogadores e que deve estar presente no jogo é intensidade. Mas intensidade não é aquela marcação sufocante, não. Nem se desgastar demais como o Atlético-MG fez contra o Bahia. Intensidade é correr certo.

“Você precisa estar “on fire”. Klopp e eu sabemos que é mais barato jogar assim. Se você fizer isso bem, você completa um número maior de corridas, mas reduz o número de corridas longas. Se você não fizer isso direito, terá corridas negativas. Se você permitir que o time adversário rompa a pressão e jogue pelas suas costas, você precisará de mais energia”. Um exemplo vem do próprio Bayern campeão da Liga dos Campeões nesse ano: linha alta, risco, mas sempre correndo certo ao deixar os atacantes em impedimento.

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Linha alta do Bayern de Munique corria "certo" como Ralf aponta — Foto: Reprodução/Léo Miranda

O aspecto psicológico também entra aí. Rangnick aponta que é fundamental ter jogadores que entendam esse sistema. “Você precisa de jogadores convencidos desse modelo. Este estilo de jogo é exigente do ponto de vista físico e mental. Não é por acaso que Klopp tem cinco dos meus ex-jogadores em seu time: Firmino, Mané, Keita, Minamino e Matip. Se você olhar os três atacantes: Mané é senegalês, Salah é egípcio e Firmino é brasileiro. Eles não eram máquinas de prensagem. Eles não vieram de tal formação. Klopp conseguiu fazer deles os melhores atacantes de pressão do mundo. E agora Tuchel está fazendo isso com Neymar: Alguém já viu o Neymar pressionar como fez contra a Atalanta?”

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Neymar evoluiu com o alemão Thomas Tuchel e se tornou num autêntico criador de jogadas — Foto: Reprodução/Leonardo Miranda

Geggenpressing e linha de três: para onde vai o jogo?

Ao ser perguntando pelo El País sobre a Atalanta com linha de três e o próprio RB Leipzig, Rangnick afirma que o propósito desse sistema é ser ofensivo, e não defensivo como normalmente se pensa: "O objetivo de Nagelsmann não é defender melhor, mas ter mais elementos para construir o jogo sem ser pressionado pelos rivais. Quando você começa por trás com três centrais e dois volantes bem à frente, para times adversários torna-se mais arriscado cobrir todas as saídas. Você subtrai um homem do meio-campo, mas força o adversário a fazer um esforço extra de pressão".

Veja exatamente o que Ralf fala do próprio RB Leipzig:

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RB com a bola: um 3-1-4-2 muito móvel e que busca inversões no ataque — Foto: Reprodução/Leonardo Miranda

A explicação continua: "imaginemos que o Leipzig enfrente o Liverpool de Klopp, que sempre joga em 4-3-3. Se o Leipzig jogasse com uma defesa de três, os três atacantes do Liverpool pressionariam os três centrais e o goleiro do Leipzig; Isso o deixa com três meio-campistas contra três meio-campistas de Leipzig. Se você quer pressionar uma defesa de três que quer sair jogando, você deve ter muito mais convicção. Caso contrário, você corre o risco de quebrar a pressão". Veja o exemplo:

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Liverpool é um dos poucos times no mundo a pressionar a saída com três — Foto: Leonardo Miranda

Rangnick também contou um pouco sobre como surgiu o geggenpressing, o famoso mecanismo de Klopp para roubar a bola logo após perdê-la e não ter que se defender. "Na quinta rodada da temporada 2008/09, após a promoção à Primeira Divisão, derrotamos o Dortmund por 4 a 1. Nós os tiramos do campo. Klopp, que era o técnico do Dortmund, escreveu uma mensagem aos torcedores sobre o programa do próximo jogo no Westfalenstadion: “A maneira como o Hoffenheim nos pressionou no sábado passado deve ser nossa referência; devemos desenvolver o Dortmund para jogar como o Hoffenheim ”. Depois disso, o Dortmund venceu duas Bundesligas consecutivas".

A lição que o Brasil insiste em não entender

Ainda neste ano, Ralf Rangnick chegou a ser anunciado como novo técnico do Milan, mas declinou o convite. “Estou no meu melhor momento agora, sendo mais que um simples treinador, mas um desenvolvedor de clubes. Quando fui para a Red Bull em 2012, foi uma decisão de princípio para mim: aceitar o cargo de diretor esportivo de dois clubes diferentes em duas ligas diferentes. Essa decisão significava que eu não poderia atuar como treinador".

Para ele, o sucesso de seus projetos esportivos, com o RB Leipzig se tornando uma potência na Alemanha e a filial austríaca dominando o cenário, é tempo e respaldo. “Nos grandes clubes da Europa, assumir uma dupla responsabilidade dessa natureza seria muito difícil. Você precisa de pessoas para apoiá-lo, como Klopp com Michael Edwards ou Pep Guardiola com Txiki Begiristain no Manchester City”.

Aulas, como essa de Ralf Rangnick, não faltam. Quem sabe um dia o futebol brasileiro aprende. Vai demorar...

Fonte: https://ge.globo.com/blogs/painel-tatico/post/2020/10/20/a-aula-de-tatica-e-gestao-de-ralf-rangnick-o-grande-mentor-do-futebol-alemao.ghtml


◽▪️◽
 

Em 25/11/2021 em 13:39, bstrelow disse:

Só não vou cornetar ainda pq não conheço o cidadão, mas me parece mais do mesmo, vai dar merda!

Por que você tem essa impressão de "mais do mesmo"?

Lendo sobre ele (confesso que só conhecia vagamente do FM mesmo, e lá ele sempre foi um excelente coringa pra montar STAFFs de ponta hahahaha!) acho que o United pode ter feito uma tacada inteligente. Ele é um cara que gosta de olhar com carinho pro desenvolvimento dos jovens (e querendo ou não o United tem bastante deles), parece entender bem da parte tática e gosta de organizar bem seus times inclusive sobre a bola parada. Assina como treinador até o final de 21/22 e depois pode virar um CEO do clube, algo como já faz no RB. Se for mt bem, aí estende-se esse contrato, hehe, senão é ir atrás de um novo comandante na janela de verão.

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1 hora atrás, Leho. disse:

Por que você tem essa impressão de "mais do mesmo"?

Por desconhecimento 🤣 Agora que vi um pouco mais sobre ele parece ter ideias promissoras, inclusive o Klopp deu entrevista elogiando o cara. 

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Ele parece ser meio Bielsa no que diz respeito à busca por uma estabilidade em seus empregos. Se encaixar, ótimo; se não, não demora muito a abandonar o barco. 

  • Diretor Geral
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Sempre bom ouvir o Rafa Oliveira falando sobre o tema...

 

Postado
Em 26/11/2021 em 16:39, Leho. disse:

A aula de tática e gestão de Ralf Rangnick, o grande mentor do futebol alemão
Treinador e diretor alemão detalha revoluções táticas dos últimos anos e reforça importância da educação para treinadores e jogadores

20/10/2020,
por Léo Miranda

ralf-rangnick-134-2400x1350.jpg

 

Você não verá ele nas listas de melhores treinadores do mundo. Também não encontrará livros ou fãs como Pep Guardiola e Marcelo Bielsa têm. Nada disso parece importar para Ralf Rangnick, Chefe de Desenvolvimento e Esportes da Red Bull e um dos grandes mentores do futebol alemão como o conhecemos.

Com mais de trinta anos como treinador e títulos importantes no Hoffenheim, Rangnick concedeu uma excelente entrevista ao El País falando sobre gestão, seu trabalho no Red Bull, evolução tática e como formar bons jogadores no contexto atual.

Do líbero à fluidez do RB Leipzig: a evolução tática do futebol alemão

Ex-jogador de pouca expressão, Rangnick se tornou técnico na década de 1980, mas só teve o primeiro trabalho de destaque no Ulm, ao fim da década de 1980. “Quando comecei a estudar educação física na faculdade, em 1978, ficou claro para mim que não queria jogar aquele 3-5-2 com um líbero e marcações definidas, com dois meio-campistas que tinham que trabalhar duro para empurrar a bola e garantir que o camisa 10 tivesse um bom dia”, relata Rangnick.

A criação do líbero data da década de 1960. Franz Beckenbauer tinha um potencial técnico tão grande que seria um desperdício deixá-lo fixo atrás. Foi ideia do croata Zlatko Čajkovski, bi-campeão alemão em 1965 e 1966, dar liberdade para que ele fosse ao ataque com a posse de bola, mas protegesse Nowak, Kupferschmidt e Olk, os outros defensores, ficando atrás deles, comandando a linha de impedimento.

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Bayern de 1965: primeiro título de Beckenbauer como zagueiro — Foto: Leonardo Miranda

Udo Lattek e Otto Renhagel, míticos treinadores na década de 1980 e 1990, também formavam seus times com líberos. Na verdade, é um reflexo da sociedade alemã. O líbero arma e organiza e os pontas fazem a jogada de linha de fundo assim como cada cidadão deve fazer sua parte para que o coletivo dê certo. Foi assim que os alemães superaram o trauma da Unificação e da Segunda Guerra Mundial.

Rangnick se colocava como um rebelde nesse contexto. “Eu achava que o futebol deveria ser mais proativo e complexo. Então tive que olhar para o exterior e descobri Valeri Lobanovski e Arrigo Sacchi. Eles tiveram uma grande influência na minha ideia de pressão orientada pela bola e marcação de zona com uma linha de quatro”. Era assim que o Ulm, que saiu da terceira divisão do futebol alemão em 1997 e chegou à Bundesliga em acessos consecutivos, jogava: uma equipe com linha de quatro enquanto Trapattoni defendia o líbero no Bayern.

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O SSV Ulm de Rangnick: linha de quatro por zona e geggenpressing muito antes de Jurgen Klopp — Foto: Leonardo Miranda

A não aceitação da tradição o levou a ser um dos mentores da “Revolução Alemã”, nome dado a uma série de reuniões e medidas tomadas pelos clubes e federação para melhorar a formação de treinadores e jogadores na Alemanha. E mais: os alemães queriam mudar sua cultura. Após a queda do Muro de Berlim, não era mais necessário ser tão rígido com o vizinho.

“Por que os jogadores de futebol alemães precisam ser menos astutos que os italianos ou espanhóis?”, questiona Rangnick. “Franz Beckenbauer disse em 1995 que com jogadores alemães não é possível marcar por zona com uma linha de quatro porque eles não entenderiam a cobertura da zona. Até 1999-2000, nós, alemães, éramos famosos por nossas virtudes alemãs (ser agressivos e comer grama), mas não por nossa estratégia.”, complementa.

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Rangnick teve dois acessos consecutivos e colocou o SSV Ulm pela primeira vez na Bundesliga — Foto: Reprodução

A inspiração para o processo iniciado ainda em 2000, após o fracasso na Euro, veio das empresas alemãs de sucesso, como a Volkswagen. Rangnick detalha o processo em cinco etapas: “Ao iniciar um projeto, você deve considerar cinco etapas básicas. A primeira coisa é ter uma ideia clara de como deve ser o seu estilo. Como você quer que seu time jogue? Em termos de negócios, eu chamaria isso de identidade corporativa. No Hoffenheim e no Leipzig, concordamos em definir claramente um estilo muito pró-ativo, independentemente de a bola ser nossa ou do adversário."

Uma vez definido o modelo, o futebol deve caminhar para a formação de jogadores. "O mercado é como um jogo de pôquer e, em circunstâncias normais, os jogadores não são gratuitos e, se forem, devem receber bônus muito elevados. Com os jovens você pode recuperar o investimento, ou aumentar seu valor de mercado e obter retorno. O terceiro passo é contratar os melhores técnicos e, finalmente, deixar que os profissionais desenvolvam a equipe”.

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A Alemanha não venceu nada entre 2006 e 2014, mas foi fundamental para melhorar o futebol no país — Foto: Leonardo Miranda

Mas mudanças necessárias são isso: chatas, incômodas, impopulares... e demandam tempo e convicção. “Se você for bem-sucedido, será uma constelação vencedora para todos. Parece muito simples. Mas não é: você tem que seguir o plano mesmo em tempos de resultados ruins. Por isso, o principal é a identidade corporativa e, a partir daí, construir o comportamento corporativo, que se consegue com a contratação das pessoas certas.”

Os alemães não acreditavam em título em 2002, e a chegada na final da Copa do Mundo foi vista como uma surpresa. De fato, não parecia que o futebol alemão estava errado na década de 1990. Lothar Matthäus e Mattias Samer eram líberos que encantavam o mundo. Ottmar Hitzfeld havia vencido duas Liga dos Campeões com o Bayern e Borussia. Ranhagel fez o impossível ao tirar a Eurocopa de Felipão na Grécia de 2004, a zebra do século.
 

“Você só deve valorizar jogadores pelas decisões que tomam sob pressão, nos momentos do jogo em que não há tempo nem espaço para agir. Os escoteiros devem ser educados a esse respeito. Belos gols e dribles podem confundir você.”
 

Um novo olhar para a formação de jogadores

Um dos principais pontos de mudança no futebol alemão foi mudar o olhar sobre o jogador. O que seria esse olhar? É o que valorizar e buscar nele. Para Rangnick, a evolução do jogo obriga que a formação de jogadores deva privilegiar aquilo que o jogo pede: posse de bola, rapidez e organização na bola parada, tema pouco discutido, mas fundamental.

“Primeiro, o que você faz para construir a jogada quando quer ter a posse. É óbvio para mim. Se você quer fazer um gol, você precisa de velocidade, fintas que aceleram a ação e a verticalidade. Se você não tiver isso, você pode ter 80% da posse, mas não marcará. Número dois: o que você faz se o outro time tem a bola. Como, onde e quão alto você empurra. Terceiro e quarto, trabalhem nas transições. O que você quer que sua equipe faça no momento da recuperação e o que você quer que ela faça no momento após a derrota? Essas duas situações precisam ser treinadas em profundidade. E em quinto lugar, os lances de bola parada. Vimos isso na final da Liga Europa: Inter-Sevilla. Quatro dos cinco gols vieram de jogadas ensaiadas. Mais de 30% dos gols no futebol são marcados em lances de bola parada. Nós gastamos 30% do nosso tempo de treinamento em peças ensaiadas?”, explica.

 
 

 

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Rangnick e Jurgen Klopp nos tempos de Borussia — Foto: Reprodução

Outro ponto na formação de jogadores e que deve estar presente no jogo é intensidade. Mas intensidade não é aquela marcação sufocante, não. Nem se desgastar demais como o Atlético-MG fez contra o Bahia. Intensidade é correr certo.

“Você precisa estar “on fire”. Klopp e eu sabemos que é mais barato jogar assim. Se você fizer isso bem, você completa um número maior de corridas, mas reduz o número de corridas longas. Se você não fizer isso direito, terá corridas negativas. Se você permitir que o time adversário rompa a pressão e jogue pelas suas costas, você precisará de mais energia”. Um exemplo vem do próprio Bayern campeão da Liga dos Campeões nesse ano: linha alta, risco, mas sempre correndo certo ao deixar os atacantes em impedimento.

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Linha alta do Bayern de Munique corria "certo" como Ralf aponta — Foto: Reprodução/Léo Miranda

O aspecto psicológico também entra aí. Rangnick aponta que é fundamental ter jogadores que entendam esse sistema. “Você precisa de jogadores convencidos desse modelo. Este estilo de jogo é exigente do ponto de vista físico e mental. Não é por acaso que Klopp tem cinco dos meus ex-jogadores em seu time: Firmino, Mané, Keita, Minamino e Matip. Se você olhar os três atacantes: Mané é senegalês, Salah é egípcio e Firmino é brasileiro. Eles não eram máquinas de prensagem. Eles não vieram de tal formação. Klopp conseguiu fazer deles os melhores atacantes de pressão do mundo. E agora Tuchel está fazendo isso com Neymar: Alguém já viu o Neymar pressionar como fez contra a Atalanta?”

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Neymar evoluiu com o alemão Thomas Tuchel e se tornou num autêntico criador de jogadas — Foto: Reprodução/Leonardo Miranda

Geggenpressing e linha de três: para onde vai o jogo?

Ao ser perguntando pelo El País sobre a Atalanta com linha de três e o próprio RB Leipzig, Rangnick afirma que o propósito desse sistema é ser ofensivo, e não defensivo como normalmente se pensa: "O objetivo de Nagelsmann não é defender melhor, mas ter mais elementos para construir o jogo sem ser pressionado pelos rivais. Quando você começa por trás com três centrais e dois volantes bem à frente, para times adversários torna-se mais arriscado cobrir todas as saídas. Você subtrai um homem do meio-campo, mas força o adversário a fazer um esforço extra de pressão".

Veja exatamente o que Ralf fala do próprio RB Leipzig:

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RB com a bola: um 3-1-4-2 muito móvel e que busca inversões no ataque — Foto: Reprodução/Leonardo Miranda

A explicação continua: "imaginemos que o Leipzig enfrente o Liverpool de Klopp, que sempre joga em 4-3-3. Se o Leipzig jogasse com uma defesa de três, os três atacantes do Liverpool pressionariam os três centrais e o goleiro do Leipzig; Isso o deixa com três meio-campistas contra três meio-campistas de Leipzig. Se você quer pressionar uma defesa de três que quer sair jogando, você deve ter muito mais convicção. Caso contrário, você corre o risco de quebrar a pressão". Veja o exemplo:

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Liverpool é um dos poucos times no mundo a pressionar a saída com três — Foto: Leonardo Miranda

Rangnick também contou um pouco sobre como surgiu o geggenpressing, o famoso mecanismo de Klopp para roubar a bola logo após perdê-la e não ter que se defender. "Na quinta rodada da temporada 2008/09, após a promoção à Primeira Divisão, derrotamos o Dortmund por 4 a 1. Nós os tiramos do campo. Klopp, que era o técnico do Dortmund, escreveu uma mensagem aos torcedores sobre o programa do próximo jogo no Westfalenstadion: “A maneira como o Hoffenheim nos pressionou no sábado passado deve ser nossa referência; devemos desenvolver o Dortmund para jogar como o Hoffenheim ”. Depois disso, o Dortmund venceu duas Bundesligas consecutivas".

A lição que o Brasil insiste em não entender

Ainda neste ano, Ralf Rangnick chegou a ser anunciado como novo técnico do Milan, mas declinou o convite. “Estou no meu melhor momento agora, sendo mais que um simples treinador, mas um desenvolvedor de clubes. Quando fui para a Red Bull em 2012, foi uma decisão de princípio para mim: aceitar o cargo de diretor esportivo de dois clubes diferentes em duas ligas diferentes. Essa decisão significava que eu não poderia atuar como treinador".

Para ele, o sucesso de seus projetos esportivos, com o RB Leipzig se tornando uma potência na Alemanha e a filial austríaca dominando o cenário, é tempo e respaldo. “Nos grandes clubes da Europa, assumir uma dupla responsabilidade dessa natureza seria muito difícil. Você precisa de pessoas para apoiá-lo, como Klopp com Michael Edwards ou Pep Guardiola com Txiki Begiristain no Manchester City”.

Aulas, como essa de Ralf Rangnick, não faltam. Quem sabe um dia o futebol brasileiro aprende. Vai demorar...

Fonte: https://ge.globo.com/blogs/painel-tatico/post/2020/10/20/a-aula-de-tatica-e-gestao-de-ralf-rangnick-o-grande-mentor-do-futebol-alemao.ghtml


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Por que você tem essa impressão de "mais do mesmo"?

Lendo sobre ele (confesso que só conhecia vagamente do FM mesmo, e lá ele sempre foi um excelente coringa pra montar STAFFs de ponta hahahaha!) acho que o United pode ter feito uma tacada inteligente. Ele é um cara que gosta de olhar com carinho pro desenvolvimento dos jovens (e querendo ou não o United tem bastante deles), parece entender bem da parte tática e gosta de organizar bem seus times inclusive sobre a bola parada. Assina como treinador até o final de 21/22 e depois pode virar um CEO do clube, algo como já faz no RB. Se for mt bem, aí estende-se esse contrato, hehe, senão é ir atrás de um novo comandante na janela de verão.

Excelente material. 

Postado

Carai, os maluco compraram o Newcastle e o time não conseguiu ganhar uma em 13 jogos? Investimento tá bombando, hein? Coutinho na Championship, 10 e faixa.

  • Diretor Geral
Postado (editado)
7 horas atrás, Everett disse:

Carai, os maluco compraram o Newcastle e o time não conseguiu ganhar uma em 13 jogos? Investimento tá bombando, hein? Coutinho na Championship, 10 e faixa.

Mas não ia mudar do dia pra noite também, né? Ou você esperava isso? hahahahah

E tem outra: eles pegaram o Arsenal embalado, meu camaradinha 😎👉🏽👉🏽

Com dois golaços de dois garotos ainda por cima (Saka e Martinelli). É o bonde da base dos gunners, rs rs. Mas as assistências foram de uma pornografia foda, hahahaha o japonês da LD tá jogando demais pelo jeito.

 

edit//

Salve @Roman, respeita o prof. Arteta.

Editado por Leho.
Adicionando tweet.
Postado
2 horas atrás, Leho. disse:

Mas não ia mudar do dia pra noite também, né? Ou você esperava isso? hahahahah

E tem outra: eles pegaram o Arsenal embalado, meu camaradinha 😎👉🏽👉🏽

Com dois golaços de dois garotos ainda por cima (Saka e Martinelli). É o bonde da base dos gunners, rs rs. Mas as assistências foram de uma pornografia foda, hahahaha o japonês da LD tá jogando demais pelo jeito.

Porra, mas quando o Newcastle não era bilionário eles conseguiam ganhar um jogo pelo menos. hahaha

Imaginei que esse elenco ia começar a dar vida pra ver se conseguia uma renovação naipe dinheiro de petróleo quando o Super Newcastle virar uma realidade.

Postado

Embaçado esse time do West.

Postado
1 hora atrás, felipevalle disse:

Embaçado esse time do West.

Muito bom e ainda cagado, hahahaha. 

Postado

Falando um pouco sobre nosso time, acho que é fundamental ressaltar o impacto positivo que o Moyes trouxe nessa segunda passagem.

Coufal e Soucek ele que trouxe  A mudança de mentalidade da equipe é visível também, conseguindo recuperar a confiança do Lanzini de vidro e recolocá-lo entre as principais opções do elenco (para mim deveria ser titular no lugar do Fornals, por sinal). O amadurecimento do Rice, que hoje é símbolo de liderança técnica, mas principalmente emocional. Conseguimos virar jogos difíceis e segurar também, apesar de alguns tropeços inesperados (Alô Brentford e Wolves).

A confiança em suas contratações também é algo interessante, vendo que temporada passada o Benrahma foi bastante criticado (bem como vem sendo o Vlasic), mas na segunda temporada é isso que estamos vendo.

Há alguns pontos negativos, como a má utilização da base (Odubeko, Trott e Coventry), a demora para substituir (que vem até melhorando nos últimos jogos) e alguns jogos que entramos bem mal, mas no geral o saldo é bem positivo.

Próximos 4 jogos são:

Dinamo Zagreb 

Burnley

Arsenal

Norwich

A ideia é poupar na Europa League pois já estamos classificados e buscar pelo menos 7 pontos dos 9 possíveis no campeonato. Acho que tem um jogo da copa da liga aí no meio contra o Tottenham e aí eu meteria o mistão como vem sendo feito.

Sobre análise de elenco, vejo algumas carências:

1 LE para brigar com o Cress, pois o Masuaku (apesar desse gol histórico contra o Chelsea) é bem questionável.

1 Z titular (Ogbonna rompeu ligamentos e ficará fora por cerca de 9 meses)

Lingard para dar opção de correria no meio ofensivo e nas alas.

1 A para dar uma folga pro Antonio.

Acredito que 3 desses 4 nomes virão na janela de Janeiro e com isso, nossa briga pela UCL vai ser mais solidificada. 

 

  • Diretor Geral
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E o Bernardo Silva, tá jogando pouca bola nessa edição da PL?

 

Voltando a jogar em altíssimo nível, hoje guardou 2 na vitória do City pra cima do Watford. Temporada passada ele esteve apagadinho, meio escanteado até, e agora volta a render bem pra caralho. Pep inclusive já disse que é o melhor jogador do torneio até aqui, rs rs.

Postado

Parece que dessa vez o Fred engrenou. Na Seleção já vinha bem, mas agora também tá gastando a bola no United. Contra o Arsenal já tinha destruído, e hoje meteu um golaço decisivo (com a perna ruim, ainda). 

  • Diretor Geral
Postado


Primeira partida que vejo desse Aston Villa dele, e foram firmes o suficiente pra virar um jogo que até então vinha sendo bem equilibrado e complicado contra os Foxes. Isso porque o VAR ainda anulou um gol do Ramsey que me pareceu ser legal.

O gol do Léster (Barnes) foi bem bonito e a cabeçada do Buendía foi milimétrica hahahaha, colocou com a mão. Puta sacanagem não darem o gol pra ele.

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