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Clubes brasileiros decidem criar Liga para organizar o Campeonato Brasileiro


JGDuarte

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Postado
12 horas atrás, Zicogalinho disse:

Meu caro amigo, essa parte do reconhecimento foi apenas zoação. Só para deixar claro que existem interesses. Já dei a minha opinião.

Ah, tá kkkkkkkk. É que eu tenho amigos que ficam realmente PUTOS com isso, então sla né kkkkkk

Postado

Como falei antes...A CBF não vai querer eixar de ganhar dinheiro:

https://ge.globo.com/futebol/noticia/liga-cbf-diz-que-bola-esta-com-clubes-que-comecam-a-organizar-entidade.ghtml

O anúncio da criação de uma liga de clubes para organizar o Campeonato Brasileiro já a partir de 2022 gerou reações diferentes dos dois lados dessa disputa. De um lado, a CBF tenta discretamente torpedear a operação. De outro, clubes se movem para montar uma entidade que vai formatar o que será a liga.

Embora a CBF não tenha publicamente demonstrado oposição ao projeto, nos bastidores a entidade age para enfraquecê-lo e manter o esquema de poder atual. Dirigentes duvidam que os clubes serão capazes de superar suas históricas desavenças internas e organizar sozinhos o Campeonato Brasileiro.

Postado
8 horas atrás, Pedro-FLU disse:

Ah, tá kkkkkkkk. É que eu tenho amigos que ficam realmente PUTOS com isso, então sla né kkkkkk

Bem, eu não vejo motivo de ficar puto. Eu vivi e vi o que ocorreu ali. Sabemos que deram um título brasileiro ao campeão da série B. Basta sair do nosso universo e pensar. Se dissessem que clubes italianos (apenas exemplo) se reuniram para organizarem um campeonato e que o campeão foi o Milan que jogou contra Napoli, Internazionale, Juventus, Sampdoria, Atalanta, Fiorentina, Roma, Lazio etc... Mas a Federação considerou campeão o Lecce que disputou com Verona, Torino, Brescia, Crotone. Você com certeza reconheceria o verdadeiro campeão. 

Mudaram a realidade e ponto. Não há o que fazer. Mas eu fiquei mais puto em ver um clube que ajudou a organizar o campeonato receber a taça das bolinhas. Aliás, há anos atrás eu dei minha opinião do que deveria ter sido feito. Isso só prova o quanto essa conversa de liga vai chegar.

Vamos colocar outro exemplo aqui: Imagine que uns três clubes brasileiros tenham sido "roubados" nessa libertadores (acontece todo ano), Fluminense, São Paulo e CAM e eles decidem numa reunião que é preferível que nenhum clube brasileiro participe da competição até que os critérios de arbitragem sejam iguais, etc. A CBF decide: então vou inscrever Botafogo, CRB, Juazeirense, etc. Qual a porcentagem que você acredita de fidelidade dos clubes diante dessa tentação? 

Postado
3 horas atrás, LC disse:

Como falei antes...A CBF não vai querer eixar de ganhar dinheiro:

https://ge.globo.com/futebol/noticia/liga-cbf-diz-que-bola-esta-com-clubes-que-comecam-a-organizar-entidade.ghtml

O anúncio da criação de uma liga de clubes para organizar o Campeonato Brasileiro já a partir de 2022 gerou reações diferentes dos dois lados dessa disputa. De um lado, a CBF tenta discretamente torpedear a operação. De outro, clubes se movem para montar uma entidade que vai formatar o que será a liga.

Embora a CBF não tenha publicamente demonstrado oposição ao projeto, nos bastidores a entidade age para enfraquecê-lo e manter o esquema de poder atual. Dirigentes duvidam que os clubes serão capazes de superar suas históricas desavenças internas e organizar sozinhos o Campeonato Brasileiro.

Isso aqui fecha o caixão.

Postado
8 horas atrás, Zicogalinho disse:

Isso aqui fecha o caixão.

meio que na cara

  • Diretor Geral
Postado

Sempre tenho os 2 pés atrás quando aparecem com esse tipo de "iniciativa". Tá entranhado no nosso futebol (leia-se: administrações dos clubes e federações) todas as mazelas e ações corruptas que nos trouxeram até aqui, vai ser preciso mais do que uma reunião entre 19 presidentes pra realmente mudar o status quo da merda toda.

Duvido muito que dê em algo produtivo.

Postado
3 horas atrás, Leho. disse:

Sempre tenho os 2 pés atrás quando aparecem com esse tipo de "iniciativa". Tá entranhado no nosso futebol (leia-se: administrações dos clubes e federações) todas as mazelas e ações corruptas que nos trouxeram até aqui, vai ser preciso mais do que uma reunião entre 19 presidentes pra realmente mudar o status quo da merda toda.

Duvido muito que dê em algo produtivo.

Não é exclusividade do futebol, é mesmo problema cultural, temos isso em todo o lado infelizmente.

Tb duvido muito que dê em algo produtivo para todos. 

  • Diretor Geral
Postado
3 horas atrás, HrTr disse:

Não é exclusividade do futebol, é mesmo problema cultural, temos isso em todo o lado infelizmente.

Sim sim, exatamente e infelizmente amigo Julian.

Postado

O que vai realmente importar é a pauta desta liga...

E quando digo liga me refiro a estruturação.

Se for só para tirar da mão de um para outro assumir prefiro deixar como é, pois acreditem ou não, clubes menores nos últimos anos conseguiram recursos via CBF, vindos dos patrocínios firmados por competições chanceladas pela CBF e tb dos patrocinadores oficiais da seleção e das verbas de amistosos e transmissões, algo que antes a CBF estava nem aí.

O único (grande e pior) mal que hoje existe na CBF é a maneira de eleição ao estilo de coronel e o tal "poder" que as federações estaduais tem na confederação que por fim acaba sempre se tornando passagem de bastão do que propriamente uma eleição, basta casar com a filha de algum presidente que vc já tem chances de virar presidente da CBF, ao invés dos clubes elegerem o presidente, o qual na minha visão o presidente deveria vir da presidência de um clube e não de uma federação ou de parente (mas isso fica pra outro dia falar sobre).

Na mão do clube, a tal liga ajudaria esses clubes menores com o dinheiro da série ABCD? 
A liga vai organizar apenas o Nacional e quantas divisões do nacional?
A liga aceitaria uma 'nova/outra' liga para administrar cada divisão?
A liga diminuiria o poder das federações estaduais ao tomar a iniciativa em negociar contratos?
E dentro destes contratos, a pauta licenciamento será que vai finalmente ficar na mão da liga e não do clube definir valores individuais?

E com o avanço das redes sociais, e-sports, transmissões online e etc... Deixando o lado de não gostar de emissora A, B, ou C. Espero que não tenhamos retrocesso de centralizar novamente todos os campeonatos na mão de uma única emissora mas sim abrir mais ainda o leque de transmissões para rentabilizar diretamente o clube que torcemos que até ajudariam a melhorar um plano de sócio torcedor com a transmissão embutida para os torcedores que moram em outro local ou que não podem ir ao estádio no dia do jogo assistirem em um canal do clube ao inves de pagar um premiere da vida e ainda ouvindo narração e/ou comentários desnecessários. 

Porque se for só pra mudar de chico p/ francisco é maior perda de tempo.

  • Leho. mudou o título para Clubes brasileiros decidem criar Liga para organizar o Campeonato Brasileiro
  • 2 semanas atrás...
  • Diretor Geral
Postado

Dirigentes da Série A e Série B se reúnem e avançam por criação da liga de clubes

por Raisa Simplício e Marcelo Hazan
28 de jun. de 2021

 

Os clubes da Série A e Série B do Campeonato Brasileiro se reuniram ao longo desta segunda-feira (28), em São Paulo, para avançar no projeto da criação de uma liga para gerir o Brasileirão. No primeiro encontro, no Rio de Janeiro, apenas representantes que disputam a primeira divisão estavam presentes. Na reunião de hoje, que também contou com representantes de equipes da segunda divisão, ficou decidido que a ideia será estruturada ao longo dos próximos três meses. 

Segundo apuração da Goal, a reunião de hoje foi considerada satisfatória pelos dirigentes e algumas empresas já aparecem como potenciais interessadas em aportar no projeto. Os representantes dos clubes deixaram o encontro cientes de que precisam, agora, desenvolver as questões de governança, ou seja, escolher um presidente ou CEO, e em seguida, a divisão do dinheiro como um todo. A expectativa é ter alguém que não esteja ligado a nenhum clube neste momento.

"Evoluiu, sim (a discussão sobre a criação da liga). Agora temos a adesão dos 20 clubes da Série B, o movimento cresceu. Hoje (na reunião) formamos um grupo de trabalho", um dirigente confidenciou à reportagem.

Conforme a Goal também trouxe nos últimos dias, há um temor grande com relação ao Flamengo. Há quem acredite que o clube carioca pode se tornar um obstáculo em relação a harmonia na hora de aprofundar o debate sobre a divisão de verbas. Este tema, inclusive, deixa dentro da CBF um sentimento de otimismo de que a ideia fracasse. 

O Campeonato Brasileiro vai mudar de nome?

A ideia com a nova liga é criar um modelo semelhante ao da La Liga, inclusive com o Brasileirão podendo ter seu nome alterado, uma vez que os direitos da marca pentencem à CBF. Ao longo das próximas semanas, os dirigentes voltarão a se reunir para seguir formatando o modelo de estatuto da liga.

@GOAL

---

Série B quer mais dinheiro com liga independente da CBF

por Thiago Fernandes
29 de jun. de 2021

 

Os clubes da Série B do Campeonato Brasileiro exigiram, na reunião dessa segunda-feira (28), um aumento na participação de cotas com a criação de uma liga independente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) nos próximos meses. A intenção é que haja uma diferença menor entre o que é pago para os integrantes da elite do futebol nacional e o que é entregue aos participantes da segunda divisão.

O presidente do Avaí e da Associação Nacional de Clubes de Futebol (ANCF), Francisco José Battistotti, informou à Goal que houve o pedido durante o encontro que contou com a presença de representantes de clubes das Séries A e B.

"Os clubes da Série B exigiram uma receita mais semelhante à que é paga para os clubes da Série A. Nós queremos um valor mais parecido com o que é pago para os times da primeira divisão", disse em rápido contato telefônico com a reportagem.

@GOAL

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A diretoria atual do Flamengo é uma vergonha politicamente, puta que pariu.

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16 minutos atrás, Leho. disse:

"Os clubes da Série B exigiram uma receita mais semelhante à que é paga para os clubes da Série A. Nós queremos um valor mais parecido com o que é pago para os times da primeira divisão"

Isso é meio viagem, não? Existe alguma liga no mundo que pague valores parecidos para times de diferentes divisões?

  • Diretor Geral
Postado
2 minutos atrás, bstrelow disse:

Isso é meio viagem, não? Existe alguma liga no mundo que pague valores parecidos para times de diferentes divisões?

Acho que eles tão querendo se valorizar, aí chutaram alto pra depois conseguirem chegar num meio termo. É óbvio que os valores (de Séries A e B) não ficarão tão próximos assim, hehe.

Postado

É o que eu venho falando pra vocês, a CBF já sabe que o flamengo é o clube com a direção mais fácil de ser "corrompida" na hora de dividir a verba. Quero estar muito enganado, mas é bem difícil qualquer ideia dessas sair do papel com a cultura dos brasileiros (como falado pelos colegas) e com a megalomania flameguista.

Postado

 

1 hora atrás, raskor disse:

A diretoria atual do Flamengo é uma vergonha politicamente, puta que pariu.

Esses fdps vão ser os primeiros a roer a corda...

Postado
1 hora atrás, Léo R. disse:

É o que eu venho falando pra vocês, a CBF já sabe que o flamengo é o clube com a direção mais fácil de ser "corrompida" na hora de dividir a verba. Quero estar muito enganado, mas é bem difícil qualquer ideia dessas sair do papel com a cultura dos brasileiros (como falado pelos colegas) e com a megalomania flameguista.

Isso é meia verdade. Não que o Flamengo não pule fora, mas outros o farão. Aliás, onde foi o clube dos 13 naquela fuga do Andrés Sanchez, mesmo? kkkk. Daí Putrícia e os cariocas restantes furaram também e...

A pergunta que cabe não é se vai funcionar, mas quando vai ruir.

Postado

Tem que ser uma parada pratica, futebol hoje é grana. Ninguém paga pela serie B, geralmente só tem algum interesse quando times da seria A estão lá por um ano e logo voltam. Torneio de merda tem que valer pouco. Quando sobem, ai sim tem que ter muita grana para ter times fortes tecnicamente. Se tiver barulho por isso, ja vale cortar, de 3 bi a liga passa a valer 2,9bi.

Flamengo tem que ter planejamento de longo prazo.  Em um primeiro momento tem que fingir que abre mão e viva a igualdade. Depois que o modelo se estabelecer e não ter mais volta(como os pontos corridos), ai sim faz birra e tira dinheiro dos timecos sem relevância e dos falidos que tem que sobreviver de esmola.  

Eu gostei de uma parada que eu li que os clubes seriam obrigados a ceder os direitos de uniforme e tal. Acho que os jogadores para jogar também teriam que liberar a imagem(como na bundesliga) e ai finalmente teríamos esses pernas de pau de volta nos fifas e fms da vida.

 

Postado
4 horas atrás, tod disse:

Tem que ser uma parada pratica, futebol hoje é grana. Ninguém paga pela serie B, geralmente só tem algum interesse quando times da seria A estão lá por um ano e logo voltam. Torneio de merda tem que valer pouco. Quando sobem, ai sim tem que ter muita grana para ter times fortes tecnicamente. Se tiver barulho por isso, ja vale cortar, de 3 bi a liga passa a valer 2,9bi.

Flamengo tem que ter planejamento de longo prazo.  Em um primeiro momento tem que fingir que abre mão e viva a igualdade. Depois que o modelo se estabelecer e não ter mais volta(como os pontos corridos), ai sim faz birra e tira dinheiro dos timecos sem relevância e dos falidos que tem que sobreviver de esmola.  

Eu gostei de uma parada que eu li que os clubes seriam obrigados a ceder os direitos de uniforme e tal. Acho que os jogadores para jogar também teriam que liberar a imagem(como na bundesliga) e ai finalmente teríamos esses pernas de pau de volta nos fifas e fms da vida.

 

Nunca vão obrigar funcionário a nada nesse país sindicalista, desiste dessa ideia.

Postado
15 horas atrás, tod disse:

Tem que ser uma parada pratica, futebol hoje é grana. Ninguém paga pela serie B, geralmente só tem algum interesse quando times da seria A estão lá por um ano e logo voltam. Torneio de merda tem que valer pouco. Quando sobem, ai sim tem que ter muita grana para ter times fortes tecnicamente. Se tiver barulho por isso, ja vale cortar, de 3 bi a liga passa a valer 2,9bi.

Flamengo tem que ter planejamento de longo prazo.  Em um primeiro momento tem que fingir que abre mão e viva a igualdade. Depois que o modelo se estabelecer e não ter mais volta(como os pontos corridos), ai sim faz birra e tira dinheiro dos timecos sem relevância e dos falidos que tem que sobreviver de esmola.  

Eu gostei de uma parada que eu li que os clubes seriam obrigados a ceder os direitos de uniforme e tal. Acho que os jogadores para jogar também teriam que liberar a imagem(como na bundesliga) e ai finalmente teríamos esses pernas de pau de volta nos fifas e fms da vida.

 

Aí a tal liga vai ficar igual ao que é hoje. O que adiantou daí? Se a distribuição não for em sua maioria igualitária (deveria haver uma parcela dos valores que paga por ppv ou por desempenho, mas não pode ser maior que a "base" dos valores), não faz o menor sentido ter uma liga. Melhor ser cada um por si e foda-se. 

  • Diretor Geral
Postado

Clubes ouvem propostas de empresas para liga: promessas de aporte de R$ 3 bilhões, direitos centralizados e novo Brasileirão

O ge obteve detalhes exclusivos e inéditos das apresentações feitas a dirigentes por profissionais e companhias que gostariam de operar a liga de clubes. Há três grupos nesta "concorrência"

Por Martín Fernandez e Rodrigo Capelo — São Paulo
29/06/2021

 
Campeonato Brasileiro — Foto: Infoesporte
 

Treze dias depois de terem marchado até a sede da CBF para anunciar que criarão uma liga para organizar o Campeonato Brasileiro, dirigentes avançam para tirar a ideia do papel. Representantes dos 40 clubes das Séries A e B se reuniram nesta segunda-feira em um hotel em São Paulo – 36 presencialmente, 4 por vídeo – e ouviram propostas de três grupos interessados em participar da operação do bloco.

Um dos grupos é liderado pelo advogado Flavio Zveiter e por Ricardo Fort, ex-executivo da Coca-Cola; outro é coordenado pela consultoria KPMG; e um terceiro é organizado pela empresa Livemode.

ge ouviu pessoas que estiveram na reunião e obteve detalhes sobre as propostas de Zveiter e KPMG. Procuradas pela reportagem, nenhuma das partes quis se pronunciar publicamente sobre a concorrência.

Os projetos têm finalidades semelhantes, mas com estruturas diferentes. Ambos prometem a captação de valores de alguns bilhões de reais para refinanciamento das dívidas dos clubes e uma reconfiguração do Campeonato Brasileiro e da Série B, além da criação de novas receitas.

Também houve uma apresentação de um representante da consultoria americana McKinsey no Brasil. Ele compartilhou ideias colhidas em outros mercados nos quais a empresa atua – e que contam com ligas há mais tempo. Mas a empresa não pretende assumir a operação da liga.

Cada "candidato" teve 40 minutos para apresentar propostas. Zveiter encerrou em 33 minutos, em tempo para responder a perguntas de dirigentes. Um deles perguntou se os clubes precisariam deixar de ser associações civis para virar empresas. O advogado disse que não.

O grupo foi perguntado se pretendia apenas assessorar os clubes na formação de uma liga ou efetivamente participar da operação. O advogado respondeu que a ideia é "colocar a mão na massa".

A KPMG estendeu a apresentação e não chegou a reservar tanto tempo para questões. A empresa tinha na plateia alguns de seus clientes – Corinthians Vasco falam abertamente que contrataram sua consultoria, enquanto outros seguem a confidencialidade. Não quer dizer que esses clubes tenham lado pré-definido na "concorrência".

Os projetos não foram formulados agora. Eles vêm sendo trabalhados há cerca de um ano. Zveiter e KPMG chegaram a se reunir com dirigentes, individualmente, para apresentar ideias. Quando os cartolas tomaram a decisão de anunciar a criação da liga, o processo acelerou, e ambos tiveram apenas de adaptar apresentações.

A premissa

Clubes pretendem assumir a organização do Campeonato Brasileiro e da Série B. À luz do que acontece nas principais ligas europeias, a federação nacional, a CBF, continuaria administrando a seleção brasileira e outras competições nacionais: Copa do BrasilSérie C e Série D.

Diferente de tentativas passadas de formação da liga, em que dirigentes amadores foram nomeados para o comando, e só então profissionais foram buscados por eles para cuidar do operacional, desta vez grupos de executivos e advogados se adiantaram para oferecer o serviço.

Em linhas gerais, há mais semelhanças do que diferenças entre os projetos. Ambos partem da premissa de que o futebol brasileiro está exageradamente endividado e subdimensionado em suas receitas – ou seja, poderia ter um faturamento muito maior do que o atual.

A solução aventada é a centralização de direitos comerciais e de transmissão num bloco, que conseguiria multiplicar as receitas. Isso inclui direitos de transmissão nacionais e internacionais e patrocínios vinculados às competições, como placas e naming rights.

Para reduzir consideravelmente o nível de endividamento, ambos os grupos procuraram fundos de investimento, a fim de descobrir se eles colocariam dinheiro no futebol brasileiro. Esses investidores se tornariam sócios dos clubes e lucrariam no longo prazo. As respostas os deixaram animados. Falta avançar com os cartolas na fundação da liga.

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As estruturas

Ainda que sigam pressupostos parecidos para a idealização da liga brasileira, o grupo de Flavio Zveiter e os parceiros da KPMG têm estruturas e números diferentes em suas propostas.

Zveiter propõe a abertura de uma sociedade anônima, uma empresa, da qual todos os clubes se tornariam sócios. Eles não precisariam deixar de ser associações civis sem fins lucrativos; apenas passariam a ser proprietários de um percentual desta S/A que administraria a liga.

A KPMG tem outra ideia. Na proposta dela, os clubes fariam parte de um consórcio – quando duas ou mais pessoas jurídicas firmam um contrato com obrigações e deveres comuns. Não chega a ser uma sociedade, juridicamente falando, mas uma união de esforços.

Esta figura detém um CNPJ e pode ter funcionários empregados diretamente por ela, mas não recolhe impostos típicos de uma companhia – como Imposto de Renda, PIS, Cofins, ICMS, IPI e ISS.

Em ambos os casos, os clubes entregariam seus ativos para que pudessem ser explorados coletivamente. Patrocínios de uniformes e transferências de atletas dificilmente farão parte do pacote. A decisão caberá, em ambas propostas, aos dirigentes. Os profissionais oferecem suporte para que as direções sejam escolhidas com maior precisão.

No caso do consórcio proposto pela KPMG, o negócio funciona com um prazo pré-estabelecido: um período entre 20 e 30 anos, também a ser definido pelos cartolas. Nesse meio tempo, os clubes dividiriam direitos e deveres. Depois dele, a estrutura poderia ser renovada ou desmontada.

As duas opções foram formuladas de maneira a facilitar a entrada de investidores. Zveiter afirmou aos dirigentes que parte da S/A da liga poderá ser vendida a fundos de investimento, enquanto representantes da KPMG disseram que fundos poderão comprar parte do consórcio.

De onde viria o dinheiro

Na reunião, números foram apresentados aos dirigentes. Flavio Zveiter estima que será possível captar com investidores US$ 750 milhões para a liga – no câmbio atual, equivalem a cerca de R$ 3,7 bilhões.

A KPMG foi um pouco mais conservadora na projeção. Seus representantes afirmaram aos cartolas que a captação com fundos de investimento deverá ficar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 3 bilhões.

Ambos miram fundos especializados em "private equity" – termo que o mercado usa para designar empresas estabelecidas e com capital fechado, ou seja, que não estão listadas em Bolsas de Valores.

Esses fundos aportariam dinheiro na liga para comprar parte dela. A lógica se aplica tanto à S/A quanto ao consórcio. Eles se tornariam sócios e passariam a ter direito a um percentual sobre as receitas futuras dos clubes. No longo prazo, recuperariam o investimento e lucrariam.

Aos clubes, a vantagem seria o recebimento imediato dessas cifras. Bilhões de reais, divididos entre os integrantes da liga, permitiriam que dirigentes pagassem dívidas. A desvantagem é que eles perderiam receitas futuras, que seriam redirecionadas aos investidores.

É por isso que esses profissionais, além de prometer a captação do investimento no mercado, insistem na promessa de aumentar receitas. Se o futebol brasileiro continuar com o tamanho que tem, a entrada de intermediários só tiraria dinheiro dos clubes. A torta precisa aumentar para que os pedaços fiquem mais generosos para todos que a comem.

A distribuição da grana

A KPMG entende que a divisão do dinheiro é um assunto a ser tratado depois. Primeiro os dirigentes precisam fundar a liga, escolher o operador e cuidar de questões jurídicas, depois definirão a distribuição tanto do investimento inicial, quanto das receitas operacionais.

O grupo de Flavio Zveiter já mostrou a dirigentes algumas simulações de como os recursos seriam divididos. São apenas proposições. As decisões serão dos cartolas que aderirem à liga, enquanto aos profissionais caberá fazer recomendações e executar os formatos definidos.

Quanto à captação inicial, as "luvas", o dinheiro seria distribuído assim:

  • 81,5% para a Série A
  • 18,5% para a Série B

Nas divisões em si, a distribuição ainda não está definida. Fatores como desempenho esportivo e tamanho de torcida devem ser levados em consideração para determinar os percentuais de cada clube.

Essas luvas cumprem três papéis. Ao mesmo tempo em que o aporte permite aos clubes o refinanciamento de dívidas, o negócio como um todo fica mais seguro para os investidores, que não querem ter "sócios" endividados e constantemente penhorados, e este dinheiro ainda serve de estímulo para que os cartolas sigam com o projeto da liga.

Nas receitas operacionais, a distribuição seria a seguinte:

Televisão aberta e fechada:

  • 50% iguais para todos os clubes da divisão
  • 50% condicionados à posição na tabela

Pay-per-view:

  • 70% condicionados à quantidade de assinantes
  • 30% iguais para todos os clubes da divisão

Internacional:

  • 40% iguais para todos os clubes da divisão
  • 30% condicionados à posição na tabela
  • 30% de acordo com "fama" (medida por pesquisa)

Nos patrocínios, as receitas seriam divididas de maneira totalmente igualitária, ou seja, 100% iguais para todos os clubes da divisão. A principal propriedade comercial seriam as placas de publicidade nos arredores do campo, que seriam uniformizadas e reduzidas em quantidade, para que o futebol tenha um aspecto mais agradável.

O dinheiro da primeira divisão também seria usado para financiar o futebol feminino com 2% de suas receitas. Logicamente, valores e percentuais dependem da concordância de todos os dirigentes.

Por último, é necessário lembrar que os percentuais acima se referem à "receita líquida", isto é, o valor arrecadado depois de duas deduções: (a) uma taxa de administração para custear a liga e seus profissionais contratados e (b) o percentual a ser repassado para investidores.

A reconfiguração dos campeonatos

A principal razão dessa união entre clubes é a maximização de receitas. Não fará sentido inserir um operador para a liga e um "sócio" (o fundo de investimentos), se o faturamento atual não for multiplicado em algumas vezes. Para que todos ganhem mais do que já têm hoje.

A partir daí, os grupos de executivos têm discursos que apontam para direções diferentes, não necessariamente conflitantes.

A KPMG encontra apoio na Dream Factory. A empresa tem duas décadas de atuação em marketing e promoção de eventos – o mais famoso deles, o Rock in Rio. Eles propõem que jogos sejam repaginados para que tenham maior apelo com público e mercado publicitário.

A proposta também é a da diversificação de receitas. Em vez de continuar dependente do "grande cheque" da Globo – palavras que os representantes da agência usaram ao defender o projeto –, o futebol precisa que novas fontes de receita sejam encontradas e expandidas, coletivamente, inclusive em meios digitais e criptoativos.

Tendo como principal idealizador nesta área o executivo Ricardo Fort, que foi vice-presidente global de patrocínios e eventos da Coca-Cola, depois de uma passagem por cargo similar na Visa também na esfera global, a turma de Zveiter tem sugestões para reconfigurar o futebol.

Campeonato Brasileiro e Série B passariam a ser disputados primordialmente aos fins de semana – de preferência, primeira divisão aos domingos e segunda aos sábados. Copa do Brasil e Libertadores ocupariam os meios de semana, como geralmente já acontece.

Também faz parte do plano ter uma pausa no meio da temporada, possivelmente em julho, para que clubes brasileiros possam fazer excursões e amistosos internacionais. Este é o período em que europeus estão em pré-temporada e abertos para partidas amistosas.

Na primeira divisão, a quantidade de rebaixados e promovidos seria reduzida. Em vez de quatro, seriam apenas três. Sendo que primeiro e segundo colocados na Série B subiriam automaticamente, enquanto terceiro e quarto disputariam a última vaga em um playoff.

Campeonatos estaduais não precisariam ser extintos; passariam a ser disputados por equipes sub-20 – pelo menos entre participantes da liga.

A reformulação do calendário tende impor grande resistência à liga por parte de dirigentes de federações estaduais. Eles se apropriam de parte das receitas com direitos de transmissão dos campeonatos estaduais, além de ficar com o dinheiro de patrocínios. A desvalorização de seus produtos afetaria diretamente as finanças das federações.

Quem são os profissionais

O projeto liderado por Flavio Zveiter tem a participação de alguns executivos brasileiros, como Ricardo Fort e Lawrence Magrath, e a consultoria de estrangeiros. Inclusive, participaram virtualmente da reunião com dirigentes Rick Parry, ex-chefe da Premier League (Inglaterra), e Paolo Dal Pino, atual presidente da Lega Serie A (Itália).

Esses são os nomes que assinam o projeto:

O projeto apresentado pela KPMG tem a coordenação da multinacional, com atuação em consultoria e conhecimento na área financeira, e a participação de empresas específicas para cada uma dessas áreas: jurídica, marketing e gestão fiduciária (necessária para que o consórcio seja operado de maneira transparente e conforme as leis brasileiras).

Esses são os nomes que assinam o projeto:

 

@blog do Rodrigo Capelo | GE

Postado

Olha, se a proposta for realmente viável, o Flamengo ia ser bem burro de não aceitar. 

No pior cenário apresentado, em média, cada clube na série A vai arrecadar 120 milhões de reais por ano, no campeonato. Considerando os resultados atuais, deve dar pra arrecadar bem mais.

A questão é que todo mundo iria ganhar bem mais também.

 

Postado
39 minutos atrás, bassplayer disse:

Olha, se a proposta for realmente viável, o Flamengo ia ser bem burro de não aceitar. 

No pior cenário apresentado, em média, cada clube na série A vai arrecadar 120 milhões de reais por ano, no campeonato. Considerando os resultados atuais, deve dar pra arrecadar bem mais.

A questão é que todo mundo iria ganhar bem mais também.

 

Mas esse é o problema, não é o quanto ganham, mas sim a diferença para os demais.

Postado
3 horas atrás, Léo R. disse:

Aí a tal liga vai ficar igual ao que é hoje. O que adiantou daí? Se a distribuição não for em sua maioria igualitária (deveria haver uma parcela dos valores que paga por ppv ou por desempenho, mas não pode ser maior que a "base" dos valores), não faz o menor sentido ter uma liga. Melhor ser cada um por si e foda-se. 

Eu to zoando, acho sim que tem que ser igualitária e no ppv que o time de maior adesão tem que receber mais. Acho que hoje as cotas de TV já são assim, uma parte igual, uma parte por posição e outra no ppv por torcedor.

Não podemos esquecer que os times grandes tem mais custo também, os jogadores ganham mais em times grandes. O mesmo jogador pede x para jogar no juventude e 2x para jogar no São Paulo.

 

Postado
20 minutos atrás, tod disse:

Eu to zoando, acho sim que tem que ser igualitária e no ppv que o time de maior adesão tem que receber mais. Acho que hoje as cotas de TV já são assim, uma parte igual, uma parte por posição e outra no ppv por torcedor.

Não podemos esquecer que os times grandes tem mais custo também, os jogadores ganham mais em times grandes. O mesmo jogador pede x para jogar no juventude e 2x para jogar no São Paulo.

 

Daí deveria haver um fair play financeiro aqui de verdade, acho que a cbf já estava tentando algo nesse sentido. Isso auxiliaria nessa questão dos custos maiores dos times grandes e também evitaria que os menores, que subissem pra série A, quebrassem. 

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