pesquisa Pesquisa sobre opinião de torcedores referente a homofobia no futebol brasileiro

[pesquisaKULeuven]

Olá,

Sou uma pesquisadora brasileira da Universidade Católica de Leuven (KU Leuven), na Bélgica, e estou conduzindo um estudo sobre a opinião dos torcedores relacionadas a presença de jogadores de futebol homossexual em times de futebol masculino.

Recentemente, o mundo do futebol tem presenciado atletas assumindo sua homossexualidade, bem como diversas intituições tem organizando campanhas no mundo todo para combater a homofobia no esporte, como foi o caso da revista de futebol alemã 11Freunde (11 Amigos), que reuniu centenas de jogadores de futebol em apoio a colegas LGBTQ+ e se posicionar contra a homofobia no esporte.

Link para a notícia: https://p.dw.com/p/3pYDX (publicado em 18 de Fevereiro de 2021)

No entanto, muitos jogadores não se sentem a vontade ainda para revelar sua orientação sexual publicamente, por temerem uma pressão de sua torcida, colegas e da imprensa. Algumas pessoas afirmam que o futebol brasileiro não está pronto para abraçar esta causa. Gostaria de avaliar como os torcedores de futebol no Brasil se sentem em relação a este tópico. Caso tenha interesse, por gentileza deixe seu comentário abaixo. Agradeço desde já pelo seu tempo e informação disponibilizados.

[PMLF]

Este tópico está no subforum errado, tem que ser movido.

[pesquisaKULeuven]

  Em 10/03/2021 em 18:11, PMLF disse:

Este tópico está no subforum errado, tem que ser movido.

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Ola! Me desculpe. Poderia indicar o subforum para que eu insira o post lá?

Obrigada.

[PMLF]

  Em 10/03/2021 em 18:17, pesquisaKULeuven disse:

Ola! Me desculpe. Poderia indicar o subforum para que eu insira o post lá?

Obrigada.

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É no subforum de futebol brasileiro: https://www.fmanager.com.br/forum/73-futebol-brasileiro/

Vi que você já postou lá.

[F J]

De minha parte não teria nenhum problema, mas sei que a torcida em geral do Palmeiras não apoiaria e perseguiria, como aconteceu quando foi cogitada a contratação do Richarlyson em 2005

[PMLF]

Acho que o que importa é o que o jogador faz dentro de campo.

[phoulis]

Obviamente não tenho problema nenhum com jogadores homossexuais jogando no meu time e acho que eles devem ser protegidos de qualquer tipo de assédio homofóbico, porém quando essa luta vira policiamento de “zoeira”, por exemplo quando se quer censurar um torcedor chamar o outro de bambi/bixa/maria/galinha etc, aí já acho bobagem. 

[JGDuarte]

  Em 10/03/2021 em 18:45, phoulis disse:

Obviamente não tenho problema nenhum com jogadores homossexuais jogando no meu time e acho que eles devem ser protegidos de qualquer tipo de assédio homofóbico, porém quando essa luta vira policiamento de “zoeira”, por exemplo quando se quer censurar um torcedor chamar o outro de bambi/bixa/maria/galinha etc, aí já acho bobagem. 

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Não acha que o uso de tais termos como forma de "zoeira" só atrapalha o combate à homofobia e é até mesmo uma torma de manifestá-la, ainda que "inconscientemente"? Como se ser bambi/bixa/maria/galinha fosse algo vergonhoso? 

[phoulis]

  Em 10/03/2021 em 18:58, JGDuarte disse:

Não acha que o uso de tais termos como forma de "zoeira" só atrapalha o combate à homofobia e é até mesmo uma torma de manifestá-la, ainda que "inconscientemente"? Como se ser bambi/bixa/maria/galinha fosse algo vergonhoso? 

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Não discordo em teoria, mas até onde a gente leva esse princípio? “VTNC” é de origem homofóbica também (como se “tomar no cú” fosse algo vergonhoso). Pode parecer boba a comparação, mas é só para ilustrar como o tema é complexo e enraizado no vocabulário popular.

Historicamente falando, não há (que eu saiba) algum exemplo claro de certos termos ou palavras que foram banidas com sucesso. A língua se modifica naturalmente, muito difícil, se não impossível, impor algo assim.

Minha “solução” seria simplesmente adotar esses termos, como eu disse, na zoeira mesmo. 

[JGDuarte]

  Em 10/03/2021 em 20:11, phoulis disse:

Não discordo em teoria, mas até onde a gente leva esse princípio? “VTNC” é de origem homofóbica também (como se “tomar no cú” fosse algo vergonhoso). Pode parecer boba a comparação, mas é só para ilustrar como o tema é complexo e enraizado no vocabulário popular.

Historicamente falando, não há (que eu saiba) algum exemplo claro de certos termos ou palavras que foram banidas com sucesso. A língua se modifica naturalmente, muito difícil, se não impossível, impor algo assim.

Minha “solução” seria simplesmente adotar esses termos, como eu disse, na zoeira mesmo. 

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Entendo o que você quer dizer e concordo que esse tipo de mudança não acontece do dia pra noite, mas acho que já houve muita mudança positiva nesse sentido, porque o próprio humor muda, e até relativamente rápido. 

Não sei se você assiste ao canal Desimpedidos, mas me lembro bem que há uns 5 anos fazia muito sucesso esse tipo de zoeira, como no apelido "Fred Boiola" e no "momento boiola", que era uma das partes que mais fazia sucesso no canal. Com o tempo, isso foi sumindo, propositalmente; quando começaram a mudar, lembro que houve críticas de que o canal havia virado "nutella" e tal, mas com o tempo eles se reinventaram e coninuaram fazendo bastante sucesso, até mais que antes. Hoje, quando vejo vídeos da época (nem faz muito tempo, cinco anos é pouca coisa), nem acho mais tão engraçado, e eu lembro que rachava o bico assistindo aos vídeos deles naquele momento. 

Acho que a homofobia aparece velada nesse tipo de manifestação. Inclusive, o medo que muitos atletas têm em se assumir se acentua no meio futebolístico também por ter tanto disso nas suas entranhas. É um público bem mais preconceituoso.

Não sou radical a ponto de ficar cagando regra de que falar um "vtnc" ou "viado" é uma grande demonstração de homofobia, porque na maioria das vezes acontece por pura tradição, mas considero muito positivo iniciativas que desincentivem a repetição desses hábitos pra próximas gerações. O humor cotidiano pode, sim, se reinventar, no meu entendimento.

[Lowko é Powko]

  Em 10/03/2021 em 20:11, phoulis disse:

Não discordo em teoria, mas até onde a gente leva esse princípio? “VTNC” é de origem homofóbica também (como se “tomar no cú” fosse algo vergonhoso). Pode parecer boba a comparação, mas é só para ilustrar como o tema é complexo e enraizado no vocabulário popular.

Historicamente falando, não há (que eu saiba) algum exemplo claro de certos termos ou palavras que foram banidas com sucesso. A língua se modifica naturalmente, muito difícil, se não impossível, impor algo assim.

Minha “solução” seria simplesmente adotar esses termos, como eu disse, na zoeira mesmo. 

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Como o @JGDuarte muito bem descreveu, as mudanças são graduais e dependem também de uma abertura de cada indivíduo.

O que me chamou a atenção foi a afirmação de que a língua de modifica naturalmente. Recentemente houve uma discussão igual no Off Topic. Acho estranha essa noção, dado que a língua, ainda que fenômeno social complexo, não tem vida própria nem muda à margem dos indivíduos. E aí há um outro problema, que é com a palavra "natural". Esse processo de restrição de linguagem é absolutamente natural. Da mesma forma que a exclusão do "preto sujo", "cabelo ruim" e outras expressões, para ficar no campo do racismo, são cada vez menos aceitas.

[PesquisaFutebol]

Olá!  A pesquisa permanecerá ativa neste fórum por mais algumas semanas. Gostaria de ouvir a opinião de vocês sobre o tema.

Abraços,
Juliana

[Peepe]

Caso um jogador assuma sua homossexualidade, acredito que clube, própria torcida e até companheiros seriam receptivos. O problema que o futebol brasileiro culturalmente é sem limites e vive de estereótipos, que pautam torcidas até os dias de hoje, e isso geraria uma pressão no jogador assumido sempre que o adversário quisesse desestabilizá-lo.

Dentro do tópico mencionaram o jogador Richarlison, ex-São Paulo, que nunca se assumiu mas tinha a fama de ser homossexual. Para o clube em si pouca coisa mudou, até porque ele nunca assumiu, mas os cânticos ofendendo o jogador eram presentes em todos os jogos do São Paulo fora de casa. Isso já faz mais de 10 anos e acho que evoluímos, não seria algo visto com tanta naturalidade, mas ainda vejo como o principal obstáculo a ser superado, porque na visão comum do torcedor médio brasileiro "é só zoeira" e "vale tudo para pressionar o adversário".