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Falece aos 37 anos Maxim Tsigalko


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Falece aos 37 anos Maxim Tsigalko, lenda do Championship Manager que não teve a mesma sorte na vida real

Leandro Stein, 25 de dezembro de 2020 | 12:22

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Maksim Tsyhalka teve uma carreira modesta como futebolista profissional. O atacante belarusso passou grande parte de sua trajetória no Dinamo Minsk, sem ir muito além. Rodou por outros clubes do país, assim como atuou no Cazaquistão e na Armênia. Além disso, disputou duas partidas com a seleção principal de Belarus, mais vezes presente pela equipe nacional sub-21. No entanto, a fama de “Maxim Tsigalko” (grafado desta maneira) superou bastante sua qualidade. O jovem foi um dos primeiros craques do Championship Manager no início dos anos 2000. A quem curtia o game, uma lenda que se perde neste 25 de dezembro, aos 37 anos.

A morte de Tsyhalka foi confirmada pelo Dinamo Minsk, onde o atacante iniciou a carreira e atuou por quatro temporadas como profissional, entre 2001 e 2004. “Em seu 38° ano, o coração de Maksim Tsyhalka parou de bater”, foi a mensagem dos alviazuis. O belarusso atuou em 65 partidas pelo clube, anotando 28 gols. Conquistou títulos do Campeonato Belarusso e também da Copa de Belarus. De qualquer maneira, foi mesmo na tela do computador que o craque colecionou seus maiores feitos.

Nascido em Minsk, ainda na antiga União Soviética, Tsyhalka era visto como um fenômeno nas categorias de base do Dinamo. Tinha ótimos números com os juniores e também quando passou a atuar no segundo quadro dos alviazuis. Veloz e artilheiro, acabou chamando atenção do produtor do Championship Manager 2001/02 durante a construção dos atributos. Virou um fenômeno por sua qualidade no game e também por sua capacidade de evolução. Assim, vários usuários passaram a fazer o mesmo negócio certeiro: compravam por um preço baixo o prodígio belarusso, que logo se transformaria em craque no jogo e empilharia gols.

Dentro de campo, a carreira de Tsyhalka não seguiu a mesma progressão. Teve bons momentos como profissional do Dinamo, mas não a ponto de se transferir a centros maiores da Europa. A maior chance aconteceu quando recebeu o convite para ser testado no Marítimo, de Portugal. Logo no primeiro treino, sofreu uma séria lesão no ligamento cruzado do joelho e nunca se recuperou completamente. Ali, suas perspectivas começavam a se fechar. Sua passagem pela seleção sub-21 não garantiu tantos gols e, pela equipe principal de Belarus, seu único tento veio num amistoso contra o Uzbequistão em 2003. Neste momento, ficava claro que a promessa se restringia ao game.

Campeão nacional em 2004, Tsyhalka deixou o Dinamo Minsk pouco depois. Atuou ainda no Naftan Novopolotsk, uma equipe menor de Belarus. Também passou por Kaisar, do Cazaquistão, e por Banants, da Armênia, sem durar muito. Em 2008, encerrou a carreira aos 25 anos com a camisa do Savit Mogilev em seu país. As seguidas contusões minaram o seu caminho, sobretudo pelos problemas no joelho. O fenômeno dos games levaria depois uma vida comum, tentando se virar longe da bola.

Sem que o CM se popularizasse tão cedo por Belarus, Tsyhalka soube de sua fama apenas anos depois, através de jornalistas. Ficou em choque diante da informação de que era mundialmente conhecido. O ex-atacante sequer tinha um computador ou um videogame na época. E não pôde capitalizar com o sucesso, mesmo aclamado por muitos como lenda. “Infelizmente, nunca ganhei um centavo com isso. Por outro lado, eu também não sou uma lenda. Lendas são pessoas que alcançaram grandes feitos – mas na realidade”, declarou, à revista 11 Freunde.

Curiosamente, quem teve uma carreira um pouco mais longa foi o irmão gêmeo de Maksim, Yury Tsyhalka. O goleiro também começou no Dinamo Minsk e atuou em 61 partidas pelo Campeonato Belarusso. Depois rodou por diferentes clubes do país, com destaque ao Dinamo Brest, onde chegou a vencer a copa nacional. Também passou pelo futebol da Romênia e do Cazaquistão. Além disso, entre 2010 e 2013, manteve-se como titular na meta do Shakhtyor Soligorsk, em Belarus. Pela seleção principal, foram três aparições do arqueiro. Aposentado aos 30 anos, virou sócio de Maksim em um restaurante que logo faliu.

Além do restaurante, Maksim Tsyhalka também trabalhou na construção civil para garantir o sustento da família – com esposa e duas filhas.  Ainda buscou uma oportunidade para trabalhar no futebol ao pendurar as chuteiras, mas viu as portas se fecharem nos clubes belarussos. O esporte virou apenas um passatempo de final de semana, mesmo com os movimentos limitados nos joelhos. As dores nas pernas também impediam que o ex-jogador realizasse trabalhos mais pesados.

A causa da morte de Tsyhalka não foi divulgada, mas o ex-atacante enfrentava problemas de saúde nos últimos anos. Por conta de sua situação financeira, fãs do CM criaram uma petição pedindo que o belarusso ganhasse uma oportunidade de trabalho em 2018. A glória sempre foi virtual a um jogador que enfrentou dificuldades como tantos outros. Ao menos, há uma legião de fanáticos que ajudará a preservar seu nome durante anos além de sua vida.

Fica a sugestão de leitura também ao obituário do amigo Emanuel Colombari, no sempre ótimo Última Divisão.

Trivela

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Que triste cara, fui olhar umas aleatoriedades na madrugada e vi isso. Nunca vi o rosto do cara mas é marcante na minha vida. Até hoje jogo isso e ele é obviamente um dos motivos. Muito novo, uma pena. Esse maluco se aprende inglês poderia ser um influencer do jogo e rentabilizar um pouco.

Tinha o Nikiforenko também. Sempre levava os 2 para o Brasil hahahahah

Postado

Poxa, chateado aqui. E que bacana o pessoal tentando ajudá-lo com trabalho. Deve ter sido um perrengue não ter conseguido certos trabalhos por conta de dores nas articulações, que convenhamos já eram dificeis por si só né. E curioso esse jeito mais humilde dele. Podia ter explorado mais esse lado pra faturar alguma graninha extra.

  • Diretor Geral
Postado

Caralho, 37 anos? Se não foi algum acidente fatal, certamente foi algo congênito porque... o cara era NOVO PRA CACETE. Que triste isso. E a própria matéria é bastante melancólica também, saber que o cara teve uma vida fodida, cheia de revés e que a fama virtual não conseguiu atingi-lo positivamente em nada é bem triste.

Se é que serve de consolo, o nome dele sempre será lembrado entre as comunidades manager que mantém vivas as memórias dos jogos (CM/FM).

Já marcou mt gol pra mim esse rapaz (e pra milhares de outros managers com certeza haha), que descanse em paz agora.

 

21 hours ago, tod said:

[...] Nunca vi o rosto do cara mas é marcante na minha vida. [...]

Eu fui ver a cara dele MUITO tempo depois de ter jogado CM...

Spoiler

Steam Workshop::Maxim Tsigalko

 

Postado

Bah, que merda. Tsigalko marcou demais uma geração de managers. Lembro dele fazer um gol do meio de campo com meu time, na época vibrei com o gol que o Pelé não fez, hahaha.

RIP, lenda! 

  • 2 meses depois...
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Nossa, chocado com isso. E triste. Já tinha lido uma matéria recente sobre ele e sua relação com a fama no jogo. Parecia que já estava doente. Realmente uma pena não só a perda mas todos os percalços que ele passou e não ter podido ou faltar visão de poder capitalizar com a fama. Poderia realmente ter virado um Youtuber do jogo ou trabalhado com alguma coisa na SI de consultoría ou marketing. Com certeza seria bem sucedido. Me lembra um pouco o Wendell Lira, sorte que este teve visão e se direcionou pra onde ele poderia colher frutos, pois já estava TB em situação critica no lado pessoal. 

E ledo engano meu caro, você é e sempre será uma lenda. 

 

 

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