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Primeiro tempo de jogo foi a nata do TOCO Y ME VOY. 

Chega a beirar o vexatório quando a gente vê futebol aqui no Brasil e os caras inventam as maiores desculpas possíveis pra falar que não dá pra jogar um futebol de intensidade, pressão, ofensivo, que não se acovarda. Futebol bem jogado, mesmo.

O Leeds, se pegar o XI inicial, eu duvido que muita gente consiga identificar mais de 2 ou 3 jogadores. A grande maioria é de gente desconhecida. Veio da segunda divisão pro campeonato mais competitivo do mundo. Meteu dois gols no Liverpool, um numa jogada monstruosa e outro numa pressão do atacante, que foi até o fim da jogada e viu o erro do zagueiro. E tudo isso com um bando de jogador desconhecido, medíocre mesmo. 

A grande diferença é técnico, rapaz. Técnico muda tudo. É por isso que tem que dar tempo pra quem quer fazer o diferente. Essa ruindade (não dá nem pra chamar de mediocridade mais) que a gente tem aqui no futebol brasileiro é triste demais. Além de várias questões de profissionalismo, falta mesmo é técnico. Ou alguém vai dizer que tem mais qualidade na segunda divisão da Inglaterra do que na primeira do Brasil?

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Bielsa incomodando muito o Liverpool fora de casa e com um time recém promovido.

Mito demais.

 

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Que tecnico senhores, que técnico. Ele merecia boas oportunidades e longas sequencias.

  • SilveiraGOD. mudou o título para Liverpool 4 x 3 Leeds
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O Liverpool me obriga a comer um segundo potão de salada.

Como espetáculo foi um jogo imperdível. Bielsa vai fazer muito jogo top nessa temporada. Futebol bem jogado, ofensivo, intenso. Muito, muito bom.

Pensando do lado do Liverpool: horroroso. Muita coisa pra resolver ainda.

VEM, THIAGO.

  • Diretor Geral
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Rapaz, que jogo doido hahahaha... bom demais. Leeds se mantiver essa pegada tende a brigar por meio de tabela pra cima, hein? A ver como vão suportar a maratona de jogos e tudo mais, mas se não fosse o pênalti infantil cometido pelo Rodrigo, o início seria extremamente promissor.

Liverpool me pareceu ainda meio fora de ritmo, descalibrado. Muitas falhas individuais, falta de conexão em troca de passes no ataque (algo raro nesse time), enfim. Quase custou 2 pts.

 

1 hour ago, SilveiraGOD. said:

[...]

A grande diferença é técnico, rapaz. Técnico muda tudo. É por isso que tem que dar tempo pra quem quer fazer o diferente. Essa ruindade (não dá nem pra chamar de mediocridade mais) que a gente tem aqui no futebol brasileiro é triste demais. Além de várias questões de profissionalismo, falta mesmo é técnico. Ou alguém vai dizer que tem mais qualidade na segunda divisão da Inglaterra do que na primeira do Brasil?

Acho que nessa questão ainda temos problemas estruturais importantes que dificultam bastante a implementação de um futebol de intensidade e posse (infraestrutura, estado dos gramados por exemplo), mas concordo contigo que passa mt pelo treinador e, guardadas as proporções, daria pra fazer MUITO MELHOR por aqui do que estão fazendo atualmente.

Não à toa já vimos trabalhos indo nessa direção por aqui, de treineiros estrangeiros e que passaram longe de "inventar a roda" no futebol mas souberam aplicar suas filosofias de uma forma "praticável" aqui dentro (Jesus, Sampaoli, agora o Coudet, enfim).

 

Nossos problemas são vários, e estão enraizados (isso que nos fode mais). Não é só o técnico, embora ele seja parte importante dessa equação.

Postado

Tem tbm a relação de inteligência dos atletas. O entendimento do jogo dos atletas na Europa é maior do que no Brasil. Tá mudando, mas ainda falta um bom chão pela frente. Fora as questões táticas, cultura do futebol, entre outras coisas. 

Sobre o jogo, muito bom. Tem que manter mesmo com as futuras pressões que terão pela frente e a queda de rendimento que os times do Bielsa tem durante a temporada. 

 

 

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6 minutos atrás, Aleef disse:

Tem tbm a relação de inteligência dos atletas. O entendimento do jogo dos atletas na Europa é maior do que no Brasil. Tá mudando, mas ainda falta um bom chão pela frente. Fora as questões táticas, cultura do futebol, entre outras coisas. 

Sobre o jogo, muito bom. Tem que manter mesmo com as futuras pressões que terão pela frente e a queda de rendimento que os times do Bielsa tem durante a temporada. 

 

 

Acho que essa questão de inteligência passa pela formação dos muleques. Jogador de futebol aqui basicamente abandona a escola, e se os treinadores não são muito qualificados, não vão aprender nada de tática.

Aí tu forma um cara que não aprendeu e não sabe aprender.

Postado

Na média, o técnico brasileiro é soberbo. Tem aquela ideia de que brasileiro nasce com o dom do futebol, seja pra jogar ou treinar. Não estudam, nao inovam, ficam nessa de motivador (renato, estou falando com você) e o futebol brasileiro que perde.

O jogador formado aqui quase sempre é um asno taticamente, a sorte é que aqui 9,9/10 garotos querem ser jogador, entao daí se tira muito cara talentoso e na europa, ou com um bom treinador aqui, aprendem algumas coisas.

Postado
34 minutos atrás, pedrobello disse:

Acho que essa questão de inteligência passa pela formação dos muleques. Jogador de futebol aqui basicamente abandona a escola, e se os treinadores não são muito qualificados, não vão aprender nada de tática.

Aí tu forma um cara que não aprendeu e não sabe aprender.

Fator cultural também impossibilita. O Silvinho esses dias disse uma coisa interessante. Que os atletas brasileiros até um tempo atrás só queriam jogar e jogar e não iam estudar, diferente dos argentinos que iam toda semana no curso da UEFA.  Não pensavam além. 

O que rolava nos bastidores do Flamengo na época do JJ é que os atletas não tinham um entendimento tático profundo. E a base foi reformulada, então acho que é mais cultural. Falando em JJ, teve o lance do Wendel no Sporting, que dizia que os jogadores brasileiros eram muito bons, mas não tinham entendimento tático. 

Eu me lembro que teve uma época que os atletas do Athletico da base, liam as obras da editora grande área. Eu acho essencial isto, mas a maioria dos clubes faltam estruturas que possibilitem isto, fora os problemas intelectuais dos atletas, na verdade, da nossa sociedade no que tange a educação. Maioria tem que abandonar os estudos para ficar focado no futebol por causa das condições que vivem.

São muitas coisas que temos que ver. 

Postado
3 minutos atrás, Aleef disse:

Fator cultural também impossibilita. O Silvinho esses dias disse uma coisa interessante. Que os atletas brasileiros até um tempo atrás só queriam jogar e jogar e não iam estudar, diferente dos argentinos que iam toda semana no curso da UEFA.  Não pensavam além. 

O que rolava nos bastidores do Flamengo na época do JJ é que os atletas não tinham um entendimento tático profundo. E a base foi reformulada, então acho que é mais cultural. Falando em JJ, teve o lance do Wendel no Sporting, que dizia que os jogadores brasileiros eram muito bons, mas não tinham entendimento tático. 

Eu me lembro que teve uma época que os atletas do Athletico da base, liam as obras da editora grande área. Eu acho essencial isto, mas a maioria dos clubes faltam estruturas que possibilitem isto, fora os problemas intelectuais dos atletas, na verdade, da nossa sociedade no que tange a educação. Maioria tem que abandonar os estudos para ficar focado no futebol por causa das condições que vivem.

São muitas coisas que temos que ver. 

O certo era ter escola no clube né. Escola que não necessariamente ensinasse o que é Seno Cosseno e Tangente, mas que pelo menos desse uma importância de estudo pra molecada. O Vasco tem a Escola Vasco, mas é muuuuuito mal gerida. Imagina se todo jogador tivesse uma aula explicando o que cada alimento contribui (ou atrapalha) no desempenho dele, se soubessem mais de legislação e não ficassem tanto na mão de empresário...

 

  • Vice-Presidente
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14 hours ago, SilveiraGOD. said:

A grande diferença é técnico, rapaz. Técnico muda tudo. É por isso que tem que dar tempo pra quem quer fazer o diferente. Essa ruindade (não dá nem pra chamar de mediocridade mais) que a gente tem aqui no futebol brasileiro é triste demais. Além de várias questões de profissionalismo, falta mesmo é técnico. Ou alguém vai dizer que tem mais qualidade na segunda divisão da Inglaterra do que na primeira do Brasil?

A grande diferença é jogador mesmo. Nós ficamos, normalmente, com a terceira ou quarta safra de jogadores por aqui. Temos que ficar com jogadores de quinta ou sexta categoria sendo titulares semanalmente porque quem é ótimo está lá fora, quem é bom está lá fora, quem é médio está lá fora e até quem é ruim está lá fora. Jogadores como o Everton Ribeiro são raros de termos aqui por mais de uma temporada.

Não é uma defesa dos treinadores brasileiros, são ruins mesmo, e os que podem ser bons são triturados pela conturbado ambiente futebolístico daqui. Mas, é meio simplista analisar por uma ótica única algo que é totalmente variável.

O livro Soccernomics fez uma análise e descobriu que técnicos tem menos de 20% de participação no resultado e sucesso de um clube de futebol.

O que faz diferença é planejamento, análise e prospecção de atletas e bom uso de dinheiro, além é claro, de uma estrutura que proporcione tempo e tranquilidade para treinar. Você pode ensinar tática pra um jogador na base da orientação e conversa, mas, não pode ensinar algo que demanda técnica e repetição se ele não tiver tempo pra treinar.

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8 horas atrás, Henrique M. disse:

A grande diferença é jogador mesmo. Nós ficamos, normalmente, com a terceira ou quarta safra de jogadores por aqui. Temos que ficar com jogadores de quinta ou sexta categoria sendo titulares semanalmente porque quem é ótimo está lá fora, quem é bom está lá fora, quem é médio está lá fora e até quem é ruim está lá fora. Jogadores como o Everton Ribeiro são raros de termos aqui por mais de uma temporada.

Não é uma defesa dos treinadores brasileiros, são ruins mesmo, e os que podem ser bons são triturados pela conturbado ambiente futebolístico daqui. Mas, é meio simplista analisar por uma ótica única algo que é totalmente variável.

O livro Soccernomics fez uma análise e descobriu que técnicos tem menos de 20% de participação no resultado e sucesso de um clube de futebol.

O que faz diferença é planejamento, análise e prospecção de atletas e bom uso de dinheiro, além é claro, de uma estrutura que proporcione tempo e tranquilidade para treinar. Você pode ensinar tática pra um jogador na base da orientação e conversa, mas, não pode ensinar algo que demanda técnica e repetição se ele não tiver tempo pra treinar.

Eu discordo bastante dessa ideia.

A gente já viu times jogando bem aquii no Brasil, inclusive com jogadores de paulistinha, jogando um futebol com saída de bola, com triangulações, com pressão, com intensidade. Podem falar o que quiserem, mas o Diniz já fez isso com o Audax. Lá sim esbarrou na falta de qualidade. O Tiago Nunes fez isso com o Aflético. O Sampaoli tá fazendo isso no Atlético (ou alguém acha que o Santos vai ser vice-campeão de novo sem o Sampaoli?). O Coudet tá fazendo isso no Inter (já tinha feito no Racing, que tem um bando de jogador meia boca). Pra mim é uma grande desculpa porque treinador bom acaba fazendo trabalho bom aqui, então não dá pra dizer que a culpa é pelos jogadores serem ruins.

E basta ver quem são os jogadores do Leeds, por exemplo. Eu tenho sérias dúvidas que eles fardem em times grandes se tivessem nascido no Brasil. Os caras são quase que completos desconhecidos. Eu só conheço boa parte (não a maioria, só parte) porque eu acompanho futebol inglês e o Leeds é um dos queridinhos, mas especialmente por causa do trabalho do Bielsa e justamente porque ele tava se destacando muito na Championship.

Outro time que também foi bastante impressionante e dessa vez na PL é o Sheffield United. Os caras subiram da segunda divisão e o trabalho mais difícil de longe é se manter. Não só ficou em nono lugar (e chegou até a ficar no top 4) como também apresentou um trabalho com um jogo ofensivo, intenso, com controle de jogo. Olha os jogadores do Sheffield e me diz quem seria titular nos times grandes aqui no Brasil?

Como diz o Pirlo, futebol não se joga com o corpo, se joga com a cabeça. Quando tu tem um treinador pra te fazer pensar fora da caixa, o método de treinamento correto e tempo pra trabalhar, tu melhora muito. Olha o que virou a ruindade do Arão? O cara era bizarro, mas foi chegar um técnico decente e ele virou outra coisa.

E aí, além do problema dos técnicos, a gente também tem um problema a nível de direção.

Pra fazer um futebol mais bonito, vistoso, intenso, ofensivo, bem jogado, tu vai ter problemas. Não vai implementar as coisas de uma hora pra outra. O Sampaoli eu acho que é o único técnico dos que a gente conhece que tá pouco se fodendo pro que acham. Se perder, perdeu. Não vai mudar a forma de jogar por pressão de torcida ou direção. 

Agora, pega o Diniz, por exemplo. Já mudou. Já não é mais todo aquele TOCO Y ME VOY de antes porque ele sabe que se não entregar resultado, ele vai pra rua. Outro que mudou também? O Coudet. O Coudet antes pressionava durante 90 minutos de jogo. Hoje, faz 1x0 e já começa a especular contra-ataque. 

Os técnicos que pensam fora da caixa não conseguem fazer um trabalho porque a pressão chega, a busca por resultados chega e aí a gente fica nessa mediocridade aqui no Brasil. Se não der o clique rapidinho, o cara vai pra rua sem dó nem piedade. E aí tu vai trabalhar como assim? Aí o jeito é mudar a forma de jogar e a gente volta ao ciclo do péssimo futebol no Brasil. Falta jogador? Falta pra aumentar o nível do futebol, não pra fazer um trabalho diferenciado. Falta é técnico e falta profissionalismo o suficiente pra entender que um trabalho tem estágios, e que esses primeiros estágios não vão ser bons. Se forem bons, é porque o teu time é muito acima da média (caso claro do Flamengo) ou porque simplesmente clicou, porque não é assim que futebol funciona ao meu ver.

 

  • Vice-Presidente
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10 minutes ago, SilveiraGOD. said:

Olha o que virou a ruindade do Arão? O cara era bizarro, mas foi chegar um técnico decente e ele virou outra coisa.

Como a maior parte do que você disse que é ginástica intelectual para levar para o seu viés de confirmação, ou coisas que acabam no que disse ali no final, vou só contar uma historinha a respeito de uma parte que acho interessante, já que você citou o atleta e o treinador.

O Arão não era bizarro, jogou muitíssimo bem no Botafogo, tanto é que foi pro Flamengo, sendo disputado por várias outras equipes daqui. Começou muito bem no Flamengo, depois caiu vertiginosamente de qualidade. Quando o JJ chegou, ele era bastante descartado e todo mundo da estrutura do Flamengo vivia tecendo elogias ao Cuéllar, que estavam com medo de perder o atleta. O Jesus simplesmente disse. "Mas, o bom não era o outro?". O outro, no caso, o Arão. O Jesus não transmitiu forças mágicas e fez brotar futebol no Arão. O futebol estava lá, a diferença é que o treinador de verdade enxergou o futebol no atleta, e lhes forneceu a ferramenta para que o atleta pudesse jogar o seu melhor futebol.

Se treinador fosse a parte mais importante, os treinadores que vivem de sistemas específicos como o Guardiola, o Klopp, o Sampaoli, o Bielsa, o Jesus não viviam solicitando jogadores que se encaixam dentro do sistema que eles utilizam em campo. Os próprios nomes elencados por você já demonstram que eles precisam dos jogadores certos.

E vejo você dando muita ênfase à reputação, ao conhecimento prévio dos atletas por outras pessoas. Não é porque ninguém conhece antes que um atleta não possa ter um nível maior do que aquele que ele está. Saber reconhecer um bom jogador antes de todo mundo é mérito.

Treinador bom é importante? É. O grande diferencial? Não. É uma das peças em uma grande engrenagem. Na sua opinião, o Tiago Nunes é bom treinador, deu errado no Corinthians. Se treinador bom fosse o grande diferencial, não era tão questionado e não teria sido demitido.

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21 minutos atrás, Henrique M. disse:

Como a maior parte do que você disse que é ginástica intelectual para levar para o seu viés de confirmação, ou coisas que acabam no que disse ali no final, vou só contar uma historinha a respeito de uma parte que acho interessante, já que você citou o atleta e o treinador.

O Arão não era bizarro, jogou muitíssimo bem no Botafogo, tanto é que foi pro Flamengo, sendo disputado por várias outras equipes daqui. Começou muito bem no Flamengo, depois caiu vertiginosamente de qualidade. Quando o JJ chegou, ele era bastante descartado e todo mundo da estrutura do Flamengo vivia tecendo elogias ao Cuéllar, que estavam com medo de perder o atleta. O Jesus simplesmente disse. "Mas, o bom não era o outro?". O outro, no caso, o Arão. O Jesus não transmitiu forças mágicas e fez brotar futebol no Arão. O futebol estava lá, a diferença é que o treinador de verdade enxergou o futebol no atleta, e lhes forneceu a ferramenta para que o atleta pudesse jogar o seu melhor futebol.

Se treinador fosse a parte mais importante, os treinadores que vivem de sistemas específicos como o Guardiola, o Klopp, o Sampaoli, o Bielsa, o Jesus não viviam solicitando jogadores que se encaixam dentro do sistema que eles utilizam em campo. Os próprios nomes elencados por você já demonstram que eles precisam dos jogadores certos.

E vejo você dando muita ênfase à reputação, ao conhecimento prévio dos atletas por outras pessoas. Não é porque ninguém conhece antes que um atleta não possa ter um nível maior do que aquele que ele está. Saber reconhecer um bom jogador antes de todo mundo é mérito.

Treinador bom é importante? É. O grande diferencial? Não. É uma das peças em uma grande engrenagem. Na sua opinião, o Tiago Nunes é bom treinador, deu errado no Corinthians. Se treinador bom fosse o grande diferencial, não era tão questionado e não teria sido demitido.

Foi como tu disse, o Jesus não transmitiu forças mágicas. Ele foi inteligente o suficiente pra colocar o Arão numa função onde ele pode jogar futebol da melhor maneira. E depois disso ele virou outro jogador pra mim. Nunca achei ele bom jogador antes, jamais. A torcida do Flamengo também não, aparentemente. Foi o técnico que fez o Arão crescer porque o técnico foi bom o suficiente pra perceber isso.

Guardiola e Klopp não jogam em sistemas específicos. Aliás, tanto o Barcelona dos tempos de Guardiola quanto o Dortmund dos tempos do Klopp são times completamente diferentes dos atuais. Eles aprenderam a jogar de outras formas. O próprio Liverpool de hoje já é muito diferente do Liverpool de dois ou três anos atrás. Jogar de uma forma base não significa jogar sempre no mesmo sistema. Os times do Guardiola, hoje, são muito mais intensos do que o dos tempos de Barcelona. O Liverpool do Klopp, hoje, é muito mais cadenciador do que não só o Dortmund, mas também do próprio Liverpool de 15/16 a 17/18.

O Leeds terminou a temporada em 13º lugar. Aí chegou o Bielsa e eles foram pra terceiro, depois primeiro. Se tu acha que a diferença são os grandes craques da segunda divisão da Inglaterra e não o técnico, aí eu não tenho mais o que dizer.

O Tiago Nunes, do que a gente tem hoje, demonstrou um futebol diferente do que a grande maioria dos times jogam aqui. O problema é que falta respaldo (pelo que se diz, o Sánchez era o único que dava apoio a ele e foi quem cedeu à pressão, porque por ele não demitiria).

Tu sabe quem seria demitido no Brasil? O Klopp. Ele mesmo. Logo quando chegou começou a mudar o sistema. A gente perdeu vários jogos, jogou mal várias vezes, terminou a temporada em oitavo lugar. A diferença é que a direção apostou no Klopp e deu pra ele tempo mais que suficiente pro time se desenvolver porque sabia que a gente tava com um técnico muito acima da média (a nível de Europa). Aqui no Brasil, pra mim, quem consegue desenvolver um trabalho como Diniz e Tiago Nunes, como o próprio Roger, como o Renato, como Sampaoli, e afins, são caras que precisam sim de mais tempo. 

No Brasil, treinador bom é treinador que ganha, não interessa como. Se o treinador precisar de tempo pra chegar num estágio e fazer fora da caixa, ele é demitido. As únicas opções que o cara tem são chegar e clicar ou mudar o estilo de jogo, como vários técnicos acabam fazendo. Qualquer coisa diferente disso vira demissão.

Jogador tem e a gente tem trabalhos bons pra mostrar que isso não é um impeditivo, pra mim tá mais do que comprovado. O que falta é técnico top e coragem pra fazer diferente tendo respaldo de quem te contratou. E também tem a ver com o torcedor, que é um animal e critica qualquer coisa que não a vitória. 

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