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Eu amo o Dinheiro! A história de um mercenário na América do Sul


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pena que nenhuma mudança tática tenha surtido efeito contra os times melhores.

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Realmente uma pena esse final melancólico, como você bem disse. Acredito que esse tenha sido o time queno Nandez mais se identificou até agora, e que mais teria prazer em ajudar. Porém, o FM é isso aí, aprendizado em cima de aprendizado, espero que possa ter aprendido alguma coisa em relação as mudanças táticas, pq no futuro encontrará situações semelhantes. Quanto ao futuro, espero que possa encontrar um time que te receba tão bem quanto o Potosi. Quem sabe tá na hora de arriscar um Brasil? Hahah

Boa sorte na sequência, Pepe!

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Final de temporada meio água de chuchu, mas o importante é que o cabelo voltou a crescer.

Infelizmente a vida(ou FM) nos prepara essas emoções. Sempre desconfio quando aparece a mensagem que meu time é o favorito contra time x. Bastava dois empates para ir aos playoffs, mas os atacantes não possuíam qualidade suficiente. Vinte chutes e nenhum relevante? Depois disso não tem como culpar o treinador. Fez bem em sair e agora espero que consiga um clube com um elenco melhor. Boa sorte.

PS: Em relação ao Brasil qual a última Liga ativada no seu save? Quem sabe vale a pena arriscar uma Série C.

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22 horas atrás, Khroiskantis disse:

Uma pena o final melancólico de temporada. Mas acho que sai de cabeça erguida. Não chegou a subir pra primeira divisão, muito por conta do excesso de tropeços, mas recuperou a moral de um clube que não via alegrias há muito tempo. 

Boa sorte para a nova empreitada.

Pois é, amigo, o fim foi melancólico porque o calendário me complicou, deixou os confrontos diretos pro final e infelizmente o time pipocou por deficiência mesmo. Ao fim e ao cabo, foi uma ótima passagem para o clube: assumi como um time jogado na terceirona e entreguei um time "rico" que sonha com acesso. Saio orgulhoso e ansioso pro futuro também, quero ver o que o mercado tem a me oferecer.

 

21 horas atrás, felipevalle disse:

pena que nenhuma mudança tática tenha surtido efeito contra os times melhores.

Pois é, Fellipe, eu tentei mas pequei nesse sentido, o time concentrava bons jogadores no meio e faltavam melhores peças no ataque para revezar. Testei opções e elas entregaram melhoras, mas o time crescia no ataque e expunha a defesa ou vice-versa.

 

18 horas atrás, ElPerroMG disse:

Realmente uma pena esse final melancólico, como você bem disse. Acredito que esse tenha sido o time queno Nandez mais se identificou até agora, e que mais teria prazer em ajudar. Porém, o FM é isso aí, aprendizado em cima de aprendizado, espero que possa ter aprendido alguma coisa em relação as mudanças táticas, pq no futuro encontrará situações semelhantes. Quanto ao futuro, espero que possa encontrar um time que te receba tão bem quanto o Potosi. Quem sabe tá na hora de arriscar um Brasil? Hahah

Boa sorte na sequência, Pepe!

Eu sou sentimental demais para saves carreiras, confesso, sempre me apego e o Nandéz sai identificado dos clubes hahahahahaha eu curti muito o Universitario, deixei o ficheiro salvo mas, por outro lado, não imagino o perrengue que não seria pra subir. Eu aprendi, com certeza, sobre essa questão tática mas ali não tinha muito o que fazer: algumas peças fundamentais não renderam e quem rendia, era obrigado a fazer tudo no ataque e na defesa.

Brasil? Será? Eu sempre tento, mas os brasileiros não parecem muito simpáticos a mim.

 

7 horas atrás, LC disse:

Final de temporada meio água de chuchu, mas o importante é que o cabelo voltou a crescer.

Infelizmente a vida(ou FM) nos prepara essas emoções. Sempre desconfio quando aparece a mensagem que meu time é o favorito contra time x. Bastava dois empates para ir aos playoffs, mas os atacantes não possuíam qualidade suficiente. Vinte chutes e nenhum relevante? Depois disso não tem como culpar o treinador. Fez bem em sair e agora espero que consiga um clube com um elenco melhor. Boa sorte.

PS: Em relação ao Brasil qual a última Liga ativada no seu save? Quem sabe vale a pena arriscar uma Série C.

Pois é, LC, obrigado por acompanhar sempre! O ataque não me ajudou e foi uma ponta triste na história pq eu tenho certeza que se o Vargas tivesse ficado, o desfecho seria totalmente diferente para meu ataque. Enfim, saí e estou curioso em saber o que o mercado espera do Nandéz, a reputação melhorou consideravelmente.

Sobre o Brasil, ativei até a Série D. Eu sempre tento mas os clubes de lá, mesmo os piores, não me dão muita bola. Quem sabe dessa vez, seria um baita upgrade na carreira.

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37 minutos atrás, Peepe disse:

Sobre o Brasil, ativei até a Série D. Eu sempre tento mas os clubes de lá, mesmo os piores, não me dão muita bola. Quem sabe dessa vez, seria um baita upgrade na carreira.

Sério? Nem mesmo aqueles do fim do universo? Tipo Rondônia, Roraima ou Tocantins? Tem também Nova Iguaçu, América(RJ). Talvez seja o seu nível de treinador.

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1 hora atrás, LC disse:

Sério? Nem mesmo aqueles do fim do universo? Tipo Rondônia, Roraima ou Tocantins? Tem também Nova Iguaçu, América(RJ). Talvez seja o seu nível de treinador.

Tem uns que aparecem toda temporada, como Sobradinho (DF) e Barcelona de Rondônia. Eu já tentei, fui inclusive para uma entrevista mas eles dizem que optam por outras escolhas.

O que eu imagino influenciar é o ranking de competições do jogo, e no caso, eu sempre trabalhei nas últimas posições, enquanto as séries do Brasil estão no top 10 praticamente. De alguma forma, a experiência e qualidade também é medida pela IA ali, o que influencia quem gosta ou não de você. Eu realmente percebo meu nome mais querido onde fiz mais sucesso, que foi a Venezuela.

Agora nessa saída, com uma licença B no currículo, e uma boa campanha, acho que os de sempre me aceitariam, mas existem outras variáveis em jogo (a grana).

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Resistir é Preciso!

Na vida, costuma-se dizer que quem é bom sempre tem uma porta aberta. Pautei minha carreira nessa frase e mereci todas as 35 transferências que fiz ao longo da vida de jogador. Como técnico, modéstia a parte, as coisas não podiam ser diferentes.

Saí da Bolívia em 20 de outubro e pensei em curtir o resto daquele ano em casa, para só no ano seguinte pensar em trabalho. Acontece que as oportunidades surgem rápido para quem tem qualidade: dentro do ônibus, na longa viagem de 4 dias, comecei a estabelecer alguns poucos contatos, sempre que o sinal de internet permitia no meio da estrada. Dois dias após minha saída, o Metropolitanos de Caracas me chama para uma entrevista. Aquela foi a primeira vez na história que um processo seletivo foi feito dentro de um banheiro de ônibus, o único local reservado que eu tinha para conversar com o presidente José Gomez. Foi uma webconferência bem animada, o presidente tinha pressa, afinal, o Metropolitanos jogaria o playoff de acesso para a elite venezuelana em 3 dias. Imagina sair da Bolívia e conquistar o acesso na Venezuela 15 dias depois? Seria lindo, mas não foi. O Metropolitanos deixou o assistente no comando, perdeu os dois jogos, foi eliminado e escolheu outro treinador para o cargo. Com a notícia, eu pude desfazer as malas na casa de minha mãe e me dedicar mais a carreira: optei por ser seletivo, procurei contato com clubes de segunda divisão que fizeram boas campanhas ao longo da última temporada. Tacuarembó, no Uruguai, Estudiantes de Caracas, na Venezuela, a Ferroviária do Ceará, no Brasil e o Resistencia, do Paraguai. Não esperava ser respondido ainda em 2026, confesso, os clubes costumam demitir cedo e fazem toda a seleção devagar.

Só que nem tudo saiu como o esperado...

Em 22 de novembro, 1 mês após minha demissão, Alex Romero, presidente do Resistencia, me ligou, perguntou se eu podia conversar e fez as protocolares perguntas sobre minha relação com a torcida, com os jogadores e se eu era capaz de cumprir com os objetivos: o clube queria o acesso! Três dias depois, o próprio Romero me envia a mensagem “3,5 mil de salários. Te esperamos na segunda para assinar o contrato, topa?” Não é novidade para ninguém que eu esperei uma semaninha para responder, mas no final de novembro as chances de receber outra proposta eram mínimas. Comemorei meu aniversário em 1 de dezembro e no dia seguinte, estava na porta do Tomás Beyron Gorea, sede do Resistencia, chamando por Alex. Ao encontrá-lo, pedi uma pequena melhora na proposta inicial e fui atendido: vínculo até o final de 2027, salário de 4 mil por semana. Eu tinha uma nova casa!

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Apresentação do Clube | Contrato com o Resistencia | Visão do Clube

 

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O cenário do clube mexeu comigo: a equipe se localiza no bairro de Chacarita, o primeiro bairro de Assunção e uma das regiões mais pobres da capital paraguaia. A baía que forma o Rio Paraguai parte de rios que correm dentro do bairro e, por vezes, fortes chuvas geram inundações que invadem as casas. Apesar disso, o sentimento de identidade é tamanho que os moradores costumam migrar dentro do bairro, mas não demonstram interesse em abandonar a região. Tanta história também alcança o clube da região: o Resistencia é centenário, fundado em 1917, por operários paraguaios envolvidos com o movimento anarquista, o que explica o nome e o triângulo vermelho no escudo. O clube tem um passado ligado ao profissionalismo e é figura frequente na División Intermedia (segunda divisão paraguaia), tendo conquistado o título em 4 ocasiões: 1966, 1975, 1980 e 1998. A última temporada na Copa Tigo (primeira divisão) foi no longíquo ano de 1999. Desde então, o clube chegou a cair para a terceira mas se recuperou e desde 2011 disputa apenas a Intermedia.

Os treinos e jogos são no estádio Tomás Beyron Gorea, que é de propriedade do clube, uma cancha simples com 5 mil lugares e um gramado mediano, mas que foi trocado para 2027. A grande curiosidade do estádio é que existe um ipê no meio da arquibancada atrás do gol. A árvore cresceu ali antes da reforma do estádio, feita na década de 2010, que construiu uma bancada naquele espaço. Por uma escolha do presidente a época, o ipê foi mantido, se tornou símbolo do clube, protagoniza fotos bem curiosas e, em 2017, ganhou camisa e carteirinha de sócio: o ipê é o sócio 1000 do Resistencia. A relação com a árvore é tão forte que hoje ela é presente no escudo oficial do clube.

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O anseio do acesso para a Copa Tigo é presente nos anos recentes dentro do jogo: em 2020 o clube ficou em 3º lugar e bateu na trave. Fez outras campanhas seguras, chegou em 5º em 2022 e 2023 e manteve-se como um bom time de Intermedia, mas que sempre falta algo para chegar ao acesso. Na temporada passada de 2026, a equipe terminou em 4º, 4 pontos atrás do River Plate-PAR, o 2º colocado. Minha missão, portanto, é dar esse algo a mais e levar o bairro de Chacarita as glórias.

Em spoiler, algumas fontes de pesquisa sobre o clube:

Spoiler

Bom, o Resistencia, diferente dos outros todos, é um clube fácil de ser encontrado na internet, entretanto, não tem um site oficial. Isso dificultou para entender de onde vem o nome Resistencia. Encontrei algumas matérias na internet relativas ao centenário que falam sobre e mencionam o cunho anarquista dos fundadores. Segue o link aqui para a consulta. O clube nos dias atuais tem todas as redes sociais ativas, pra quem quiser basta procurar por ResiSportClub no Instagram, Twitter e Facebook.

Desportivamente o clube tem seguido a mesma linha que o jogo adotou: foi 8º colocado na Intermedia de 2018 e 5º na de 2019. Com relação ao desempenho na Copa do Paraguai, o Resistencia carrega a melhor campanha para um time da sua divisão, sendo semifinalista em 2018, eliminado pelo Guaraní nos penaltis. 

A relação com a comunidade é mesmo destacada, tanto que o clube se organizou para distribuir cestas básicas dentro do bairro de Chacarita, nesses tempos de pandemia. Sobre o sentimento da comunidade com o bairro, segue a matéria sobre as inundações ocorridas em 2015, e existem alguns artigos científicos que aborda o pertencimento dos moradores com aquela região.

Quanto a árvore, as fontes são inesgotáveis, inclusive de mídias brasileiras, mas deixo esse vídeo curto, feito sobre o centenário do Resi e que mostra bem a relação do clube com a árvore. Pra quem curte a relação de torcida com o seu clube, é uma história curiosa mas bem bacana, emocionante.

 

 

Aquele foi um fim de ano bem animado dentro de casa: os últimos pacotes de chá da tia Dolores estavam acabando e ela não estava lidando bem com a falta deles, a insônia estava atacando e por vezes ela foi pega se tremendo; os primos cada vez mais velhos ganharam um presente diferente, entrei no clima do Resistencia e ofereci para eles o livro “O que é propriedade?” de Pierre-Joseph Proudhon, um clássico da literatura anarquista. Da última vez que os vi, eles estavam convocando sua turma na escola para queimar grandes propriedades, alegando que se a propriedade não existe, é direito deles ocuparem aquele lugar; meu amigo, jornalista local e assessor Rivaldo Rojas estava eufórico dizendo que “agora meu sucesso vem no jornal!” implorando pelos nomes acertados para a próxima janela de transferências.

Eu gostaria de ajudar o Rivinha, mas a verdade é que foi uma janela pouco movimentada e também pudera, estamos falando do 4º colocado da última Intermedia, o time já tem condições de acesso, é questão de encaixe e ajustar uma ou outra peça. Tive trabalho mesmo com a renovação de algumas peças, a dispensa de outras e tentei negociar alguns jogadores que estavam com valores elevados, uma forma de ganhar um dinheiro a mais. Obtive sucesso nas renovações e fracasso nas vendas.

Também é importante dizer que na lista de transferências feitas constam 12 jogadores e eu disse que pouco me movimentei: 6 são jogadores meus e os outros 6 foram devaneios do presidente para o time reserva. Eu tentei argumentar, tentei desfazer transferências, mas a resposta do presidente era sempre “o Resistencia tem que ganhar em todos os níveis! Vamoo carajo”. Se tem que ganhar porque contrata jogadores tão ruins? Enfim, quem sou eu pra questionar meu superior? O elenco, de fato, é esse:

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Dinâmica da Equipe | Relatório Financeiro | Amistosos de Preparação | Transferências

Apesar do número alto de jogadores, bem acima do adequado, é fácil perceber que temos um elenco muito bem avaliado para o desafio. Todo ele, literalmente, na média: não há um jogador muito acima dos demais, que vai desequilibrar, e nem um jogador muito abaixo dos demais, que vai pôr tudo a perder.

No meio de tanta opção, e tanto jogador polivalente, fiquei perdido em observar todo o elenco: são dois bons goleiros mas acredito mais no potencial de Óscar Benítez, e será um titular bem decente para o decorrer da temporada; na direita, Cabrera é meu favorito mas o garoto Hugo Denis é da seleção sub-21 do Paraguai, era o capitão do time na minha chegada, por conta da sua liderança, e eu pretendo revezá-los ao longo do ano; na zaga central, achei por bem renovar o empréstimo de Gustavo Fontenla e trouxe Alexis Sosa, para formar a minha dupla ideal, mas a bem da verdade, o já remanescente Matías Rodriguez também vai brigar pela titularidade; para a esquerda são muitas opções, que inclusive jogam em todas na linha de defesa, mas Miguel Samudio é o titular sem maiores contestações. No meio campo, os nomes se amontoam mas senti falta de um tratador mais carinhoso da bola na base da jogada, portanto, fui atrás do mexicano José Enrique Martinez e do experiente Hugo Romero com o objetivo de suprir essa carência. Os dois devem disputar com o argentino Gonzalo Abramovich as 2 vagas no nosso 4231. Na linha de frente, por dentro, Richard Brítez tem tudo para ser o meia-atacante que eu sonhava desde a Bolívia, capaz de infiltrar a área e marcar gols; na direita, o vice-capitão Blas Franco não é craque mas começa como titular em respeito a hierarquia encontrada no elenco, tendo meu reforço Ulises Coronel e Gaona (guardem o nome) como reservas imediatos, com nível para titularidade; na esquerda, eu tentei um avançado interior, e por vezes Gustavo Arrúa fez a função, mas a realidade que Derlys Cabañas está um degrau acima e é o nosso titular como extremo, onde se sente mais confortável; por último e não menos importante, faltou falar sobre o homem-gol, não encontrei nenhuma opção no elenco e fui ao mercado em busca dele: filtrei alguns nomes, não encontrei nenhum diferenciado e escolhi Oliver Matessich, pela capacidade finalizadora, boa agilidade e jogo aéreo. Os torcedores torceram o nariz pelo fato de termos pago pelo jogador, ainda que 12,75 mil tenha sido pechincha por um atleta que já vale 235 mil, mas eu não tenho do que reclamar dele dentro dos amistosos e realmente acredito no potencial do Matessich. Se tudo der errado, os possíveis reservas não me convencem, mas Bonet é uma possibilidade para um jogo mais veloz na frente.

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Depois de toda essa análise de elenco, já comecei a desenhar um 4231 com estilo de jogo mais curto, linha defensiva baixa e pouca pressão. Dentro dos amistosos feitos até aqui, o esquema muito me agradou: o time recupera e trabalha bem a bola no campo ofensivo, os meias centrais abastecem bem o trio da frente que joga sem perder tempo, sempre em direção ao gol, criando muitas oportunidades em quantidade e qualidade, com destaque para Brítez de avançado sombra que é o nosso maior finalizador. Quanto ao centroavante, ele acaba sendo uma opção a mais para finalizar e funciona como forma de atrair os zagueiros e abrir espaço. O esquema também tem tido eficácia com contra ataques, mas não é algo que predomina em nossos gols porque os pontas não são tão velozes e nossa linha de pressão é baixa, o que nos obriga a ganhar muito campo para concluir a jogada. Por falar em linha defensiva, a atuação defensiva do esquema me satisfez nesses testes, embora a quantidade de chances sofridas a partir dos cruzamentos adversários seja o ponto necessário para correção, e espero conseguir isso a partir de uma marcação mais alta e mais larga, que não dê espaço demais nas pontas adversárias.

Por falar nos amistosos, um deles precisa ser destacado. Virei o ano pensando na oportunidade jogar novamente contra o Deportivo Humaitá, mesmo que fosse amigavelmente. Voltar a Corumbá Cué mexeu comigo, é a primeira vez que pude retornar a um antigo clube para jogar. A diretoria nova do Humaitá não fez objeções para realizar o amistoso e nem a do Resistencia, embora o presidente tenha dado um sorriso de canto de boca e dito "Saudades de casa?" concordei com a cabeça, aquele clube ainda me inspirava. Como era um simples jogo, fui direto ao estádio com meu próprio carro, sem o ônibus da equipe. A partida foi um tranquilo 2-0 para o Resistencia, a superioridade foi nítida, mas o jogo ficou em segundo plano. Ao final, agradeci aos meus atletas, dispensei a todos e fui cumprir o verdadeiro compromisso, que era conversar com meu antigo colega, olheiro Raul Saucedo.

Sentei no balcão do bar do clube, aquele mesmo que cedeu minha comida e bebida no início da carreira. Junto do salgado e da primeira cerveja, veio um recibo, nele constava uma cobrança 4.500 guaranís. Olhei assustado, até que o senhor Alcindo apareceu:

- Isso aqui é referente a tudo que você roubou do bar nos seus 6 meses aqui, pra pagar o prejuízo que eu tive em cerveja, com direito a correção monetária.

- Mas, Alcindo, o presidente disse que ia pagar! Cobra dele.

- Aquilo é um safado de mão cheia, saiu me devendo mais de 15 mil guaranís. Eu não queria vender fiado, mas o cara era o presidente do clube, como eu ia adivinhar?

Fiquei com pena da história, aquele bar me salvou muitas vezes mesmo. Só tinha uma coisa que eu poderia falar:

- Seu Alcindo, eu vou pagar essa dívida de nós dois, pelo senhor e pelo Humaitá. No dia que eu for rico, que eu chegar ao topo do continente, eu venho trazer o dinheiro pessoalmente.

- Meu filho, eu tenho 77 anos. Você acha que eu vou viver mais quanto tempo? Isso é história para boi dormir. Me paga o de hoje, e eu já agradeço.

No fundo, ele tinha razão: eu entrei nessa vida pelo dinheiro, pela glória, pela vida fácil. 6 anos se passaram e eu estava ganhando 4 mil mensais por semana, longe do sonhos, das glórias e com uma vida bem difícil. Pensar na lista de treinadores mais bem pagos do mundo me causou uma dor inexplicável, como pode o Mourinho passar tanto tempo ganhando 1,5 milhão por semana sem ganhar nada? No continente, Jorge Jesus segue muito líder, com seus 325 mil semanais, mas ao menos esse português acrescenta títulos em seu currículo anualmente; atrás dele vem Jorge Sampaoli, no Corinthians, e Marcelo Gallardo, no São Paulo, que recebem 130 mil e 71 mil respectivamente. O top 5 é completado com Antonio Mohamed no Boca Jrs (58 mil) e Ramón Díaz no Grêmio (45 mil). O brasileiro melhor pago no mercado de treinadores vem somente em 6º e é o treinador do Internacional, Ney Franco (38 mil).

Aquela foi uma tarde-noite animada, lembrando dos velhos tempos com Raúl Saucedo. No meio de perguntas como “o que você tomou pra crescer o cabelo? Não tinha nada para diminuir a barriga?” eu pude voltar a antiga casa, que na verdade era quarto, e ficava dentro da sede do clube. Não pude entrar, aparentemente ela estava sendo alugada e era bem disputada, dado a localização. Saucedo justificou:

- Lembra do Michel falando que teria dinheiro para contratar um centroavante se alugasse o dormitório? Então, o clube não virou semi-profissional a toa.

Não pude rever presencialmente a parede, nem conversar com ela, mas eu senti boas coisas e sabia já naquele momento que a temporada reservaria coisas positivas para o Resistencia e para mim.

A começar pela Taça Paraguai: iniciada no final de janeiro, o torneio segue o padrão continental e reúne mais de 100 clubes em fases sem nenhum pote para sorteio, o que sempre reserva a possibilidade de clássicos logo de cara. Nosso adversário sorteado foi o Club Aquidabán, da National Interligas, uma das 3 terceiras divisões paraguaias (e a com regulamento mais insano), dentro de nossa casa. Favoritismo todo nosso.

No dia do jogo, aquele frio na barriga natural de uma estreia. Aos 5’ Jorge Gonzalez, titular pois Mattersich chegou lesionado, acertou um balaço e abriu o placar, 1-0 e o início perfeito. Só que aos 17’, bola levantada na área e pênalti para o Aquidabán: Acosta bateu forte e empatou, 1-1. Eu não me desesperei e nem podia, o jogo foi de amplo domínio nosso e eu sabia que o gol era questão de tempo. Resolvemos o jogo com o modo infernal de Brítez: aos 42’ ele fez o 2-1, aos 48’ ele deu assistência para Franco e aos 49’ marcou mais um em finalização da entrada da área, 4-1 e tranquilidade para jogar o segundo tempo. Vá lá que eles descontaram para 4-2 e, após Brítez fechar seu hat-trick com um gol de pênalti, o Aquidabán fez mais um e fechou a conta em 5-3, mas em momento algum nossa vitória foi verdadeiramente ameaçada. Só que 3 gols sofridos ligaram o alerta sobre a defesa, era preciso pensar em coisas novas.

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No sorteio para a segunda fase, o velho fantasma das Copas veio atrás de mim. A nossa bolinha demorou a sair, eu estava tenso e com um mal pressentimento, ele foi confirmado. Primeiro saiu a bolinha com o Resistencia, jogaríamos em casa, e na sequência veio o Olimpia. Por mais que o Paraguai tenha visto um Libertad dominante nos últimos anos, o Olimpia é um gigante do país e amplo favorito no confronto.

Se o jogo valeu por alguma coisa foi pela renda que faturamos: quebramos o recorde do clube de renda e de assistência naquela noite. Detalhe curioso que o recorde era de uma partida contra o mesmo Olimpia, pela mesma Copa, em 2025.

O favoritismo foi visto dentro de campo, El Decano nos colocou contra a nossa área e tomou conta do jogo: já aos 14’ Andrés Ramiréz aproveitou bate-rebate na área e fuzilou para as redes, 0-1. Festa dos 3.500 visitantes. Não conseguimos reagir, por mais que eu me esgoelasse e tentasse mexidas pontuais. Por sorte o imponderável deu uma forcinha. Na saída para o intervalo, Cabañas cobrou escanteio, Franco subiu pra testar e dividiu com Jorge Escobar, o defensor do Olimpia acabou empurrando a bola para o próprio gol, 1-1. Fomos para o intervalo sem finalizar a gol e mesmo assim o placar estava empatado. Aquilo era um milagre.

Aos 60’, quando Sosa empurrou Cardozo na área, o Olimpia teve a chance de um pênalti para voltar a frente do placar, só que Benítez cresceu, pulou no canto e pegou a cobrança de Gustavo Martínez. O 1-1 permaneceu até o fim no placar, numa repetição em looping da sensação no pênalti: o Olimpia cresceu, martelou, teve chances e Benítez gigantesco segurou o placar. O jogo ainda contou com prorrogação mas tivemos a vantagem invisível da Intermedia não ter começado, enquanto o Olimpia estava em plena atividade. O time Decano chegou exausto ao prolongamento e seguiu melhor, mas já sem tanta força e sem criatividade, a nós restou fazer o tempo passar, também sem pernas para tentar algo a mais. O 1-1 foi o placar final, embora injusto, a partida foi para pênaltis.

Chegar as penalidades era ainda mais inacreditável, enfim alcançamos a fase em que as chances eram iguais. O problema que pênalti não é loteria, qualidade conta e logo na primeira cobrança, quando Jorge González cobrou pra fora, eu percebi que o favoritismo ainda estava do lado de lá. O Olimpia confirmou a vantagem inicial, convertendo a primeira cobrança. Ambos os times acertaram a segunda e a terceira, Hugo Romero converteu nossa 4ª cobrança e Jorge Escobar, o homem do gol contra, perdeu o seu pênalti, uma defesa monumental de Benítez. Convertemos a quinta, o Olimpia também, e fomos as alternadas. Se os cinco primeiros eram maus batedores, o nível de quem vinha depois, então, é terrível: Samudio tremendo fez o seu, vimos Bogado empatar. Na sétima cobrança, Gaona cobrou bem para quem tem 1 de marcação de pênaltis, mas o goleiro Mora acertou o canto e defendeu. A responsabilidade ficou nos pés de Andrés Ramírez, o autor do gol durante o tempo regulamentar, ele não sentiu a pressão, deslocou Benítez e foi para a galera, 5-6.

Depois de uma epopeia na partida, caímos e o Olimpia prosseguiu. Saímos orgulhosos e aplaudidos pela torcida. Apesar da derrota, a temporada promete.

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Com a eliminação, nosso foco voltou definitivamente para a División Intermedia (clubes participantes) e assumo que o torneio é novo para mim. Apesar de viver o Paraguai durante a carreira de atleta, meu nível era mais abaixo e pouco conheço dos 16 times, de modo que me deixo levar pela revista de imprensa: somos o 4º na lista de favoritos, atrás apenas dos recém-rebaixados, General Díaz e 3 de Febrero, além do Independiente FBC. O torneio é todo em pontos corridos, com os dois melhores subindo diretamente, sem nenhum playoff.

- A expectativa é subir, Nandéz? - Riva já estava aproveitando minha passagem pelo Paraguai para ter exclusivas quase toda semana – A eliminação impacta de que forma dentro do elenco?

E, por mais chato que fosse me relacionar com a imprensa, eu gostava de estar no meu país natal, próximo de amigos, família e do meu passado no futebol. Mais do que feliz, eu estava confiante no acesso, nas vitórias e no crescimento salarial ao longo da carreira: demorou mas eu tenho a convicção que na próxima temporada, o primeiro objetivo já seria atingido.

  • Peepe mudou o título para Eu amo o Dinheiro! A história de um mercenário na América do Sul - Resistir é Preciso! 06/07
Postado

Como diria uma amiga francesa: Vive la résistance.

O Resistência resistiu até onde pôde contra o Olímpia, mas a qualidade do time de Assunção falou mais alto. Olhando as estatísticas o time passou o jogo todo chutando a bola na lua? Não acertaram uma bola no gol. Vai ter muito trabalho para que seus atacantes acertem o gol. Boa sorte no Resistência.

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Gostei bastante da nova equipe. Tem um bom pano de fundo pra novas aventuras, e a maneira como o time segurou o Olímpia mostra que a equipe tem bons valores.

Boa sorte para a continuidade

Postado
Em 06/07/2020 em 13:14, LC disse:

Como diria uma amiga francesa: Vive la résistance.

O Resistência resistiu até onde pôde contra o Olímpia, mas a qualidade do time de Assunção falou mais alto. Olhando as estatísticas o time passou o jogo todo chutando a bola na lua? Não acertaram uma bola no gol. Vai ter muito trabalho para que seus atacantes acertem o gol. Boa sorte no Resistência.

Fala, LC!

A piada é pronta: resistimos ao Olimpia, só que o time está em um patamar muito acima do nosso, mesmo que não seja mais a referência no Paraguai. Quanto as finalizações, jogamos muito pelas bolas paradas e não tivemos sorte ao finalizar, de fato os caras estavam com a cabeça torta.

Obrigado pela sorte e por sempre acompanhar!

 

23 horas atrás, Khroiskantis disse:

Gostei bastante da nova equipe. Tem um bom pano de fundo pra novas aventuras, e a maneira como o time segurou o Olímpia mostra que a equipe tem bons valores.

Boa sorte para a continuidade

Obrigado pela sorte e por sempre acompanhar!

Eu também fiquei muito feliz em descobrir o Resistencia, um clube bastante simpático e que eu jamais imaginaria existir. O otimismo é presente para essa temporada, o elenco já era muito bom pro nível da Intermedia quando cheguei e o time parece ter absorvido a ideia de jogo que gosto, o que pode pesar é a obrigação de conquistar o acesso. De toda forma, as histórias prometem pelo caráter peculiar que o clube tem.

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Que fantástica a imagem da arquibancada com a árvore. Curti muito as informações que tu trouxe sobre o clube.

Na tática, achei que ia logo sofrer com um buraco no meio. Mezzala e CJ em apoiar me parece uma dupla quase suicida. Mas pelo visto tá dando certo, o que mostra que eu não entendo nada de FM, rs.

Uma pena cair nos pênaltis, mas fez um bom jogo. Batedor com 1 de habilidade é sacanagem, não tinha ninguém melhor não?

Postado
47 minutos atrás, Danut disse:

Que fantástica a imagem da arquibancada com a árvore. Curti muito as informações que tu trouxe sobre o clube.

Na tática, achei que ia logo sofrer com um buraco no meio. Mezzala e CJ em apoiar me parece uma dupla quase suicida. Mas pelo visto tá dando certo, o que mostra que eu não entendo nada de FM, rs.

Uma pena cair nos pênaltis, mas fez um bom jogo. Batedor com 1 de habilidade é sacanagem, não tinha ninguém melhor não?

Muito obrigado por acompanhar a história, Danut!

Confesso que o clube também me ganhou pela simpatia de ter uma árvore como patrimônio do clube, eles tem algumas causas voltadas para a sustentabilidade e achei bem legal conhecer um pouco mais, quis trazer o tanto quanto fosse possível. Eu gosto de times pequenos como o Resistencia, meu lado pessoal ficou contente em assumir essa empreitada.

E quanto a tática, a melhor defesa é o ataque: ofensivamente compensa muito estruturar o time assim pois o CJ passa a ter muita opção jogando pra frente, ainda mais que o Mezzala pela esquerda acaba balanceando com o lateral que vem pela direita. Defensivamente o time sofre mais pelas pontas com os cruzamentos, e eu preciso acertar a largura ideal. O macete é você instruir o ponta pelo lado do CJ a pressionar mais, pra compensar a falta de marcação dele nas laterais. Confesso que ainda não tinha testado a combinação mas funciona, o CJ fica enquanto o Mezzala ataca e o time não perde tanto. 

Sobre o batedor, é o dilema de sempre: os zagueiros com 3 ou 4 de cobrança e finalização 2 ou o Gaona com 8 de finalização, um pouco mais de compostura e 1 de pênaltis. Achei que a escolha mais apropriada fosse ele, e acabou acertando o gol mas infelizmente deu pro goleiro chegar nela. Perder pro Olimpia é triste porque era a segunda fase ainda, o sorteio podia ter colaborado, mas fiz o máximo que podia dentro do que havia testado.

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Fala, Pepe!

Curti demais a escolha do clube também. Voltar pra casa e para um clube que tem uma boa estrutura pra tentar o acesso tem tudo pra dar muita história ainda.

Quantos anos reforços, gostei demais do Enrique Martinez, jogador técnico demais pro nível da competição. Acho que tem tudo para se destacar no seu meio campo. 

O modelo tático é bem tradicional, mas você conseguiu colocar seu estilo de jogo nele ao colocar o avançado sombra, e isso é bem interessante de se ver. Confesso que estou ansioso para ver os números do Britez nessa função, quem saiba eu não me inspire hahah.

Azar demais ter pego o Olímpia de cara, acredito que até um time inferior da primeira divisão daria pra vc passar, e seria ótimo pela parte financeira. Por outro lado você vê que o time tá "pronto" para os desafios da Liga e tem boas chances de subir.

Boa sorte na sequência, estaremos na torcida pro Nandez vencer e quem sabe perder uns quilinhos heheh.

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De todos os clubes que assumiu até aqui, esse é o que teria potencial para mudar a vida do nosso protagonista. Eu particularmente ficaria muito balançado com a história deles, e gostei mais ainda que contrataram você para subir. Um time foda desses tem que estar na primeirona mesmo.

Gostei de algumas contratações (não todas) mas bem, não tem culpa total nisso afinal. E a partida contra o Olimpia foi boa. Se o nível do time é esse, vai subir mesmo.

  • Vice-Presidente
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Se não me engano, é um retorno ao Paraguai, certo?

Vamos ver se consegue levar o time a novos patamares antes de trocá-lo por mais grana.

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15 horas atrás, ElPerroMG disse:

Fala, Pepe!

Curti demais a escolha do clube também. Voltar pra casa e para um clube que tem uma boa estrutura pra tentar o acesso tem tudo pra dar muita história ainda.

Quantos anos reforços, gostei demais do Enrique Martinez, jogador técnico demais pro nível da competição. Acho que tem tudo para se destacar no seu meio campo. 

O modelo tático é bem tradicional, mas você conseguiu colocar seu estilo de jogo nele ao colocar o avançado sombra, e isso é bem interessante de se ver. Confesso que estou ansioso para ver os números do Britez nessa função, quem saiba eu não me inspire hahah.

Azar demais ter pego o Olímpia de cara, acredito que até um time inferior da primeira divisão daria pra vc passar, e seria ótimo pela parte financeira. Por outro lado você vê que o time tá "pronto" para os desafios da Liga e tem boas chances de subir.

Boa sorte na sequência, estaremos na torcida pro Nandez vencer e quem sabe perder uns quilinhos heheh.

Valeu por sempre comentarl, ElPerro!

O Martínez foi um verdadeiro achado, principalmente por ser mexicano mas aceitar jogar tão facilmente dentro das nossas condições. Também me anima pensar nele para o desenrolar da temporada, ele demonstra ser exatamente o que eu esperava de um construtor de jogo. 

Sobre o Avançado Sombra, essa é uma função que eu gosto muito mas que requer liberdade pro meia: se o adversário jogar com as 2 linhas muito juntas atrapalha e, as vezes, um meia central de area-a-area pode acabar embolando nele. De todo modo vou lembrar de destacar o Brítez na próxima atualização pra você acompanhar, ele tem rendido bem.

Sobre o Olimpia e emagrecer, são dois grandes desafios e não sei se o Nandéz está pronto pra superá-los hahahaha no caso do Olimpia, tentei e queria muito avançar porque o sorteio colocou um time da terceira na fase seguinte, mas infelizmente eles estão alguns níveis acima do nosso máximo.

 

14 horas atrás, marciof89 disse:

De todos os clubes que assumiu até aqui, esse é o que teria potencial para mudar a vida do nosso protagonista. Eu particularmente ficaria muito balançado com a história deles, e gostei mais ainda que contrataram você para subir. Um time foda desses tem que estar na primeirona mesmo.

Gostei de algumas contratações (não todas) mas bem, não tem culpa total nisso afinal. E a partida contra o Olimpia foi boa. Se o nível do time é esse, vai subir mesmo.

Cara, o save sempre me reserva surpresas quanto aos times, fiquei muito feliz de chegar ao Resistencia e sempre que eu pesquiso sobre, admiro um pouco mais o time, é uma região super humilde mas o time aceita a missão que tem e trabalha em prol da comunidade. O fato de ter uma árvore na arquibancada e plantar outras pelo bairro só reforça essa simpatia. Subiremos (eu espero)!

Os reforços eu fiz dentro do possível mas nem todo mundo ali chega para ser titular absoluto, a base da temporada anterior já era bem satisfatória.

Valeu por sempre acompanhar, Marcio!

 

9 horas atrás, Henrique M. disse:

Se não me engano, é um retorno ao Paraguai, certo?

Vamos ver se consegue levar o time a novos patamares antes de trocá-lo por mais grana.

Sim, Henrique, volto ao Paraguai, onde Nandéz passou os primeiro seis meses da carreira de treinador, no Deportivo Humaitá. Como é a nacionalidade do personagem, existe um fator casa oculto que dá certo simbolismo ao Paraguai. E, por falar em grana, já podemos prever que o futuro não será por aqui, já que o país ainda é pobre do ponto de vista do jogo, então é pra aproveitar as facilidades da terra natal enquanto estou por aqui.

Obrigado por sempre acompanhar, Henrique!

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Primeiramente, que temporada no Potosi hein? Esperava que pudesse ir melhor, mas o time parece ter perdido folego, ficando por fora dos playoffs. Uma pena. Mas não deixa de ter sido uma trajetória linda na Bolivia. A despedida do Rafita deve ter sido dificil, como leitor acho que foi dificil perder um personagem como o Rafita. 

De qualquer forma, tudo chega ao seu fim. 

Agora de volta ao Paraguai, em um clube interessante, que ganhou um adepto, no save e na vida real. Acho que é um dos times mais legais que conheci nos ultimos tempos, e fico feliz que tenha sido pelo profissão manager, em uma grande história da área. Enfim, espero que permaneça por muito tempo no clube porque pode conseguir coisas extraordinárias por ai!

Além do clube simpatico, o Ipe na arquibancada, os meninos do elenco são aguerridos também, bom empate contra o Olimpia, se acertasse mais o gol, as coisas poderiam ser diferentes, mas não deixou de ser interessante e um jogo bacana, que mostra muito de como pode ser o futuro do clube no Paraguai. No mais, acho que consegue a promoção, e espero que consiga a renovação e quem sabe uma liberta ou uma sula? Boa sorte na sequencia!

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Oi Peepe.

É como diz o ditado: "Se fere a existência, seremos Resistência". Hehehehe. Taí o ipê que não deixa ninguém mentir. 

A temporada na Bolívia foi interessante e o trabalho em La U bem legal, realmente o primeiro time em que o treinador se envolveu mais. Saiu de cabeça erguida e foi recompensado com um desafio novo, no país onde começou a carreira, em um time operário, anarquista e cheio de histórias interessantes. Seria legal demais ver o Resistência subir e conquistar o título do Campeonato Paraguaio, por exemplo, ou quem sabe voar ainda mais alto.

O post também ficou muito bom, cheio de informações interessantes sobre o clube.

Boa continuação!

Postado

Parabéns , fantástica história. Aguardo curioso os próximos episódios do treinador casquinha!!! 😄

 

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Bacana essa sombra aí. Deve ser o ingresso mais caro nos jogos da tarde. legal ter voltado onde tudo começou, ainda que seja um passagem que creio que será breve, pois não conseguirão suportar por muito tempo a ambição do treinador. Gostei da escolha do clube da história que o cerca e principalmente, desse início de trabalho; deu trabalho para o Olimpia! Essa temporada promete.

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Em 09/07/2020 em 01:19, Valismaalane disse:

Primeiramente, que temporada no Potosi hein? Esperava que pudesse ir melhor, mas o time parece ter perdido folego, ficando por fora dos playoffs. Uma pena. Mas não deixa de ter sido uma trajetória linda na Bolivia. A despedida do Rafita deve ter sido dificil, como leitor acho que foi dificil perder um personagem como o Rafita. 

De qualquer forma, tudo chega ao seu fim. 

Agora de volta ao Paraguai, em um clube interessante, que ganhou um adepto, no save e na vida real. Acho que é um dos times mais legais que conheci nos ultimos tempos, e fico feliz que tenha sido pelo profissão manager, em uma grande história da área. Enfim, espero que permaneça por muito tempo no clube porque pode conseguir coisas extraordinárias por ai!

Além do clube simpatico, o Ipe na arquibancada, os meninos do elenco são aguerridos também, bom empate contra o Olimpia, se acertasse mais o gol, as coisas poderiam ser diferentes, mas não deixou de ser interessante e um jogo bacana, que mostra muito de como pode ser o futuro do clube no Paraguai. No mais, acho que consegue a promoção, e espero que consiga a renovação e quem sabe uma liberta ou uma sula? Boa sorte na sequencia!

Fala, Vali, muito obrigado por sempre acompanhar!

O Universitario foi de grande aprendizado, com todo perdão do trocadilho involuntário: o time era bom e competitivo, mas não se atinge o nível de acesso numa competição tão curta em tão pouco tempo. Sinto que fiz o que pude mas faltou interesse de jogadores melhores pra fortalecer o elenco e disputar o acesso, acabou que vencemos os menores, perdemos pros maiores e a campanha foi frustrante pela ordem dos jogos. Todos sentiremos faltas do Rafinha, mas essa é uma história de desapego, infelizmente.

Estou muito feliz com o Resistencia também, nada como chegar a um time que existe, é atuante e ainda ter algo tão particular quanto uma árvore na arquibancada. Se depender de minha motivação, a promoção vem fácil. Sobre as continentais, está cedo demais para pensar nisso hahaha.

Em 09/07/2020 em 07:39, Tsuru disse:

Oi Peepe.

É como diz o ditado: "Se fere a existência, seremos Resistência". Hehehehe. Taí o ipê que não deixa ninguém mentir. 

A temporada na Bolívia foi interessante e o trabalho em La U bem legal, realmente o primeiro time em que o treinador se envolveu mais. Saiu de cabeça erguida e foi recompensado com um desafio novo, no país onde começou a carreira, em um time operário, anarquista e cheio de histórias interessantes. Seria legal demais ver o Resistência subir e conquistar o título do Campeonato Paraguaio, por exemplo, ou quem sabe voar ainda mais alto.

O post também ficou muito bom, cheio de informações interessantes sobre o clube.

Boa continuação!

Valeu, Tsuru, e muito obrigado por acompanhar!

Eu não diria nem que só me envolvi mais, foi um trabalho verdadeiramente competitivo e que deixou aquele gostinho de "quase" sempre frustrante para a carreira. Pior ainda é sair sabendo que mais dois anos bastavam para subir, mas faz parte e foi preciso desapegar.

Foco no Resistencia, fico feliz que as informações tenham sido tão positivas, entendo que é uma "obrigação" da história trazer mais para perto a realidade e contar sobre um clube que deve ser desconhecido de praticamente todo mundo, cria simpatia para quem vai ler a trajetória por aqui. Acho que título nacional e competições maiores, por ora, é uma realidade distante do que temos e estou com os pés no chão, pois o importante mesmo é receber bem.

 

Em 09/07/2020 em 08:50, Endlesstuga disse:

Parabéns , fantástica história. Aguardo curioso os próximos episódios do treinador casquinha!!! 😄

 

Muito obrigado pelo comentário e seja bem-vindo ao fórum!!

Já já sai o próximo episódio da saga de Nandéz...

 

Em 11/07/2020 em 15:07, Jirimias disse:

Bacana essa sombra aí. Deve ser o ingresso mais caro nos jogos da tarde. legal ter voltado onde tudo começou, ainda que seja um passagem que creio que será breve, pois não conseguirão suportar por muito tempo a ambição do treinador. Gostei da escolha do clube da história que o cerca e principalmente, desse início de trabalho; deu trabalho para o Olimpia! Essa temporada promete.

Obrigado por sempre acompanhar, Jiri!

Curioso que o ipê fica justamente na arquibancada popular, como um autêntico clube do povo, mas certeza que a área é disputada. Não é incomum vermos torcedores se protegendo na sombra do refletor em jogos de sol, a ideia de ter uma árvore na arquibancada é genial pensando nisso.

Sobre a ambição, isso é um fato: entendo que agora a carreira está tomando corpo e, por mais que eu goste do time, sei que a tendência são mudanças acontecerem de forma mais brusca, conforme o Nandéz ganhe nome e reputação. O que nos resta é aproveitar esse tempinho no Paraguai, voltar para casa impõe um respeito diferente e o elenco respeita mais que em outros lugares. 

 

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Resistir na defesa, prosperar no ataque.

- Se eu sonhava em dar uma virada na minha carreira com o Resistencia, não poderia imaginar que as coisas aconteceriam dessa forma tão rápido e tão intenso. Em um turno de campeonato e os caras já me amam, o elenco me adora e até aquela árvore sorri para mim.

- Agora, a gente pode te filmar dando um abraço nela? Assim pra ficar bom na edição, você vai ver, já estou vendo o recorte perfeito…

- Vai ficar bom mesmo, Nandito, vai lá e beija o ipê – acrescentou Rivaldo Rojas – Essa menina é mesmo genial, um às do jornalismo televisivo daqui algumas temporadas.

- Depois, vamos terminar minha fala de uma vez...

Já ouviram a expressão “Dei a mão, pediram o braço”? Pois é, ter um amigo e futuro biógrafo nos jornais paraguaios mexeram com minha rotina ao voltar para o Paraguai. Rivaldo está sem matéria? Chama o Nandéz! Rivaldo quer informação nova? Chama o Nandéz! Rivaldo quer consagrar sua namorada, que é jornalista de uma emissora independente na internet, e para isso precisa interromper meu treino para fazer umas gravações sobre o clube? Adivinha quem ele chamou? O Nandéz!

E lá estava eu, diante de uma câmera, gravando para um canal do Youtube. Apesar de torcer o nariz apenas para me fazer de difícil, eu sempre gostei de uma câmera e, em 2027, o Youtube é a nova televisão, era isso que eles diziam, eu ia fazer sucesso e estava feliz. Também pudera, que temporada vinha sendo aquela…

Abril-Maio/2027

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6-0 Atlantida | 1-0 Sportivo Iteño

A estreia daquele campeonato veio a ser justamente o que prometia ser um dos jogos mais difíceis: o 3 de Febrero fora de casa. El 3 era o segundo cotado para o acesso, recém-rebaixado e com um elenco repleto de jogadores a nível de Copa Tigo. Naquele dia, no estádio Antonio Aranda, dentro da minha cidade natal Ciudad del Este, eu pude ver, pela primeira vez, os meus familiares na arquibancada: mamãe, tia Dolores e um dos meus primos, o outro se recusou a entrar numa propriedade “que se diz privada”. Eram 3 visitantes do nosso lado contra um cenário hostil, mais de 1500 pessoas ao lado do time da casa, que veio pesado em um 433 muito ofensivo, com pressão alta.

Foi justamente o excesso de ousadia que nós aproveitamos: os 3 de frente pressionavam nossos zagueiros desde a saída, mas o meio campo deles ficava exposto e nos dava espaço pra jogar. Foi nessa que Samudio subiu pela esquerda, cruzou e o centroavante Matessich cumpriu o papel dele, enfiou a cabeça na bola e abriu a conta, 1-0. Mais 10 minutos de jogo e o silêncio foi total no estádio: Benítez saiu curto no tiro de meta, 4 avançados deles subiram para marcar nossos defensores, Fontenla devolveu em Benítez e o goleiro lançou direto, os hereges diriam que ele deu um chutão, mas a bola foi precisa em Matessich, que dividiu com a defesa, saiu na cara do gol e deslocou o goleiro, 2-0. O campo mais curto, que facilita a pressão alta, ajudou o time visitante e, como que em um sonho, a gente calou o estádio do favorito, logo na estreia.

No segundo tempo, Robert Vera descontou após bola rebatida na área, 2-1, e motivou o 3 de Febrero a promover um salseiro com os três atacantes que tinham, bola na área pra lá, bola na área pra cá, mas a maturidade defensiva do time foi elogiável por parte dos zagueiros, a tranquilidade dos meias em segurar a posse fez o tempo passar e até Matessich teve sua importância em dificultar a saída deles. Vencemos! E que vitória! Quando o juiz apitou, eu fui celebrar com a família visitante, mas já não restava ninguém: quando o jovem primo tirou o spray da mochila para pintar a arquibancada com o A característico, a polícia o retirou do local e foi todo mundo junto tentando intervir.

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Aquele jogo me assustou, eu não esperava competir e superar o 3 de Febrero logo de cara. Precisava ver mais para entender se aquele foi um dia de sorte ou se era a nossa competência. A segunda alternativa mostrou-se acertada.

O jogo seguinte foi contra o time B do Cerro Porteño, aos 22’ Cabañas já empurrava a sua segunda e nossa terceira para as redes, 3-0 e uma atuação implacável, irrepreensível, um verdadeiro massacre. No segundo tempo, cumprimos o protocolo e abrimos o 4-0 com Bonet, sofremos o desconto de Ovelar e o placar fechou em 4-1. E, por falar em atropelo, na terceira rodada chegamos ao maior placar nesse turno, de novo com gols relâmpagos: aos 5’ Brítez deu para Matessich, de costas, que tocou de primeira para Blas Franco entrar em diagonal pela direita, finalizando de primeira, abrindo 3-0. Sim, 3 gols nos primeiros 5 minutos, Matessich e Brítez já tinham partido para o abraço. O ímpeto até diminuiu, é verdade, mas o ditado “3 vira, 6 termina” se confirmou: novamente Matessich, Brítez e Franco, na mesma ordem, marcaram no segundo tempo e deram números finais a uma partida perfeita, 6-0 diante do Atlantida, um time que já despontava como dos mais fracos do torneio.

Nas duas partidas seguintes, o choque de realidade começou a me puxar para a humildade. A bem da verdade é que fomos superiores a 3 Corrales e Sportivo Iteño, entretanto, o sistema defensivo adversário com 2 linhas baixas, em um “442”, com 2 volantes e 2 meias laterais, neutralizou Brítez e engessou nosso ataque, a produção diminuiu em qualidade e os gols não saíram tão facilmente. Por outro lado, foram jogos que defensivamente sempre estivemos seguros, times paraguaios são pouco adeptos de atacar por sua cultura. O placar de ambos os jogos foi 1-0 com gols ocasionais: diante do 3 Corrales contamos com a ajuda do lateral adversário Cabrera, que foi inverter uma bola sem nenhum sentido dentro de sua área, Blas Franco aproveitou o descuido e aos 8’ abriu e fechou o placar no mesmo gol; na peleja contra o Sportivo Iteño, nova jogada pela esquerda, Cabañas foi derrubado na área, Brítez converteu com categoria o pênalti e fez o gol da vitória.

Fechamos o mês dando show em nossa casa contra o 12 de Octubre. Sem o Brítez, suspenso, optei por um 424 com um avançado trabalhador no ataque e Jorge Gonzalez correspondeu, marcando duas vezes. Matessich, outras duas vezes, e Fontenla fecharam o 5-0, que destoou das partidas anteriores, mas se explica pelo 442 tradicional dos nossos adversários.

 

Junho/2027

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3-0 General Díaz | 0-0 General Caballero ZC

Naquela altura do campeonato, eram 7 jogos e 7 vitórias, uma distância considerável para o terceiro lugar, tendo em vista o número de jogos. Entretanto, a liderança era do General Díaz, o clube favorito desde o início teve um começo tão arrasador quanto o nosso e tinha melhor saldo. O primeiro jogo de junho foi justamente o duelo de titãs, na casa do General Díaz.

Em um jogo como esse, qualquer detalhe faz a diferença, e, aos 3’, toda a diferença foi feita: o zagueiro Sosa cobrou falta antes da linha do meio campo direto para Matessich, a bola foi forte, entrou na área e o nosso goleador foi atrás dela, se adiantou ao goleiro e viu a bola correr para as redes, 1-0 cedo e o jogo condicionado a nosso favor. Aquele foi nosso melhor jogo na temporada e as estatísticas não nos deixam mentir. O placar favorável, não diminuiu nossa fome e buscamos sempre o segundo gol. Os nossos bravos torcedores visitantes celebraram aos 77’ quando Matessich foi puxado dentro da área, após cobrança de escanteio. Brítez, sempre ele, pegou a bola, soltou o pé e fez o 2-0. O gol praticamente garantiu a vitória, mas ainda faltava a cereja do bolo: aos 90+2’, quando só restava nossa torcida no estádio, Brítez recebeu a segunda bola de um tiro de meta nosso, o zagueiro avançou para pressionar e eu abri um sorriso, como quem já sabia o que ia acontecer. O nosso 10 deu uma finta de corpo em Figueredo e partiu em direção a área, rápido demais para ser alcançado por alguém. Diante do goleiro, Brítez bateu com categoria e fechou o placar em 3-0. O Resistencia atropelou o General Díaz, dentro da casa do General Díaz, e chegava a liderança isolada.

Só que todo grande sonho é interrompido por um barulho de despertador: tão logo atingimos o ápice, sofremos a queda. O Independiente (PAR) era o terceiro lugar a época, e um time que veio disposto a não perder, eu também fui cauteloso ao ponto de não dar margem a derrota, e manter a saudável distância de 8 pontos que tínhamos até então. O 0-0 foi xoxo mas foi justo, numa partida em que os dois times não conseguiram impor seu jogo ofensivo. O problema foi a partida seguinte, após os 10 minutos de soneca desse despertador imaginário: o General Caballero adotou a mesma proposta de segurar o jogo, recuar as 2 linhas, e imprensou nosso quarteto de frente (Franco, Brítez, Cabañas e Matessich) na marcação. Criamos muito, foram 21 finalizações ao todo, mas com apenas uma grande chance de gol. O 0-0 foi injusto para quem observa que o General Caballero sequer chutou na partida, entretanto, essa era a proposta e não podíamos cair na armadilha. Perder a liderança foi a triste consequência, o General Díaz voltara a vencer, fez 6 pontos onde só fizemos 2, e abriu 1 ponto de vantagem na ponta.

Recuperamos o caminho das vitórias contra o Deportivo Santaní, que adotou a mesma estrutura tática e teve sucesso em nos impedir de jogar. Eles só não contavam que o alto número de faltas feitas nos permitiria criar tanto: o 3-0 foi construído com 2 gols de cabeça de Franco após faltas cobrada por Cabañas, e Enrique Martínez fez um golaço numa falta central.

 

Julho-Agosto/2027

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3-0 Guaireña | 2-1 Deportivo Paranaense | 1-0 Atyrá

Para julho, comecei a adaptar o time para jogar com mais calma quando o adversário se portasse tão fechado: ao invés de queimar rápido a posse de bola para surpreender, eu pedi para o time perder mais tempo trocando passes, como forma de controlar a bola e encontrar o momento certo para agredir.

Começamos o mês contra o Guaireña e a ideia funcionou, com uma dose de individualidade: aos 34’ rodamos, rodamos, até encontrar Franco determinado a ir para cima. O ponta direita driblou dois, entrou em diagonal e bateu rasteiro na saída do goleiro, 1-0. Antes de fechar a primeira etapa, aos 43’, Matessich aproveitava outro lançamento do goleiro Benítez, se adiantava a defesa e marcava seu gol, 2-0. Por fim, no retorno pro segundo tempo, aos 47’ Cabañas recupera bola, solta em Matessich que encontra Martinez livre no meio. O construtor de jogo segue sua própria intuição, avança e bate de esquerda, um lindo gol que deu números finais a partida, 3-0.

Seguimos caminhando pelo paraíso ao enfrentar o Deportivo Paranaense: aos 14’ Rodríguez cabeceava para as redes após lançamento de Ulises Coronel, 1-0, e já aos 15’ Matessich ampliava o placar, 2-0. Foram muitas oportunidades para abrir goleada naquele dia, não conseguimos e terminamos assustados: aos 56’ Juan Cardozo cobra pênalti sofrido por ele mesmo e desconta, 2-1. Apesar do placar e da atenção redobrada naturalmente, o Paranaense não fez por onde empatar. E um detalhe, aquele foi apenas o terceiro gol sofrido na competição.

Não sei explicar os motivos táticos para tal, não adotamos uma postura tática defensiva e ainda assim, os números e as atuações são impressionantes. Nem mesmo quando o gol demora a sair, a defesa assusta de verdade. Contra o Fulgencio Yegros, Cabañas abriu o placar aos 3’ e o jogo andou com o adversário sempre em busca do seu gol, entretanto, pouco nos ameaçaram de verdade: chegaram pouco, o nosso meio campo é a região de sustentação defensiva e foi poucas vezes superado dentro do jogo e do campeonato. Naquele cenário faltava o golpe de morte, que veio aos 78’ com Oliver Matessich, o centroavante antes questionado e agora consagrado.

O Deportivo Ovetense, no que deveria ter sido a última rodada do turno, ameaçou mais a nossa defesa. O clube de Oviedo veio como franco atirador, e apesar do esquema de 442 bem recuado, seus meias laterais eram verdadeiros pontas e conseguiram criar um número equivalente ao nosso de oportunidades. A diferença na partida foi José Enrique Martínez, nosso construtor: o meia aos 13’ cobrou falta com categoria e abriu a contagem, 1-0. Após o gol, Martínez passou o resto do primeiro tempo tomando para si toda saída de bola, distribuindo o jogo com maestria e atingiu o auge nos acréscimos, ao virar a bola para Franco e acertar um passe de 45 metros para encontrar nosso ponta livre, que dominou com categoria e bateu firme, cruzado, 2-0. Relaxado e dando rodagem ao elenco, vimos o Ovetense se engraçar mas Benítez fez boas intervenções. No segundo tempo, quem voltou a marcar fomos nós, o meia reserva Alcides Scarpellini acertou bonito chute após rebatida da defesa e fechou o 3-0. O jogo foi sintomático para entender o todo, resistimos na defesa e fomos implacáveis no ataque.

A última partida foi contra o Atyrá em San Francisco de Asis. Aquele jogo deveria ter ocorrido antes do jogo contra o Ovetense, mas por questões de alagamento no campo foi adiado, para após a última rodada, marcando o fechamento de turno. O General Díaz havia tropeçado contra o próprio Atyrá a 3 rodadas atrás, de modo que vencer o jogo faltando era terminar o turno líder. Tudo parecia perfeito e me deu confiança para poupar boa parte do time, o Atyrá era um dos últimos colocados na tabela.

Que bom que a sorte sorriu para nós: o Atyrá foi muito mais time do que eu esperava, mereciam vencer a partida, entretanto, um time campeão sempre tem suas vitórias inexplicáveis. Aos 30’ Scarpellini foi cruzar fechado, a bola foi em direção a primeira trave, o goleiro reagiu atrasado e, sem querer, abrimos o placar, 1-0. Na segunda etapa, o time da casa pressionou, pressionou muito mesmo, mas não foi capaz de fazer o gol. Vitória, 3 pontos e liderança isolada na virada do turno!

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Relatório de Desempenho do Treinador | Dinâmica da Equipe | Relatório Financeiro

Para falar em acesso, a campanha até agora é perfeita e, o que antes era um sonho, tornou-se uma obrigação: hoje, 9 pontos a frente do Independiente, eu só vejo a ultrapassagem se eles emplacarem uma campanha espetacular ou se cair muito o nosso nível de futebol praticado e resultados conquistados. Em termos matemáticos, se o Independiente repetir a campanha e fizer mais 32 pontos, o Resistencia teria de fazer 22 para ser ultrapassado, praticamente metade dos 41 que fizemos nesse turno. Dentro do bairro de Chacarita, timidamente, já se vê El Triangulo Rojo com um 1 no meio. A confiança da torcida está muito em alta, assim como o elenco também tem vivido uma harmonia única, uma união impressionante e o ambiente no vestiário é espetacular. Sobre o título, fizemos uma campanha de campeão, entretanto  o General Díaz faz outra e não dá trégua, é preciso manter o nível e secar, não tem outra fórmula mágica, e o time mais resistente será campeão. O que é interessante de ser visto são os números, os 9 jogos consecutivos sem sofrer gols são um recorde da Intermedia, atingimos o recorde do clube de 8 vitórias consecutivas (as 7 primeiras rodadas + a última rodada do ano passado) e os 17 jogos sem perder (considerando a ultima temporada). Além, claro, da incrível marca de 3 gols sofridos em 15 jogos.

Três números em especial me enchem de orgulho ou curiosidade:

1) nas estatísticas das equipes, somos o time com o maior número de posse de bola na Intermedia, uma média de 60% por jogo. Algo muito duro de ser conquistado e que tem reflexos claros no nosso jogo.

2) como causa ou consequência, nas estatísticas dos jogadores, o mezzala Abramovich tem, em todo campeonato, a média de 94% de acerto de passes. Considerando os números totais de 676 passes, atingir essa média no meio campo é algo a ser valorizado.

3) para saciar a curiosidade (alô @ElPerroMG) segue o desempenho do Brítez como o avançado sombra. O jogador começou como nosso destaque mas foi a peça que mais sentiu dificuldades quando os adversários entenderam nosso estilo de jogo. Ainda assim, sustenta uma média bem alta de 7,20 nas atuações e é o terceiro maior finalizador do time. Brítez não é um cara de muitas assistências: o avançado sombra existe pra encontrar espaços dentro da área, fazendo o famoso “facão” com e sem a bola. Funciona muito bem se tiver bons atributos de finalização, imprevisibilidade e agilidade.

E no meio desse sonho, as vésperas de começar o segundo turno, lá estava eu, a árvore, Rivaldo Rojas e sua namorada, Angelita Gomez:

- Pra gente fechar com chave de ouro, Nandéz, abraça a árvore – som de câmera fotografando, uma olhada de Angelita na câmera que gravava – agora outra pose, sorria!

- Beija a árvore, Nandéz – Rivaldo dizia na sua posição de co-diretor.

Eu beijei a árvore, um pouco sem graça mas o que não fazemos pelos amigos?

- AIIII! Uma formiga mordeu minha boca, e tá ardendo muito -

Os dois continuavam fotografando normalmente, até Rivaldo comentar:

- Essa daqui vai ficar ótima para passar na ceia de natal desse ano – um riso solto e farto, que chamou a atenção até dos atletas em campo – tá tudo bem, Nandéz?

Não, não estava.

Após comparecer ao posto de saúde e limpar a área, descobri que a formiga era venenosa e que a mordida causaria inchaço na região. No dia seguinte, ao chegar no campo, todos os jogadores estavam com o celular na mão vendo algo no Youtube, e rindo bastante. Pois é, a desgraçada da Angelita editou e postou rápido o vídeo do acidente, com direito a foto da cara inchada na conclusão, na internet eu estava consagrado: Hernandéz Fernandéz virara El Beiçola.

Eu tinha de resistir, novamente, a mais uma brincadeira feita pelo destino.

 

  • Peepe mudou o título para Eu amo o Dinheiro! A história de um mercenário na América do Sul - Resistir na defesa, prosperar no ataque. 13/07
  • Vice-Presidente
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Excepcional trabalho no Resistencia, mesmo com o General Díaz também fazendo uma grande campanha, a equipe continua invicta e está no topo da tabela, agora, é manter a boa forma e buscar o acesso.

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Grande temporada, INVICTO! Acho que esse elenco promete e já to ansioso para ver na primeira divisão!

Mzz no FM20 ta muito forte, fazuma baita diferença no meio campo. 

De qualquer forma, vai ser gato e rato com o general ate o final da temporada, RESISTA!

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Que temporada de sonho. O Resistência parece ter algo de mágico mesmo, o time encaixou, a tática também e até agora não tem pra ninguém.

Que venham o título e o acesso para a primeira divisão!

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