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Eu amo o Dinheiro! A história de um mercenário na América do Sul


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Postado

Aí sim, fomos surpreendidos novamente. Entrei no tópico esperando ver o Resistência sobrevivendo na primeira divisão, se preparando para o futuro...e vejo Nandéz na seleção. Parabéns, é uma grande conquista na carreira.

Gostei bastante do time, explorando os pontos fortes da seleção, e acho que fez bons jogos contra o Equador e a Argentina. A distância não é grande e dá para garantir a vaga na Copa.

Sobre o futuro do save, eu não gosto muito de conciliar clube e seleção no FM - acho que fica meio irreal e você pode acabar não conseguindo dar nem muita atenção a um, nem a outro. No seu caso, sendo uma ficção, fica ainda mais irreal porque tipo, é muito raro ver um treinador fazendo as duas coisas. 

Se eu fosse você, fecharia a temporada no Resistência, assumia só a seleção paraguaia, ficava um tempo e depois voltava ao futebol de clubes. Sendo a seleção que é, com as dificuldades naturais que tem, não vejo como poderia ficar monótono. E o que não falta é politicagem e safadeza na federação para render bons enredos hehehe.

Seja qual for a decisão, estarei acompanhando e torcendo.

Postado

Por essa eu não esperava.

Quando abri o tópico e vi o banner padrão pensei que tivesse saído do Resistência por alguma oferta de um time maior (o que, no final, não deixa de ser isso). Foi uma reviravolta bem interessante e que pode gerar boas histórias do Nandéz perambulando pela América com a seleção. Começou bem e tem tudo pra classificar pra Copa do Mundo.

Quanto ao prosseguimento do save, não me enquadro na categoria de contadores experientes, mas creio que se teu intuito é dar uma verossimilhança maior ao save, permanecer com 2 empregos soa meio irreal. Porém, se não for teu objetivo com a história essa verossimilhança, eu, como leitor, não vejo problemas em continuar com os dois empregos. De todo modo, pra não ficar em cima do muro, concordo com o Tsuru, fechar a temporada com o Resistência e seguir com a seleção por um tempo (talvez um ciclo de Copa do Mundo) me parece uma boa saída.

Postado

Que saga sensacional! Como conseguiu tanta liga sulamericana inferior de 3a e 4a divisão? 

  • Vice-Presidente
Postado

Estou surpreso por uma proposta de seleção, não acho que passaria pela minha cabeça que o Nández era um treinador para assumir o maior cargo do país. Eu acho que se você acha errado ter dois empregos, deve ficar com o que lhe paga mais.

Postado
18 horas atrás, Tsuru disse:

Aí sim, fomos surpreendidos novamente. Entrei no tópico esperando ver o Resistência sobrevivendo na primeira divisão, se preparando para o futuro...e vejo Nandéz na seleção. Parabéns, é uma grande conquista na carreira.

Gostei bastante do time, explorando os pontos fortes da seleção, e acho que fez bons jogos contra o Equador e a Argentina. A distância não é grande e dá para garantir a vaga na Copa.

Sobre o futuro do save, eu não gosto muito de conciliar clube e seleção no FM - acho que fica meio irreal e você pode acabar não conseguindo dar nem muita atenção a um, nem a outro. No seu caso, sendo uma ficção, fica ainda mais irreal porque tipo, é muito raro ver um treinador fazendo as duas coisas. 

Se eu fosse você, fecharia a temporada no Resistência, assumia só a seleção paraguaia, ficava um tempo e depois voltava ao futebol de clubes. Sendo a seleção que é, com as dificuldades naturais que tem, não vejo como poderia ficar monótono. E o que não falta é politicagem e safadeza na federação para render bons enredos hehehe.

Seja qual for a decisão, estarei acompanhando e torcendo.

Obrigado por acompanhar, Tsuru!

Agradeço em nome do Nandéz, foi uma coisa que me surpreendeu esse convite mas é um passo fundamental para conseguir se consolidar de fato na carreira, ou pelo menos no país. A conferir os próximos passos. O começo foi positivo e animador, nessa nova Copa do Mundo serão 6 seleções sulamericanas classificadas em uma Eliminatórias com 10 times, é praticamente um dever classificar a seleção pra Copa.

Quanto ao futuro do save, a minha ideia é mesmo essa: fechar a temporada com o Resistencia é algo justo, e que cabe dentro do meu plano pra carreira,  mas abri ali para ouvir as diferentes opiniões e refletir um pouco mais sobre o tema. Agradeço o comentário e a opinião, e é bom ouvir pensando em futuro também, não sei como é a relação do jogo com treinador de seleção mas pode ser que eu seja considerado um desempregado no final da temporada e propostas pipocarão, é bom que eu já saiba como reagir.

 

17 horas atrás, div disse:

Por essa eu não esperava.

Quando abri o tópico e vi o banner padrão pensei que tivesse saído do Resistência por alguma oferta de um time maior (o que, no final, não deixa de ser isso). Foi uma reviravolta bem interessante e que pode gerar boas histórias do Nandéz perambulando pela América com a seleção. Começou bem e tem tudo pra classificar pra Copa do Mundo.

Quanto ao prosseguimento do save, não me enquadro na categoria de contadores experientes, mas creio que se teu intuito é dar uma verossimilhança maior ao save, permanecer com 2 empregos soa meio irreal. Porém, se não for teu objetivo com a história essa verossimilhança, eu, como leitor, não vejo problemas em continuar com os dois empregos. De todo modo, pra não ficar em cima do muro, concordo com o Tsuru, fechar a temporada com o Resistência e seguir com a seleção por um tempo (talvez um ciclo de Copa do Mundo) me parece uma boa saída.

Obrigado pela participação, div!

Confesso aqui que nenhum de nós esperava, foi até difícil pensar numa abordagem que conciliasse o Resi e o Paraguai e optei por voltar no tempo justamente para ficar mais claro. O começo é animador, as eliminatórias da Conmebol são bem disputadas e acessíveis, tenho muita esperança que os passeios pelo continente rendam boas histórias.

Agradeço demais pelo teu comentário sobre o prosseguimento, você não é um contador experiente mas é alguém que escreve bem e leitura ativa. Meu medo maior em assumir os 2 empregos é acabar sendo engolido na hora de postar e mesmo na hora de jogar, entendo que ambos os cargos demandam tempo. Na única vez que conciliei seleção com clube, foi no FM10 que era bem mais simples em gestão e eu estava a 8 anos no Bologna quando assumi o Brasil, ou seja, era um clube que eu já fazia tudo no automático de tanto controle que eu tinha. Por ora, a decisão tende a ficar com o voto de vocês mesmo, agradeço a opinião que me ajuda mesmo a pensar no futuro, como disse acima, o jogo vai me considerar um desempregado e é provável que outros convites aconteçam.

 

16 horas atrás, tricolor de coraçao disse:

Que saga sensacional! Como conseguiu tanta liga sulamericana inferior de 3a e 4a divisão? 

Obrigado pelo elogio!

Eu baixei em um fórum do FM em Portugal um pack de ligas com mais de 100 países diferentes, alguns novos e outros atualizando as divisões inferiores, espalhados por todos os continentes. Dentro do que é possível pelo editor, o trabalho ficou muito bem feito e as ligas se assemelham bastante no formato com as originais, só pecam pois os times são compostos sempre por jogadores cinzas, mas aí era exigir demais. O que eu acho sensacional no pack é a quantidade de ligas para a América Central, confesso que até pensei em incluir mas tive receio de expandir demais o save.

 

14 horas atrás, Henrique M. disse:

Estou surpreso por uma proposta de seleção, não acho que passaria pela minha cabeça que o Nández era um treinador para assumir o maior cargo do país. Eu acho que se você acha errado ter dois empregos, deve ficar com o que lhe paga mais.

Obrigado pelo comentário, Henrique!

A mim também foi surpreendente, principalmente porque não aconteceu nem aquela especulação de imprensa ou alguma menção pública, já vieram com a proposta na mesa. Para o momento da carreira também surpreende um pouco mas, ao ver os treinadores paraguaios mais bem pagos, é fácil perceber que não há algum grande destaque, fora que a federação sempre optou por técnicos nacionais e o Paraguai é uma das piores seleções da conmebol no Ranking FIFA, então o nível caiu ao patamar do Nandéz e aqui estamos nós.

Obrigado também pela opinião, essa é a proposta da história e devo manter isso, abri mais para ouvir opiniões sobre o desafio que é conduzir uma história de seleção e repensar mesmo sobre o futuro.

Postado

Excelente a guinada que a carreira do Nández deu. Só acho estranho irem buscar um treinador num clube recém-ascendido à primeira divisão ao invés de Libertad, Olimpia, Cerro Porteño e Guaraní, por exemplo.

Eu vou dar uma opinião diferente: É, no mínimo, incomum, um treinador manter cargos em clube e seleção. Não lembro de nenhum caso assim. Porém, por se tratar de uma ficção, gostaria de ver o Nández se virando com dois cargos ao mesmo tempo. Daria um leque muito grande de situações a serem exploradas. Como a torcida do Olimpia reagiria com o treinador da seleção no rival da partida daquele dia? E a do Cerro? Eu realmente gostaria de ver isso. Mas fica ao teu critério.

Boa sorte para a continuação.

Postado

Primeiramente, e mais importante que a vaga na seleção, é conseguir sair com a Riquelme, aí sim pontos para o Nandéz, o que uma peruca não faz hahah. 

Brincadeiras a parte, parabéns pela vaga na seleção! Levando em conta o histórico descendente da seleção, achei real a aposta em um treinador em ascensão, o que pode casar muito bem. Sua seleção parece ser bem boa tecnicamente, o atacante do United é excepcional e o Meia do Flalixomengo parece ser também muito bom. Saúl Salcedo já joguei com ele e joga muito também.

Estreia excelente frente a seleção, somou 3 pontos e já encostou nas vagas diretas pra Copa. Tomara que consiga se classificar e dê um "up" ainda maior na carreira. 

Com esse salário quais serão os presentes das tias e dos sobrinhos em? 

Quanto a continuidade do save, acredito que ficar somente na seleção ficaria mais real e seria algo temporário, até o fim da Copa do Mundo. Depois disso, com certeza poderá se candidatar a cargos em clubes maiores dentro da América do Sul. 

Boa sorte na sequência, Pepe!

Postado
Em 26/08/2020 em 10:44, Khroiskantis disse:

Excelente a guinada que a carreira do Nández deu. Só acho estranho irem buscar um treinador num clube recém-ascendido à primeira divisão ao invés de Libertad, Olimpia, Cerro Porteño e Guaraní, por exemplo.

Eu vou dar uma opinião diferente: É, no mínimo, incomum, um treinador manter cargos em clube e seleção. Não lembro de nenhum caso assim. Porém, por se tratar de uma ficção, gostaria de ver o Nández se virando com dois cargos ao mesmo tempo. Daria um leque muito grande de situações a serem exploradas. Como a torcida do Olimpia reagiria com o treinador da seleção no rival da partida daquele dia? E a do Cerro? Eu realmente gostaria de ver isso. Mas fica ao teu critério.

Boa sorte para a continuação.

Muito obrigado, Khroiskantis, por comentar e acompanhar!

Você me deu um ponto de vista que eu ainda não havia pensado, vou trabalhar em cima dele mas tenho em mente que a renovação com o Resistencia é algo fora dos planos. Sempre que atinjo 2/3 temporadas no mesmo clube eu procuro um objetivo grande e imediato para me manter,  é uma forma de não deixar a história presa tempo demais na reconstrução de um mesmo clube. Com o Resistencia eu tinha a ideia de permanecer caso alguma vaga continental viesse, fora isso, o objetivo da próxima temporada tende a repetir essa e, mesmo com dor no coração, eu entendo que o caminho é a saída. 

De todo modo, gostei do que trouxe e me fez repensar, até mesmo caso algum clube apareça interessado nos serviços do Nandéz, pensarei melhor em como lidar.

 

Em 28/08/2020 em 09:22, ElPerroMG disse:

Primeiramente, e mais importante que a vaga na seleção, é conseguir sair com a Riquelme, aí sim pontos para o Nandéz, o que uma peruca não faz hahah. 

Brincadeiras a parte, parabéns pela vaga na seleção! Levando em conta o histórico descendente da seleção, achei real a aposta em um treinador em ascensão, o que pode casar muito bem. Sua seleção parece ser bem boa tecnicamente, o atacante do United é excepcional e o Meia do Flalixomengo parece ser também muito bom. Saúl Salcedo já joguei com ele e joga muito também.

Estreia excelente frente a seleção, somou 3 pontos e já encostou nas vagas diretas pra Copa. Tomara que consiga se classificar e dê um "up" ainda maior na carreira. 

Com esse salário quais serão os presentes das tias e dos sobrinhos em? 

Quanto a continuidade do save, acredito que ficar somente na seleção ficaria mais real e seria algo temporário, até o fim da Copa do Mundo. Depois disso, com certeza poderá se candidatar a cargos em clubes maiores dentro da América do Sul. 

Boa sorte na sequência, Pepe!

Muito obrigado por acompanhar, ELPerro!

Nao é peruca, é tratamento capilar hahahaha

A proposta me surpreendeu porque nem cogitado pela imprensa o Nandéz foi, no entanto, ele é um dos mais respeitados treinadores paraguaios e o salário corresponde a isso. O time que encontrei tem excelentes valores, o Riveros tem atributos fenomenais mas é impressionante como certos jogadores não conseguem jogar nas suas seleções, o encaixe será mesmo um problema mas eu estou confiante em curtir uma Copa do Mundo.

Quanto a tia e os sobrinhos, esse natal vai ser goooordo hahahahaha obrigado mais uma vez por acompanhar!

Postado

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Um golzinho, pelo amor de Deus!

- Está realmente difícil, eu amo meu salário mas não necessariamente meu trabalho e hoje eu só trabalho, trabalho, trabalho. - seguiu-se alguns minutos de um relato indignado sobre a sobrecarga – eu sei que a biografia parou justamente no momento mais alto, Rivinha, mas o que eu posso fazer? Por que tanto interesse em me ouvir contar a história agora?

- Nandéz, quando eu comecei isso aqui, achei que era uma loucura da sua cabeça mas veja só, chegamos ontem da Venezuela, jogo de seleção, a Larissa Riquelme estava de novo num voo internacional com você. - era uma voz entusiasmada do outro lado da linha – Toda aquela loucura faz sentido, essa é uma trajetória marcante! Eu vou ficar rico com esse livro.

- E eu com os direitos de exposição...

E é assim que no meio de uma madrugada, a base de café e bala de guaraná, com saudades dos chás de coca bolivianos, a trajetória da vida de Nandéz² volta a ser contada. Eu não sei onde estava com a cabeça quando achei que seria tranquilo conduzir a seleção e o Resistencia simultaneamente, e nem o Resistencia quando aceitou, pois é fácil perceber quanto impactou. Mas isso é assunto para outra hora…

Em final de setembro, lá estava eu, meu caderninho e uma sala de imprensa abarrotada de jornalistas anunciando a convocação para as Eliminatórias. Enfrentaríamos na sequência a Bolívia dentro de casa e o Brasil fora, na Arena das Dunas. Ansiedade? Nervosismo? Total! Eu nem consegui aparecer para as câmeras direito naquela coletiva:

- Ver o Defensores del Chaco cheio, a nossa torcida pulsando e um time empolgado anima qualquer amante do futebol e comigo não seria diferente. Estou ansioso por estrear em casa, espero que a recepção seja a melhor possível. - uma resposta tímida para uma pergunta feita pela própria Larissa, combinada anteriormente, e nem assim eu consegui minhas boas sacadas para aumentar minha fama internacional.

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Sem maiores surpresas, a convocação foi essa. A grande mudança veio em Cristhian Estigarribia, meia do Talleres, que não foi convocado e buscou esclarecimentos, ele me ligou no dia seguinte, eu tentei explicar que o momento pedia Paredes, meia mais experiente. Não fui bem entendido mas o caso foi rapidamente contornado, prometi a Estigarribia que ele voltaria em breve. Não queria começar rachando o meu elenco.

No dia 06/10, lá estávamos eu e a seleção paraguaia para a minha estreia dentro do Defensores del Chaco. Fui recebido com aplausos e algumas desconfianças, os mais de 35 mil torcedores se limitaram a aplaudir meu nome ao aparecer no telão, ao passo que nomes como Segovia e Ever Ríos eram gritados. Não carreguei para o coração, a desconfiança era justificável, e utilizei o público para pressionar os atletas, junto das minhas inspirações filosóficas e um gel para o cabelo fiz um grande discurso, trouxe a tona um pouco de teologia, existencialismo e “vamo carajo, los hinchas quieren ganar!”. Levei o time para campo um pouco confuso, mas nada que atrapalhasse o desempenho, a partida foi fantástica!

Nosso time estava bem desfalcado, cerca de 5 titulares estavam suspensos e “ainda bem” eu pensava, afinal, era só a Bolívia a nossa frente. Mesmo assim o domínio foi claro desde o primeiro minuto, atingimos mais de 80% de posse de bola em momentos do jogo e um volume ofensivo considerável, as escapadas adversárias praticamente não aconteciam e nosso gol parecia questão de tempo. Só parecia. Ao final da primeira etapa, eu entendi que não era questão de tempo e sim de pacto: o goleiro Javier Rojas teve a melhor atuação individual que pude presenciar em minha carreira, ele foi simplesmente monstruoso durante todo o jogo e saiu com uma nota 8.1, bem acima da média para a posição. Sem muito o que acrescentar, mandei o time de volta para o segundo tempo e rapidamente veio o alívio: aos 50’ Adolfo Rodríguez bate falta na área, a defesa não acompanha e o zagueiro Carlos Delgado abre o placar, 1-0 para a gente.

O gol cedo nos deixou leves, ousados e corajosos, só que Rojas seguia imparável: no lance mais inacreditável, Ever Ríos recebe em diagonal, bate e obriga o goleiro a fazer grande defesa. O próprio Ríos pega o rebote, onde bate em arco em outro canto como manda o manual, Rojas antevê o chute, pula e faz um milagre. Pouco depois, o mesmo Ríos foi derrubado na área, o juiz apontou pênalti e aos 61’ o lateral Bernardo Cañete teve a bola pra abrir 2-0, mas bateu fraco, a meia altura e no meio do gol, o que fez com que Rojas segurasse a bola e seguisse como se nada tivesse acontecido. No meio daquele bombardeio, fechamos o jogo com 37 finalizações, 6 claras chances de gol e somente 1-0 no placar. Não está bom mas foram 3 pontos, e isso que importa.

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Na sequência fomos até Natal enfrentar a temida e líder seleção brasileira. Sem maiores expectativas mas com o retorno dos desfalques, eu nutria certo otimismo com relação ao desempenho. Fui tolo! Aos 17 segundos de jogo, o meia Luanzinho já abria o placar para a seleção canarinho, que ampliou aos 6’ com Renan. Sem muito no que mexer, aguardei para sentir a reação de nosso time e fiquei feliz ao ver um jogo franco e aberto, que acabou recompensado com um lindo gol Leonardo Gonzáles, 1-2. Aos 31’ os brasileiros voltaram a comemorar e aos 32’ Riveros descontou, 2-3, e uma partida que tinha leve superioridade brazuca, mas onde tudo podia acontecer, e estava acontecendo.

Fui para o intervalo com aquela pulga atrás da orelha: mantenho o padrão ofensivo e tento empatar ou fecho a casa, não levo gol e tento empatar na bola parada? Escolhi pelo óbvio, manter o padrão ofensivo. Só que o óbvio é burro de vez em quando…

Sem maiores comentários, sem maiores justificativas, o Brasil mostrou uma ampla superioridade na segunda etapa, engoliu nossas chances de ameaçar o goleiro Alisson e foi ampliando o placar com alguma facilidade. No final do massacre, entre mortos e feridos, lá estavam Brasil 7-2 Paraguai.

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A pior derrota da minha carreira, um passeio, um massacre, lá vem eles de novo e o clima no Paraguai era de pura normalidade. Eu estava em choque com tamanha frieza dos paraguaios, que apesar de tudo, se mantinham resolutos e na expectativa da próxima convocação. Sem maiores surpresas, trouxe de volta Estigarribia, os laterais Jorge Velázquez e Blas Riveros, e chamei pela primeira vez o jovem centroavante Moschetti, como uma tentativa de injetar sangue novo em um ataque já vinha sendo problema e ganhar pontos com a torcida do Libertad.

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Ganhar pontos com a torcida eu consegui, afinal, a partida contra o Uruguai marcou casa cheia: 42 mil pessoas prestigiaram o excelente jogo entre Paraguai x Uruguai, uma decisão para a Copa do Mundo de 2030. Agora, quanto a injetar sangue novo no ataque…

O jogo foi aberto: nossa posse de bola maior nos deu campo e controle da partida numa boa primeira etapa, só que a dificuldade em carregar essa bola para a área adversária foi evidente e os uruguaios sofreram mas souberam sofrer, sem nos permitir nenhuma grande chance nesse tempo. No segundo tempo eles cresceram, nós diminuímos o ritmo e a perna começou a pesar de nosso lado. Ainda assim o jogo caminhava para um 0-0 bem animado, onde os goleiros trabalharam sem se tornar os destaques, e minhas mexidas geraram pouco resultado: nem mesmo trocar o atacante adiantou. Quando o relógio marcava 90+3’ Bryan Rodríguez puxou contra ataque para os uruguaios, carregou pela direita e soltou em Arezzo que bateu cruzado, firme. A bola cutucou a trave e morreu nas redes. Uruguai 1-0 no apagar das luzes. E eu indignado, esse tipo de ponto não se perde.

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Por fim, fomos a Ciudad Guayana enfrentar a Venezuela, um adversário que vem em baixa mas é um jogo sempre complicado, e onde vencer era um dever. Não tirei o corpo fora, cobrei o máximo do time na palestra e mantive o esquema 4312, com algumas alterações apenas por questões físicas.

Mais uma vez a partida foi aberta, essa é uma característica do meu trabalho na seleção, e mais uma vez o nosso ataque não conseguiu concluir em gol as chances que teve. Destaco as 2 chances que o meia Iván Franco teve, de frente pro gol, após cruzamento rasteiro da direita. Nas duas vezes, o remate saiu forte mas na mão do goleiro. O gol mesmo só veio aos 51’: Estigarribia recuperou bola na saída venezuelana e fez um lançamento de 45 metros para Felix Rivas, o ponta que joga no ataque, gosta de velocidade e partiu livre, leve e solto, invadiu a área e soltou um petardo cruzado para abrir o placar, 1-0. O gol novamente teve um significado de alívio em mais uma partida que terminou complicada pelas nossas dificuldades em converter as chances criadas. Quando o juiz apitou, meu abraço especial foi em Estigarribia, o meia cortado de uma convocação foi titular, craque do jogo e fez questão de me agradecer diretamente ao final da partida.

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Com relação a classificação, 1 ponto nos separam do Equador, o primeiro na zona de classificação, e aparentemente a briga vai ser acirrada até o final. O triste é pensar que esse ponto foi o maldito gol do Uruguai aos 90+3’, que eu lamento não só por estar fora da classificação mas principalmente por deixar os uruguaios desgarrarem. Mais preocupante que ver o Uruguai subir, é perceber que a seleção peruana alcançou uma vantagem de 5 pontos de diferença depois de 2 rodadas fenomenais, onde empataram com a Argentina e venceram o Brasil fora de casa por 2-0. Como nem tudo é tragédia, a Venezuela vem 4 pontos atrás e não acredito no poder de reação dos venezuelanos, de modo que Paraguai e Equador vivem praticamente em uma ilha disputando a sexta colocação e, consequentemente, a classificação para a próxima Copa do Mundo. Na parte de cima, brasileiros já carimbaram o passaporte para a Copa na Espanha e os argentinos devem fazer nos próximos jogos.

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Estatísticas de Equipes das Eliminatórias | Jogos que restam ao Paraguai

Depois de um longo relato, olheiras enormes e um cansaço absurdo, nada restava  para aquela ligação telefônica:

- Três horas da manhã, Rivinha, um bom sono a você que vai conseguir dormir…

- E você não, Nandéz?

- A essa hora, depois de viajar, pensando em jogo domingo, não vai rolar. Vou passar mais um café e ficar pela internet mesmo

- Internet? De madrugada? Você já passou da fase, não acha? Talvez aquele teus sobrinhos malucos façam mais isso que você…

Não respondi, eles estavam na fase de curtir a vida mesmo. Eu fiquei na internet mas aproveitei pra conhecer o Paraguai de verdade, estudar um pouco a minha rotina e me ambientar sobre o patriotismo. Comecei no Wikipedia, passei pelo site da federação e fui ficando admirado com aquilo que via…

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A federação escolheu recentemente o melhor time paraguaio desde 2020, o chamado Melhor Onze da época moderna, e algumas coisas me chamaram a atenção: a começar pelo esquema, um 433 ousado e pra frente, bem diferente da ideia estereotipada que eu tinha da seleção. Em segundo lugar, a maior parte dos jogadores permanece em atividade ainda que bem velhos e, apesar disso, a espinha dorsal permanece a mesma do meu time: Miguel Martínez no gol, Alderete, Rojas e Riveros na linha defensiva, somente Robert Rojas não tem sido convocado, embora seja bom jogador para momentos mais amistosos; no meio apenas Christian Paredes apareceu nas minhas observações, tendo em vista que os outros dois decaíram muito fisicamente; no ataque a dupla Rivas e Riveros permanecem dentro das minhas opções e tem bola e tempo para se tornarem verdadeiras lendas dentro do país, com Almirón compondo o trio mas em fim de carreira. Fiquei feliz em ver determinados nomes no banco, como Gatito Fernández aposentado, Gustavo Goméz a beira da aposentadoria e Angel Romero como treinador do simpático e singelo 24 de Septiembre.

Aquilo fez a minha busca pela internet se tornar ainda mais ativa, fui atrás das grandes seleções do continente e resolvi lembrar um pouco que existe vida fora da minha bolha nas divisões inferiores. Comecei pelos brasileiros, a ideia de colocar Neymar como Meia Central apenas para encaixá-lo no melhor 11 é a típica forçação de barra que a juventude faz para realizar seus sonhos futebolísticos. E o “meia central” Neymar merecia mais consideração, ainda é o grande artilheiro da atual geração e vai ser referência por anos, embora tenha tido uma triste aposentadoria no Arsenal, onde chegou a fazer dupla com Philippe Coutinho, este ainda atuante mas em fim de carreira no Bologna. Se os brasileiros forçaram, o que dizer dos argentinos? Messi tem a melhor nota para eles e mesmo assim não entra no melhor onze, dá a vaga no ataque a Lautaro Martínez e Leonel Benítez, dupla que nos infernizou já nessas eliminatórias.

Fechei a busca mais específica com o Uruguai, curioso para relembrar um pouco de um centroavante que sempre fui fã, Edinson Cavani. O craque uruguaio também passou pelo Arsenal, um pouco antes de Neymar, e se aposentou logo em seguida. No mais, os uruguaios tem no seu melhor onze o maior número de atletas que já pararam e veem outros no caminho, como Betancur, Torreiro e até De Arrascaeta, que nunca mais foi o mesmo depois de passagem pelo Corinthians. Aproveitei para pesquisar um pouco mais sobre Colômbia, Peru, Chile e Equador.

Quando eram 7:30 da manhã, o celular toca e era meu despertador. Hora de acordar quem já estava acordado, ainda tem um pedaço de temporada para resistir...

  • Peepe mudou o título para Eu amo o Dinheiro! A história de um mercenário na América do Sul - Um golzinho, pelo amor de Deus! 04/09
Postado

Coitado do Nandéz! Clube e seleção ao mesmo tempo é pra matar hehehe. Brincadeiras a parte, aquele pontinho ali contra o Uruguai pode fazer muita falta no final, mesmo eu achando que o Paraguai tem bola pra ir pra copa. Mas esses atacantes tem que melhorar, viu? Tão perdendo cada gol...  Enfim, o negócio agora é ajustar uns detalhes que a vaga vem.

Postado

Sem vida fácil pro Nández na seleção. Mas a tabela reserva um confronto direto contra o Equador em casa, pode decidir a vaga aí. Romero com 14 jogos e 3 gols no banco do melhor 11 mostra que o ataque paraguaio há tempos sofre haha

Postado

Pobre Resi... mas não tinha como recusar esse aumento salarial. Nem o caminho mais rápido ao coração Larissa.

Engraçado, antigamente não era tão assustador dividir o tempo entre seleção e clube.

No save do Uralan peguei 2 seleções. Da Rep. Tcheca, durei uma convocação, não suportei ter que prestar atenção em algo que não fosse o Uralan. A segunda tentativa muito mais bem sucedida, foi na seleção russa, mas aí era quase uma extensão do clube, muito mais que a base do elenco.

Boa sorte!

  • Vice-Presidente
Postado

Acho que só sobra uma vaguinha para a próxima Copa. Essa última vaga é repescagem?

Postado
Em 04/09/2020 em 20:22, Henrique.C disse:

Coitado do Nandéz! Clube e seleção ao mesmo tempo é pra matar hehehe. Brincadeiras a parte, aquele pontinho ali contra o Uruguai pode fazer muita falta no final, mesmo eu achando que o Paraguai tem bola pra ir pra copa. Mas esses atacantes tem que melhorar, viu? Tão perdendo cada gol...  Enfim, o negócio agora é ajustar uns detalhes que a vaga vem.

Cara, a vida do Nandéz vai ser uma loucura nesse fim de temporada porque é realmente muita informação. O gol do Uruguai foi daqueles que dá vontade de largar o jogo e chorar em posição fetal, sem forças para voltar, mas até que perder para eles não chega a ser um absurdo e espero que eles mantenham esse pique de endurecer para os rivaiss

Também permaneço otimista, se o ataque deslanchar a gente não tem mais adversário a temer na tabela.

Obrigado por acompanhar, Henrique!

 

Em 04/09/2020 em 21:00, div disse:

Sem vida fácil pro Nández na seleção. Mas a tabela reserva um confronto direto contra o Equador em casa, pode decidir a vaga aí. Romero com 14 jogos e 3 gols no banco do melhor 11 mostra que o ataque paraguaio há tempos sofre haha

Opa, Div, obrigado por acompanhar!

Esse confronto vai ser o do ano, estou numa expectativa positiva pois já ganhei dos equatorianos em Quito no meu começo.

Quanto a marca do Romero, só nos resta lamentar mesmo hahaha pior que tenho uma dupla de bom nível mundial mas os caras simplesmente não conseguem fazer os fáceis, e o time tem problemas para criar os difíceis.

 

19 horas atrás, Andreh68 disse:

Pobre Resi... mas não tinha como recusar esse aumento salarial. Nem o caminho mais rápido ao coração Larissa.

Engraçado, antigamente não era tão assustador dividir o tempo entre seleção e clube.

No save do Uralan peguei 2 seleções. Da Rep. Tcheca, durei uma convocação, não suportei ter que prestar atenção em algo que não fosse o Uralan. A segunda tentativa muito mais bem sucedida, foi na seleção russa, mas aí era quase uma extensão do clube, muito mais que a base do elenco.

Boa sorte!

Valeu por sempre acompanhar, André!

Larissa, Larissa... Nem todo homem mede suas atitudes por conta de mulheres, só 99% deles,  embora provavelmente o Nandéz esteja no grupo de maioria hahaha

Sobre seleção e clube, eu tive um exemplo de muito sucesso no FM 10, ganhei uma Copa do Mundo com a seleção Brasileira em 2018 depois de assumir em 2016. Ganhei a Copa do Mundo e a Copa América 2019 mas acabei demitido depois de empatar um jogo de eliminatória com o Peru, e aquele FM tinha um fogo terrível em demitir treinador da seleção brasileira. No entanto, eu treinava o Bologna desde 2009 e levava o time no automático, já conhecia o elenco e táticas de cabo a rabo, me poupou muito tempo e o jogo era bem mais simples também, sem tanta perfumaria. Eu até aproveitei pra abusar da observação no sub-20 e toda janela contratava uns 2 bons brasileiros de potencial.

Nesse final de temporada eu sofri, o Resi sentiu a escolha e me senti mesmo sobrecarregado. Talvez valesse o experimento porque o calendário da próxima temporada é tranquila para o Paraguai mas não vou adiantar mais o futuro de Nandéz.

 

11 minutos atrás, Henrique M. disse:

Acho que só sobra uma vaguinha para a próxima Copa. Essa última vaga é repescagem?

Essa é uma dúvida pertinente, até abri o jogo para conferir e cometi um pequeno engano na hora de trazer a atualização. A 6ª vaga é direta pra Copa e o 7º lugar vai pra repescagem, que nas últimas eliminatórias foram contra uma seleção africana (Bolívia perdeu para  o Congo na ocasião).

Tendo isso em vista, o objetivo segue sendo o 6º lugar e acho possível, embora a disputa vá ser boa com o Equador.

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Colocando a leitura em dia, e parabéns por finalmente assumir a seleção, uma pena dado ao carinho pelo resi, mas tudo bem, seleção é seleção!

O time parece estar seguro na defesa, com exceção daquele jogo contra o Brasil que foi um fora da curva, mas no geral, o time vai bem. 1 golzinho aqui, outro ali, segurando bem os jogos. Não sei se posso falar da tatica, que como disse, me parece segura, mas talvez com os treinos (?) - Talvez seja o momento de aproveitar melhor algumas chances, no mais, deve conseguir travar uma boa batalha com o Equador e conseguir uma vaga. Boa sorte na sequencia!

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Caraca, que surra foi essa contra o Brasil? Imagino o Nandéz puto no vestiário no fim da partida. No fim das contas, entre altos e baixos o time segue vivo na busca por uma vaga na Copa do Mundo. Faltando 6 rodadas não da pra vacilar nos confrontos diretos e vencer os times menores.

Neymar jogando de MC? Forçaram pra colocar o Rodrygo hahah. Agentina sem Messi? Também é algo interessante de se ver.

Larissa Riquelme segue sendo melhor investimento que o Rivinha. Devia deixar ela fazendo a biografia hahha.

Boa sorte na sequência, Pepe!

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Voltando a leitura aos poucos.

Dos jogos que faltam ao Paraguai eu acredito que consiga pelo menos a vaga na repescagem( 6º Lugar, certo?). Vai ter confronto direto contra Colômbia, Peru e Equador. tem obrigação de ganhar do Chile e da Bolívia. Boa sorte na sequência.

Postado

Fiquei surpreso com a transferência para o futebol de seleções pelo estágio em que o técnico ainda se encontra, mas se rolou, rolou hahahah

Talvez o certo seja mesmo ficar só na seleção, inclusive.

Tomou uma senhora surra do Brasil, ein? Deu nem pro cheiro. Já mostra que o simples fato de se classificar para a copa será um grande lucro.

Outra coisa curiosa é a discrepância entre o melhor jogador da seleção e o segundo melhor.

Não acho que tem obrigação de classificar o Paraguai pois pegou o trabalho pela metade. E a seleção é fraca, afinal. Mas a torcida pra se classificar está aqui.

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Em 13/09/2020 em 08:32, Valismaalane disse:

Colocando a leitura em dia, e parabéns por finalmente assumir a seleção, uma pena dado ao carinho pelo resi, mas tudo bem, seleção é seleção!

O time parece estar seguro na defesa, com exceção daquele jogo contra o Brasil que foi um fora da curva, mas no geral, o time vai bem. 1 golzinho aqui, outro ali, segurando bem os jogos. Não sei se posso falar da tatica, que como disse, me parece segura, mas talvez com os treinos (?) - Talvez seja o momento de aproveitar melhor algumas chances, no mais, deve conseguir travar uma boa batalha com o Equador e conseguir uma vaga. Boa sorte na sequencia!

Obrigado por acompanhar, Vali!

Seleção é dinheiro e dinheiro é Nandéz, diria assim. Resi é um clube que vou nutrir simpatia eternamente mas era uma ponte para o mundo de sucessos, e aparentemente ele chegou. Com relação a seleção, eu não acho que a defesa esteja bem mas eu estruturo a defesa com o ataque, então é o sistema de controle de posse, muita gente no ataque e pressão ofensiva que serve para defender. Está funcionando mas infelizmente acontece isso que rolou contra o Brasil quando enfrento times melhores, valeu o aprendizado.

 

Em 13/09/2020 em 08:52, ElPerroMG disse:

Caraca, que surra foi essa contra o Brasil? Imagino o Nandéz puto no vestiário no fim da partida. No fim das contas, entre altos e baixos o time segue vivo na busca por uma vaga na Copa do Mundo. Faltando 6 rodadas não da pra vacilar nos confrontos diretos e vencer os times menores.

Neymar jogando de MC? Forçaram pra colocar o Rodrygo hahah. Agentina sem Messi? Também é algo interessante de se ver.

Larissa Riquelme segue sendo melhor investimento que o Rivinha. Devia deixar ela fazendo a biografia hahha.

Boa sorte na sequência, Pepe!

Obrigado pelo comentário, ElPerro, e por sempre acompanhar!

O jogo contra o Brasil foi tão bizarro que atônito resume melhor a reação: o primeiro tempo deixou uma esperança de roubar um empatezinho que fosse pra no segundo tempo praticamente nem passar do meio campo. Negócio que perder do Brasil acaba sendo rotina e não é um resultado a lamentar, embora o empate resolvesse.

Quanto a deixar a Larissa na escrita, Nandéz não é tão mau caráter de virar as costas para os amigos hahaha

 

Em 14/09/2020 em 17:16, LC disse:

Voltando a leitura aos poucos.

Dos jogos que faltam ao Paraguai eu acredito que consiga pelo menos a vaga na repescagem( 6º Lugar, certo?). Vai ter confronto direto contra Colômbia, Peru e Equador. tem obrigação de ganhar do Chile e da Bolívia. Boa sorte na sequência.

Seja bem vindo de volta, LC!

Então, são 6 vagas diretas + 1 repescagem. Por esse quantitativo é obrigação viajar para a Copa, mas o sonho segue na vaga direta. Discordo quanto ao confronto direto com a Colômbia pois acho que os colombianos passaram de passagem, estão bem na pontuação e praticamente classificaram, mas enquanto jogo é mesmo acessível e dá pra vencer.

 

Em 15/09/2020 em 01:31, marciof89 disse:

Fiquei surpreso com a transferência para o futebol de seleções pelo estágio em que o técnico ainda se encontra, mas se rolou, rolou hahahah

Talvez o certo seja mesmo ficar só na seleção, inclusive.

Tomou uma senhora surra do Brasil, ein? Deu nem pro cheiro. Já mostra que o simples fato de se classificar para a copa será um grande lucro.

Outra coisa curiosa é a discrepância entre o melhor jogador da seleção e o segundo melhor.

Não acho que tem obrigação de classificar o Paraguai pois pegou o trabalho pela metade. E a seleção é fraca, afinal. Mas a torcida pra se classificar está aqui.

Obrigado por acompanhar, Marcio!

Foi um susto para todos o convite da seleção paraguaia, quando aconteceu eu fiquei olhando pra tela querendo a certeza se era isso mesmo, afinal, nem as indiretas na imprensa saíram. Sobre ficar só na seleção ou não, novidades em breve!

Sobre o jogo do Brasil, foi como relatei: fiz um primeiro tempo bom e perdi por 3-2, achei que dava pra sustentar e sonhar com um 3-3 mas o resultado foi um time exposto e uma seleção brasileira avassaladora. São derrotas que nos ensinam...

Quanto a seleção, o Riveros, que é o melhor jogador, é um extra-classe mundial e fica difícil mesmo comparar ao resto do time, mas ainda assim acho que o nível de quem lhe acompanha é bem bom, apesar de tudo. Só que o elenco é curto e não oferece opções para algumas funções, não a toa eu aboli os pontas do time.

A classificação pra Copa é obrigação pois com a nova Copa a Conmebol classifica os 6 primeiros e oferece repescagem pro 7º, se tem 10 times nas Eliminatórias, por mais que seja meio de trabalho, é dever ficar em 7º pelo menos.

Postado

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Uma melancólica Resistida!

Dia 1 de dezembro de 1973 nascia Hernández Fernández, na bonita Ciudad del Este, ainda conhecida como Puerto Stroessner naquela data. Crescido no seio da cidade símbolo do governo de general Stroessner, tendo em vista que toda a sua fundação deriva de uma aliança governamental com o regime ditatorial brasileiro, Nández chegava aos 55 anos ao final da presente temporada. Os primeiros cabelos brancos começam a aparecer, com uma frequência ainda maior nesse último semestre:

- As preocupações não param, neste período eu pouco fico em casa, não descanso, não relaxo e pouco tenho dormido. Segundo os médicos, isso ocasiona o que tem acontecido aqui no telhado.

Mas hoje, e a partir de agora, tudo é festa. Na tarde deste domingo, dia 10/12, Nandéz reuniu amigos para a celebração de seu aniversário, aproveitando a boa fase na carreira e os novos planos...”

Pois é, quando eu comecei a vida boleira nos campos de várzea nos fundos da escola, jamais imaginei que me tornaria sub-celebridade, ao ponto de ser tema para o programa “Tele Fama”, que veio até meu modesto churrasco fazer matéria. Eu gosto de câmeras, me entusiasmei quando Rivinha trouxe a proposta, embora soubesse que o interesse deles era de fato na Larissa Riquelme. O que eu não esperava era que, como tudo na vida, as alegrias são passageiras e a tristeza é recorrente. Isso serve para a festa, isso serve para o fim de temporada.

Comecemos pelo que seria o ponto alto desse momento, ou o que acarretava mais expectativas: a Taça do Paraguai!

Uma semana depois da parada para as eliminatórias, lá estava eu e todo o elenco desembarcando no General Pablo Rojas para enfim enfrentar o Cerro Porteño. Diferente do que vinha sendo preparado, escolhi o 451 para o jogo na esperança de repetir o cenário do jogo pelo segundo turno da Copa Tigo.

15 mil pessoas, com 790 visitantes, eram o público da noite. Eles viram um Cerro imponente desde o minuto inicial, o 4231 rubroazul ocupava nosso campo e tomava conta do espaço. Eu sabia que o sofrimento era natural, mas não esperava cair do cavalo tão cedo: aos 9’, após boa troca de passes, Boggio cruza da direita e Marcos Cañete, minha aposta pessoal na seleção, testa para o fundo das redes, 0-1 Cerro. Não reagimos, a superioridade era evidente e eu só pedia concentração para não sofrermos o segundo e assim quem sabe encontrar o empate. Abri o time no intervalo, voltamos ao 4231 e eu esperava uma melhor reação, mas ela não veio: nosso ataque era ineficaz e o Cerro mantinha a partida sob controle, embora sem conseguir agredir para selar a vitória. Nesse ritmo, no final adotamos o esquema popular “Deus nos ajude!”: aos 85’ Hugo Denis intercepta contra ataque e lança Yegros, o ponta ganha no corpo, invade a área e bate cruzado. Deus ajudou! Era o gol de empate! Não tive tempo de agradecer, no meio daquela euforia, eu vejo o banco xingando, o auxiliar com cara constrangida e percebo que o bandeira marcou impedimento. O gol foi anulado, o jogo voltou ao controle do Cerro e Deus só deu o gostinho para depois tirar. Ao final, o 0-1 foi justo e reflexo da ampla superioridade do Cerro, apesar disso, competir em tão alto nível, chegar tão longe já foi uma vitória.

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Setembro/2028

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4-3 Rubio Ñu | 0-0 General Díaz

O jogo do Cerro foi o segundo jogo dessa sequência, antes disso já tínhamos vivido momentos de pura emoção no duelo diante do Rubio Ñu: com alguns jogadores poupados e Abramovich em grande, abrimos cedo o 1-0 com Brítez num petardo de fora. Dentre os poupados estava o goleiro Benítez, que não estava 100% após lesão, e deu a vez a Orlando Gill. Aos 33’ começava a saga de Gill: Riquelme chutou fraco e de longe, o goleiro não alcançou e o 1-1 foi para o placar. Brítez voltou a nos dar vantagem mas aos 4’ da segunda etapa, Gill viu a bola correr a pequena área duas vezes, na última ficou estatelado no chão enquanto Juan Pereira voltava a empatar a partida, 2-2. O ápice do dia veio quando Lucas Blanco bateu falta frontal ao gol, tirou o peso da bola e ninguém alcançou, mas nem precisava, rápido como um Windows XP sem anti vírus, Gill foi para a bola e nem ele alcançou, 2-3.

O resultado era trágico, derrota em casa para o lanterna e o San Lorenzo podendo encostar em nosso cangote. No entanto, a vida é uma caixinha de surpresas onde as coisas positivas surgem em momentos que nem se espera: pode ser um pedaço daquela parede, enviada por Saucedo, que não pudera se deslocar até Assunção mas fez questão de dar o presente mais especial de minha vida com o cartão “Eles resolveram fazer uma janela naquele espaço. Sorte a sua!”, ou, vencendo o jogo fácil de forma heróica para encher o coração de ânimo às vésperas da decisão na Taça. Aos 89’, Martínez, que entrara no desespero do segundo tempo, achou Izquierdo que chutou duas vezes para empatar, 3-3. Aos 90+3’ a dupla de novo: Martínez fez lançamento de 40 metros, Izquierdo partiu em velocidade diante da zaga cansada, tomou a frente, deslocou o goleiro e virou, 4-3 no apagar das luzes.

Como vimos, o ânimo extra de pouco adiantou e a derrota veio igual para o Cerro. A eliminação criou o pesado cenário para a sequência: recebemos o Sportivo Trinidense em uma péssima partida de ambas as partes, duas propostas de jogo lento e pouca emoção. O 0-0 estava mais do que bom para nossas ambições, aproveitei para cozinhar o jogo e paguei caro por isso: aos 87’ Marcelo Peréz desliza de carrinho para marcar o gol da vitória Trinidense, 0-1. Diante do Olímpia, uma nova inferioridade constatada em campo: o gigante paraguaio apostando em pontas velozes e jogo rápido criou dezenas de oportunidades, mas pecava ao finalizar com boas intervenções do goleiro Benítez e a insuficiência de seu ataque. Por vezes, eu busquei mexer mas no final entendi que o psicológico estava a nosso favor e era possível beliscar o 0-0. Mais uma vez, um grande engano: aos 78’ um pênalti infantil convertido por Vitinho e Olimpia 1-0. O gol abriu a porteira e teve tempo para Joel Ortíz ir as redes fechando a conta, 0-2. Fechamos o mês preocupados com a tabela mas principalmente com o desempenho, diante do General Díaz. A equipe que subira conosco conquistou uma posição de tamanha superioridade na tabela que nem parecia ter tido uma disputa tão acirrada ao longo da última Intermedia. Na partida em questão, o 0-0 refletiu um jogo bem disputado mas com ataques pouco inspirados e meio campo mais concentrados na questão defensiva. 5 jogos de setembro: 1 vitória, 2 empates e 2 derrotas; 4 gols marcados no mesmo jogo e 4 partidas sem balançar as redes. É nesse momento que você olha para o espelho, no momento que vai ao banheiro, e pensa: “Eu estou bem e feliz, mas é claro que vai dar problema”.

 

Outubro/2028

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0-0 San Lorenzo

A grande notícia é que o San Lorenzo definhava tanto quanto a gente: El Rayadito não ganhara de ninguém em setembro, ainda que tenha feito um animado 4-3 com o Libertad no período. Quando o confronto direto aconteceu, na segunda semana de outubro, eu conscientizei os atletas numa reunião que vencer era escapar, empatar era quase escapar e perder era trágico. O time absorveu a ideia, fizemos um jogo feio no segundo tempo e o San Lorenzo propôs muito mais, só que a baixa qualidade ofensiva era clara nos números: das 24 finalizações dos dois times na partida, somente 3 tiveram alguma proximidade de clareza (meia oportunidade). Todas as outras foram chances com baixíssimo risco de gol. O resultado de 0-0 era satisfatório, apesar dos 5 jogos sem marcar. Só que eu senti que algo estava errado no ambiente: na festa Larissa sorria ao olhar para o celular, e se encaminhava para a saída; no clube, o presidente Alan Romero me chamou para conversar:

- Bom, Nandéz, você sabe que eu estou fora do clube há algum tempo, meus interesses são outros e eu praticamente nem participei de sua vida nessa história… - é impressionante a habilidade de presidentes de clubes em montar longos discursos, sem a menor objetividade – para não me alongar mais, eu quero lhe oferecer uma renovação pois é tudo que posso deixar de herança para esse clube que amo.

E lá estava o contrato, 5.500 por semana. Eu me assustei, o acordo não era esse e com toda a cavalheirice do mundo, recusei a proposta do Romero:

- Sabe, Alan, você sabe da minha situação com a seleção, o meu compromisso e isso está conversado entre você e o Leóz Jr. Não posso aceitar, embora esteja muito feliz até com a oferta proposta.

- Ok, Nandéz – existia uma tristeza no ar – eu só queria dar uma última alegria a esse povo tão sofrido.

E de forma comovente, ele me abraçou. Saí da sala e tive a impressão que o impassível Alan Romero chorava, desconfiei que os boatos eram verdadeiros mas ele era muito misterioso para me responder assertivamente.

Dali em dois dias, o Alan nunca mais voltou e o clube estava vendido para um consórcio sob a liderança de Alberto Samudio, um empresário local que diz amar o clube na reunião com o elenco mas diante da TV dizia “A ascensão do clube nos dá a certeza que essa é uma fonte incrível de capital, e daqui em diante o Resistência caminhará a passos largos rumo ao sucesso”. O discurso extremamente empresarial sempre me preocupa, e veio a me preocupar ainda mais no primeiro contato comigo:

- Muito prazer, senhor Hernandéz! Nosso consórcio deseja o bem desse clube e sabemos da sua importância para a comunidade. No entanto, tememos que você esteja brilhando mais que o clube e seu nome não é um consenso entre nós, eu mesmo não gosto do seu trabalho e o auxiliar Ocampo é um nome que considero mais adequado para o cargo. Espero que você tenha ciência de que está sendo avaliado pelos próximos jogos.

- Agradeço, Alberto – ativei o modo irônico – mas adianto que não necessito de maiores avaliações e meu trabalho fala por mim. Fique tranquilo e tome a decisão que bem desejar.

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Naquele mês de outubro, Sol de América e Libertad brigavam ativamente pela liderança na reta final da Copa Tigo. Enfrentar os dois na sequência beirou a covardia, duas derrotas fáceis e fomos a 7 jogos sem marcar. O temor pela demissão foi gigantesco, mas a diretoria só emitia silêncios.

Naquela altura da festa, a namorada e famosa Larissa Riquelme já voltara, um pouco alta, deduzi que fosse a bebida, mas ainda distante e seguia encostada num canto, constantemente no celular:

- Ah Mamutito… Os repórteres estão me perturbando toda hora, não é nada – o nervosismo era evidente na voz, mas eu não percebia – volta lá, sua tia Dolores tá chamando para a foto!

 

Novembro e Dezembro/2028

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1-0 Nacional | 1-1 Sportivo Luqueño 1-4 Cerro Porteño

Para novembro, por motivos inexplicáveis, recebi o memorando do consórcio que está a frente do clube, assinado por todos os 5 sócios e carimbado por Samudio:

Reconhecemos a sua influência dentro do elenco e o apoio que eles demonstram é notável. Admiramos e convencemos as vozes dissonantes que duvidaram de seu trabalho. Aproveitamos o espaço para anexar uma cópia da sua proposta de renovação contratual, aguardamos resposta imediata!”

E quem diria que o Romero precipitava a renovação exatamente com medo do que esses malucos poderiam fazer para que eles me oferecessem até mais dinheiro. Foram duas propostas de renovação, ambas com 5,75 mil de salário por semana. Ambas foram recusadas de imediato. Eu não aguentaria a sobrecarga de trabalho por 1 ano completo.

Com a consciência mais tranquila e a reta final se aproximando, chegou o momento de coroação da festa, com o parabéns, e da temporada, com a escapada definitiva: fomos ao Arsenio Erico enfrentar  o Nacional, que a torcida fizera a campanha “Nandéz No!” no turno passado e pessoalmente aquele jogo significava muito para mim. Organizei a equipe em um 4312 próximo ao que a seleção paraguaia jogava, para privilegiar o meio campo e tirar os pontas, em viés de baixa há algum tempo.

O jogo foi excelente a nosso favor, com um meio campo compacto e uma dupla de ataque mais rápida, exploramos melhor os contra ataques durante toda a partida. Em um deles, aos 8’, Izquierdo recebeu na frente, deslocou o goleiro e abriu a contagem. Nos outros 82 minutos, o que se viu foi um Nacional pressionando e um Resi contra atacando, de modo que criamos até mais chances claras e desperdiçamos com o próprio Izquierdo. Ao final das contas, com a combinação do resultado, o 1-0 nos fez abrir 9 pontos para a zona, com 12 pontos a serem disputados.

Jogar num domingo nos deu a vantagem de ver o San Lorenzo perder no sábado, ou seja, bastava empatar contra o Sportivo Luqueño e concluir o objetivo da temporada. A equipe de Luque abriu a contagem nos acréscimos da primeira etapa, mas vacilou e não acompanhou quando Mattessich aproveitou rebote no minuto seguinte para empatar, 1-1. Talvez por acomodação, talvez por falta de qualidade ou ainda por medo de perder, o segundo tempo foi de água mole e pedra dura, numa postura nossa bem defensiva suportando os ataques do Luqueño. Contrariando o ditado, não furou e o placar permaneceu o mesmo. Depois de tanta dificuldade, mas com alguma tranquilidade, o Resistencia confirmava a permanência na Copa TIGO para 2029.

Sobre os jogos finais, bom, o que dizer? O Guaraní vinha recém conquistado a Taça do Paraguai, e no jogo de entrega de faixas ficou evidente a nossa fragilidade defensiva em um 3-0 com folgas dos oro y negros. Na revanche daquele jogo da Taça, diante do Cerro Porteño, vivemos a nossa melhor atuação final, fomos superiores ao jogo que abriu essa sequência, só que o placar foi bem mais dilatado: o 1-4 fez jus ao maior volume mas não a qualidade da criação dos times.

Nessa reta final já ficava claro o desinteresse do time e a falta de disposição para mexer, mantive o time no 4312 mesmo com o retorno dos pontas de lesão, a torcida em si questionava a alteração mas eu entendia que o problema era maior, passava mesmo pela desmotivação. Ao final contra o Trinidense, a apatia era tamanha que não chutamos a gol e praticamente nem chutamos, vimos o adversário dominar, procurar alternativas e chegar ao gol aos 80’, 0-1.

Naquele dia, até pelas férias no dia seguinte, e se tratar do último dia de atuação nossa, entrei no vestiário visivelmente abatido, falei poucas palavras e procurei os mais importantes do elenco para dar um abraço especial: Brítez, Mattessich, Benítez, Coronel e os personagens mais importantes dessas duas temporadas. Feito isso, dispensei os garotos para que cada um seguisse para sua casa de modo independente. No estacionamento, esperando meu 9Uber9, uma fusão que causou espanto no mercado mundial de aplicativos, escuto uma voz me chamando:

- Já vai, Nandéz? - me perguntou o garoto Hugo Denis, com um tom diferente para as palavras – Sem nenhuma despedida oficial?

- Você sabe que eles não querem, né garoto? Eu vou sim, não vou conseguir aguentar os dois cargos, essa sequência deixou isso claro e a figura do Samudio me dá asco.

Um abraço apertado, Denis era um lateral de potencial com passagem pela seleção de base, aquilo poderia ser um “até logo”.

- Tchau, Nandéz, e não se esqueça “Cuando pierdas todas las partidas, cuando duerma com la soledad, cuando se me cierren las salidas...” - ele cantarolava Duo Dinâmico – Resistiré, Nandéz! Resistiré!

Eu tive de voltar a abraçá-lo, dessa vez mais apertado e balbuciando:

- Gracías, gracías!

Dali eu não voltei para casa, eu não pude e ninguém na minha situação voltaria. Mudei o destino da 9Uber9 para o primeiro bar com karaokê que o motorista conhecia e, assim como 1 ano atrás, eu terminei a temporada cantando incontáveis vezes a mesma música. Nessas horas a gente percebe a beleza da vida, a música símbolo do auge, do acesso e de uma campanha memorável também ilustrava o término, a melancolia e a dor de tantas derrotas consecutivas.

Entre cervejas e whiskeys, entre versões diferentes de “Resistiré” e aperitivos, eu olhava a classificação e o que sobrava da análise de elenco, como quem está chorando pela mulher vendo o álbum de casamento.

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Taça Paraguai

Quanto a classificação, ela é didática sobre o nível nosso e dos demais times: terminamos em 10º com 41 pontos, 6 acima do San Lorenzo que foi a 35 ainda na reta final. O problema é que o 9º terminou 11 pontos acima da gente e nos ganhou com facilidade em algumas ocasiões. Isso significa, claro, que o trabalho no Resi foi bom, torço pela continuidade mas o novo treinador precisa ter paciência e disposição para resistir mais uma vez, ou seja, vencer os confrontos diretos, roubar alguns pontos dos grandes e secar os adversário para que 40 pontos seja suficiente novamente. O mapa da mina, inclusive, foi cumprido por mim nesta temporada: vencemos 3 e empatamos 1 contra San Lorenzo e Rubio Ñu, os rebaixados. Isto significou 60% de nossas vitórias na competição. A loucura é pensar que as outras 4 vitórias vieram contra Libertad, Cerro Porteño e Sol de América, que são os 3 melhores times do campeonato, além da última vitória diante do Nacional. Apesar do final melancólico, foi um ano glorioso para o mamute que derruba elefantes, saio orgulhoso e feliz ao pensar que superei os 3 melhores times do país em algum momento. Na ponta de cima, apesar dos pesares, o Libertad conseguiu mais um título e, apesar de ter rateado e dado oportunidades ao Sol de América, este se mostrou um autêntico cavalo paraguaio, que aqui é apenas “Caballo”, e terminou na terceira posição, quase na quarta. Sobre a Taça Paraguai, o Guaraní conquistou o título eliminando Libertad e Sol de America na sequencia.

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Sobre o elenco, José Enrique Martínez é o único jogador que verdadeiramente se destacou. O construtor de jogo ditou o ritmo, tem números impressionantes para a nossa realidade e permanece como dono do time. A minha saída talvez seja um fator positivo para que o Resi pense em sua permanência: o jogador ficou chateado quando renovou sob a promessa de reforços para o meio campo, e esses reforços nunca vieram. Ainda assim, a voz de comando e a entrevista dele representando o elenco e pedindo a minha permanência ajudam a explicar a decisão da diretoria.

Além dele, destaco o amigo Hugo Denis pelos 40 jogos disputados, quase nunca foi uma ausência e ofereceu consistência pela ala direita, assim como Oscar Benítez no nosso gol. O ataque fica em débito, nem Matessich e nem Izquierdo desencantaram nessa temporada, sendo Brítez o nosso artilheiro com 10 gols na temporada. Apesar da avaliação tão negativa, sou incapaz de culpar os jogadores por tal: entendo que o nível do elenco é inferior que o dos concorrentes e isso acarretou em partidas que merecem mesmo ser mal avaliadas, apesar disso, as peças mencionadas sempre se destacaram nos momentos mais importantes, com destaque ainda para Rodrigo Rivero de meia esquerda. Por fim, cumprimos o nosso objetivo sem entrar na zona de rebaixamento por nenhuma rodada. Um feito que merecia ser melhor reconhecido, mas que infelizmente não foi.

Para poupar o trabalho do consórcio, acordei de ressaca naquela manhã do dia 10 mas consciente do que devia ser feito. Avisei ao Rivaldo sobre minha rescisão e pedi para ele espalhar para os contatos no jornal. Meia hora depois lá estava a notícia de minha rescisão, a qual Alberto Samudio respondeu com um “Boa Sorte!” por mensagens. Um fim triste e frio, eu merecia mais.

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Por falar em fim triste, frio e merecer mais, onde foi que eu parei o relato da festa? No parabéns? Pois é, assim como na temporada, aquela foi uma alegria disfarçada: vi minha tia, meus sobrinhos e amigos que fiz no futebol, na imprensa e na vida de um modo geral me homenageando, gritando para o senhor derramar sobre mim o seu amor, mas a relação conjugal estava estranha, sequer notei Larissa naquele momento, e acho que inconscientemente eu nem a procurei. Uma ou duas horas depois, já no final da festa, eu fui perguntar onde ela estava, ninguém sabia responder mas todos se entreolhavam como se escondessem algo. Como em um surto de bêbado, eu comecei a procurar, entrei no banheiro feminino, na cabine do dj já desocupada e uma playlist fim de festa tocava, entrei até na cozinha onde o churrasqueiro dormia em cima de uma peça de alcatra, e nada de Riquelme. Quando eu já tinha desistido e era consolado pelos amigos com a velha história “amanhã vocês conversam” ou “ela só devia estar cansada”, me dirigi a saída pelos fundos para o estacionamento.

Escuto um barulho, umas poucas vozes, um paparazzi invadiu o estacionamento e logo grito:

- Ei, repórter, vai tomar – congelei – Larissa? Seu batom borrado? Quem é esse?

Pelas perguntas é fácil perceber que peguei os dois com a boca na botija, tendo em vista que a botija é a boca dele.

- Nandito – a voz de arrependimento era fácil de ouvir – eu posso explicar, nós podemos conversar? Eu, eu eu não sei o que dizer, mas não quero que você vá.

Sem forças nem para pedir um 9Uber9, triste, desapontado e melancólico, eu promovi mais uma despedida em minha vida: só fiz um gesto com as mãos, repeti que “acabou” de forma pouco audível por umas 4 ou 5 vezes, e fui andando para a casa, no meio daquela trágica noite. A vida ainda era boa, o emprego na seleção era incrível e sei que encontrarei outra pessoa lá na frente, mas terminar perdendo consecutivamente com o Resistencia e sendo traído pela Larissa Riquelme é uma dor inexplicável. Toda transição me dói e abandonar aquilo pelo qual me entreguei também, nunca lido bem com as despedidas, menos ainda num caso em que praticamente nem teve despedida, fora o plus que é a dor de chifre.

Ao menos, como aconselhou Hugo Denis: Resistiré! O Paraguai precisa de mim...

  • Peepe mudou o título para Eu amo o Dinheiro! A história de um mercenário na América do Sul - Uma melancólica Resistida! 16/09
  • Vice-Presidente
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Conseguiu manter o clube e deixa ele na primeira divisão, agora, é ver o que a estadia na seleção paraguaia pode render financeiramente para o treinador.

Postado

Resistencia resistiu e se manteve na Primeira Divisão. Acho que deixou o clube no momento certo - independente da seleção paraguaia - pois agora a régua vai subir e geralmente a segunda temporada de um time promovido é ainda mais dura que a primeira. Foi um belo trabalho, no fim das contas.

Sobre a seleção, acho difícil não ir pelo menos para a repescagem. Mas a equipe está jogando bem, vide a difícil vitória sobre a Venezuela e a derrota vendida caro para o Uruguai. Se fizer bons jogos ainda pega a vaga direta na copa.

Boa sorte na continuação!

Postado

É... Foi complicado. O título da att já fala tudo. Apesar disso, foi um excelente trabalho com o Resistencia. Agora bola pra frente, e rumo a copa!

Postado

Realmente, um final melancólico para uma passagem tão boa de Nández à frente do Resistência. Pelo menos garantiu o time na elite e pode se focar na seleção.

Fiquei com pena do aniversariante (atrasado se entendi direito), faz uma festa para tentar esquecer um fim de contrato que não foi dos melhores e se depara com uma traição assim. Sugeriria voltar para o karaoke cantar mais Resistiré

Postado

Um final indigno para uma das figuras mais carismáticas a estar no Paraguai nos últimos tempos. Uma pena, mas pelo menos fica a sensação de dever cumprido.

Importante é que no fim, acabou acontecendo o que eu julgo o mais "correto", que é o técnico focar apenas na seleção.

Boa sorte!

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