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Eu amo o Dinheiro! A história de um mercenário na América do Sul


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Postado

Foge Bino...É cilada.

Espero que meta o pé da Bolívia o mais rápido possível e tente a sorte em outras paragens. Boa sorte na sequência.

Postado

Dentro das possibilidades, você conseguiu cumprir uma campanha bem decente. Se virou bem com a insatisfação do grupo e levou o time a uma temporada sem sustos.

Acho que Hern Fern não completa mais um ano em La U...

Postado

Eu acho que foi bem, pelo menos eu chutei o que aconteceu hahahahah

Aliás, jogaço contra o Jorge. Parabéns!

Eu também acho que não vai ficar +1 temporada na La U boliviana não.

Postado

Contrariando os colegas, acho que seria legal passar mais um ano na La U, e espero que fique. Porém, tambem espero que paguem o que o Nandez mereça! BAMO BAMO LA UUUUU

Postado

Rapaz, que jogo foi esse contra o Jorge Wilstermann, lutou até o final, meus parabéns!!

Campeonato foi dentro do esperado, sua equipe era inferior as favoritas e superior a algumas dentro do grupo, a posição mediana na tabela foi justa e fica a expectativa pra próxima temporada com esse R$17M em caixa. Acha que não pode fazer um time pra subir com essa grana não? As vezes compensa ficar por conta disso. 

Boa sorte na sequência e boa sorte com o Rafa. 

Postado
Em 17/06/2020 em 11:19, LC disse:

Foge Bino...É cilada.

Espero que meta o pé da Bolívia o mais rápido possível e tente a sorte em outras paragens. Boa sorte na sequência.

Valeu por sempre acompanhar, LC! Vamos ver o que o futuro nos reserva...

 

Em 17/06/2020 em 20:22, Bruno Trink disse:

Dentro das possibilidades, você conseguiu cumprir uma campanha bem decente. Se virou bem com a insatisfação do grupo e levou o time a uma temporada sem sustos.

Acho que Hern Fern não completa mais um ano em La U...

Pois é, Bruno, o ano foi confortável e não tinha como não ser com um rebaixamento tão fácil do Tiquipaya. Eu tenho a sensação que mais uma temporada e o time bate lá em cima, mas pra isso eu teria que ficar e a voz do povo pede a saída.

Obrigado por acompanhar!!

Em 17/06/2020 em 21:12, marciof89 disse:

Eu acho que foi bem, pelo menos eu chutei o que aconteceu hahahahah

Aliás, jogaço contra o Jorge. Parabéns!

Eu também acho que não vai ficar +1 temporada na La U boliviana não.

Valeu, Márcio!! O jogo contra o Wilstermann foi um bom jogo, seguramos bem mas infelizmente era impossível.

E sim, fomos bem, campanha bem decente para quem acabou de subir e conviveu com tantos problemas. É difícil ligar o elevador direto e conquistar o acesso na primeira temporada na B, os jogos contra os mais fortes mostram bem isso.

 

23 horas atrás, Valismaalane disse:

Contrariando os colegas, acho que seria legal passar mais um ano na La U, e espero que fique. Porém, tambem espero que paguem o que o Nandez mereça! BAMO BAMO LA UUUUU

Valeu por sempre comentar, amigo!! Quem sabe o que o futuro reserva?

 

12 horas atrás, ElPeroMG disse:

Rapaz, que jogo foi esse contra o Jorge Wilstermann, lutou até o final, meus parabéns!!

Campeonato foi dentro do esperado, sua equipe era inferior as favoritas e superior a algumas dentro do grupo, a posição mediana na tabela foi justa e fica a expectativa pra próxima temporada com esse R$17M em caixa. Acha que não pode fazer um time pra subir com essa grana não? As vezes compensa ficar por conta disso. 

Boa sorte na sequência e boa sorte com o Rafa. 

Obrigado pelos parabéns, foi um jogo apertado mas eles eram muito melhores, difícil demais sobreviver 120 minutos. 

Sobre a grana, observador você, hein ElPero hahahahaha obrigado por sempre acompanhar! Vamos ver o que o futuro tem a nos dizer.

Postado
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Saudade daquilo que a gente já viveu.
Depois do último jogo, contra o Palmaflor, o calendário sempre nos disponibiliza um tempo para nada. Eu aproveitei meus estudos e confesso que pouco acompanhei o que Marco Hermoza, meu auxiliar, fazia com o elenco mas balançava a cabeça concordando com tudo dito e pedia para reforçar a parte física do grupo. Ele não sabia mas Hermoza estava com os dias contados: José Luis Vilca, o meia esquerda do acesso, virou auxiliar, me ligou e pediu uma vaga. Porém, isso é assunto para outra hora.
A bem da verdade, eu sabia que caso seguisse no time, a maior parte do elenco seria descartada, trocada por jogadores de melhor nível. A ideia é que apenas a espinha dorsal permanecesse: Vaca no gol, Vaca na zaga, os meias e Vargas no ataque. Corri e de cara renovei com eles, no pouco tempo que eu dedicava ao clube. Mereciam, afinal, a torcida reconhecia dentro dos prêmios de final de temporada.
 
Sem uma final continental no país, como na última temporada, a Bolívia viveu dias pacatos mas felizes em Potosí: o Nacional fez um ano memorável, atingiu a semifinal da Copa Bolívia e coroou a campanha da Simon Bolívar com um acesso garantido diante do Stormers, nosso velho conhecido. O outro classificado foi o surpreendente Palmaflor, que superou problemas físicos e venceu o forte Sport Boys Warnes na final. Ao assistir a partida, dei um sorriso de canto de boca:
- Eu empatei com eles e dei calor no final. O Universitário é nível Série A!
- O jogo no returno foi 5-1 pra eles...
Eu não sei quem era aquele anônimo, mas entendi que não era boa ideia falar sozinho naquele bar.
Por falar em perder para vitoriosos, o Jorge Wilstermann confirmou o favoritismo e chegou a final da Copa, mas acabou derrotado pelo Guabirá, também da primeira divisão boliviana.
 
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Aqueles últimos meses foram momentos de descoberta para mim: a primeira delas é que é muito fácil fazer bullying com um gordo careca de meia idade. O curso para a Licença Nacional B foi feita dentro de uma universidade local e os universitários nos trataram como calouros. Não foi fácil, nem me orgulho, mas eu fui pintado como um rótulo de desodorante rollon. Me motivei a comprar um tônico capilar e não se espantem caso me vejam com cabelo no futuro.
Apesar do curto começo, o curso daria férias e eu ia aproveitar o descanso do elenco para tirar as minhas também. Arrumei tudo em novembro para que em dezembro eu voltasse para o Paraguai. Cheguei a ligar para meu assessor Rivaldo Rojas, para consultar a situação do Silvio Pettirossi, na terceirona paraguaia, só pra conhecer como andava meu nome na minha terra. Não gerou resultados.
- Chegou atrasado, Nández, eles já estão entrevistando os candidatos.
O destino queria me ajudar a escolher.
No último dia de novembro, Pedro Mendoza, o presidente me chamou na sua sala. O protocolar desejo de boas festas, só volto ano que vem, etc.
Ou era o que eu esperava.
Bebi o whisky com tranquilidade, a gente merecia aquele brinde, o ano foi longo mas terminamos no azul, bem classificados e mencionados como a maior surpresa da Copa Bolívia.
- Então, Nández, o ano foi longo mas o clube inteiro te adora, estamos muito satisfeitos e queremos sua permanência. - O barulho daquela impressora velha era ensurdecedor - Saiu agora sua renovação. Toma. Assina, e vai curtir seu descanso.
Vacinado como eu sempre fui, abri um sorriso e esperava consultar o salário sem mudanças. Não tinha nem coragem de negociar e estragar aquele clima, mas também não assinaria fácil. Bati o olho no salário e arregalei imediatamente, quase me engasguei.
- Ficou louco? Quanto whisky você bebeu antes de eu chegar?
- HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA a sua cara é ótima, Nández. Gostou?
A proposta na mesa eram de 3 mil por semana, com bonificação proporcional para o avanço na Copa Bolívia e um agrado caso a gente ganhe o título. Aumento salarial se acontecer o acesso.
- Eu não sou mesquinho, Nández - Mendoza prosseguiu - eu sou pobre. Reconheço seu esforço, a torcida te ama e o Rafa adotou um vira lata que chama de Nandito. Com o dinheiro do nosso campo, conseguimos respirar e além dos 3 mil, eu quero te dar 5 milhões pra transferências e 60 mil de folha salarial.
Eu peguei a caneta tremendo, assinei confiante e respondi para ele:
- Vou assinar mas eu sei que você adulterou a bebida e eu estou alucinando. - aperto de mãos entre as partes - não sou nem capaz de pedir nada além do proposto. Muito obrigado!
E antes de ir embora, ele ainda me deu o presente de natal adiantado: uma garrafa nova do seu melhor whisky. Eu prometi devolver aquele agrado com títulos. 
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Passei as férias no Paraguai e por lá, com a mente vazia, fiquei reflexivo pra servir de oficina do diabo. 2025 foi a 6ª temporada da minha carreira, passei por 4 clubes e o Universitário seguia como o que pior que me pagava, dentro dos que pagaram, mas a verdade é que pela primeira eu estou vendo a evolução na carreira. O salário na casa dos 3,5 mil por semana, como foi em Venezuela e no Equador, vieram de modo inexplicável, em times que não podiam pagar aquilo mas acreditaram em mim. No Universitário, eu fui pro fundo do poço e foi ali que eu descobri que é no fundo que se descobre petróleo: aquela renovação era uma melhora de patamar e de reputação simultaneamente.
Não sei se foi a alegria da tia Dolores quando viu meu pacote de chá de coca, a saudade de sobrinhos, que já estavam entrando na puberdade e reclamaram muito do PS4 que eu comprei pra eles, mas eu estava muito animado.
- Tio, PS4 é tão 2018. Você podia ter comprado um PSbox que revolucionou os videogames.
- Garoto, cala a boca, tem um Fifa 2019 nele e você vai adorar jogar com o Messi. Aquilo sim era jogador. - envelheci mesmo, o discurso saudosista estava presente.
 
Na noite de natal, além de animado, eu estava bêbado. Depois de ouvir a dupla de crianças me chamando na sala, com brilho nos olhos
- Olha lá tio, o Salvador ganhou a Champions agora no Fifa. 2 dias de carreira e ele tem mais título que você!
- Desgraçados! 
E aquilo fez a oficina construir a primeira ferramenta: será que eu sou bom ou sou ruim? Fui pro canto do sofá e enquanto os garotos gritavam com a televisão, eu abri meu celular e fui pesquisar sobre meus antigos times, pra saber se eles melhoraram ou pioraram sem mim.
Comecei a pesquisa e tomei um susto. O amador Deportivo Humaitá, o clube que se recusou a me pagar, que teve 5 vitórias naquele ano de 2019, após minha saída teve um 2020 nas últimas posições e conquistou o acesso em 2021. Hoje o clube ainda joga uma das 3 terceironas paraguaias: a 3ª Divisão, com 28 times amadores, e o estatuto semi-profissional do Humaitá nivela a equipe com o resto dos times, de forma que em nenhuma das temporadas correu risco real de descenso. Dei uma olhada no elenco e alguns jogadores permanecem por lá, como Alfredo Yegros e Iván Paniagua, mas nenhum dos maiores destaques.
O presidente foi trocado no meio desse tempo, mas alguns remanescentes ficaram na comissão técnica. Aproveitei o embalo da pesquisa, procurei no fundo dos meus contatos e apertei o botão do áudio:
- Saucedo seu desgraçado! Como vai você? Que sucesso vocês estão fazendo no Paraguai, pior: nem me chamaram pra festa regada a cerveja do bar do clube, como nos velhos tempos. Mande um beijo para a nossa parede, espero que ela não esteja sendo pintada por outros. 
No dia seguinte, tava lá a resposta: Raúl Saucedo, o olheiro e primeiro companheiro na busca por contratações, respondeu com outro áudio e o mais importante, uma foto com a parede e um cartaz colado nela escrito "Feliz Navidad". Apesar da emoção em resgatar uma grande personagem da história, aquele era 1 voto contra: o Humaitá melhorou, eu era ruim. Vamos em frente.
O caminho seguinte na internet foi o Loterías del Táchira. A primeira dor foi descobrir que o Kino Táchira foi abandonado por questões comerciais, ele não era mais o mascote do time ou das loterias. Como doeu meu peito ao me deparar com aquela situação, por um momento me recordei das entrevistas ao lado do boneco, das comemorações insanas a beira do campo e até dos cigarros que aprendi a fumar por conta dele. Os loteros estavam bem diferentes de como eu deixei, o clube até resistiu uma temporada na segundona venezuelana: conquistou o 6º lugar a duras penas no ano que eu os deixei, mas o rebaixamento veio na temporada seguinte. Ao menos tornaram-se grandes na Division Inferior e venceram seu grupo na última temporada, confirmando um amplo favoritismo. Entretanto, não subiram pois perderam nos playoffs finais.
A última parada foi pelo Campeonato Equatoriano, e a vida divina do Sagrado Corazón. O clube do folclórico Milton Quinonez segue sua gangorra: na temporada de minha saída, a Liga de Loja confirmou o domínio, faturando o grupo invicto, ao passo que o Sagrado atingiu a 5ª colocação num grupo de 7 times. Na temporada mais recente o clube atingiu o mesmo segundo lugar no seu grupo que conseguiu sob meu comando. Pesquisar sobre me fez lembrar da vida no Equador, ajoelhar no milho e chorar por conta de uma bebedeira, eram 3 horas da manhã, cometi o erro de achar o telefone do Milton na lista de contatos. Mandei mensagem:
- Miltinho, a benção! Você faz confissão por whatsapp? Eu tenho cometido muitos pecados, amigo, me ajuda. Feliz natal!
A sorte que a paciência dele era enorme e eu acordei com um pequeno sermão "não zombe de minha missão de vida, procure um padre local" acompanhado de uma figurinha com um pássaro, um gorro de Papai Noel e o escrito "Feliz Navidad" piscando.
Na minha conta de Natal, 1 time melhorou, 1 time piorou e outro ficou igual. Eu realmente preciso melhorar na carreira. Mas pelo menos, com la U na conta, o retrospecto é positivo, e poderia ser ainda mais de acordo com a temporada.
 
Entre o Natal e o Ano Novo, me despedi de Tia Dolores após promessas de mais coca no final do ano, dos sobrinhos após garantir a eles que no ano que vem eu deixaria eles experimentarem o vinho (mentira, mas o que a gente não fala pra ver o sorriso na cara de uma criança?) e rascunhei minha biografia sob a supervisão do Rivaldo Rojas, voltei para casa e fui celebrar a virada de ano na boa Potosí: a partir de 1 de janeiro, eu só queria saber de trabalhar, ganhar dinheiro, estudar e aumentar minha reputação. E, claro, agradecer quem me trouxe até aqui, comprei 15 bandeirinhas e uma caixa para La Banda de Rafa. A alegria do pequeno Rafinha me contagiava, quando ele viu, correu, me abraçou e disse:
- Você ficou! Você deu a caixa! Eu vou pintar um trapo seu ainda, Nandito!! Essa vai ser chamada de La Banda de Nández y Rafa.
- Não exagera, garoto, logo logo, eles vão achar que eu banco a torcida e isso não é legal. - o garoto não tinha a malícia - Quero só uma canção especial e eu tive uma ótima ideia para a música do nosso centroavante Jesús Vargas.
Entreguei para ele um fone e meu velho player de músicas, o famoso MP3, com "Jesus Cristo" de Roberto Carlos. 
- A paródia é sua, Rafinha, mas o Vargas vai adorar. Agora, com licença que eu vou partir para o treino, temos um time para pôr em forma e uma temporada de ouro para dsputar.
Escolha boa a ser feita, afinal, a temporada já estava sendo pensada pela imprensa.
 
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  • Peepe mudou o título para Eu amo o Dinheiro! A história de um mercenário na América do Sul - Saudade daquilo que a gente já viveu 18/06
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Fala, Pepe!

Era disso que eu estava falando. Com o aumento salarial e com R$4M para contratar, o nosso simpática cabeça de "Roll On" tem tudo para colocar seu nome no mercado sulamericano. Ainda mais se levarmos em conta o que fez o Palmaflor. 

Já deu uma olhada nos mercado de transferências? Porque não adianta muito ter dinheiro, mas nenhuma jogador querer vir né. Mas acredito que mantendo essa espinha dorsal, como você falou, e indo atrás de reforços pontuais, a La U tem tudo pra brigar por uma vaga na elite.

Boa sorte na sequência!!

  • Vice-Presidente
Postado

Fiquei feliz com a continuidade, já que quando o objetivo é ser mercenário, isso talvez não seja tão comum assim. Veremos agora se com mais conhecimento do mercado e mais dinheiro se a equipe pode mudar de patamar.

Postado

Ok, você ficou, mais assinou por 2 anos? O que espera conseguir nesses dois anos de clube? Melhorar as estruturas? Chegar a uma Libertadores? Quais os planos para o clube?

Postado
2 horas atrás, ElPeroMG disse:

Fala, Pepe!

Era disso que eu estava falando. Com o aumento salarial e com R$4M para contratar, o nosso simpática cabeça de "Roll On" tem tudo para colocar seu nome no mercado sulamericano. Ainda mais se levarmos em conta o que fez o Palmaflor. 

Já deu uma olhada nos mercado de transferências? Porque não adianta muito ter dinheiro, mas nenhuma jogador querer vir né. Mas acredito que mantendo essa espinha dorsal, como você falou, e indo atrás de reforços pontuais, a La U tem tudo pra brigar por uma vaga na elite.

Boa sorte na sequência!!

É isso, ElPero, a oportunidade de um grande trabalho é essa, mas sim, como sempre acontece quando eu viso o dinheiro, eu esqueço o contexto. O clube continua como a pior reputação na Simon Bolívar e isso prejudica demais para contratar. Vai dar trabalho e talvez subir não seja uma escolha por agora.

 

2 horas atrás, Henrique M. disse:

Fiquei feliz com a continuidade, já que quando o objetivo é ser mercenário, isso talvez não seja tão comum assim. Veremos agora se com mais conhecimento do mercado e mais dinheiro se a equipe pode mudar de patamar.

Obrigado por acompanhar, Henrique!

Dinheiro é bom mas não tudo nessa vida, infelizmente o Hernández precisa aprender mais sobre isso. A primeira vista, como comentei com o ElPero, o nível dos jogadores que topa vir não é grandes coisas não.

 

45 minutos atrás, LC disse:

Ok, você ficou, mais assinou por 2 anos? O que espera conseguir nesses dois anos de clube? Melhorar as estruturas? Chegar a uma Libertadores? Quais os planos para o clube?

Opa, LC, não são 2 anos não. Acontece que, por alguma questão de editor, os contratos na Bolívia vão até 31 de janeiro, como o de agora ia até janeiro de 2026. No sentido prático, eu assinei pela temporada de 2026 e antes da temporada 2027 começar acaba o contrato.

Como a segundona só começa em julho, a Primeira Divisão e a Copa iniciam em março, esse encaixe contratual dificulta para acertar com outros clubes caso eu saia mas não chega a atrapalhar a temporada propriamente dito. Meu objetivo é fazer uma campanha que permita elevar minha reputação e ganhar dinheiro, sempre, mas, pelo nível do Boliviano, por eu gostar muito do campeonato e pelas condições do time, o Universitário é um desafio que eu gostaria de seguir e que em uns 5 anos daria pra ser campeão. 

Não vai acontecer, pelo menos não nessa história, pois a proposta da carreira é pular de clube em clube e eu devo sair ao final da próxima temporada, 3 temporadas no mesmo clube já estão de bom tamanho, a menos que o Universitário proponha uma renovação bem acima. 

Obrigado por sempre acompanhar!

Postado

Gostei desse capitulo. Foi muito bom ver a volta da nostalgia do Nandez. 

Feliz tambem pela renovação, acho que da pra fazer uma baguncinha e se manter com as contratações certas. A ideia de dar uma repaginada no elenco é muito boa, mas resta saber o que vai vir ai né? Na Estonia pelo menos, pela reputação do clube, to trocando 6 po meia-duzia, as vezes até menos poaskposakpoaskpoaskpoask. 

Rafinha vai "lansar a Braba" nas arquibancadas! "La u, estamos aqui", "P*** que P**** o Nandito é o melhor treinador de Potosiiiii", ok, não foi das melhores poaskposakposakpoaks, ams já consigo imaginar! 

 

 

Postado

Gostei da permanência, acho que dá pra fazer uma boa reformulação com essa grana que o Pedrito liberou.

Agora, tia Dolores ficou viciadinha, hein?!

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Rapaz, muita gana, pena que a questão da reputação torna a coisa bem complicada. Tem que torcer para ter muito jogador mercenário, e tem, e assim formar um time de mercenários haha. Vai ser interessante se tivesse tempo para projetar algo continental, mas entendo a proposta do save e faz bem mantendo o foco.

Postado
Em 20/06/2020 em 00:26, Valismaalane disse:

Gostei desse capitulo. Foi muito bom ver a volta da nostalgia do Nandez. 

Feliz tambem pela renovação, acho que da pra fazer uma baguncinha e se manter com as contratações certas. A ideia de dar uma repaginada no elenco é muito boa, mas resta saber o que vai vir ai né? Na Estonia pelo menos, pela reputação do clube, to trocando 6 po meia-duzia, as vezes até menos poaskposakpoaskpoaskpoask. 

Rafinha vai "lansar a Braba" nas arquibancadas! "La u, estamos aqui", "P*** que P**** o Nandito é o melhor treinador de Potosiiiii", ok, não foi das melhores poaskposakposakpoaks, ams já consigo imaginar! 

 

 

Confesso que quis fazer um post desses porque sou nostálgico e gosto de ver onde os clubes pararam, foi a oportunidade que encontrei.

Quanto as músicas do Rafinha, eu espero que seja desse nível mesmo kkkkkkkkk se ele consagrar o Nandez como o melhor de Potosí já estarei feliz

 

Em 22/06/2020 em 23:42, Bruno Trink disse:

Gostei da permanência, acho que dá pra fazer uma boa reformulação com essa grana que o Pedrito liberou.

Agora, tia Dolores ficou viciadinha, hein?!

Valeu por comentar, Bruno!

A esperança é essa, aproveitar o dinheiro e entrar nos trilhos. Acho que dá mas vai ser difícil.

 

Em 23/06/2020 em 22:43, Jirimias disse:

Rapaz, muita gana, pena que a questão da reputação torna a coisa bem complicada. Tem que torcer para ter muito jogador mercenário, e tem, e assim formar um time de mercenários haha. Vai ser interessante se tivesse tempo para projetar algo continental, mas entendo a proposta do save e faz bem mantendo o foco.

Obrigado pela presença, Jiri!

Eu já estou me acostumando com o que os jogadores pedem logo pra começar a conversar no contrato "Tratar o clube como ponto de partida". Basicamente, eu vou sair assim que alguém me oferecer algo melhor. Faz parte e eu não reclamo, faria a mesma coisa se estivesse na situação deles, afinal, é isso que o save prega hahaha.

De todos os clubes que eu passei, o Universitario é o que mais me deu essa vontade de deixar o ficheiro aí quietinho e, um dia, recomeçar de onde eu parar. Também acho que dá pra fazer um projeto legal e relativamente curto pra ganhar a Primeirona, porque o nível boliviano não é tão alto, mas a proposta do save é outra e eu vou seguir nela.

Postado

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A Sina do Campeão Nacional

Sabe quando você flerta no bar com a boliviana mais bonita de Potosí? E ela responde seus olhares? Vocês começam a conversar, a coisa flui e no dia seguinte você acorda num motel barato, sozinho, com um recado colado no espelho

Obrigado, Nandéz! Peguei um trocado para o táxi”

Ao conferir a carteira, cadê? Ao procurar o telefone, cadê? Ao olhar a camisa novinha comprada numa feira de artesanato no centro da cidade, cadê? Pois é, a desgraçada me levou tudo com exceção das calças. Nem do motel eu podia sair já que eu não tinha como pagar. Ligar para o Hermoza do telefone da recepção e explicar a situação não foi nada agradável, mas ele foi lá pagar:

- Fique sabendo que vou descontar isso do teu salário, seu desgraçado! - ele olhou de novo – Um frio desses e você sem camisa, é sério? Tá achando que está na praia?

Ele até me emprestou uma camisa, mas meus 110kg não ficaram muito bem numa camisa M de um atleta aposentado. O caso com a Miss Jana Fuentes, que eu só fui descobrir depois que era uma golpista antiga em Potosí, foi um excelente resumo desse início de temporada: flertei com o dinheiro, ele disse sim e levou todos os meus sonhos em fevereiro. Por mais que o cofre estivesse cheio, seguia faltando reputação e não consegui encontrar 15 jogadores de grande nível. Pior: o maior ídolo foi embora. E foi triste...

- Jesús Vargas, Jesús Vargas, faz um gol pra mim!

O pequeno Rafa entrou em campo cantarolando, animado, após o treino. Correu pra lá, pra cá procurando o nosso centroavante. Eu me escondi atrás de Serginho, um projeto de novo centroavante, e brasileiro (!!).

- Professor, tá com medo do moleque? Ô pivete, corre acá.

Rafa veio sem entender muito bem, já que Serginho não falava espanhol ainda, mas tentava. Eu tomei a palavra, ia doer mas ele precisava aceitar:

- Então, Rafinha, como vai a banda pro ano novo?

- Animado, a música do Jesus é maravilhosa e ele vai amar. Quero cantar pra ele logo! Cadê? JESUUUS VARGAS, JESUUUUS VARGAS – Rafinha gritava – FAZ UM GOL AÍ!

- Vargas não foi vendido, professor? - Serginho perguntou em português – O pivete quer o que? Jogador quer crescer, meu garoto.

Era português mas Rafinha entendeu, fechou a cara e começou a chorar. Eu tentei consolar mas quase chorei junto quando ele me olhou nos olhos e ficou repetindo “você prometeu, você prometeu”.

Eu não prometi, mas queria muito manter Vargas conosco, só que ficou impossível. Janeiro mal chegou e o Real Potosí já tinha oferecido uma proposta por ele. Recusei, a proposta era mínima, mas o nosso rival manteve o contato com Vargas, que me pediu para sair:

- Série A com 17 anos e num clube forte, você precisa entender o meu lado. Aumenta o preço mas não recusa proposta, por favor.

E eu entendia. Pedi 28 mil, uma pechincha, o Real Potosí fez proposta mas o San José que levou. Graças a Deus. Para os putos vendidos de Potosí jamais! Foi nossa única venda, e uma das duas saídas em negociação: Jorge Vaca, o atacante, foi para o Rosário Central-BOL ganhar um pouco de tempo de jogo e experiência. Muitos outros saíram em fim de contrato, mas o elenco completo está mais abaixo.

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Não foi uma janela fácil. O elenco era suficiente para manter uma posição média na Símon Bolívar, o que eu queria eram jogadores acima da nossa média, verdadeiros craques. Comecei meus caminhos observando os rebaixados: Diego Portillo veio do Universidad, não é grande jogador mas é rápido e faz as duas na direita; Daniel Flores e Ronald Cortéz, antigos jogadores do Mariscal Braun, são sim os craque que precisávamos. Um goleiro com mais envergadura e atributos que Vaca, e um meia central eficiente no ataque e na defesa.

A segunda parte dessa lista veio por acaso. Certo dia olhando as mensagens enviadas aos olheiros reparei em um goleiro brasileiro oferecido por seu empresário. O glorioso Francismário era ruim, mas o empresário tinha bons atletas: em conversas com ele, vieram o volante Manuel Miluir, que virou lateral esquerdo pela dificuldade em encontrar peças na posição, o lateral direito colombiano Lid Arias, que é MUITO bom e acima de tudo que temos, além do ponta direita Nenê, que foi obrigado a trocar o nome para Serginho, imposição minha. Serginho encheu os olhos dos olheiro e tem todo o potencial para ser dono do time, é tecnicamente razoável, fisicamente completo e mentalmente forte. Se eu sou Gérson Gusmão, treinador da seleção brasileira, meu time na copa seria Serginho + 10. Fechamos a primeira parte com o substituto de Jesús, Juan Carlos Torrico, que não é meu sonho mas está longe de ser meu pesadelo.

Na segunda janela, e já contemplado na imagem, temos Ademar Padilla, mais um meio campista com características iguais aos outros para disputar a vaga de titular, e Jhon Gutiérrez, zagueiro colombiano, que veio para garantir mais segurança, junto do Jorge Vaca zagueiro.

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Pra quem quiser comparar, é perceptível que o elenco ficou mais encorpado do que o último e hoje temos 10 jogadores de ótimo nível para a nossa divisão, com exceção do homem gol. O banco de reservas continua sendo um problema mas também observo melhora, o elenco é mais enxuto e aproveitamos algumas peças que mantiveram bom nível como titulares na última temporada, casos de Jorge Vaca, o goleiro, Odair Arauz, Juan Nelio Castellón e Victor Saldías. O que falta é pensar num melhor encaixe de jogo, e foram duas as táticas pensadas para essa temporada:

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Amistosos

Posicionalmente falando, pouco muda mas optei por dois estilos bem opostos de jogo. Ao passo que o 4411 assimétrico prega um jogo paciente, que explora a liberdade de Serginho pela direita, o 4231 tradicional exige dois pontas velozes, em busca do fundo o tempo inteiro. Ao olhar para o calendário de amistosos, é importante registrar que até o empate contra o Universitario de Sucre adotamos o primeiro estilo e, a partir de então, o segundo. Contra times mais fracos, o jogo mais rápido e aberto cria mais chances, mesmo que nos deixe mais vulneráveis na defesa, ao passo que o jogo calmo funciona em partidas de nível mais alto. Apesar das diferenças, os esquemas dependem muito dos meias centrais, que são os principais finalizadores. Com isso, é normal nos ver finalizando 25 vezes no jogo e com bom percentual de acerto, mas sem criar grandes chances. Já que o centroavante não é mais tão decisivo, os meias pisam bastante dentro da área, também compensei instruindo o Pedro Vaca, meia esquerda, a fechar em diagonal quando o cruzamento vier.

Vale notar que, com a chegada do Padilla às vespéras da Simon Bolívar e o pedido do Serginho em jogar como Avançado Trabalhador, é possível que esse 4411 assimétrico vire um 41212, conforme foi trabalhado em alguns momentos durante os amistosos.

Nossa estreia no ano, novamente, foi a Copa Bolívia. O sorteio em fevereiro marcou nossa estreia justamente contra o Mariscal Braun, nosso mercado favorito na janela de transferências. A tensão para Flores e Cortéz era clara: estreia na antiga casa, com torcedores anônimos xingando-os.

Em campo, um massacre! Tivemos muito mais posse e muito mais finalizações, só que nos faltava as chances claras de gol. Torrico não estava em um grande dia, Paz segue abaixo do seu potencial e a bola teimava em não entrar. Fui para o vestiário no intervalo, cobrei mais deles, pedi maior participação dos laterais no jogo e vi um segundo tempo igual ao primeiro, muitas finalizações, uma participação maravilhosa do goleiro adversário e nada de gol. O Mariscal Braun aproveitou nosso time mais aberto e também teve sua chance, mas Cortéz mostrou que havia esquecido o passado naquele estádio e garantiu o 0 no nosso placar. Foi só na prorrogação que veio o grito de alívio: Castellón cobrou falta longa na área e Pedro Vaca testou pras redes, encobrindo o goleiro, 1-0. Alívio! Vitória! Vaga na próxima fase!

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Na fase seguinte, o Rosário Central estava do outro lado: o clube boliviano homônimo do argentino foi sorteado como nosso adversário. De novo um grande jogo de nossa parte, impusemos nosso estilo e dessa vez sem tantas finalizações de longe, apenas 4 ao todo. A partida não teve um ímpeto ofensivo tão intenso quanto na estreia, jogamos de modo controlado e abrimos a conta aos 34’: Juan Carlos Torrico cobrou pênalti com categoria, deslocando o goleiro, e fez seu primeiro gol como jogador de La U! 1-0. Festa dos nossos 240 visitantes, maioria completa nas arquibancadas. Controlamos o resto do jogo, o Rosário não ofereceu tanto perigo e nem tentamos ser mais agressivos, pelo contrário, terminar o jogo com 1 falta marcada não deixa de ser um feito.

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Pra terceira fase, eu coloquei a cueca da sorte novamente e sabia que o torneio estava afunilando, mas é impressionante que a gente nunca ganha folga quando afunila. Tal qual em 2025, enfrentamos o campeão nacional e atual líder da competição, como vemos pelos vencedores anteriores. Dessa vez, ao adversário era o surpreendente Blooming. Pelo menos, seria em nossa casa. Custeei a manutenção de todo o material musical da banda de Rafa, espalhei carros de som pela cidade convidando pessoas a virem ao jogo. Nada adiantou. Foram 328 pagantes, sendo 117 da torcida deles.

Na semana do jogo, eu comecei a estudar a ideia de 41212, temendo o 343 que eles jogavam nas últimas semanas. O meu novo auxiliar, José Luís Vilca, ídolo do Universitário e ponta esquerda na campanha de acesso, me alertou:

- Nandéz, eles vem no 4222, jogo cauteloso. É importante você manter os pontas pra explorar a lateral.

Eu não acreditei, fui no 41212, eles vieram no 4222. Quando eu ainda pensava em voltar para os pontas, a bola chegou na direita, Ortega cruzou e Miranda se desmarcou, com espaços ele testou firme no canto e abriu a contagem para o Blooming, 1-0. No meio da comemoração tímida de gol, chamei o Paz e orientei mudanças. Crescemos no jogo, criamos nossas chances e o gol não veio.

No intervalo, entendi que se a posse era deles, era preciso acelerar, espetei 2 pontas e adotei o 4231, fui pra cima. Viramos presa fácil para os contra ataques. Em pouco tempo, o jogo virou um verdadeiro tiroteio, lá e cá, goleiros trabalhando e qualquer coisa podia acontecer, inclusive nada, e foi isso que aconteceu. A a vitória do Blooming era justa e premiava o melhor time. Infelizmente, enfrentar de novo o campeão nacional tem dessas. Saímos de cabeça em pé, em um jogo muito diferente do que foi a última eliminação mas com resultado semelhante.

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E a Símon Bolívar, a famigerada Nacional B? Caímos no grupo A dessa vez, ao lado do velho conhecido Stormers, que segue como um dos grandes favoritos ao acesso mas que, tendo em vista nosso amistoso, tornou-se um jogo mais acessível para nós, hoje eu acredito ser possível vencê-los inclusive. Outro velho conhecido é o San Borja, nosso adversário na última temporada. Os outros 4 times são “novidades” mas foi bom ter fugido de adversários recém-rebaixados, em especial o Always Ready, que deve ser o melhor time da competição e já colocado como favoritaço pela imprensa ao acesso.

Por falar em imprensa, se ela serve como referencial, estamos bem mas o grupo promete ser complicado, pois, dos 7 times mais bem avaliados, 4 são do nosso grupo: o Stormers, o García Ágreda, o Unión Tarija e, em 6º lugar, o Universitário de Potosí. Em resumo, vai ser difícil, e sigo sem saber se temos bala na agulha pro acesso, mas classificar pros playoffs é uma possibilidade concreta e lutaremos por isso. Depois dos playoffs, é confiar na cueca da sorte e vida que segue.

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Todos os Grupos | Previsão da Imprensa

Pra fechar La U, os fantasmas passados parecem sob controle: as finanças não vão bem mas a venda do CT manteve uma gordura gigantesca e vai nos sustentar ao longo da temporada. É também a partir do segundo semestre que o clube arrecada com premiações e renda, o que explica um balanço tão abaixo; e a dinâmica, pela primeira vez, está mais do que positiva, manter os líderes com funções de composição do elenco, conquistar bons resultados e trazer uma juventude nova fez com que o elenco me respeitasse. Como o elenco está se conhecendo, ainda não somos uma família mas o ambiente no vestiário mostra que seremos em breve.

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Relatório Financeiro

Exemplo e influência nisso foi a minha formatura: dessa vez em único campus, eu bem mais entrosado com minha turma e me sentindo acolhido pelos atletas, chamei os mais intimos para a pequena cerimônia e um festejo fora dali para celebrar a conquista de uma nova licença. Convidei apenas os mais antigos e fui surpreendido com todo o elenco reunido, me aplaudindo e até discurso eles pediram. Eu como gosto de falar, aproveitei, subi numa cadeira e pedi atenção de todos:

- Não vou falar muito, eu nem trouxe meus livros de inspiração para poder dizer algo. Apenas gostaria de agradecer a todos que vão estar comigo ao longo desse ano e que eu possa pôr em prática todo o conhecimento, pois, um sábio de verdade pensa antes de agir e só termina a sua ação após uma reflexão do que fez. Hoje estou mais preparado para agir – o discurso foi longo, 10 minutos depois eu ainda falava – e com isso, novamente, muito obrigado, eu não comprei comida para todo mundo mas é bom que vocês entrem na dieta junto comigo.

- E o cabelo, Nandéz? - uma voz distante, não identificada perguntou

- Pois é, digamos que o remédio não fosse tão bom assim, essas coisas que a gente compra pela internet sempre me enganam, mas já estou em contato com uma farmácia para testar remédio experimental, sem chances de dar errado e até o final do ano, vocês vão me ver ainda mais bonitos.

Uma salva de palmas fechou aquele momento. Um pequeno passo na carreira, mas toda caminhada até o sucesso é composta de muitos pequenos passos.

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  • Peepe mudou o título para Eu amo o Dinheiro! A história de um mercenário na América do Sul - A Sina do Campeão Nacional 25/06
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Rapaz, que elenco forte você montou em? "Batendo de frente com o Blooming" e tudo. Gostei demais do Serginho e do zagueirão colombiano. Estou entusiasmado para ver essa equipe da Nacional B, acho que será sucesso!

Na copa deu azar de pegar o atual campeão. Qualquer outro adversário inferior acredito que iria passar o carro, ou melhor, o trator com as Vacas heheh. 

A cadeira não quebrou quando o Nandez subiu em cima dela não? 

Boa sorte na sequência e na busca pelo cabelo!!

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Que jogo contra o Blooming! Acho que faltou um pouco de coesão, os jogadores estarem melhores adaptados, mas ainda assim fez frente. Que elenco hein? Parece que o choro do Rafita não vai durar tanto, chegou o Serginho e o bixo logo cai nas graças da torcida! 

De qualquer forma acho que fará uma campanha interessante na Nacional, boa sorte na sequencia!

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Quer dizer que só perdeu o dinheiro da carteira...Essa história está mal contada. Sei não...

Parabéns pela campanha inicial na Copa, mas se tivesse escutado o auxiliar talvez  pudesse ter conquistado a  vitória. Vida que segue e com mais um diploma na mão possa começar a ter melhores ofertas de emprego.

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eu, por um breve momento, havia esquecido do peso do galã. E até achava que ela que estava perdendo em roubar uns trocos e se mandar sem mais nem menos. Mas aí uma massa gigante me vem à memória, e aí a ficha (ou toda a caixa de fichas) caíu 🤣😅

Sobre o jogo do Blooming e sua formação mais estreita teve duas dúvidas. De imediato acreditou numa mais aberta pelas beiradas, mas como já anda ressabiado com os assistentes e seus conselhos, resolveu ir estreito também. E não deu outra. A qualidade deles foi sentida. Sendo que pra mudar o alinhamento durante a partida fica bem mais complicado.

Não sei se já mudou o alinhamento no intercurso de uma partida e, se já deu certo, que é o que no final das contas importa.

E esse remédio aí tomara que surta o efeito desejado. Gordo e careca não, é demais pra mim 🤣😂🤣😂🤣

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Em 25/06/2020 em 21:14, ElPerroMG disse:

Rapaz, que elenco forte você montou em? "Batendo de frente com o Blooming" e tudo. Gostei demais do Serginho e do zagueirão colombiano. Estou entusiasmado para ver essa equipe da Nacional B, acho que será sucesso!

Na copa deu azar de pegar o atual campeão. Qualquer outro adversário inferior acredito que iria passar o carro, ou melhor, o trator com as Vacas heheh. 

A cadeira não quebrou quando o Nandez subiu em cima dela não? 

Boa sorte na sequência e na busca pelo cabelo!!

Fala, ElPerro, obrigado por sempre acompanhar.

O elenco é mesmo bom, tivemos uma melhoria considerável. A única coisa que me deixa com o pé atrás com o Serginho é que ele pediu pra jogar de Avançado Trabalhador no ataque e eu não confio em ter só ele de referência, mas é um ótimo jogador, assim como o Gutiérrez. Me surpreendeu que alguns estrangeiros tenham topado vir.

Quanto a cadeira HAHAHAHAHA quando o material é bom, nada derruba!

 

22 horas atrás, Valismaalane disse:

Que jogo contra o Blooming! Acho que faltou um pouco de coesão, os jogadores estarem melhores adaptados, mas ainda assim fez frente. Que elenco hein? Parece que o choro do Rafita não vai durar tanto, chegou o Serginho e o bixo logo cai nas graças da torcida! 

De qualquer forma acho que fará uma campanha interessante na Nacional, boa sorte na sequencia!

Opa, Vali, obrigado pelo carinho!

Coesão leva tempo né, como todo ano o elenco mexe bem, nem sempre encaixa logo de cara. Apesar disso, como os jogadores tem mais caracteristicas de liderança, mental e etc, ao longo da temporada a gente vai acertando.

Estou na expectativa por ver o Serginho também, substituir o Vargas é uma missão e tanto.

 

21 horas atrás, LC disse:

Quer dizer que só perdeu o dinheiro da carteira...Essa história está mal contada. Sei não...

Parabéns pela campanha inicial na Copa, mas se tivesse escutado o auxiliar talvez  pudesse ter conquistado a  vitória. Vida que segue e com mais um diploma na mão possa começar a ter melhores ofertas de emprego.

Obrigado por acompanhar, LC!

Ela levou tudo né, pelo menos teve o cuidado de deixar um aviso. Acontece...

Eu confesso que ouvir o auxiliar é um hábito que preciso cultivar mais, de novo ele fala e acontece. Mas não posso lamentar perder para o campeão da Primeira Divisão.

20 horas atrás, felipevalle disse:

eu, por um breve momento, havia esquecido do peso do galã. E até achava que ela que estava perdendo em roubar uns trocos e se mandar sem mais nem menos. Mas aí uma massa gigante me vem à memória, e aí a ficha (ou toda a caixa de fichas) caíu 🤣😅

Sobre o jogo do Blooming e sua formação mais estreita teve duas dúvidas. De imediato acreditou numa mais aberta pelas beiradas, mas como já anda ressabiado com os assistentes e seus conselhos, resolveu ir estreito também. E não deu outra. A qualidade deles foi sentida. Sendo que pra mudar o alinhamento durante a partida fica bem mais complicado.

Não sei se já mudou o alinhamento no intercurso de uma partida e, se já deu certo, que é o que no final das contas importa.

E esse remédio aí tomara que surta o efeito desejado. Gordo e careca não, é demais pra mim 🤣😂🤣😂🤣

Obrigado pelo comentário, Felipe hahahah

Como diz o velho ditado "é dos carecas que elas gostam mais" e Nandéz tinha seu charme, apesar de ser um peso pesado. A conferir como ficará com o novo penteado.

Quanto a mudar o esquema no meio do jogo, já fiz e deu certo e errado, algumas vezes. Como não se faz nenhuma alteração em jogadores e são esquemas treinados, acaba ficando mais fácil e o time não estranha. No jogo contra o Blooming mesmo funcionou,  melhoramos na partida mas já estava 1-0, eles tinham mais time e conseguiram conter nosso jogo, sem sofrer maiores sustos.

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Rapaz, nosso simpático gordinho tomou-lhe um baita calote ein? A PM tá mal de protagonista com mulher, nenhum dá uma dentro.

Fez uma escolha acertada ficando na La U, viu um tal de Serginho chegar pra se tornar ídolo e já vai fazendo história ao jogar bacanamente bonito contra o Blooming.

Sobre o nacional, sigo naquela de "não entendo mt do futebol boliviano" então ficarei na minha por ora. Mas o elenco parece bom.

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19 horas atrás, marciof89 disse:

Rapaz, nosso simpático gordinho tomou-lhe um baita calote ein? A PM tá mal de protagonista com mulher, nenhum dá uma dentro.

Fez uma escolha acertada ficando na La U, viu um tal de Serginho chegar pra se tornar ídolo e já vai fazendo história ao jogar bacanamente bonito contra o Blooming.

Sobre o nacional, sigo naquela de "não entendo mt do futebol boliviano" então ficarei na minha por ora. Mas o elenco parece bom.

HAHAHAHAHAHA os personagens concentram tanto no futebol que esquecem de aprimorar as habilidades no resto.

Sobre La U, o elenco é bom sim e promete coisas boas, só me faltam reservas mesmo. Acho que a partida igual contra o Bloomingo pode ser um indicio de coisas boas ao longo dessa temporada.

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Fazer sempre o mais difícil.

De todos os fins de temporada de minha carreira, este é o mais difícil, não decido isso de coração leve...” digitando aquela carta, eu comecei a lembrar do que foi aquele ano: perdi tudo em um golpe, sofremos na Copa mas quase eliminei o campeão nacional, teria sido uma grande página na minha biografia.

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3-0 San Borja | 0-0 Stormers | 0-1 Unión Tarija2-4 Stormers7-2 Unión Maestranza | 2-0 Unión Tarija | 1-1 Deportivo Escara | 0-2 Garcia Ágreda

O início de temporada, Copa Bolívia e amistosos, passavam a sensação de que o time era mais frágil que o último, ou, pelo menos, estava menos encaixado. Começamos na Simón Bolívar com esse receio, que logo foi refutado. A estreia contra o San Borja marcou meu centésimo jogo na carreira e foi perfeita: optei por variar além do dito anteriormente, fui em um 442 com um ponta direita e um meia esquerda, esquema velho conhecido de nosso acesso, inclusive na proposta de jogo mais rápido. Juan Nelio Castellón, sempre ele, se destacava pela direita, Serginho jogara onde lhe foi prometido, no ataque, e Pedro Vaca sempre infernal pela esquerda: foi dele a jogada e a rolada para que Diego Castellón, aos 14’, marcasse nosso primeiro gol na competição, 1-0. Sem sofrer muito defensivamente, peguei gosto de como o time criava muito em volume, pena que pouco em qualidade. Foram 20 finalizações, nenhuma chance flagrante. Nada que nos impedisse de vencer: em duas jogadas de Serginho, Torrico marcou em sequência, aos 55’ e 57’, como prova que a dupla de ataque estava entrosada e precisava jogar junta. Ao final, o 3-0 fez justiça e transmitiu segurança, somos melhores que os mais fracos.

E os mais fortes? Três dias após a estreia, fomos a campo enfrentar o nosso terror, Stormers. Com uma proposta mais cautelosa que o normal, os visitantes nos assistiram tentar jogar na primeira etapa e apostaram tudo no segundo tempo, 9 de suas 10 finalizações foram na segunda etapa. Não funcionou. O nosso jogo de pouca pressão, a dupla de zaga entrosada e o cansaço mútuo por conta da sequência seguraram o 0-0 até o final. Mais três dias, e lá fomos nós a Viacha contra o Unión Maestranza, outro time que já estava fadado a ser o saco de pancadas. Nosso domínio também foi claro, tomamos conta das ações desde o princípio e o gol veio aos 41’: linda triangulação, toques de primeira de Padilla, Flores, Paz, que rolou para o facão de Torrico, ele deslocou o goleiro e foi pra galera, 1-0. Mantivemos o domínio no segundo tempo mas a pouca ameaça adversária e as pernas pesadas impediram um placar mais elástico, com o 1-0 permanecendo até o fim. Eram 7 pontos em 9, um começo promissor, que animava o presidente e seu filho. As entrevistas para as recém criadas redes sociais do clube, geridas pela dupla, eram frequentes. Eu partilhava desse otimismo mas dizia “o campeonato começa nos últimos jogos, afinal, são esses três times os nossos adversários.” e o tempo mostrou que eu tinha razão.

Ao olhar pra trás, se eu pudesse jogar alguma partida de novo, seria contra o Unión Tarija dentro de casa. Nosso volume de jogo foi espetacular, eles não nos viram jogar no primeiro tempo, só que o gol não saía. O intervalo veio, elevei os pedidos para mais esforço, o time reagiu bem mas o gol não saía. Gritei a beira do campo pedindo mais, atletas concentrados e o gol não saía. No final, quando Pedro Vaca já ocupava uma linha a frente na minha última tentativa ofensiva, o gol, enfim, saiu: Montaño cruzou rasteiro, Diego Flores aproveitou bobeira da zaga e fuzilou para as redes. O Unión Tarija abriu o placar ao 89’, 0-1. Sem tempo para mais nada, bastou chutar a garrafinha de água revoltado a beira do campo, perdemos um jogo que tornamos fácil.

A falta de qualidade ofensiva é o ponto que resume os dois jogos que fecham o primeiro turno. Foi uma partida parelha diante do Deportivo Escara, jogo aberto mas sem vantagem de algum dos lados. Muita finalização e pouca chance de gol para os dois. Nessas horas, qualquer uma das várias meias chances precisa virar gol, e, de novo, não aconteceu. Para eles, bastou um vacilo defensivo de Jorge Vaca (zagueiro) ao perder a disputa no tiro de meta, o espaço aberto foi aproveitado por Jonsson que, aos 70’, deu a vitória ao Escara, 0-1. Na sequência, o roteiro foi o mesmo diante do García Ágreda, jogo igual, dois times sem inspiração para criar, só que um lance fez toda a diferença: aos 90’ Jorge Vaca (atacante) recebeu, fez o pivô, girou e lançou Serginho. O avançado correu mais que a defesa, tomou a frente, chegou inteiro diante do goleiro e errou a finalização, permitindo a defesa de Lorenzo. Com o 0-0, fechamos o primeiro turno com 6 jogos e 4 gols marcados, sendo que 3 foram marcados no mesmo dia.

Com 8 pontos, essa virada de turno nos deixou distante dos playoffs: Escara e Ágreda tinham 11 e 12 pontos, respectivamente, mas eu sabia que o começo era favorável, com a sequência mais leve.

Foi assim que abrimos vencendo por 3x0 o San Borja novamente: já aos 6’ Serginho marcou, e me deixou otimista quanto a continuidade da veia artilheira, Flores ampliou aos 15’ e no último minuto do primeiro tempo, Pedro Vaca fez o seu dando números finais, 3-0. A partida mexeu mais com meu otimismo pois Torrico e Serginho, nossa dupla de ataque, foram os assistentes da noite.

Prosseguimos com o nosso calvário, assumindo de vez a freguesia para o Stormers: aos 44’ Wilfredo Flores mergulhava de cabeça para abrir 3-0 para o clube de Sucre. O resultado era mentiroso mas a eles sobrava a frieza ofensiva que nos faltava. Naquela partida, foram 3 remates nossos na trave e uma quantidade considerável a mais de finalizações. A mim, restou apenas abrir o time e diminuir a vergonha: aos 72’ Paz descontou. Sofremos o 4-1 de Flores novamente, e, no apagar das luzes, o zagueiro Jorge Vaca testou pro fundo das malhas, 4-2. Criou-se um cenário desolador: Stormers havia disparado, e confirmaria o título, ao passo que Escara e Ágreda abriam 5 pontos de vantagem. Restando 4 jogos e os confrontos diretos, era preciso ganhar todas. Difícil? Muito, e é justamente por isso que foi tão frustrante.

As vésperas do jogo contra o Unión Maestranza eu gravei um vídeo para o Instagram de La U, a pedido de Rafinha, e avisei “Quem quiser ver espetáculo, compre logo seu ingresso!”. Como a vaga estava cada vez mais distante, eu assumi o 4231 Atacante, com pressão intensa, linha de defesa alta e o máximo possível de velocidade. Os modernos chamariam isso de Gegenpressing, eu gosto de chamar de “cultivo de salseiro”. O resultado é fácil de ver: aos 2’ Mirtha Callejas abria o placar para o Maestranza, explorando as deficiências defensivas que o estilo deixava a mostra. Nos acréscimos da primeira etapa, ficava claro a proposta de que nenhum grande ataque precisa de uma boa defesa, Pedro Vaca conferiu para as redes seu segundo gol e o quarto de La U: 4-1 no primeiro tempo. Confesso que perdi as contas no meio do jogo, foi muito gol. Ao fim de tudo, vencemos por 7x2 com hat-trick do meia Pedro Vaca e uma atuação ofensiva quase impecável, com atuações brilhantes de nossos pontas. Só duas coisas me preocuparam, mas eu preferi ignorar: não criamos nenhum flagra e sofremos 3; Juan Torrico, o centroavante, nem sequer apareceu na lista de marcadores ou assistentes. Se por um lado isso me preocupava, por outro eu me confortava: se ele é assim tão ruim, é importante que o time crie para outros jogadores finalizarem.

Mantive a postura em Tarija, contra o time da casa, mas testei Serginho isolado na frente. Não foi a escolha mais prudente, tendo em vista a capacidade finalizadora dele, apesar disso, o avançado abriu o placar na sua especialidade: lançamento em profundidade, ele se adianta a marcação e bateu cruzado com categoria ímpar. Juan Nelio Castellón fechou o placar em mais uma linda cobrança de falta, 2-0.

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Ao fim daquele jogo, eu tirei o santinho que ganhei no Equador e agradeci. Milagres aconteceram. Não me perguntem como, mas a vantagem de 5 pontos morreu em duas rodadas e chegamos a zona de playoffs no período mais importante da fase de grupos. Melhor ainda: o Deportivo Escara fez o seu 11º jogo antes de nos enfrentar e empatou com o Unión Tarija, o que igualou a sua pontuação com a nossa mas deixou-os atrás pelo saldo.

Os nossos dois últimos jogos eram justamente contra Escara e Ágreda, nessa ordem, primeiro em casa e depois fora. Como nosso saldo era favorável, bastava não perder os dois jogos e a classificação viria.

Não sou bom em contas mas eu sabia, vencer o Escara era garantir a classificação praticamente. Por isso, mantive o jogo ofensivo que vinha dando certo nesse turno, impusemos pressão, calor, fogo no jogo mas o adversário era ardiloso: aos 40’ um contra-ataque rápido, Rojas foi lançado, tomou a frente dos zagueiros e venceu Cortéz, 0-1 para eles. Troquei peças mas não o estilo, agora mais do que nunca, o gol era fundamental. Aos 54’ a recompensa: Castellón, de falta, por cima da barreira, lindo gol! 1-1 e o cheirinho de playoffs no ar. O tempo correu e a brasa do jogo apagou, ao invés de incendiar, o Escara, que dependia daquela vitória e uma combinação para classificar, pouco tentou além das escapadas de contra ataque. No final, eu fechei o time para o 451 e entendi que era mais prudente segurar a vantagem do empate para o último jogo.

Isso porque, em partida simultânea, o Garcia Ágreda venceu fácil o Unión Tarija por 4-0. Com os resultados, o Garcia Ágreda ficou em 3º e o Universitario de Potosí em segundo, ambos com 18 pontos mas a vantagem do saldo era do time potosíno, só que o jogo era em Tarija, casa do Garcia. O Deportivo Escara terminou com 18 pontos, sem mais jogos por fazer.

Ao longo da semana, o antigo trauma da ligação do fisioterapeuta virou nossa realidade: perdemos o zagueiro colombiano Jhon Gutiérrez, o lateral Lid Arias e o centroavante Serginho por lesão. Três dos melhores jogadores do elenco que, como já vimos, não tem grande cobertura. Aprendi aqui mesmo no Universitario que lesões não são desculpa para derrotas, então mantive a cabeça erguida, dei toda atenção aos substitutos, com o adendo que para Torrico, eu dei o santinho que ganhei no Equador, das mãos do Milton.

- Garoto, reza todo dia até domingo para que você esteja numa noite inspirada e faça gol. É só empatar e a gente avança.

Tadinho, Torrico era atento e prestava atenção, não merecia minhas críticas de tão boa pessoa que era. Na falta de opções melhores, me restava confiar em Deus para salvar aquele pé torto.

Não lustrei a careca, como normal, pois o remédio estava fazendo certo efeito. Infelizmente, o tônico capilar em pílulas fez crescer pelo no meu corpo inteiro e até barbudo eu estava, enquanto na cabeça as entradas da calvície ainda estavam visíveis, mas é uma melhora e deixei de ouvr piadas de careca nos últimos tempos.

O segundo dilema do jogo, além do penteado, era a melhor estratégia. Optei por voltar ao 4411 assimétrico, só tinha um atacante no elenco e era um estilo de jogo mais seguro defensivamente. Ao final daquele dia, no ônibus de volta a Potosí, o presidente me perguntou se eu me arrependia daquela escolha e eu não soube responder.

A postura mais defensiva deu todo campo que o Ágreda queria e no primeiro tempo eles ligaram o rolo compressor: o jogo rápido era deles, os cruzamentos longos nos atormentava e nosso goleiro Ronald Cortéz salvou uma goleada e a transformou em 0-0. Os problemas começaram justamente quando começamos a pensar em jogar: na volta do segundo tempo, aos 49’ Marcelo Rodríguez recebe bola nas costas da defesa, passa por Vaca (zagueiro) e fuzila para as redes, 0-1 García Ágreda. Festa no IV Centenario. Esperei para ver as mudanças do intervalo, os famosos 15 minutos pra mexer, e abri o time, ordenei a volta do 4231 suicida. E ele realmente nos matou. O Garcia Ágreda até viu seu goleiro ter boas intervenções mas, com tanto espaço para contra atacar, sempre foi melhor em campo, era questão de tempo até o golpe de misericórdia vir. Aos 90’ ele veio: contra ataque rápido, uma virada de jogo para a direita encontrou Rodríguez livre para, novamente, entrar na área sozinho e fuzilar o goleiro, 0-2 e o sonho dos playoffs escapou pelos dedos quando parecia fácil. Fizemos o mais difícil e perdemos com condições tão favoráveis.

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Playoffs

Se serve de consolo, ficamos com a melhor campanha do Universitario de Potosí desde os anos 90. O clube cresceu, enriqueceu e se fortaleceu. Posso dizer que termino a temporada com a missão cumprida se o objetivo era fazer história, mas lamento demais essa rateada no final. A bem da verdade, não vencemos nenhum dos 3 melhores times do grupo e nossa vida nos playoffs seria bem complicada, entretanto, dói ter sido regular com a metade de baixo, chegar tão próximo e não ser suficiente. Nos outros grupos, Always Ready e Sport Boys cumpriram o dever de passar o carro, e conquistaram o simbólico troféu da fase de grupos com alguma facilidade. Foram eles também que se classificaram para a Liga em 2027: classificados diretamente para a final, o Always Ready atropelou o Stormers San Lorenzo, enquanto o Sport Boys remontou um 2-0 na ida sobre o Stormers, nosso grande adversário, para conquistar o acesso.

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Quanto ao elenco, ele melhorou qualitativamente e isso se refletiu nas avaliações de fim de temporada: 6 jogadores terminaram com nota acima de 7, sendo que um deles estava indisponível no jogo final. O mais bem avaliado, surpreendentemente, é o Juan Nelio Castellón, o ponta vem no time desde a terceirona, onde era cracaço. Desde nosso acesso, ele sempre começa o ano questionado mas encontra seu espaço, mereceu a titularidade e termina a temporada como o melhor jogador, além de artilheiro empatado com Pedro Vaca. É sintomático que os artilheiros terminem o ano com 4 gols. Curioso também que no meio de tantas contratações, metade dos bem avaliados seja remanescente da última temporada: Pedro Vaca e Jorge Vaca não são bem vistos pela comissão técnica mas fizeram temporada bem consistente, e mereceram destaque também. Torrico e Serginho, a dupla de ataque, merecem menção mas, nesse caso, as notas não levaram em consideração o que eles não fizeram na hora de decidir: alguns gols perdidos pelo caminho fizeram a diferença nos jogos maiores.

Foi refletindo sobre tudo isso que, logo após a nossa eliminação, eu me sentei na cama com o notebook e comecei a digitar o texto que abriu esse capítulo. Recapitulando:

De todos os fins de temporada de minha carreira, este é o mais difícil, não decido isso de coração leve, Hermoza, mas todo começo brilhante termina com um final melancólico. Sinto que meus tempos de Potosí se acabaram, não consigo esquecer os momentos dessa temporada em que a vaga nos playoffs escaparam: o gol perdido pelo Serginho, a lerdeza do Vaca diante do Rodriguez, as bolas na trave contra o Stormers. Não tenho conseguido treinar mais sem lembrar dos erros e do que nos faltou.

Deixo essa carta como forma de te agradecer pelo apoio e pelo Rafinha, perdoa os excessos do garoto e começa a juntar de agora o dinheiro da fiança. Volto pra casa grato pelo acesso, pela experiência e pela indústria farmacêutica boliviana a base de ervas naturais que me devolveu o cabelo.

Estou voltando para o Paraguai, ainda sem saber o que será de minha vida, mas um dia eu volto para tomarmos o seu whisky.

 

Abraços,

Nandito!”

Dormi assim que terminei de redigir o e-mail mas não enviei, só o fiz pela manhã, quis evitar algum pedido com chantagem para que eu ficasse e a surpresa me daria liberdade para fugir sem pensar em despedidas. Como a temporada estava se encerrando, sei que Hermoza não veria problema em rescindir meu contrato que acabaria ali em alguns meses de qualquer forma e os meios legais poderiam ser feitos pelo telefone.

Me enganei se achei que era melhor sair direto. Na Rodoviária, lá estava minha dupla de pai e filho, os mesmos que vieram me receber quando cheguei. Dei um beijo em Rafinha, abracei o Pedro.

- Então, é isso? - Hermoza me perguntou

- Sim, é isso! Preciso ir, mas foi um prazer o tempo que passei aqui.

- Sucesso, Nandéz, sucesso! Quando estiver passando por aqui, liga que eu sempre terei um copo especial para você naquele armário.

- Tchau, Nandito, a banda jamais te esquecerá! - Rafinha falava com toda a emoção que era possível.

As despedidas ainda duraram um pouco mais, até que eu entrasse no ônibus de volta ao meu quartel-general: a casa dos meus pais com o wi-fi roubado do vizinho. Eu não sabia, mas Pedro Hermoza estava em processo de saída de La U também, talvez por isso aquela vontade de dar o último abraço em quem tanto lhe ajudou. O que seria de minha carreira dali pra frente? Eu não sei. Eu nunca sei, mas entendi que já estou em posição de pedir 3,5 mil por semana, quem sabe 4 mil. E me demitir tão cedo sempre abre porta para novas surpresas.

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  • Peepe mudou o título para Eu amo o Dinheiro! A história de um mercenário na América do Sul - Fazer sempre o mais difícil 29/06
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Uma pena o final melancólico de temporada. Mas acho que sai de cabeça erguida. Não chegou a subir pra primeira divisão, muito por conta do excesso de tropeços, mas recuperou a moral de um clube que não via alegrias há muito tempo. 

Boa sorte para a nova empreitada.

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