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Campeonato Mexicano extingue acesso e descenso pelas próximas 5 temporadas


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Campeonato Mexicano extingue acesso e descenso pelas próximas cinco temporadas

publicado em 17 de abril de 2020
 
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Em meio à crise, o Campeonato Mexicano tomou uma decisão importantíssima ao seu futuro, e que promete gerar muita discussão: durante as próximas cinco temporadas, a Liga MX não terá mais acesso e nem descenso. A mudança foi votada nesta sexta-feira, entre os 18 presidentes dos clubes que compõem a primeira divisão. A Ascenso MX, correspondente à segundona local, será transformada em uma “liga de desenvolvimento”. Desta maneira, ao menos durante os próximos cinco anos, os times da elite seguirão os mesmos.

Após longa reunião, a votação não foi unânime. O Cruz Azul se colocou como o principal opositor ao fim dos acessos. Ainda assim, a maioria dos donos dos 18 clubes da Liga MX aprovou a mudança no regulamento. A justificativa é de que, diante da crise financeira, os 12 times do Ascenso MX receberão um pacote de apoio vindo da elite. Em contrapartida, precisarão se manter um nível abaixo, sem chances de promoção. O Clausura 2020 da segunda divisão foi oficialmente cancelado.

“Convocamos uma assembleia que estabeleceu o resgate de todas as equipes do Ascenso MX e, para isso, se concordou que serão criadas mesas de trabalho. Nelas, participarão pessoas envolvidas com um projeto para o calendário”, afirmou Enrique Bonilla, presidente da Liga MX, que recentemente se recuperou da COVID-19. Conforme o dirigente, cada clube da segundona receberá uma compensação econômica de 60 milhões de pesos (cerca de US$2,5 milhões), assim como será criado um fundo de contingência. Os times da Liga MX darão 20 milhões de pesos anuais (cerca de US$840 mil) às equipes logo abaixo.

Além disso, o próprio formato do Ascenso MX será modificado. Como liga de desenvolvimento, o campeonato deverá estabelecer um limite de 23 anos aos jogadores inscritos e as equipes do torneio servirão como “clubes satélites” dos times da elite, facilitando a transferência de talentos. As novas regras ainda serão estabelecidas nos próximos dias, mas os presidentes da antiga segundona já haviam votado a favor das mudanças, em troca do apoio financeiro da primeira divisão.

Todavia, há um imbróglio que pode ser criado com essa mudança no limite etário: os jogadores acima dos 23 anos que disputavam o Ascenso MX em 2020 correm o risco de ficar sem seus empregos. Já existe uma movimentação para buscar os direitos. Alguns clubes da elite contrários à modificação prometem apoiá-los.

O Campeonato Mexicano possui um sistema de acesso já problemático desde antes desta virada de mesa. Há casos de clubes que compraram o direito de disputar a primeira divisão. Um exemplo aconteceu em 2013, quando o Veracruz comprou o Reboceros de La Piedad após esta equipe assegurar a promoção. Assim, o Reboceros mudou-se a Veracruz e adotou os símbolos dos Tiburones Rojos. O Veracruz, que estava longe da elite desde 2008 e havia enfrentado um processo de desfiliação, pôde retornar ao primeiro nível sem conquistar este direito em campo. Desde os anos 1970, foram sete vezes em que este processo ocorreu.

Além do mais, a Liga MX possui o poder de revogar o acesso, caso um time não cumpra os parâmetros financeiros determinados pela entidade. Isso aconteceu em 2018, com o Cafetaleros de Tapachula. A equipe celebrou a promoção dentro de campo, após derrotar o Alebrijes de Oaxaca na finalíssima. Contudo, sem atender as demandas da liga, o clube não pôde disputar a primeira divisão na temporada seguinte. Conforme o regulamento da competição, após ser rebaixado na elite em 2018, o Lobos BUAP precisou pagar a premiação ao Cafetaleros pelo título da segundona. Assim, assegurou também seu direito de permanecer no primeiro nível.

Num sistema que muitas vezes transforma a promoção em algo burocrático, o fim do acesso efetiva uma posição da Liga MX que não surpreende tanto assim. Resta saber quais os impactos competitivos ao torneio, bem como à pirâmide do futebol mexicano e à formação de atletas. Além disso, com um programa que já considera clubes como “franquias” e permite até mesmo mudanças de cidades conforme a vontade dos donos, a Liga MX se aproxima ainda mais da Major League Soccer. Em fevereiro, a ESPN americana havia noticiado uma possível fusão entre as duas competições, estimada para 2026. O fim do acesso abre caminho aos planos.

Durante os últimos meses, o México e os Estados Unidos estreitaram seus laços no futebol além da Copa do Mundo de 2026. Entre julho e setembro de 2019, foi realizada a primeira edição da Leagues Cup, um mata-mata com quatro times de cada país. As duas ligas também anunciaram um duelo entre os melhores jogadores de ambas as competições no All-Star Game da MLS, inicialmente previsto para julho de 2020. Conforme a ESPN, o modelo de fusão poderia seguir o que ocorreu com a MLB – em que México e EUA representariam duas conferências interligadas, até a realizarem mata-matas em paralelo e definirem uma “superfinal”.

 

Trivela

  • Leho. mudou o título para Campeonato Mexicano extingue acesso e descenso pelas próximas 5 temporadas
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Esse campeonato é uma piada. E olha que tem muito dinheiro nos clubes.

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achava que agora que os países iriam querer competições de times mais próximos entre si, e não 2 países grandes se interligando desse jeito.

  • Diretor Geral
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Desportivamente acho uma péssima medida mas... são novos tempos, então eu sei lá. 

 

7 hours ago, Thiago said:

Esse campeonato é uma piada. E olha que tem muito dinheiro nos clubes.

Tem mt dinheiro maaaaaas, os caras contratam relativamente melhor do que nós e mt das vezes são uma "vitrine" mt mais atrativa do que os nossos grandes clubes daqui. É foda isso. Sem contar que, geralmente também são times mais bem treinados e tal.

Você é são-paulino então você sabe o quanto era complicado enfrentar time mexicano na Liberta.

 

Quanto ao campeonato ser "uma piada", eu não acompanho de perto pra falar, mas olha, pontuando tudo isso que eu pontuei acima aí, eu ficaria na dúvida hahahaha. Mas pode ser só impressão minha, claro.

  • Vice-Presidente
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6 hours ago, Leho. said:

Tem mt dinheiro maaaaaas, os caras contratam relativamente melhor do que nós e mt das vezes são uma "vitrine" mt mais atrativa do que os nossos grandes clubes daqui. É foda isso. Sem contar que, geralmente também são times mais bem treinados e tal.

Eu não diria que é uma vitrine mais atrativa que aqui, o México é tipo uma Ucrânia da vida, quando você vai para lá, é muito difícil sair de lá, porque eles pagam bem. São raros os jogadores que saem daqui, vão para o México e depois vão para Europa. Normalmente eles fazem o caminho contrário já no final da carreira.

  • Diretor Geral
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54 minutes ago, Henrique M. said:

Eu não diria que é uma vitrine mais atrativa que aqui, o México é tipo uma Ucrânia da vida, quando você vai para lá, é muito difícil sair de lá, porque eles pagam bem. São raros os jogadores que saem daqui, vão para o México e depois vão para Europa. Normalmente eles fazem o caminho contrário já no final da carreira.

Na verdade eu me expressei mal haha, e você tem razão.

Reformulando: eles contratam melhor do que nós, uma porque tem mais bala na agulha e outra porque parecem ser mais organizados e com um radar maior que o nosso na hora de prospectar reforços. Esse é o ponto.

São melhores que nós só por isso? Não, mas saber contratar e ter condições para tal já é meio caminho.

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Tem muito investimento de empresas no Campeonato Mexicano, a maior parte clubes que são propriedade de empresas enormes. O America pertence a maior empresa de TV do país, outros empresários bilionários como o Carlos Slim (um dos 10 ou 20 mais ricos do Mundo) é dono de 3 times ao mesmo tempo (Pachuca, Leon e Morelia). Tem muitos outros exemplos.

A ideia lá é cada vez mais adotar o modelo americano, tornar o futebol cada vez mais comercial. Não sei se isso fará bem para a competitividade.

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7 minutos atrás, David Reis disse:

Tem muito investimento de empresas no Campeonato Mexicano, a maior parte clubes que são propriedade de empresas enormes. O America pertence a maior empresa de TV do país, outros empresários bilionários como o Carlos Slim (um dos 10 ou 20 mais ricos do Mundo) é dono de 3 times ao mesmo tempo (Pachuca, Leon e Morelia). Tem muitos outros exemplos.

A ideia lá é cada vez mais adotar o modelo americano, tornar o futebol cada vez mais comercial. Não sei se isso fará bem para a competitividade.

Se já tem muita gente que olha torto - e eu não tiro a razão, embora não concorde totalmente com esse pessoal - pra Red Bull Salzburg e Red Bull Leipzig terem o mesmo dono na teoria e se enfrentarem em competições continentais, imagina essa situação aí? Complicado levar um campeonato a sério assim.

E sobre o nível do Tequilão: o Gignac (!!!) ter virado rei lá diz muito sobre o nível da liga.

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3 minutes ago, Bigode. said:

Se já tem muita gente que olha torto - e eu não tiro a razão, embora não concorde totalmente com esse pessoal - pra Red Bull Salzburg e Red Bull Leipzig terem o mesmo dono na teoria e se enfrentarem em competições continentais, imagina essa situação aí? Complicado levar um campeonato a sério assim.

E sobre o nível do Tequilão: o Gignac (!!!) ter virado rei lá diz muito sobre o nível da liga.

Pô, eu acho o Gignac um baita centroavante a nível sul-americano/mexicano. Pra nível europeu é um atacante ok, mas aqui é melhor que 90% dos concorrentes fácil. 

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10 horas atrás, Leho. disse:

Desportivamente acho uma péssima medida mas... são novos tempos, então eu sei lá. 

 

Tem mt dinheiro maaaaaas, os caras contratam relativamente melhor do que nós e mt das vezes são uma "vitrine" mt mais atrativa do que os nossos grandes clubes daqui. É foda isso. Sem contar que, geralmente também são times mais bem treinados e tal.

Você é são-paulino então você sabe o quanto era complicado enfrentar time mexicano na Liberta.

 

Quanto ao campeonato ser "uma piada", eu não acompanho de perto pra falar, mas olha, pontuando tudo isso que eu pontuei acima aí, eu ficaria na dúvida hahahaha. Mas pode ser só impressão minha, claro.

Eu concordo com a maioria das coisas. Eu quis dizer dos jogos mesmo. As partidas são muito ruins. 

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O formato do campeonato é uma bosta e não promove a competitividade a longo prazo (dois campeonatos no ano sendo decididos por mata-mata). O dinheiro pra atrair jogador e treinador é um fator positivo, mas a urgência dos times em ganhar, o formato de transferências (draft) e a preferência exagerada por jogador estrangeiro não ajudam na manutenção e na melhora de um lugar que já supervaloriza bastante os jogadores, principalmente os locais, o campeonato e todo o ambiente.

Era pra ser o melhor campeonato de toda a América.

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Campeonato sem rebaixamento é mais chato que Friends.

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Única opinião que tenho é que iria odiar assistir um campeonato sem rebaixamento mesmo que o rebaixado fosse meu time.

Faz os times B em outras divisões porra! Ou mantenham aquela regra de que quando o time B ficar em posição de acesso que ele não suba, dando a vaga ao próximo.

Sei lá, qualquer coisa é melhor que eliminar o rebaixamento.

  • 1 mês depois...
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Monarcas trocam 70 anos de relação com a torcida de Morelia por uma nova arena e se mudarão de cidade

por Leandro Stein
publicado em 3 de junho de 2020
 
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O Campeonato Mexicano é repleto de clubes tradicionais, mas todos com seus próprios donos. O sistema de franquias não se difere nada do que acontece nos Estados Unidos e, vez por outra, alguma equipe acaba mudando de cidade graças à vontade de quem manda. Necaxa e Atlante, originalmente fundados na Cidade do México, são exemplos dessa política que não respeita muito a tradição ou a base de torcedores – em transferências que não significaram desenvolvimento a ambos. Já nesta semana, os Monarcas anunciaram que também fará as malas, após 70 anos em Morelia. A agremiação iniciou os trâmites para se mudar a Mazatlán, cidade 670 quilômetros mais ao norte, que oferece um moderno estádio como principal atrativo.

O texto do anúncio, aliás, trata o clube como se fosse um negócio qualquer desprovido de paixão: “Pela primeira vez na história, o futebol da primeira divisão chegará a Mazatlán, um dos portos mais importantes da América Latina, com um projeto inovador que buscará impulsionar o espírito incansável dos sinaloenses. Desde já, o futebol e todo o esporte serão parte da construção da nova visão social e econômica que Mazatlán e Sinaloa estão vivendo. A inovação e a modernidade, combinadas com o espírito caloroso e irreverente dos Mazatlecos, permitirão desenvolver um projeto de longo prazo, com o qual se promoverão os valores esportivos e a essência de uma cidade com enorme potencial de f azer história no futebol mexicano.

Os Monarcas até podem crescer economicamente e fomentar o desenvolvimento do futebol em Sinaloa. Entretanto, deixarão para trás suas raízes e sua torcida fiel em Morelia. A mudança reflete a parca perspectiva de ascensão que existe no futebol mexicano, com divisões engessadas e dependência da aprovação da Liga MX para consumar a promoção. Por causa da pandemia, os times da primeira divisão aproveitaram para virar a mesa e garantir que as próximas cinco temporadas não terão descenso, sob a justificativa de que apoiarão financeiramente os participantes da atual segundona. Com isso, o Dorados de Sinaloa (outro time da região de Mazatlán) não subirá tão cedo. Momento perfeito para o negócio com o ex-Morelia.

Os Monarcas surgiram em 1950, na própria cidade de Morelia, disputando inicialmente a segunda divisão do Campeonato Mexicano. A equipe conquistou o acesso pela primeira vez ao final daquela década, embora tenha se estabelecido na primeira divisão a partir dos anos 1980. Desde então, os Canários chegaram a mudar de donos e viveram seu período mais abastado sob o controle da TV Azteca. O ápice veio em 2000, com a conquista do Torneio Inverno do Campeonato Mexicano, com mais três vices até 2011. Além disso, o time foi duas vezes vice-campeão da Concachampions e disputou a Libertadores em três oportunidades.

Ao longo dos últimos anos, porém, os Monarcas passariam a acumular campanhas mais modestas no Campeonato Mexicano. E a chance de elevar os lucros da TV Azteca surgiu em Mazatlán, onde o governo estadual construiu um moderno estádio. O poder público negociou com outros clubes da Liga MX, incluindo Atlas e Santos Laguna. Ao final, o acerto da mudança veio com o Monarcas Morelia. Construído em 1989 e com capacidade para 38 mil espectadores, o Estádio Morelos é que ficará sem dono.

O governo de Sinaloa garantirá a concessão da nova arena aos Monarcas e também pagará 500 milhões de pesos (cerca de US$23 milhões) à agremiação por temporada – 12 vezes mais do que recebiam do governo de Michoacán, onde fica Morelia. Apesar disso, a TV Azteca seguirá como dona do clube. As autoridades esperam aproveitar o potencial de Mazatlán como um destino turístico na costa do Pacífico. A cidade de 502 mil habitantes tem uma população menor que Morelia, com 784 mil habitantes. Enquanto isso, estima-se um prejuízo de 4,5 bilhões de pesos anuais em Michoacán, com a extinção de 9 mil empregos relacionados ao futebol.

Os símbolos dos Monarcas serão apagados em Mazatlán, com uma provável mudança de nome e até de cores. Joga-se fora uma cultura esportiva e uma paixão de milhares por causa do negócio. Obviamente, a notícia não foi bem recebida em Morelia. No final de semana, apesar das recomendações sanitárias para evitar aglomerações, centenas de torcedores já saíram às ruas da cidade e fizeram uma passeata contra a transferência, antes mesmo do anúncio oficial. A única esperança é de que a Liga MX barre a mudança. Todavia, pelas declarações do próprio presidente da entidade, dificilmente se evitará a conclusão do processo.

A associação de jogadores profissionais do México se manifestou contra a mudança. A entidade declarou sua solidariedade aos futebolistas do Monarcas Morelia, que receberam a notícia de última hora. “Desafortunadamente, este caso é outro exemplo da falta de atenção às necessidades dos protagonistas desta grande indústria. Que se entenda a importância do lado econômico, é lamentável que se deixe à deriva quem entrega tudo em campo e, de igual forma, uma falta de respeito à grande torcida da cidade de Morelia e do estádio de Michoacán”, escreveu a associação. Enquanto os jogadores profissionais terão que se mudar, não está claro o que acontecerá com o time feminino e com as categorias de base.

Na nota que anuncia a mudança, os donos do Monarcas Morelia concluem sem o menor pudor: “O agradecimento e o respeito do clube com a cidade de Morelia e com os michoacanos perdurarão para sempre. O Monarcas Morelia foi parte da história contemporânea da cidade. Pertencem a Morelia e à sua gente os troféus conquistados e o nome de Monarcas. As mudanças de sede aconteceram com distintos clubes em todo o mundo, são parte natural do esporte. A mudança a Mazatlán, ainda que difícil, dará viabilidade em longo prazo a uma organização comprometida com o esporte”. Naturaliza o desaparecimento de toda uma história com a mera canetada dos engravatados, como se isso fosse facilmente aceitável.

 

Trivela

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Em 20/04/2020 em 15:42, Léo R. disse:

Campeonato sem rebaixamento é mais chato que Friends.

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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Nossa cara, que negócio mais desalmado esse. Imagino a raiva que a torcida deve estar, ter o time que você torce arrancado é triste.

  • Diretor Geral
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Caralho, é muita filha-da-putagem fazer isso porra... uma coisa é mudar um time de lugar que já tem esse estilo "andarilho", outra bem diferente é mexer com um time que já tá enraizado. Olha a história toda dos caras na cidade. Porra, que bosta.

Eu recentemente vinha tentando assistir mais jogos do Mexicanão e tals, mas depois de uma merda dessas aí, perderam vários pontos comigo. Sinceramente.

 

Futebol não é isso não.

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