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Em 30/01/2020 em 13:44, Tsuru disse:

O lado mais sombrio da Segunda Guerra Mundial é constatar que parte da humanidade não aprendeu nada. Nunca visitei um campo de concentração, mas se tiver oportunidade quero ir. Aprender os horrores do passado é fundamental para entender o presente e evitar que o que aconteceu de ruim se repita.

Sobre o 3-4-3, chegou a tentar usar Ponta Defensivo e um Armador Recuado - Defender? O Ponta Defensivo é excelente, consegue cobrir os espaços nos flancos (em boa parte deles) e ataca como um ponta comum. Dá pra adaptar um lateral tranquilamente. E o AR Defender é essencial para garantir a saída de bola, já que até onde eu saiba, o FM não tem uma função específica para isso nos zagueiros. Sempre achei que o Defensor com Bola fosse isso, mas na verdade é muito mais um "zagueiro lançador", que é bom de passe e se arrisca a mandar a bola direto pro ataque.

A experiência nos amistosos parece ter sido boa, vamos ver nos jogos a valer.

Após alguns testes, chego a conclusão de que o 3-4-3 só é viável se o teu time for muito superior. um 3-1-4-2 até vai melhor.

No caso do Makkabi fica ainda mais dificil pois os jogadores não conseguem fazer muitas funções. Mal a deles.

Mas é sempre bom ir aprendendo, vou passar as dicas ao Pedro hahaha

Valeu.

Em 01/02/2020 em 17:14, DiogoHernandes disse:

Legal os guias que você procurou, o que o @Toggy81 traduziu eu já tinha visto a algum tempo. 

Gostei das suas ideias táticas, agora vamos ver o que acontece na sequência.

O Pedro tem trabalhado bem, afinal eu, digo ele, não sabe muita coisa do jogo hahaha

Abraço.

Em 14/02/2020 em 14:06, LC disse:

Queremos atualizações, queremos atualizações.Queremos atualizações, queremos atualizações.Queremos atualizações, queremos atualizações.Queremos atualizações, queremos atualizações.Queremos atualizações, queremos atualizações.Queremos atualizações, queremos atualizações.

 

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Eu também. Vou tentar essa semana, mas tá difícil.

Vai ficar boa, pelo menos. A parte do Diário já saiu, falta os relatos dos jogos.

Valeu.

Em 15/02/2020 em 10:10, Andreh68 disse:

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😉

Em 15/02/2020 em 13:15, Vannces disse:

Ney, tive agora a oportunidade de ler o save desde o início e achei fantástica a ideia desenvolvida. Como Danut disse, também visitei Auschwitz e birkenau e da livraria de Auschwitz trouxe um livro chamado "Auschwitz aos olhos da SS" que traz relatos de oficiais nazistas sobre suas impressões e atitudes naquele campo de concentração. Algo inimaginável, as atrocidades e absurdos que aconteceram na última grande guerra.

Citar trechos do livro de Anne Frank é também algo que cai muitíssimo bem na proposta do save tendo na sequência os relatos em forma de carta/diário. Algumas "curiosidades" e relatos históricos fazem do save ainda mais completo, parabéns pelo projeto já em andamento.

Bem, ao acompanhar sua trajetória até aqui, dentro de campo, a coisa não parece muito boa, finanças e a necessidade de ter um time (tática e instruções) funcionando de forma segura parece estar sendo o grande desafio do momento. Estarei acompanhando sem dúvida. Boa sorte nessa sequência.

Vou anotar a indicação do livro. De Anne Frank pra cá já vi muita coisa, até evitado trazer tanto para não complicar a história. Mas serve na construção dos personagens, dos cenários.

O que eu tentarei trazer do Diário da Anne é justamente a visão diagonal do que estava acontecendo no mundo naquele momento - agora no momento de Pedro. Acho que é um excelente exercício de empatia, de realmente ver o mundo com os olhos de outrem.

Agora, dentro de campo continua da mesma forma, com a expectativa que Pedro cresce na toada do meu crescimento enquanto manager. Infelizmente algumas coisas fugiram do controle, talvez por não ter experimentado o jogo em uma série tão baixa.

Por outro lado, como sempre jogar nestas divisões é uma oportunidade para conhecer a história de comunidades, lugares e pessoas até então desconhecidas, mas que nos aproximam em razão do futebol.

Espero que consiga manter o nível da história e melhorar no futebol hahaha

Abraço.

Postado

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Catarse

“Hoje só tenho notícias tristes e deprimentes para lhe contar. Nossos amigos judeus estão sendo levados embora às dúzias. Essa gente está sendo tratada pela Gestapo sem um mínimo de decência. São amontoados em vagões de gado e enviados para Westerbork, o grande campo de concentração para judeus, em Drente. Westerbork parece ser terrível: um único lavatório para centenas de pessoas e muito poucas privadas. Não há acomodações separadas para homens e mulheres, e todos têm que dormir juntos. Dizem que há muita imoralidade por causa disso, e muitas mulheres e até mocinhas obrigadas a ficar lá por muito tempo ficam esperando bebê.

Fugir é impossível; os internados ficam marcados pela sua cabeça raspada ou pela sua aparência judia.

Se é tão ruim na Holanda, imagine o que não será nas regiões bárbaras e distantes para onde são enviados? Sabemos que a maioria é assassinada. A rádio inglesa fala de morte em câmaras de gás. ” Diário de Anne Frank, 09.10.1942.

 

Domingo, 25 de março de 2019.

 

Querido Tio Pep,

 

Trago más notícias. Embora não saiba como começar. Foram inúmeros os fatores que nos trouxeram até aqui. Questões internas e externas, pessoais e profissionais, religiosas e políticas. É a vida, afinal.

Pois bem, não há como aprender se não repassarmos o que nos acontece e a forma mais fácil é aceitando as mudanças que não dependem de nós - e trabalhando nas que dependem. Um palpite apenas, parece que o início do fim tem relação com as eleições de 2018.

Ninguém imaginava a ascensão do Partido Grüne como se deu. Ou a derrota da CDU. Apesar que esta era mais provável. Ninguém suportava mais tantos escândalos e a polarização anti e pró europeísmo. A verdade é que passamos por um turbilhão de emoções neste ano.

Para comunidade judaica então, nem se fala. Não é difícil ver algum colunista apontando-a como responsável pela vitória do “veganismo”, como dizem. E, de alguma forma, isso respingou na minha vida pessoal e profissional. Mesmo tentando evitar, quando se torna uma figura pública (sim, isso ainda parece estranho) acaba sendo envolvido.

Tive uma crise de ansiedade, após anos. Devo me responsabilizar, afinal, durmo mal, como mal, trabalho insanamente. Mas o auge foi a questão política. Apesar de sequer estar habilitado para o voto, todos tentavam me convencer do terror que seria uma vitória da AfD (a autodeclarada Alternativa para a Alemanha – onde já vi esse discurso?), você precisa se posicionar, você é um líder para os jovens, não pode ficar em cima do muro...

E se eu fiquei ansioso, os meninos então nem se fala. Chegavam da escola para o treino discutindo intensamente, repetindo discursos, criticando uns aos outros.

O pós-eleições não melhorou isso, pelo contrário. Apesar do tempo de paz que tivemos no retiro de férias (trabalhamos é claro), onde proibi o uso de celular, ao voltarmos pra casa percebi que a tensão se multiplicou. A dinâmica da equipe era como nada, um amontoado de jogadores que não se respeitava, não se apoiava e vivia em pé de guerra.

O resultado que se viu foi apenas uma consequência óbvia. Desse período, levo de aprendizado a necessidade de priorizar aspectos em minha vida, especialmente a relação com aqueles que nos apoiam nos tempos difíceis. E apesar de toda a pressão, Herr Thomas teve muita paciência comigo e sua família nunca saiu do meu lado.

 

Berlin-Liga

 

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[Empor Berlin] A derrota frente ao líder do campeonato era o resultado esperado. Todavia, saímos dos jogos amistosos com esperança de causar alguma surpresa no campeonato.

Com receio da formação 3-4-3 não dar certo, iniciamos no 4-1-4-1 mesmo, bem Costa Rica. E se no primeiro turno surpreendemos o Empor Berlin na casa deles, desta vez não teve surpresa. Enquanto tentávamos controlar o jogo na parte física e na intensidade, eles aproveitavam todos os erros (e foram muitos) que cometíamos. Ao fim, a derrota por dois gols de Cristopher Dietrich ainda ficou barata.

[Sp. Lichtenberg] Na filosofia de não fazer muitas alterações de uma partida a outra, mantive a formação. Osmanovic abriu o placar para alegria da torcida. Fomos ao intervalo com a vitória e não mexi no time. No meu pensamento, se conseguimos controlar o jogo por 45 minutos, os times cansados não deveriam mudar isso. Em três minutos minha ideia caiu por terra. Roman Forster cobrou falta e empatou aos 55’, enquanto Tom Schulz aproveitou falha da defesa e chutou da pequena área para virar. No desespero ainda vimos o terceiro gol dos adversários, perdendo a segunda partida seguida em casa.

[Berliner SC] Terceiro jogo em casa. Tudo bem que a tabela não ajudava e pegaríamos mais um dos líderes. Mas precisávamos vencer de qualquer jeito: repeti a formação. E não tinha o que fazer, o 3-4-3 não dava qualquer segurança e contra um time forte não queria arriscar. E o jogo foi contra o artilheiro Omid Saberdest. E ele não estava para brincadeira. Abriu e fechou o placar. Mas antes disso chegamos a empatar com Armin Bolling em 1x1. Depois disso o que se viu foi um massacre. E a goleada poderia ter sido maior, pois nosso goleiro pegou um pênalti de Hendrik Zeyer.

O jornal do bairro já começou a especular minha saída.

[Frohnau] Precisei mudar de opinião para tentar salvar o cargo. Nessa profissão você aprende rapidamente que as coisas são absolutamente instáveis (que paradoxo). Saímos do 4-1-4-1 para o 4-4-2, na expectativa de ganhar força ofensiva. Quando Bolling (dois gols em dois jogos) abriu o placar para nós eu fiquei calmo. Acreditei ter acertado as coisas. Mas, antes que o primeiro tempo acabasse, concedemos um pênalti, convertido por Paul Will aos 45’. Daqueles momentos que dá vontade de quebrar tudo. E o empate seguiu o jogo todo, onde ainda tivemos algumas oportunidades. Mas, como desgraça pouca é bobagem, aos 85’ eles viraram o jogo e aumentaram a nossa sequência de derrotas.

 

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[Türkiyemspor Berlin] Was ist ein Furz für Scheiße, die dir über die Beine läuft? Yannick me perguntou, sobre mudar a formação. E lá fomos nós no 3-4-3. Quem assistiu o jogo teve uma visão terrível – caso estivesse torcendo ao Makkabi. Contra o Tasmania no primeiro turno nós sofremos, mas o que aconteceu contra os turcos nem se compara. Parecia um futebol de crianças x adultos, tamanha a superioridade.

[Reinickendorf] Grave este nome. Voltamos ao 4-4-2 e dominamos completamente o jogo. Parecia dia de pagamento, todo mundo correndo pra tirar o pai da forca. Bola na trave, sufoco no adversário. Só faltou um detalhe insignificante: o gol.

[Tasmania Berlin] Após perder por 6x0 no primeiro turno, entramos precavidos. A ideia era cozinhar o jogo e lutar pelo empate até o fim. Em 5’ minutos um chute despretensioso de fora da área e meu goleiro aceita? Nesse momento eu senti que não tinha mais volta. Seguimos jogando bem e caso fosse um outro momento o resultado totalmente aceitável. Mas depois de uma sequência tão absurda, não era.

[Rudow] Informei aos jogadores que este provavelmente seria meu último jogo. Não foi o discurso mais inteligente, porém eu estava sem cabeça ou motivação para passar. O jogo em si não teve grandes emoções, apenas por ser o terceiro pênalti que sofremos em seguida. Com o jogo zerado ainda colocamos uma bola na trave. E jogo terminou como de costume. Uma derrota e desânimo geral.

 

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Deixo o time na 12ª posição, mas muito próximo da zona de rebaixamento. Marcamos apenas um ponto em oito jogos, um total descompasso com o primeiro turno. Eu poderia ficar até o fim do campeonato e tentar sair em melhor situação, mas não vi em mim capacidade para resolver os problemas da equipe. E talvez um fato novo (como dizem tanto no Brasil), ajude a mudar os rumos da história do Makkabi nesta Liga.

 

Questões Administrativas

Mesmo que tivesse conseguido reduzir as despesas – que não foram causadas por minha culpa, importante frisar – esse sempre foi um peso nas minhas costas. O tal do bode expiatório. Não vou responsabilizar Herr Thomas, pois aos poucos vou entendendo como funciona este mundo do futebol e nada é preto ou branco.

Tivemos cinco reuniões. Em todas pude sentir o apoio de Thomas e da pressão que ele suportava para me manter à frente da equipe. Na última eu que não suportei e indiquei o caminho para minha demissão.

Ainda que relutante, ele sugeriu que deixássemos para o fim da temporada. Levamos o assunto ao conselho, que de forma transparente decidiu por minha saída. Deixaram a porta aberta para um retorno, o que me pareceu sincero. Os alemães costumam ser diretos, porém corretos em suas relações. Se fosse no Brasil talvez ficasse algum mal entendido, mas aqui não.

Saio extremamente chateado. Por me sentir de mãos atadas, isto é, por não conseguir resolver os problemas que levaram as derrotas em sequência, em um clube ao qual me sentia em casa. Sabia que este momento chegaria, mas nunca é fácil passar por ele, em uma profissão tão intensa como essa.

Parece que envelheci uns 10 anos nos últimos meses.

 

Abraços, Pedro.

 

Em tempo: Não demorei para arrumar um novo emprego.

 

  • Vice-Presidente
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Me espanta que alguém tenha te dado um emprego depois dessa sequência horrorosa.

Postado
Em 20/02/2020 em 15:50, Henrique M. disse:

Me espanta que alguém tenha te dado um emprego depois dessa sequência horrorosa.

Caraca, esse Pedro e  comunista, só vermelho! Tá bem olha o  nome do  clube, Fo**-se. Acho q eles não tão muito preocupados com o q acontece.

Com relação a história, e comum em retrospectivas da guerra se passar a impressão de que os soldados que liberaram os campos que descobriram o q se passava, mas ja se sabia antes.

Postado

Muito interessante a forma como aborda a história. Agora o empresário do treinador é bom, não há dúvidas disso. Sorte no novo emprego!

Postado
Em 20/02/2020 em 15:50, Henrique M. disse:

Me espanta que alguém tenha te dado um emprego depois dessa sequência horrorosa.

Cruel, muito cruel.

 

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Cara fiquei bem surpresa com uma série tão ruim como está. Não esperava que você fosse brigar pelo título mas também não esperava que você passaria tão apertado.

Agora é bola pra frente no novo clube e buscar o acesso.

  • Danut destacou este tópico
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Mais uma vez, obrigado pelos votos. Não sou o mais bonito da área, como diz uns aí, mas sou o mais cheiroso.

 

Em 20/02/2020 em 15:50, Henrique M. disse:

Me espanta que alguém tenha te dado um emprego depois dessa sequência horrorosa.

Pois olha, deve ter rolado alguma engenharia social para que isso fosse possível. No save do Alex eu fiquei dois anos tentando e não consegui lugar nenhum.

Talvez os clubes sejam do mesmo nível do Pedro e achem interessante ter um brasileiro no comando.

Há que se considerar que antes dessa derrocada o desempenho era bom.

Em 21/02/2020 em 18:45, Andreh68 disse:

Caraca, esse Pedro e  comunista, só vermelho! Tá bem olha o  nome do  clube, Fo**-se. Acho q eles não tão muito preocupados com o q acontece.

Com relação a história, e comum em retrospectivas da guerra se passar a impressão de que os soldados que liberaram os campos que descobriram o q se passava, mas ja se sabia antes.

 

Judeu e comunista? Talvez numa conspiração terraplanista, porque nessa não hahaha. Mas sim, acho que o clube tava nem aí, porque Pedro precisou forçar a saída. Sabe quando as pessoas pede pra fazer um acordo com o patrão, para que ele o demita? Mesmo sentimento.

Quanto ao relato do soldados sim, já se sabia. Inclusive tem algumas histórias interessantes, principalmente de grupos de revolta poloneses. No entanto, parece que não havia tanto interesse em libertar os judeus assim. Posso estar errado, mas é o que parece.

 

Em 21/02/2020 em 21:45, Jirimias disse:

Muito interessante a forma como aborda a história. Agora o empresário do treinador é bom, não há dúvidas disso. Sorte no novo emprego!

Obrigado, mestre. Trarei explicações sobre este "empresário", mas já antecipo que não foi tão fácil conseguir um novo emprego.

 

Em 22/02/2020 em 11:23, LC disse:

Cruel, muito cruel.

 

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C'e la vie.

 

Em 28/02/2020 em 15:51, DiogoHernandes disse:

Me espanta que alguém tenha te dado um emprego depois dessa sequência horrorosa.

Mas não fique assim, minha cara hahaha. Pois eu não sei o que aconteceu - além da incompetência costumeira.

Por outro lado, serviu de aprendizado. Vi algumas coisas de errado que fiz.

Como eu disse nas atualizações iniciais, ganhávamos sem saber porque, perdíamos sem saber também.

No fim, não se sabia de nada e o resultado só foi surpresa pela colocação.

 

Novas atualizações devem vir mais constantes. Tive um problema para conseguir upar imagens, mas acho que resolvi.

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3 minutos atrás, Neynaocai disse:

Mas não fique assim, minha cara hahaha. Pois eu não sei o que aconteceu - além da incompetência costumeira.

Corretor do celular me quebrou nessa. kkkkkkkk

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É, pela sequência a demissão era inevitável. Alguma teoria para explicar o baixíssimo rendimento da equipe? Tentativas de mudança tática não surtiram efeito, não o esperado.

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Em 07/03/2020 em 00:14, Vannces disse:

É, pela sequência a demissão era inevitável. Alguma teoria para explicar o baixíssimo rendimento da equipe? Tentativas de mudança tática não surtiram efeito, não o esperado.

Olhando agora sinto que não era possível jogar da forma que estávamos propondo. Isto é, não havia qualidade para propor o jogo.

Além disso, não havia condição física para jogar intensamente. 

E, por fim, o descontrole financeiro pode ter afetado o time. Eu não sei o quanto isso afeta, mas fato é que a dinâmica da equipe estava horrível antes da sequência de derrotas.

Não tive oportunidade de fazer transferências, porque não havia nada de espaço no orçamento. 

No campo de jogo ficou um aprendizado: estudar os adversários.

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Antes de mais nada, gostaria de agradecer aos votantes que fizeram deste save o SdM de prata. O meu primeiro pódio nessa casa. E o primeiro a gente nunca esqueça.

Espero que seja o primeiro de muitos, o começo de uma História Memorável (hue).

 

Culpa e Responsabilidade

“As pessoas que têm religião devem alegrar-se, pois nem a todos é dado o dom de acreditar nas coisas divinas. Necessariamente, nem se precisa temer castigo depois da morte; purgatório, céu e inferno são coisas que muita gente não consegue aceitar, mas afinal uma religião, seja ela qual for, conserva a pessoa no caminho reto. Não é o temor de Deus, mas o sustentáculo de nossa própria honra e consciência. Que maravilha se as pessoas, todas as noites, antes de dormir recapitulassem mentalmente os acontecimentos do dia que passou e considerassem o que haviam feito de bom e de mau. Então, mesmo sem perceber, tentariam aperfeiçoar-se, ao começar um novo dia; é claro que se consegue muito, com o correr do tempo. Qualquer um pode fazer isso, não custa nada e, certamente, ajuda muito. Quem não sabe precisa aprender a descobrir, pela experiência, que "uma consciência em paz torna as pessoas fortes". Diário de Anne Frank, 08.07.1944.

 

Segunda, 20 de maio de 2019.

 

Querido Tio Pep,

 

Cheguei ao fim de um ano de muita transformação. Na minha vida pessoal, profissional, relação com a sociedade, com a história da minha comunidade. Enfim, foi como se tivessem passado dez anos em um.

O mais interessante no campo profissional foi perceber a inutilidade do conhecimento teórico diante da ausência de experiência. Tentei implantar ideias e encarnei o professor Pardal, isso quando o time vinha bem, o resultado não poderia ser outro: a tragédia.

Por outro lado, a derrota deve ser usada como aprendizado. E em pouco tempo consegui colher frutos desta experiência. Mudei minha forma de pensar, minha dinâmica de trabalho e o resultado veio.

Amanhã irei errar novamente, terei novos fracassos. Mas fico feliz que a capacidade de aprender tenha vindo em momento oportuno e cedo em minha carreira. Se espero ter sucesso nessa profissão, a base precisa estar bem plantada.

 

Mudança de casa

Não foram apenas os maus resultados que culminaram em minha saída do Makkabi. Em conversa que eu tive com alguns membros do conselho deixaram claro que foi a má gestão dos salários. Não era o momento para discutir e por minha opinião. Deixei pra lá.

Ao sair do Makkabi percebi que seria necessário abrir mão da minha meta de apenas treinar clubes que tivessem relação com a comunidade judaica. Apesar dos meus contatos, foi impossível encontrar um clube que estivesse no meu nível profissional, em um lugar próximo, precisando de treinador e aceitasse alguém sem experiência.

Comecei a procurar um lugar para treinar ainda nessa temporada, porque não queria deixar meu nome cair no esquecimento. Surgiu oportunidades em ligas regionais da Alemanha, mas percebi que não queria sair de Berlin. Haviam 10 vagas abertas. Nove recusaram qualquer conversa. Quando estava quase comprando uma passagem de volta para o Brasil, as raposas de Reinnickendorf me chamaram para conversar.

Deram-me 5 jogos para causar uma boa impressão.

 

Berlin-Liga

 

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[Spandauer Kickers] Nesse jogo eu ainda trazia a bagagem da jornada anterior. Preparei a equipe da mesma forma que fazia no Makkabi. A facilidade que o fraco time do Spandauer teve para marcar os dois gols mostrou que teríamos muito trabalho para reverter a queda de desempenho da equipe – que vinha de uma momento um pouco menos pior que o do Makkabi. Para isso, teríamos quinze dias.

 

O Reinnickendorf possui uma estrutura muito maior que a do Makkabi Berlim. Aproveitei os relatórios que recebi e tentei trabalhar em cima deles.

Também, tive a ideia de avaliar os jogos que já havia feito com o Makkabi contra as próximas equipes e espelhar o jogo delas.

O time foi avaliado por ter um bom passe, mas levava muitos gols. Resultado, armei o time no contra-ataque, porém com passes curtos. Queria uma formação estruturada e defensiva, sem perder o controle da posse de bola.

E, por fim, fomos ao esquema padrão da Berlin Liga: o 4-4-2, com duas linhas de quatro.

 

[Fhronau] Nas minhas anotações do jogo entre Makkabi e Fhronau, percebi que eles abusaram de passar o jogo pelo meio campo. Pedi aos olheiros para confirmar essa informação. Uma vez confirmada, mandei os jogadores povoarem o meio campo e quebrar a jogada principal do adversário. Fizemos um jogo excelente, de total controle. Por azar empatamos. Tanto que um jogador adversário confidenciou que tiveram sorte em não perder. Metemos duas bolas na trave e sai satisfeito, apesar da péssima pontaria.

[Empor Berlin] Repeti a análise de jogos anteriores do Empor. Contra o forte time do Empor mantivemos a toada da pontaria vesga. Abrimos o placar, mas o juiz apontou impedimento. Na resposta, pênalti e gol do adversário. Parece que a derrota vinha com um dedo do juiz, mas meu goleiro quis ajudar. Um gol contra meio ridículo deu números finais, num momento em que estávamos próximos do empate.

[Rudow] E finalmente o trabalho teve eficácia. O time fechado do Rudow e a trave impediram um placar mais elástico. Porém, a vitória fora de casa veio bem a calhar, livrando de qualquer chance de rebaixamento e comprovando que a ideia de analisar o adversário e jogar nos erros dele fazia sentido.

[Türkiyemspor Berlin] Outro time que joga pelo meio, conforme lembrei da nossa última partida. E aqui percebo a importância de se confiar no trabalho de análise. O time entrou muito bem, 12 minutos e 2x0 para nós. Logo em seguida nosso goleiro pegou um pênalti. Estamos em alta, pensei. No entanto, no segundo tempo o adversário apertou e empatou o jogo em 12 minutos também. Mantive a calma e confiei na equipe. Logo empatamos e o resultado foi o único justo, uma vitória de quem jogou melhor.

 

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Cumpri a expectativa da diretoria e inclusive melhorei o desempenho defensivo da equipe. Cinco gols em cinco jogos, onde a média anterior era de 1,37 por jogo. Um time que controlou o jogo em três das partidas e esteve sempre com condições de vencer.

Com duas vitórias nas últimas duas partidas o Makkabi Berlin conseguiu escapar do rebaixamento. Fiquei bem feliz com isso.

 

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Em três estatísticas lideram jogadores do Makkabi Berlin, que foram lançados por mim. Harald Zahn e Enrico Hain, além de Patrick Dreschel que disputou a artilharia com atacantes profissionais e mais rodados.

 

Contrato renovado

No fim, gostaram do trabalho e renovaram meu contrato.

A verdade é que maravilhado fiquei eu com a estrutura do clube e a oportunidade de crescimento. Pode ser um sonho infantil, porém sinto que passarei alguns anos por aqui e tendo sucesso.

Em outro momento falarei mais sobre o clube.

Detalhe para a satisfação da diretoria em relação ao controle dos salários. Dias de luta, dias de glória.

 

Abraços, Pedro.

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 @Neynaocai disse:  "...tivessem relação com a comunidade judaica. "

 

Boa sorte nas raposas.

Nessa parte da história você vai usar o preconceito por ser Judeu(O Treinador)? Já que não está treinando um clube com relação a comunidade judaica.

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6 horas atrás, LC disse:

 

Boa sorte nas raposas.

Nessa parte da história você vai usar o preconceito por ser Judeu(O Treinador)? Já que não está treinando um clube com relação a comunidade judaica.

O erro do jovem é querer spoiler hahaha

É provável que sim, mas estou deixando as circunstâncias do jogo guiarem a história.

Por isso acabam tendo poucos jogos, pois analiso um a um. Quando as coisas engrenarem e o time jogar por si eu devo encaixar mais os jogos na história que o contrario.

 

Postado

Pelo pouco tempo no cargo conseguiu um razoável desempenho com sete dos quinze pontos alcançados, o suficiente para firmarem sua permanência. Difícil pegar um time assim montado e conseguir fazer uma série de jogos sem perder e sofrendo poucos gols. 

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Pena que o jogo não andou lado a lado com a história e não te deu outras chances de evolução. Mas continuar na mesma liga foi legal, bem verossímil.

Vc não habilitou a liga Israelense né?

Vc tem feito muitos estudos táticos, se mostrasse situações de jogo que vc explorou as fraquezas do adversário seria legal.

Postado
15 horas atrás, Jirimias disse:

Pelo pouco tempo no cargo conseguiu um razoável desempenho com sete dos quinze pontos alcançados, o suficiente para firmarem sua permanência. Difícil pegar um time assim montado e conseguir fazer uma série de jogos sem perder e sofrendo poucos gols. 

Realmente. Pegando o primeiro turno do Makkabbi e esses jogos finais ficaríamos nessa posição mesmo. Porém foi uma sequência muito ruim.

Eu saio satisfeito desses jogos porque vencendo ou perdendo eu sabia o que estava acontecendo, ao contrário do que aconteceu no clube anterior.

Se análise estiver correta, entramos como favoritos a subida na próxima temporada.

3 horas atrás, Andreh68 disse:

Pena que o jogo não andou lado a lado com a história e não te deu outras chances de evolução. Mas continuar na mesma liga foi legal, bem verossímil.

Vc não habilitou a liga Israelense né?

Vc tem feito muitos estudos táticos, se mostrasse situações de jogo que vc explorou as fraquezas do adversário seria legal.

Creio que faz parte da vida do treinador. Não é todo mundo que nasce Zidane e consegue permanecer no primeiro clube por um bom tempo.

Eu habilitei a liga israelense até a terceira divisão, mas não parecia lógica mudança.

Eu vou tentar trazer mais essas análises, especialmente se estiverem corretas 🤣

Postado
4 horas atrás, Neynaocai disse:

Eu vou tentar trazer mais essas análises, especialmente se estiverem corretas 🤣

As erradas são as mais legais! 🙃

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Parece que conseguiu convencer a diretoria a ficar, mas ainda assim está no fio da navalha, no limite. Acredita que conseguiu uma equipe mais equilibrada que a anterior?

Postado
15 horas atrás, Vannces disse:

Parece que conseguiu convencer a diretoria a ficar, mas ainda assim está no fio da navalha, no limite. Acredita que conseguiu uma equipe mais equilibrada que a anterior?

Consegui uma equipe mais rica e com melhor estrutura.

Os jogadores eram todos cinzas, então na próxima temporada é que verei se é oto patamar😁

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Foi uma saída muito triste do Makkabi, mas uma renovação feliz com o Reinickerdof. Só do Makkabi escapar do rebaixamento o jogo já fica bom. Agora tem que tomar cuidado pra não ser rebaixado com o Reini rs.

Em relação ao texto, ficou foda. É bom relembrar sobre a época do Holocausto. Os acontecimentos da época foram acontecimentos tristes que nem valem a pena ficar relembrando.

  • Vice-Presidente
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Se compararmos esse trabalho com o último, podemos constatar uma grande melhora. Espero que a carreira continua nessa tendência de ascensão.

Postado
Em 17/03/2020 em 07:02, LucasPettine disse:

Foi uma saída muito triste do Makkabi, mas uma renovação feliz com o Reinickerdof. Só do Makkabi escapar do rebaixamento o jogo já fica bom. Agora tem que tomar cuidado pra não ser rebaixado com o Reini rs.

Em relação ao texto, ficou foda. É bom relembrar sobre a época do Holocausto. Os acontecimentos da época foram acontecimentos tristes que nem valem a pena ficar relembrando.

Foi mesmo. Me afeiçoei ao clube, mas faz parte. Porém, o novo clube é muito mais estruturado e dá uma oportunidade pra crescer. Vamos ver se conseguimos cumprir às expectativas.

Valeu pelos elogios!

 

20 horas atrás, Henrique M. disse:

Se compararmos esse trabalho com o último, podemos constatar uma grande melhora. Espero que a carreira continua nessa tendência de ascensão.

Realmente, foi uma boa melhora. Especialmente por ter efetivamente trabalhado para conquistar os resultados e não ser apenas casos fortuitos.

Esperar passar esse período de suspensões no futebol e voltar com tudo!

Postado

O ponto sobre equilíbrio tático, que apontei no meu comentário na outra história, parece ter sido levado em conta aqui. Senti uma enorme diferença para as outras atualizações, com o time seguindo uma mesma formação e observando o que o adversário pode trazer de perigos. Creio que jogar sempre em função do outro time pode ser um tiro no pé, mas por agora deu os seus frutos. 

A ver como será a próxima temporada. Boa sorte.

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Em 24/03/2020 em 09:17, vinny_dp disse:

O ponto sobre equilíbrio tático, que apontei no meu comentário na outra história, parece ter sido levado em conta aqui. Senti uma enorme diferença para as outras atualizações, com o time seguindo uma mesma formação e observando o que o adversário pode trazer de perigos. Creio que jogar sempre em função do outro time pode ser um tiro no pé, mas por agora deu os seus frutos. 

A ver como será a próxima temporada. Boa sorte.

Estou aprendendo com o Pedro. Com isso, as coisas vão melhorando, tanto aqui, quanto na Escócia.

E vocês logo verão.

Abraços.

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