Vice-Presidente Henrique M. Postado 21 de Junho 2019 Vice-Presidente Denunciar Postado 21 de Junho 2019 Quem acompanha a trajetória da Veterana sabe que nas últimas três temporadas venho utilizando um esquema assimétrico. No Football Manager, a assimetria tática é definida por um simples fator. O jogador não estar na posição esperada para aquela tática. Pode ser um atacante único que não está centralizado, pode ser um volante que atua na esquerda, porque você tem um meia-central ocupando a faixa direita. No meu caso, tudo começou com um 4-2-3-1. O tradicional esquema atua com dois meias-centrais, um meia-atacante e dois pontas. Com muitos atletas promissores na posição de meia-direita, para não atrasar o desenvolvimento dos atletas, ao invés de retreiná-los, resolvi adaptar minha tática. Com isso, o ponta-direita virou meia-direita e assim, surgiu a assimetria tática na Caldense. Muita gente tem medo de montar uma tática que não pareça esteticamente correta. E visando demonstrar um pouco melhor como ela funciona dentro do jogo, decidi criar esse guia. É uma visão global, de diversas temporadas observando a assimetria tática jogo sim, jogo sim. Espero que isso possa ajudar vocês a perderem o medo de apostarem em algo só porque não parece algo visualmente correto ou que não costumamos ver no debate esportivo. Posicionamento defensivo O posicionamento defensivo do meia-direita com relação ao meia-esquerda na assimetria ocorre conforme o esperado. O desenho tático é respeitado e o ponta-esquerda ocupa a linha avançada, junto com o meia-atacante. E se o lado esquerdo fica mais avançado, o lado-direito fica mais recuado, acompanhando a linha de meias-centrais. Em um adversário que atua com dois pontas tradicionais, ocorre um embate entre os dois jogadores mais avançados pelo lado do campo. Ou seja, o ponta-esquerda enfrenta o ponta-direita e vice-versa. Com o recuo do meia-direita, o ponta daquele lado acaba tendo menos espaço para atacar. A distância na marcação entre os jogadores, sem que ocorra uma quebra da estrutura tática é visível. O ponta-esquerda está muito mais afastado da sua contra-parte do que o meia-direita. Portanto, em inversões de bola, a distância a ser percorrida é maior por quem defende, mas em ataques pelo lado esquerdo, o adversário terá mais dificuldades em trabalhar por aquele lado. Se eventualmente, o meia-direita perde o duelo, ainda tem o lateral fazendo a cobertura defensiva, permitindo que o time possa combater a ameaça efetivamente. Entretanto, em táticas que não utilizem pontas, existe uma certa dificuldade de fazer uma aproximação no meio-campo, o que acaba gerando uma sobrecarga nos meias-centrais. Infelizmente, isso não é um problema que o recuo da linha de pontas resolve, já que para que os jogadores de lado pressionem quem atuam no meio, ou é necessário que o jogador entre na zona de ação daquela posição ou que você instrua pessoalmente para os pontas marcarem o meia-central pelo seu lado, mas isso gera complicações por si só. A única vantagem com relação ao esquema tradicional nesse ponto, é que o meia-direita estará mais próximo da linha de meias-centrais. Posicionamento ofensivo Se defensivamente a assimetria tática respeita o posicionamento da tática, surge o receio de que ofensivamente, possa existir uma discrepância entre o posicionamento do ponta-esquerda e do meia-direita. Felizmente, não é isso que ocorre na prática. O posicionamento dos dois ocorre mais ou menos na mesma linha, como se a tática fosse um 4-2-3-1. Ou seja, existe um ganho defensivo pelo lado direito, mas que não compromete ofensivamente. Entretanto, a exigência física sobre o meia-direita será muito maior, já que ele tem mais obrigações defensivas e corre mais campo que o ponta-esquerda. Ele tem que recompor o esquema na defesa e depois avançar para ocupar o espaço ofensivamente. Inversão do jogo e transição ofensiva Entretanto, o grande diferencial da assimetria tática está na inversão do jogo e na transição ofensiva. Quando o jogo está concentrado pelo lado esquerdo, o posicionamento defensivo do adversário praticamente esquece que existe um jogador mais avançado na direita. Isso dá muita liberdade e espaço para o meia-direita atuar. Logo, quando algum atleta afunila para o meio, ele tem uma opção completamente livre e desmarcada no lado direito. Isso permite ao meia-direita avançar e buscar um cruzamento ou finalização, até que a marcação adversário se recomponha. Assim como no afunilamento de algum jogador da esquerda para o meio, a assimetria tática fornece uma excelente opção para o portador da bola. O jogador que está com a posse da bola tem duas opções marcadas pela esquerda, a opção de recuar a bola, ou lançar no espaço para que o meia-direita aproveite a liberdade e espaço fornecida pela marcação adversária. E isso é muitas vezes positivo, porque como os atletas mais avançados do meio-campo acabam estando mais próximos, isso força com que o jogo penda para a esquerda, deixando bastante espaço na esquerda. E isso, durante a transição ofensiva, é uma excelente maneira de chegar rápido à defesa adversária. A equipe recupera a bola na esquerda ou no meio, aciona o armador e ele tem a opção de rapidamente explorar o espaço deixado no lado direito da equipe. Isso faz com que a transição defesa-ataque possa ser executada de maneira rápida e eficiente, sem o risco de ter a bola interceptada por algum marcador próximo. Considerações finais Isso não significa que a assimetria tática é uma maneira de montar uma tática invencível, pois não é. Ela é uma opção que lhe pode fornecer algumas coisas em termos de estratégias de transição e até mesmo para proteger um lado do campo que esteja sendo sobrecarregado pelo adversário ou que seja o lado mais talentoso do oponente. Entretanto, a exigência física sobre o meia que irá fornecer a assimetria é imensa. Ele precisa ter os atributos físicos em dia, pois se não, acaba prejudicando sua equipe, porque a demanda é muito maior do que se ele simplesmente estivesse sendo acionado como ponta. Conteúdo original criado por Henrique M. para o FManager Brasil e Engenharia do Futebol
Leonardo Moreno Postado 24 de Junho 2019 Denunciar Postado 24 de Junho 2019 Belíssima análise. Pra quebrar de vez o paradigma de que só dá pra jogar nas formações ortodoxas. Obrigado por trazer mais esse conteúdo!
Diretor Geral Leho. Postado 25 de Junho 2019 Diretor Geral Denunciar Postado 25 de Junho 2019 Eu confesso que ainda tenho um certo preconceito com as assimétricas, hahahahaha... mas esse guia deu uma boa desmistificada na minha cabeça quanto a isso. Sempre tive receio de "quebrar" a tática, principalmente no meio-de-campo, com medo de abrir buracos defensivos ou até ofensivos.
Douglas. Postado 25 de Junho 2019 Denunciar Postado 25 de Junho 2019 Uma coisa que isso sempre vai ajudar, mesmo que não use como tática primária, é pra saber reagir quando estiver com um jogador a menos. Nessas situações quase sempre você será forçado a lançar mão disso.
Perissé Postado 8 de Agosto 2019 Denunciar Postado 8 de Agosto 2019 Belo conteúdo, @Henrique M.! Sobre as inversões, o sistema defensivo adversário simplesmente esquecer que há um jogador avançado pelo lado que tiver o meia-lateral dá pra considerar um certo erro do FM? Já que se fosse um ponta o adversário iria perceber, pelo o que tu falou.
Lowko é Powko Postado 10 de Abril 2020 Denunciar Postado 10 de Abril 2020 Uso com frequência uma tática assimétrica no posicionamento do atacante. Se o ponta for avançado interior ou o meia-ofensivo for um segundo atacante, o meu atacante sempre cai pra um lado de acordo com isso.
Zap! Postado 13 de Abril 2020 Denunciar Postado 13 de Abril 2020 Muito boa a análise. Sempre bom ler algo novo e aprender. Eu no momento estou usando uma tática assimétrica, mas com os volantes ao invés dos atacantes. Ocorrem coisas bem parecidas com o que você citou no tópico. As inversões continuam ocorrendo de maneira fantástica com isso.
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