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7 horas atrás, Tsuru disse:

E a trama vai se complicando. Vai ser mais Agatha Christie ou Garcia-Roza? Confesso que prefiro este último hahaha

Apesar da inconsistência a equipe vem bem, está na briga pela vaga continental e, se continuar assim, logo logo estará na Europa. 

Em breve ficará mais claro,.eu creio. O nível aí é alto demais haha não alcanço.

Tb acho que tá bem, só que se não vier a vaga é capaz da pressão aumentar. Vejo nas coletivas que a imprensa caiu nesta pilha da diretoria e da uma impressão  que estamos lutendo para não cair. Muito surreal. Vamos ver o que vai dar.

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Temos que considerar que o time vem de um acesso, então a inconsistência é natural e a classificação é magnífica para as possibilidades até aqui. Vai botar o pé na estrada pela Europa, provavelmente.

No mais, a história está cada vez mais curiosa e intrigante. Contornos dramáticos, onde eu fico um pouco (???) e um pouco (!!!) (foi a melhor definição que encontrei hahaha).

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Em 05/06/2019 em 20:11, marciof89 disse:

Temos que considerar que o time vem de um acesso, então a inconsistência é natural e a classificação é magnífica para as possibilidades até aqui. Vai botar o pé na estrada pela Europa, provavelmente.

No mais, a história está cada vez mais curiosa e intrigante. Contornos dramáticos, onde eu fico um pouco (???) e um pouco (!!!) (foi a melhor definição que encontrei hahaha).

É o que penso,já o jogo pensa diferente. Seria bom ter uma experiência já na Europa e ser eliminado já na primeira eliminatóriakkk

hahaha gostei da definição

Postado

 

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Frank e Továr estão diante de uma pequena pousada nos arredores de Keked, cidade húngara na divisa com a República Checa. As investigações dos três crimes apontavam para um único homem: Viktor Ank. E aquele foi o último lugar onde o homem de cerca de 39 anos residiu antes de conseguir um emprego em um hotel na Polônia.

Os dois detetives sabiam que dificilmente encontrariam o homem ali, mas queriam tentar descobrir algum outro detalhe. OJá sabiam que Viktor era na verdade, Iguez, e que Viktor Ank, era um codinome de um homônimo falecido na década de 50.

TOVAR: Viktor Ank morreu em 1956 num confronto contra estudantes. Era soldado da AHV.

FRANK: Ou seja, mais um que resolveu escolher homenagear um morto.

TOVAR: E adivinha quem eram os estudantes que foram presos pela morte de Ank?

FRANK: Tòth, Vancik, Vaduk e Badu.

TOVAR: Hum...um crime passional.

Na recepção se apresentaram como policiais a Josef, que gerenciava o hotel há algum tempo.Josef afirmava que o hotel recebia muita gente e não era fácil lembrar de antigos hóspedes, porém, Viktor havia marcado sua passagem de forma inesquecível.

JOSEF:  - Sim, este cara da foto foi o desgraçado que tinha mania de escrever nas paredes. Deu um trabalho enorme para limpar o quarto.

TOVAR: - O senhor lembra o que ele escrevia?

JOSEF: - Olha, só lembro que eram coisas sem sentido sobre o passado.

TOVAR: Por exemplo?

JOSEF: - Em duas paredes estava escrito em letras bem grandes “Stalin não morreu”.

FRANK: - Um húngaro stalinista é tipo um judeu nazista.

JOSEF: - Para você ver. Lembrei de um detalhe: teve um veículo oficial estacionado aqui na frente dias após ele deixar o hotel. Eu não sei se tem algo a ver, mas este rapaz deixou uma gorda gorjeta na saída.

TOVAR: - Conseguiu ver quem era a pessoa que visitou o suspeito?

JOSEF: - Não.

FRANK: - Ok. Agradecemos sua colaboração.

Os dois detetives deixaram o local em silêncio. Somente dentro do carro fariam ponderações.

FRANK: - Bom, então resumindo: um stalinista usando um nome de um soldado do AVH morto num confronto com estudantes. Os líderes do grupo eram Tòth, Badu, Vancik e Vaduk. Todos mortos, mas a carta de Badu diz que há um sobrevivente. Logo, Eugeny Tòth não está morto ? Ou estariam falando do jovem treinador do MTK que usa um codinome de um morto assim como Viktor?

TOVAR: E tem o tal do carro oficial. Tem política envolvida nisso?

FRANK: Pois é. Crime passional, político ou os dois.

TOVAR: Deveríamos fazer algum tipo de alerta ao treinador do MTK?

FRANK: Por enquanto vamos ficar de olho.

 

Boatos e o caminho contrário

Havia mais gente de olho emTòth. Seu nome em nenhum momento foi considerado por Honved ou Ujpest, mas precisou responder sobre o interesse que não existiu. Ficou irritado por esta informação ter sido divulgada nas vésperas da partida contra o Vasas, pela Taça da Hungria. “As vezes se comportam irresponsavelmente, não respeitam o clube onde trabalho e nem me respeitam"De qualquer forma a negativa do treinador serviu para aumentar seu prestígio com a torcida e com os dirigentes.

As notícias falsas não prejudicaram a equipe que em campo despachou o Vasas e avançou para a fase seguinte da Taça. Contra o atual campeão húngaro, Dyosgyor, Vass abriu o placar, mas os visitantes empataram na segunda etapa.

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A partida seguinte foi contra o Honved: uma partida impecável do time comandado por Toth. Jogando de forma inteligente, o time alvianil forçou o rubro-negro a chutar a gol, levando pouquíssimo perigo a meta de Antal. Quando o Honved parecia realmente cansado foi a vez do MTK mandar no jogo e abrir o placar com Heffler. Foram três gols em sete minutos que garantiram ao MTK o terceiro lugar antes da parada do campeonato.

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A parada do campeonato era oportunidade de buscar reforços, e o MTK apresentou dois reforços: o zagueiro Debreceni e o jovem médio Schon, contratado junto ao Ajax. Aliás a contratação de Schon foi considerado um feito, uma vez que é incomum os clubes do país repatriarem jovens promissores, normalmente, ocorre o contrário.

Átila tinha a convicção de seu feito, era um sinal de que valia a pena apostar no futebol húngaro, porém, dias depois veio uma grande decepção. A imprensa noticiava a saída de Adám Vass, jogador de confiança de Tòth, a quem considerava ser a espinha dorsal do sistema defensivo. Tinha costurado um contrato com rescisão de €66M, mas a diretoria acabara de aceitar €850 mi do futebol chinês por ser uma proposta irrecusável.

Tòth se lembrou do que Szibó dizia que o grande inimigo do futebol húngaro era a ganância dos dirigentes. A busca por um futebol húngaro competitivo era uma luta sem aliados, a luta de um homem só. Sempre foi assim.

A Inter-temporada, a janela e a expectativa.

A inter-temporada era oportunidade de manter a parte física e também de testar outros jogadores. Para Nagy, substituto de Adám Vass; Batizi-Pócsi, atacante e Gera, alternativa a Patrick Vass, que demonstrava interesse em sair do clube, esta era uma oportunidade de ouro. Também era a chance dos recém chegados Debreceni e Schon mostrar que chegariam para lutar pela titularidade.

Os dois não seriam os únicos reforços, pois nos dias que antecedia o fechamento da janela o MTK apresentou mais três jogadores ( B. Iszlai | D. Vadnai | K Csoboth). Aliás, um dos reforços, o atacante K Csoboth, emprestado pelo Benfica, foi destaque dos noticiários. Assim como Schon, o jovem de 18 anos faz parte da promissora safra de jogadores húngaros que deixou o país bem jovem. Através de Atila, os jovens voltavam ao país, ainda que seja por falta de espaço em seus clubes, não deixava de ser um marco o caminho contrário que estavam fazendo.

Time fechado e preparado após onze amistosos disputados e uma partida pela Taça da Hungria vencida por 2-0, fora de casa, que praticamente, garantia o avanço da equipe na competição.

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Agora a ansiedade era para os jogos da Championship. Reforços, uma perda importante e uma dezena de pontos para sonhar com o título. Por mais que não quisesse falar em título, Tòth não podia negar que é impossível não competir sem um objetivo:

Hoje estamos em terceiro, o que nos dá uma vaga continental. A luta pelo título não é agora a nossa obsessão, porém, a medida em que subirmos na tabela e conquistarmos resultados temos que almejar sempre algo acima de nós, portanto, se perguntarem se brigamos pelo título, posso dizer que estamos aí.”

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A perda do Vass é um baque duro mas, jogando em campeonatos de reputação menor, temos que estar habituados a esse tipo de interferência da direção. Ainda mais com um treinador pouco experiente. A briga, pra mim, é pra manter essa vaga na Europa League.

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Pelo que dá pra se ver, o time atua de forma cirúrgica. O jogo do Honved expressou isso. Usa das oportunidades sem desperdício.

Por outro lado, Frank e Tovar, dupla da pesada, vão vivendo altas aventuras enquanto descobrem o que não deveria.

"Stalin não morreu"!

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9 horas atrás, Bruno Trink disse:

A perda do Vass é um baque duro mas, jogando em campeonatos de reputação menor, temos que estar habituados a esse tipo de interferência da direção. Ainda mais com um treinador pouco experiente. A briga, pra mim, é pra manter essa vaga na Europa League.

Vdd. Difícil aceitar,  mas é inevitável. Foi um balde de água fria, pois contava com ele numa eventual disputa continental. Enfim, segue o jogo. Tb acho que o nosso campeonato é este, e obtendo vaga continental já será um feito diante das limitações. Vlw!

6 horas atrás, Neynaocai disse:

Pelo que dá pra se ver, o time atua de forma cirúrgica. O jogo do Honved expressou isso. Usa das oportunidades sem desperdício.

Por outro lado, Frank e Tovar, dupla da pesada, vão vivendo altas aventuras enquanto descobrem o que não deveria.

"Stalin não morreu"!

Normalmente, o time produz mais (12 a 15 oportunidades por jogo) e erra muito, mas neste jogo foi diferente. Quero mais deste jogo haha.

Eh estão se metendo com um maluco. Todo cuidado é pouco.

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Nossa, 13 pontos pro primeiro e 11 pro segundo, que diferença desses dois pro resto do campeonato. Acho que vai ser muito difícil almejar algo além do terceiro lugar, esse sim disputado por 5 times.

Algo que me chamou a atenção é que você tem um ótimo ataque (o segundo da competição, de fato), mas também uma das piores defesas, certamente top 5, e a pior (ao lado do Puskas) entre os 6 primeiros, com praticamente o dobro de gols sofridos.

Vamos ver qual lado da balança vai pesar mais na reta final.

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1 hora atrás, Lanko disse:

Nossa, 13 pontos pro primeiro e 11 pro segundo, que diferença desses dois pro resto do campeonato. Acho que vai ser muito difícil almejar algo além do terceiro lugar, esse sim disputado por 5 times.

Algo que me chamou a atenção é que você tem um ótimo ataque (o segundo da competição, de fato), mas também uma das piores defesas, certamente top 5, e a pior (ao lado do Puskas) entre os 6 primeiros, com praticamente o dobro de gols sofridos.

Vamos ver qual lado da balança vai pesar mais na reta final.

Sim, a lógica é essa. Mas eles estão com esta vantagem há algumas rodadas, só o terceiro lugar que muda. Faltam 14 jogos. Se algum terceiro lugar fosse mais regular esta diferença estaria menor. Então pode haver uma aproximação se continuar nesta toada, além dos confrontos diretos.Mas realmente é muito remota esta possibilidade. 

Bem analisado sobre os números, é o problema que acomete este time desde que comecei: o desequilíbrio do ataque com a defesa. Por outro lado, ao passo que tento ajustar isso, eu percebo que tenho um time limitado, que deveria estar como o outro que subiu (lutando para não cair), e ao mesmo tempo um campeonato de ataques bem incisivos. Acredito que seja DNA do futebol húngaro, esta ofensividade.  Vamos ver se conseguimos equilibrar as coisas com os reforços. 

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CAPÍTULO 17: O padrinho

Uma mansão no centro do Budapeste recebia naquela noite os homens mais poderosos da Hungria. O anfitrião, deputado Sergey Lev , estava lançando sua candidatura à presidência do país. O clima era de festa, coisa de quem tinha como certa a vitória nas urnas.

Enquanto os engravatados levavam as mais variadas bebidas até suas bocas sujas, numa sala  à parte, o deputado recebia uma ilustre visita a quem chamava de Padrinho.

PADRINHO: -  Estou muito feliz de ver como está indo bem sua campanha.

DEPUTADO: -  Sem sua ajuda seria impossível, padrinho.

PADRINHO: - Conseguiu apaziguar a relação com seus inimigos?

DEPUTADO: - Não como eu esperava. Seria mais fácil se todos aceitassem seu preço, mas há ainda entre os homens deste país uma maldita honra que está acima até da própria vida.

PADRINHO: -  É sempre bom evitar usar a violência, mas tem hora que é o único jeito possível. O importante é que não respingue nada sobre sua reputação. Conseguiu os papéis?

DEPUTADO: - Sim, arrumei um bom homem que fazia o serviço completo. Pena que agora está querendo me causar problemas.

PADRINHO: - Precisa de um financiamento extra?

DEPUTADO: - Não, o problema dele não é dinheiro, é ter um ideal.

PADRINHO: - Com ideais não se negocia sem ter em mãos uma boa arma. Cuidado para não botar tudo a perder.

DEPUTADO: - Eu pensei em tudo. Posso dizer que neste exato momento em alguma lugar da Hungria estou matando dois coelhos com uma só cajadada.

PADRINHO: - Ótimos. Vamos lá aproveitar a festa da sua vitória.
 

Dias depois, em um canto de Debrecen

Zsibo esperava alguém. Um telefonema pela manhã levou-a até um ponto inóspito de Debrecen. Fez o possível para não ser notado pelas pessoas do abrigo onde havia se internado. Mesmo pagando,  o histórico de confusões poderia tornar impossível manter-se escondido nestas casas. As mãos estavam frias quando Iguez chegou.

ZSIBO: - Eu te conheço de algum lugar?

IGUEZ: - Estou esperando uma mina que conheci na internet. Você não se parece com ela.

ZSIBO: - Eu vim para encontrar um velho amigo.

Naquele momento chega um grupo de quatro homens armados.

DESCONHECIDO: - Olha que encontro maravilhoso, minha gente! Não é todo dia em que dois mortos se encontram na terra dos vivos. Viktor Ank e Eugeny Tòth ou seria Zsibo? Este disfarce de velho gagá ficou ótimo. Ah, não é um disfarce, seu velho gagá.

IGUEZ: - Você então é o Tòth? Então, realmente, você não morreu?

DESCONHECIDO: - Cala a boca. Morto não fala. Aliás, a notícia boa de hoje é que teremos apenas um morto vivo. Vou fazer uma votação entre meus amigos e ver quem morre. Querem fazer um apelo? Quem sabe comove nossos corações?

Os dois permaneceram calados. “Iguez”, repetiram os outros três nomes. Claro que a votação era só um truque psicológico, eles já sabiam quem deveria morrer: o porco que fez toda a porcaria.

DESCONHECIDO: - Iguez, infelizmente seu caminho termina aqui.

O homem pegou uma arma e colocou na mão de Zsibo.

DESCONHECIDO: - Quer um motivo para fazer o trabalho? Você está diante do homem que matou Badu, Vancik e Vaduk. Não precisa ter pena, apenas apertar o gatilho e mandar para o inferno.

ZSIBO: - Como assim?

DESCONHECIDO: - Sr. Iguez é um revolucionário stalinista. Ele entende que você, seus amigos e algumas centenas de húngaros foram responsáveis pelo enfraquecimento  do regime sovíetico no país. Pede para ele tirar a camisa.

Zsibo ficou calado. O homem fez um aceno, e outro capanga levantou a camisa de Iguez tornando visível quatro letras acima do peito. Três delas estavam riscadas: V V B.

ZSIBO: Duvido que seja este motivo. Ninguém que nunca viveu numa outra época vai cobrar uma dívida histórica.. Fala, rapaz, quem te pagou pelo serviço?

IGUEZ: Quer saber? Já que querem me descartar, vou falar. Me pagaram sim. Pagaram bem. Lógico que tenho ideais, mas assim como todos homens que prometeram fazer deste mundo um mundo sem desigualdades, eu me vendi. Me vendi ao capital que tanto critiquei. O socialismo é uma mentira, dura o quanto dura o dinheiro dos outros. Eu passei a minha vida esperando por uma espécie de messias: o socialismo puro, mas ele não virá, porque os homens não são puros. 

DESCONHECIDO: Está falando demais

O homem colocou sua mão sobre a de Zsibó e a arma disparou duas vezes. Iguez ficou se arrastando no chão, enquanto os homens deixaram o local. Szibo ficou ali olhando aquela cena dividido entre ajudar o assassino ou entregá-lo a própria sorte. Escolheu a segunda opção

 

Off-topic

obs: pessoal, vou editar o post qdo chegar em casa. Postei só ficção neste para poder avançar à história e resolver esta parte da trama. Pretendo focar na ficção mais dentro do futebol a partir dos dois capítulos seguintes, que é o que havia planejado. Só que para explicar o que vai acontecer mais  a frente usei muitos capítulos em vez de uma sinopse. 

Nesta nova fase, a parte histórica e investigativa vai dar lugar a busca pela orgulho da identidade húngara dentro das quatro linhas.

 

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No último capítulo comecei a imaginar que o Zsibo era o Tòth, fico feliz por ter acertado ahuahua

E a história continua cada vez melhor, aguardando ansiosamente pelo desenrolar da história da dupla de Tòth's

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9 horas atrás, AlyssonHenrique disse:

No último capítulo comecei a imaginar que o Zsibo era o Tòth, fico feliz por ter acertado ahuahua

E a história continua cada vez melhor, aguardando ansiosamente pelo desenrolar da história da dupla de Tòth's

Haha massa que vc chegou a esta conclusão tava tentando deixar isso implícito. Obrigado pelo feedback!!!

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21 horas atrás, Jirimias disse:

O socialismo é uma mentira, dura o quanto dura o dinheiro dos outros

21 horas atrás, Jirimias disse:

Ninguém que nunca viveu numa outra época vai cobrar uma dívida histórica.

É muita treta em poucas frases hahaha

 

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3 horas atrás, Neynaocai disse:

É muita treta em poucas frases hahaha

hahahaha tudo ficção. 

Postado

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Dias depois,
Debrecen, Casa de Repouso

O lugar mais tranquilo para se passar os últimos anos de vida tornou-se um inferno quando a polícia adentrou o local procurado um homem.

POLICIAL: Temos um mandato de prisão a ser cumprido. Estamos procurando um dos internos de nome Szibo.

FUNCIONÁRIA: Meu Deus! O que um velhinho como Szibo pode ter feito? Não está havendo um engano?

POLICIAL: Senhor, a polícia húngara não se engana.
 

O outro policial riu sarcasticamente.
 

FUNCIONÁRIA: Pode seguir por ali. Está no fundo da casa. Por favor, cuidado com ele, pois a saúde dele é muito frágil.

POLICIAL: Fique tranquilo. Se ele não resistir, vai estar tudo bem.

Szibo escrevia quando foi imobilizado.
 

POLICIAL: Zsibó, você está preso pela morte de Iguez Even e por falsidade ideológica.

Lembrou-se dos direitos que tinha, mas uma torção no braço fez esquecê-los imediatamente.  Naquela tarde, os jornais estampariam em suas capas a notícia de que Eugeny Tòth, ex-atleta do MTK não havia morrido.  Que por décadas, ele se escondia por trás de uma nova identidade, um personagem de nome Szibó.


Dia seguinte,
Delegacia de Debrecen
 

DELEGADO: Por que você mudou de identidade?

ZSIBO: O doutor deveria perguntar por qual razão ainda estou vivo. Foi por isso que mudei de identidade. Quando se tem inimigos poderosos não existe esconderijo perfeito.

DELEGADO:  Existem outros meios de se proteger, Sr. Eugeny.

ZSIBO: Recorrer a quem? Ao Estado? Eles são o Estado. A polícia? Eles são a polícia. Neste tempo, nós  combatemos um inimigo poderoso que tinha vários rostos através da perpetuação da memória de nosso povo.  O senhor já parou para contar quantos escritores e intelectuais morreram assassinados ou de acidentes de causas suspeitas nos últimos anos? Posso te dar a lista . Quem tem interesse em matar velhos escritores, senhor delegado? Só quem se interessa em apagar os vestígios da história pra tomar o poder para si. Vaduk, Vancik e Badu são apenas três de tantos outros que eles derrubaram. Foram décadas de perseguição. Este cara que dizem que eu matei é só um dos tantos que já fizeram serviço sujo para eles. O tal anjo da morte.

DELEGADO:  História fantástica! Anjos da morte, teoria da conspiração, fadas, gnomos... Creio que o seu advogado deverá entrar com um pedido de internação em um manicômio judiciário, pois tem grande potencial para passar o resto da vida lá. Aliás, é sempre uma boa estratégia posar de doido.

ZSIBÓ: - Sempre fui taxado de doido, então não me afronta em ouvir isso. O poder, caro delegado. O poder é capaz de escrever roteiros cinematográficos. Nós sempre fomos um entrave para eles chegarem ao poder.. Agora só restou a mim. Preso, sem credibilidade, enfim,  o caminho deles está livre para ocupar o poder.

DELEGADO: Levem este senhor para conhecer nossas humildes estruturas.

Dois meses depois

Àtila visitava Zsibó com frequência na prisão. Era o único. O jovem treinador também custeava os honorários dos advogados que se debruçavam na causa. Se a inocência não era possível de ser comprovada diante das digitais deixadas na arma, e pelo fato da história contada ser cinematográfica demais, restava a seus advogados apelar para a legítima defesa. Dois meses depois de ser preso, Zsibó conseguiu a liberação para prisão domiciliar, mas sem residência fixa, coube a Átila receber o escritor em sua casa. O que não era nenhum grande sacrifício, uma vez que o treinador do MTK residia sozinho.

Boa parte da noite era passada comendo algumas belas iguarias que o velho sabia fazer muito bem, sempre acompanhada de conversas sobre o que rolava no MTK. Depois dos jogos os dois sempre atravessavam a noite numa boa resenha. Tudo ia bem até que a polícia apresentou um documento que interessava a Átila: uma carta de Frei Badu, escrita há meses atrás.

“Não sei explicar o que sinto agora. Eu tenho o dever de guardar o segredo de confissão, ao mesmo tempo também não posso omitir algo tão sério como o que tenho guardado durante todos estes anos. Faz uns vinte e poucos anos, veio até a mim uma moça a quem eu conhecia por foto - tínhamos amigos em comum. Ela mencionou que estava perto de dar a luz a um menino de nome Átila. Estava amargurada, pois descobriu que o pai de seu filho não queria a criança e tentou fazê-la abortá-lo, motivo pelo qual ela teve que se esconder até que tivesse a criança. Eu a ofereci abrigo e ela aceitou. O mais triste foi saber que o desgraçado desse pai era meu amigo Zsibó. Como não pude contar o segredo, ajudei esta mulher o quanto pude até que pudesse sozinha criar o menino. Como ele lembra este miserável.!

Estou deixando esta carta porque sinto que o Anjo da Morte está ao redor e não quero que a minha alma carregue essa culpa. Se a esta altura alguém o lê é porque eu já não estou mais na terra dos vivos.”

A verdade era dura, mas ele sempre esteve buscando-a. Foi um livro de Zsibó que  a mãe havia deixado como inventário que o levou até o velho escritor. Quando a mãe escreveu na dedicatória que amava Tòth, aquele amor que acreditava ser por um personagem corajoso, na verdade era amor por seu pai. Deu várias desculpas por usar o codinome, mas sempre foi uma forma de homenagear a sua mãe. Agora acabara de descobrir que aquele que ele sempre procurou em rostos desconhecidos pela rua, era na verdade, o homem que queria que ele nunca tivesse nascido. Decidiu não voltar para casa. Desapareceu durante uma semana e deixou a diretoria do MTK de cabelo em pé.

Aquela fuga da realidade coincidiu na semana da partida de ida pelas quartas de final da Taça da Hungria. Um treinador desligado aliado a uma opção por reservas gerou um dos principal vexames da recente história do clube: uma goleada sofrida para um time da segunda divisão.

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Quando retornou para seu apartamento já não encontrou mais seu pai. Havia sobre a mesa uma carta, onde Szibó demonstrava preocupação com o seu sumiço e que temia que fizessem algo contra Átila, e que por isso resolveu partir. A carta ainda dava conta de um pequeno inventário que deixou guardado dentro de uma pasta. Lá Átila encontrou anotações táticas de Zsibó quando era treinador, e o rascunho de um livro que teria o nome de A Revolução Húngara, que nada tinha a ver com o passado da Hungria, mas consistia numa espécie de projeto para recuperação do futebol húngaro. 

No início, Átila ignorou a existência do inventário de Szibo, mas a eliminação da Magyar Cup (faltou um gol para o critério de gols fora)  obrigou o treinador a buscar uma nova forma de jogar, e a obra de Zsibo se tornou uma inspiração. Foi de lá que surgiu o 4-3-3 que marcou a regularidade da equipe nas últimas rodadas.  Com as lesões de Torghelle e Csobold, Zoltán Tòth( formado no clube) e Bobal (contratado nesta temporada) ganharam oportunidade no time principal e não desperdiçaram

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A vitória sobre o Paksi fez a equipe voltar ao terceiro lugar e aproximar dos dois primeiros colocados, o que garantiria alguma emoção para as seis rodadas finais. MTK jogaria ainda com o Diosgyor, que por sua vez ainda teria o Ferencváros pela frente. Se havia ainda chance de título? Só mesmo as rodadas finais poderiam dizer.

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Céus! São muitas reviravoltas! Muitas tretas! Muitos Tòths!

O MTK vêm sofrendo um período tão conturbado quanto a vida de seu técnico. Não sei se você usa formula o roteiro como uma consequência de uma temporada complicada no jogo ou o contrário. De qualquer forma, continua assim, tá dando certo.

 

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9 horas atrás, LuisSilveira disse:

Céus! São muitas reviravoltas! Muitas tretas! Muitos Tòths!

O MTK vêm sofrendo um período tão conturbado quanto a vida de seu técnico. Não sei se você usa formula o roteiro como uma consequência de uma temporada complicada no jogo ou o contrário. De qualquer forma, continua assim, tá dando certo.

 

kkkkkkkk muitos tudo.

Eu tenho um roteiro de cenas, mas deixo espaço para o improviso. Gosto muito deste encaixe jogo-trama, o FM ajuda bastante com a parte dramática, principalmente rs

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Bela trama  no save. Dá gosto de ler e acompanhar. Está a 9 pontos do líder, mas ainda com jogos a serem disputados, mas acredito no mínimo no segundo lugar.

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3 horas atrás, LC disse:

Bela trama  no save. Dá gosto de ler e acompanhar. Está a 9 pontos do líder, mas ainda com jogos a serem disputados, mas acredito no mínimo no segundo lugar.

Obrigado! Vindo de um cara que faz tão bem a ligação ficção e jogo é um grande elogio. Um segundo lugar seria top demais, mas ainda precisaremos ralar um pouco para garantir o terceiro. 

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Acho que título não dá mais. Faltam 6 jogos né. Tirar 9 pontos vai ser complicado. Mesmo assim, a campanha é ótima.

Essas tretas de polícia secreta são surreais haha, mas ao mesmo tempo um pouco... estranha. Você conta muito bem, mas parece que esse tipo de trama e o jeito dos policiais (pelo menos pra mim) tem um ar de década de 50-60 com o Comunismo na região, mas aí o campeonato tá lá em 2018-2020+... a menos que na Hungria ainda seja assim ainda haha.

 

 

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7 horas atrás, Lanko disse:

Acho que título não dá mais. Faltam 6 jogos né. Tirar 9 pontos vai ser complicado. Mesmo assim, a campanha é ótima.

Essas tretas de polícia secreta são surreais haha, mas ao mesmo tempo um pouco... estranha. Você conta muito bem, mas parece que esse tipo de trama e o jeito dos policiais (pelo menos pra mim) tem um ar de década de 50-60 com o Comunismo na região, mas aí o campeonato tá lá em 2018-2020+... a menos que na Hungria ainda seja assim ainda haha.

A gente mantém o discurso para jogar para a torcida,mas título é improvável e secundário. Enquanto ainda não é impossível, vamos nesta direção.

Sobre a trama, alguns pontos:

a) a percepção sua como leitor  não é certa ou errada, é sua percepção. Até mesmo algo tão simples como um resultado do FM permite reflexões diferentes. Isso é válido.

B) Dualidade de tempo é algo próprio da nossa sociedade: as pessoas vivem o presente reclamando o passado, desejando ou repudiando-o, e na maioria das vezes estão vivendo mais o passado do que o presente. Então essa sensação que você tem de ver personagens vivendo como se o passado não tivesse passado não é uma invenção do save, a realidade inventou isso antes: dívidas históricas, conflitos históricos, rivalidades e etc.

C ) a imersão: a idéia era provocar este sentimento mesmo. Um confronto de épocas ou será que estamos num sonho ou devaneio de alguém? O sonho proibido é mais que um título.

O save não é contado a partir da realidade de alguém que vive em 2019+,  mas de homens que viveram em 1956, por isso eles vivem sob uma mesma atmosfera de quando eram jovens, como se tivessem que lidar com um fantasma que nunca os deixaram. Isso não acontece com o Atila,  por exemplo. Lembro que Szibo é tido como louco, já pensou se estivermos vivendo uma loucura da cabeça dele?

Sobre  a Hungria, basta ver a forma como governo de Orbán, ex-dissidente comunista, reage em relação às idéias progressistas, em especial em relação a Fundação Open Society, de Soros. 

Uma curiosidade: passagem do texto entre o deputado e o padrinho faz uma alusão a Orbán e Soros.  Soros financiou bolsa para Orbán. Então, apesar de coisas surreais e estranhas, muita coisa na historia está vinculada à realidade política da Hungria e ao contexto histórico.

 

 

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7 minutes ago, Jirimias said:

B) Dualidade de tempo é algo próprio da nossa sociedade: as pessoas vivem o presente reclamando o passado, desejando ou repudiando-o, e na maioria das vezes estão vivendo mais o passado do que o presente. Então essa sensação que você tem de ver personagens vivendo como se o passado não tivesse passado não é uma invenção do save, a realidade inventou isso antes: dívidas históricas, conflitos históricos, rivalidades e etc.

C ) a imersão: a idéia era provocar este sentimento mesmo. Um confronto de épocas ou será que estamos num sonho ou devaneio de alguém? O sonho proibido é mais que um título.

Nossa, agora deu até um calafrio aqui ahuahuahua

Todas essas passagens subliminares e quem sabe, algum foreshadow embutido, me fazem ver a história com outros olhos agora...

 

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Me atenho ao FM, que é o que eu conheço, e também porque sua ficção é sempre muito qualificada.

A campanha é bem consistente para um time que, apesar do histórico, estava na segundona até há pouco. O título está na mira mas é bem complicado. Eu me preocuparia, primeiro, em não deixar chegar os dois que vem logo atrás.

Postado
21 minutos atrás, Bruno Trink disse:

Me atenho ao FM, que é o que eu conheço, e também porque sua ficção é sempre muito qualificada.

A campanha é bem consistente para um time que, apesar do histórico, estava na segundona até há pouco. O título está na mira mas é bem complicado. Eu me preocuparia, primeiro, em não deixar chegar os dois que vem logo atrás.

Obrigado, Trink! Penso como vc: olhando pra frente, mas a atenção tá no retrovisor.  Eu não sei de onde a diretoria tirou isso de cobrar classificação européia agora, acho que tb estão vivendo no passado. Felizmente,  caminhamos em direção ao objetivo da direção.

2 horas atrás, Lanko disse:

Nossa, agora deu até um calafrio aqui ahuahuahua

Todas essas passagens subliminares e quem sabe, algum foreshadow embutido, me fazem ver a história com outros olhos agora...

 

Hahaha posso estar blefando tb. Obrigado pela pergunta, ajuda a explicar pontos que não conseguiria fazer dentro da história.

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3 horas atrás, Jirimias disse:

O save não é contado a partir da realidade de alguém que vive em 2019+,  mas de homens que viveram em 1956, por isso eles vivem sob uma mesma atmosfera de quando eram jovens, como se tivessem que lidar com um fantasma que nunca os deixaram. Isso não acontece com o Atila,  por exemplo. Lembro que Szibo é tido como louco, já pensou se estivermos vivendo uma loucura da cabeça dele?

Sobre  a Hungria, basta ver a forma como governo de Orbán, ex-dissidente comunista, reage em relação às idéias progressistas, em especial em relação a Fundação Open Society, de Soros. 

Uma curiosidade: passagem do texto entre o deputado e o padrinho faz uma alusão a Orbán e Soros.  Soros financiou bolsa para Orbán. Então, apesar de coisas surreais e estranhas, muita coisa na historia está vinculada à realidade política da Hungria e ao contexto histórico.

Não há muito que falar. Só sentir.

👏🖖🖖 Estamos diante de um mestre.

Não esperava menos que isso.

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