futebol brasileiro O novo "Tatiquês" do Futebol: te incomoda?

[JGDuarte]

5 horas atrás, Lowko é Powko disse:

Aproveitando o tópico pra dizer que o tatiquês pode até incomodar mas o simplismo nos comentaristas incomoda muito mais. Não costumo assistir a muitos jogos mas o Edmundo nessa final da UEL tá de matar.

Tenho visto os jogos da Liga Europa, e ele tem comentado vários. Edmundo levou o "buscar os 3 pontos, graças a Deus, seguir as instruções do professor" para a nova profissão, com comentários sempre protocolares. Assim, ele pode falar sobre qualquer coisa, sem precisar de grande esforço. Trabalho difícil.

[Leho.]

Fio interessante sobre essa questão que ainda vai perdurar bastante hehe, inclusive por conta do ingresso cada vez maior de treinadores estrangeiros nos quadros dos nossos principais clubes. #fikdik

[bstrelow]

3 horas atrás, Leho. disse:

Fio interessante sobre essa questão que ainda vai perdurar bastante hehe, inclusive por conta do ingresso cada vez maior de treinadores estrangeiros nos quadros dos nossos principais clubes. #fikdik

Tava lendo isso há poucos minutos atrás, muito bem escrito, concordo com praticamente tudo que ele escreveu.

Mas nao entendi porque tu acha que os treinadores estrangeiros pioram isso.

[Banton]

Eu ia fazer um textão comparando com o futebol americano, mas ia fugir do assunto do tópico. Sejamos franco? Nós que frequentamos o fórum, grande parte acredito eu, tem um conhecimento muito mais profundo de tática do que qualquer um torcedor comum - que é o público alvo das transmissões de futebol.

Esses caras como Neto, Edmundo, Zinho, estão nas transmissões por causa deles. Querem um exemplo empírico? Experimentem falar "tatiquês" no botequim da esquina para os colegas quem estão assistindo o jogo. Meu primo ficou semanas sendo zoado de analista e que seria melhor por ele de técnico do Flamengo no bar e no grupo do whatsapp.

Explicar isso aqui para o cara que acha o Gabriel Jesus um merda por ele ser atacante e não fazer gol é perder tempo. Por isso que não tem analistas de verdade nos comentários. Vão falar coisas que o brasileiro médio não quer ouvir.

 

[bstrelow]

14 horas atrás, Banton disse:

Eu ia fazer um textão comparando com o futebol americano, mas ia fugir do assunto do tópico. Sejamos franco? Nós que frequentamos o fórum, grande parte acredito eu, tem um conhecimento muito mais profundo de tática do que qualquer um torcedor comum - que é o público alvo das transmissões de futebol.

Esses caras como Neto, Edmundo, Zinho, estão nas transmissões por causa deles. Querem um exemplo empírico? Experimentem falar "tatiquês" no botequim da esquina para os colegas quem estão assistindo o jogo. Meu primo ficou semanas sendo zoado de analista e que seria melhor por ele de técnico do Flamengo no bar e no grupo do whatsapp.

Explicar isso aqui para o cara que acha o Gabriel Jesus um merda por ele ser atacante e não fazer gol é perder tempo. Por isso que não tem analistas de verdade nos comentários. Vão falar coisas que o brasileiro médio não quer ouvir.

 

O segredo não é falar bonito, o segredo é falar de forma simples. Tu não precisa enfeitar, como a maioria está fazendo hoje em dia, principalmente analistas de twitter, tu tem que saber se comunicar com teu público. Se na TV o espectador tem menos acesso a palavras enfeitadas do tatiques, usa os termos simples que eles conhecem e faz o cara entender.  Grande parte fala de forma difícil para tentar passar um tom de sabedoria maior do que possui.

 

[Leho.]

19 hours ago, bstrelow said:

[...] Mas não entendi porque tu acha que os treinadores estrangeiros pioram isso.

Na verdade eu quis dizer o contrário disso, hahahahaha.

[Henrique M.]

23 hours ago, bstrelow said:

Tava lendo isso há poucos minutos atrás, muito bem escrito, concordo com praticamente tudo que ele escreveu.

Mas nao entendi porque tu acha que os treinadores estrangeiros pioram isso.

Gostei bastante do que ele diz, mas acho que a questão não é de termos. É de identidade mesmo. O Brasil perdeu sua identidade com o atraso dos treinadores, estamos importando identidades de outros países e culturas através dos treinadores estrangeiros que vem ingressando nos grandes clubes e isso traz uma linguagem diferente, porque é um idioma diferente e uma forma diferente de abordar o futebol. O treinador português analisa o futebol dentro do contexto em que vive, o treinador espanhol/argentino/latino também. O contexto do Brasil é diferente, então, é normal termos esse choque, porque os que procuram se atualizam encontrar falta de material produzido por aqui ou então, por ser produzido aqui, acham que não é de boa qualidade.

Os estudos que o brasileiro tem acesso é em português de Portugal e Espanhol (seja da Espanha ou Argentina). Então é normal que os termos tenham mudado em algumas questões. Ninguém falva em desmarques de apoio ou ruptura até uns anos atrás, no jargão do treinador português, são coisas normais e habituais. Não é um novo mundo, é só o atraso mesmo.

[Leho.]

18 minutes ago, Henrique M. said:

[...] Não é um novo mundo, é só o atraso mesmo.

Perfeito, amigo. E vou um pouco além: parte dos nossos problemas (digo, dos nossos treinadores) é não reconhecer esse atraso e trabalhar a partir disso pra mudar, pra se atualizar e buscar se adequar ao novo cenário do esporte.

Enquanto existir perfis brasileiros que ainda acreditam que sabem tudo apenas por ostentar 5 estrelas na camisa da Seleção Brasileira, continuaremos nesse calvário, sem encontrar uma identidade própria que se encaixe na nova realidade.