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Só passando para dizer que o perfil de treinador do Valverde nunca foi ofensivo. Ele sempre foi marcado pelo pragmatismo. Só que o pragmatismo só se sustenta se os resultados vem. 

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3 horas atrás, Henrique M. disse:

Só passando para dizer que o perfil de treinador do Valverde nunca foi ofensivo. Ele sempre foi marcado pelo pragmatismo. Só que o pragmatismo só se sustenta se os resultados vem. 

Vou dizer isso sem base nenhuma porque nunca acompanhei o Bilbao, mas pelo pouco que vi no Barcelona eu acho que o perfil dele é de ser um treinador medíocre, isso sim.

Aliás, Barcelona e Real conseguiram mitar inacreditavelmente na contratação dos seus técnicos. Negativamente.

  • Vice-Presidente
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5 horas atrás, SilveiraGOD. disse:

Vou dizer isso sem base nenhuma porque nunca acompanhei o Bilbao, mas pelo pouco que vi no Barcelona eu acho que o perfil dele é de ser um treinador medíocre, isso sim.

Aliás, Barcelona e Real conseguiram mitar inacreditavelmente na contratação dos seus técnicos. Negativamente.

Ele é igual o Spaletti, não são técnicos medíocres, mas não são técnicos com perfis de grandes times com grandes aspirações. 

Para um time como Bilbao, que oscila entre lutar pela quarta vaga para à Champions e vagas para a UEL, ele é um nome interessante. 

Nem todo mundo nasceu com capacidade para ser Guardiola ou Zidane. Mas não é por isso que ele se torna um mau treinador. Significa que ele apenas está em um emprego além de suas capacidades. Fora o fato de ter tido zero perfil da escola Barcelonista de futebol. A culpa é de quem contratou alguém que nunca esteve apto para o cargo e nem se encaixa com a filosofia com a qual o clube é reconhecida. 

E sinceramente, mesmo que você esteja utilizando medíocre para dizer que ele é medio, no futebol esse termo é associado com incapacidade. 

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15 horas atrás, EduFernandes disse:

Inclusive, isso me fazia odiar o Twitter, era impossível me expressar lá com aquela limitação de 120 caracteres hahaha depois que houve a mudança pra 240, aí sim que eu passei a ficar mais confortável lá.

Somos dois, hahahahahah.

Eu também sou péssimo em sintetizar meus pensamentos.

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Real Madrid há 3 jogos sem marcar e há 4 jogos sem vencer, motivos:

- Cristiano Ronaldo

- Lopetegui

- Mercado ruim

Eu chuto que o Lopetegui não fica no cargo pro ano que vem, isso se não cair no meio da temporada. E quem dizia que o Cristiano era "só" (como se fosse pouca merda) o fazedor de gols do time está bem enganado. O cara era o total diferencial do Real Madrid desde sempre, como foi do United e será na Juventus.

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9 horas atrás, Henrique M. disse:

não são técnicos medíocres, mas não são técnicos com perfis de grandes times com grandes aspirações. 

Perfeito. Ele não é ruim, apenas tem pensamento de time pequeno/médio, sendo que treina um grande/gigante.

Tipo na temporada passada, fez o time dar tudo de si na Liga e na Champions não foi bem assim.

4 horas atrás, Leho. disse:

Somos dois, hahahahahah.

Eu também sou péssimo em sintetizar meus pensamentos.

O cara que teve a ideia de duplicar os caracteres no Twitter merece uma medalha.

3 horas atrás, bernardog disse:

Real Madrid há 3 jogos sem marcar e há 4 jogos sem vencer, motivos:

- Cristiano Ronaldo

- Lopetegui

- Mercado ruim

Eu chuto que o Lopetegui não fica no cargo pro ano que vem, isso se não cair no meio da temporada. E quem dizia que o Cristiano era "só" (como se fosse pouca merda) o fazedor de gols do time está bem enganado. O cara era o total diferencial do Real Madrid desde sempre, como foi do United e será na Juventus.

Lopetegui vai ser um Rafa Benítez 2.0

Se tomar duas pancadas pro Barcelona então, sai antes da temporada terminar.

O cara consegue fazer até o Casemiro ir mal, não faz sentido.

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Domingo tem Mestalla, Barcelona encara o Valencia precisando dos três pontos. Valverde provavelmente seguirá apostando no 4-3-3 com Arthur e sem Dembélé (o mesmo XI do Wembley). O Suárez crescendo de produção, mais rápido e inteligente, precisa ser titular, não tem jeito — espero que essa fase dure, já que em forma é fácil um dos melhores do mundo na posição. Na verdade eu queria ver um falso 9 sem Luisito, mas posso esperar sentado o Valverde fazer uma tática assim funcionar. Logo, já que Rakitic é intocável do Valverde, que seja esse o time ideal.

As próximas partidas não são nada amigáveis:

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Spoiler


 


 

 

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3 horas atrás, Bruno Caetano. disse:

Arthur e sem Dembélé

"I'm happy AND ANGRY"

Dembélé pra mim tá bem queimado no Barcelona já, com Valverde eu acho que ele não rende mais. Resta ver quem sai primeiro.

3 horas atrás, Bruno Caetano. disse:

Na verdade eu queria ver um falso 9 sem Luisito, mas posso esperar sentado o Valverde fazer uma tática assim funcionar.

Defendi demais isso na temporada passada, quando o Suárez tava marromenos. Messi jogou de falso 9 duas vezes eu acho, e em uma fez 4 gols jogando com Deulofeu e Munir pelas pontas se não me engano, e na outra foi um show de bola que eu vi contra o Villarreal, com Dembélé na direita e Coutinho na esquerda. Foi uma das melhores exibições ofensivas do time que eu vi na temporada, talvez a melhor, pena que durou uns 25 minutos só.

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Olha esse Lopetegui, manolo. Não dá não, é muito time pra pouco técnico.

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"Cristiano só faz gols fáceis, ele é só mais um, com um time desses fica fácil. Ganhariam tudo até com o Dourado lá no ataque"

O que eu já ouvi e li algo semelhante disso não tá no gibi, hahahaha! 

Lopetegui é fraco, existia um Ronaldodependência ENORME e o Real contratou mal. Ainda tem elenco para virar essa fase, mas com esse treinador fica difícil.

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Barcelona e Real batendo cabeça, boa chances para os times médios buscarem o título.

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Olha esse Piqué

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Vai me dizer que o Piqué já falhou?

Nossa, pelo jeito fiz muito bem em parar de acompanhar essas desgraças de times

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Barcelona sai atrás. Quem faz o gol de empate? Pois é... O cara carrega MUITO esse time, meu Deus.

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Muito bem o Arthur, sempre aparecendo em todo o meio campo. Messi é um monstro, sempre descomplica.

Suarez tem errado demais e Rakitic bem apagado.

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Esse treineiro do Barcelona deveria ser linchado em praça pública... Como pode um time  com tanta gente boa jogar igual ao Flamengo.

Tô vendo o jogo só esperando a mágica do Messi, hoje vai ter que ser uma mágica pica.

Ah..  o Suarez virou um Henrique Dourado destro.

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Tira o Messi desse time e deixa o Valverde no comando que o Barça vira o Real do Lopetegui

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O problema de ter Messi tendo atuações +8,5 em 95% da temporada é que o técnico não fica exposto e com a corda no pescoço por maus resultados.

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Eu tava vendo o jogo, o que chama atenção nesses passes do Arthur é que a maioria deles são de menos de 10-15m, e sem passes em profundidade. Ele tem potencial para mais que isso.

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13 horas atrás, bstrelow disse:

Eu tava vendo o jogo, o que chama atenção nesses passes do Arthur é que a maioria deles são de menos de 10-15m, e sem passes em profundidade. Ele tem potencial para mais que isso.

Porra, é verdade. Vi um compacto do jogo e tem UM BILHÃO de vezes onde ele poderia lançar um ponta ou lateral com facilidade, sem nenhum problema. Mas ai ele passa pro zagueiro ou pro volante. Ok, mantem a posse da bola, mas ao custo de desacelerar muito o jogo e de não participar muito da construção no último terço, que é onde se decide mesmo. Barcelona nunca teve problema pra construir atrás e na linha do meio campo e sim depois. E depois dele o Arthur ainda deixa a desejar, já que é muito burocrático. 

Acho que muito desse problema tem a ver com o técnico, também. Barcelona tá com time pra levar tudo, especialmente por ter o Messi. Esse time tá muito sub-aproveitado. E também que é a primeira temporada dele, né. É um salto de nível de exigência alto e ele não tem um Guardiola pra dizer como ele tem que jogar. Deviam chamar o Xavi por uns 3 meses pra dar pra ele um curso intensivo ?

edit:

Li no twitter que um jornalista espanhol (esqueci o nome) disse que o Lopetegui pode acabar sendo demitido nessa semana. Mas não levei muita fé.

  • Diretor Geral
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17 horas atrás, bstrelow disse:

Eu tava vendo o jogo, o que chama atenção nesses passes do Arthur é que a maioria deles são de menos de 10-15m, e sem passes em profundidade. Ele tem potencial para mais que isso.

4 horas atrás, SilveiraGOD. disse:

Porra, é verdade. Vi um compacto do jogo e tem UM BILHÃO de vezes onde ele poderia lançar um ponta ou lateral com facilidade, sem nenhum problema.[...]

A maioria são passes curtos sim, isso é fato. Mas aí você olha a movimentação do time como um todo e nota que não se apresentam opções de passe vertical pra ele também né, e aí o jogo se concentra pelo meio com ele (Arthur), Busquets e Rakitic girando igual peão. O único que praticamente CRIA SOZINHO as chances de gol do time é o anão, justamente por ser o anão.

O time do Valverde é penso pro lado esquerdo, e mesmo assim o triângulo "Alba - Arthur - Coutinho" vive batendo cabeça. Pela direita quase não se aciona o time, com exceção ao Messi que flutua mt por ali.

Logo, o Arthur fica com mt pouca opção de passe, lhe restando praticamente só o passe apoiado no Busquets, que é quem faz o meio-campo "andar" realmente, até por jogar mais recuado.

 

Acho cedo pra já tirarmos conclusões do rapaz lá no Barça. O time do Valverde é bem mal estruturado, só consegue jogar graças a genialidade do Messi, e ainda tem a adaptação natural do Arthur em campos europeus.

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Trivela

Como era o último Sevilla a liderar isoladamente La Liga: Relembre o timaço de 2006/07

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Na frieza dos números, o Sevilla volta à liderança do Campeonato Espanhol após um curto intervalo. Por conta do saldo de gols, os andaluzes assumiram a ponta na primeira rodada da atual temporada, ao golearem o Rayo Vallecano, antes de recuperarem a primazia neste final de semana. No entanto, a primeira colocação desta vez possui um valor simbólico muito maior. Primeiro, por reconhecer o excelente momento vivido pelo time de Pablo Machín. Sensação à frente do Girona, o treinador chegou ao Nervión há poucos meses e, além de deixar para trás a instabilidade que atrapalhou a campanha anterior, consegue deixar suas marcas em um time intenso. A vitória sobre o Real Madrid já serviu de cartaz aos rojiblancos, que agora se aproveitam das interrogações sobre os gigantes para alcançarem o topo. A visita ao Camp Nou, na volta da Data Fifa, será o verdadeiro termômetro. Além do mais, a ocasião confere uma superioridade que os sevillistas não experimentavam há mais de uma década.

Desde a temporada 2006/07 que o Sevilla não assumia a liderança de La Liga isoladamente – ou, em outros termos, em uma rodada que não fosse a primeira. Naquela ocasião, os andaluzes fizeram uma campanha histórica. Treinados por Juande Ramos, ficaram em primeiro nas três primeiras jornadas. Caíram na sequência, mas sempre se intrometendo na luta pela primeira colocação. Foram ponteiros ainda na nona rodada, no intervalo entre a 16ª e a 18ª, assim como na 25ª, quando tomaram o topo justamente depois de derrotarem o Barcelona. Ao final da campanha, os rojiblancos não mantiveram o ritmo e terminaram em terceiro, cinco pontos atrás do campeão Real Madrid e do vice Barça – que perdeu o troféu nos critérios de desempate. De qualquer maneira, representou a melhor campanha do clube no Espanhol em 37 anos. E a torcida não terminaria a temporada de mãos abanando, com uma “tríplice coroa” entre a Supercopa Europeia, a Copa do Rei e a Copa da Uefa, faturando nesta o bicampeonato.

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A quem nota o Sevilla atualmente, é importante lembrar que o clube vinha em período de transformação. Os andaluzes chegaram a ser rebaixados duas vezes na virada do século, em tempos de coadjuvantismo em relação ao rival Betis. A reconstrução começa a partir de 2001, com o retorno à elite. No ano seguinte, o advogado José María del Nido assume a presidência e inicia um projeto de fortalecimento econômico. Confiou na manutenção do técnico Joaquín Caparrós e trouxe diretor esportivo Monchi, o grande responsável pelas boas contratações feitas pelos rojiblancos desde então. A partir de 2003/04, os sevillistas voltaram a aparecer entre os seis primeiros na tabela e frequentaram a Copa da Uefa. Já em 2005, chegou Juande Ramos, referendado principalmente por sua passagem pelo Rayo Vallecano na virada do século, trabalhando depois em Betis e Málaga.

Aquela temporada 2005/06 marcava um salto nas ambições do Sevilla. Até então, o clube havia montado um time competitivo pautando-se principalmente na ascensão de jogadores da base e em apostas concentradas entre jovens brasileiros – como Dani Alves, Adriano, Renato e Júlio Baptista. O momento, entretanto, permitia aos andaluzes buscarem mais. A equipe participaria da Copa da Uefa pelo segundo ano consecutivo. Além disso, as vendas de Sergio Ramos e Júlio Baptista ao Real Madrid deixaram €47 milhões em caixa, uma fortuna na época. Monchi investiu metade disso e ainda assim trouxe vários jogadores de peso. Foi quando ingressaram ao elenco Luis Fabiano, Frédéric Kanouté, Enzo Maresca, Ivica Dragutinovic, Julien Escudé, Andrés Palop e Javier Saviola.

A primeira temporada de Juande Ramos já foi inesquecível. Montando um time forte na defesa, direto em suas ações, com bom apoio pelos lados e centroavantes de presença física, o treinador levou o Sevilla ao seu primeiro título continental, faturando a Copa da Uefa 2005/06. Deixou pelo caminho Lokomotiv Moscou, Lille, Zenit e Schalke 04, antes de atropelar o Middlesbrough por 4 a 0 na decisão, realizada em Eindhoven. Já no Campeonato Espanhol, os sevillistas foram ganhando fôlego. Começaram mal a campanha, com apenas três vitórias nas primeiras dez rodadas. A recuperação veio a partir de outubro, vencendo o Valencia e o clássico contra o Betis. A partir de então, aos poucos a equipe galgou degraus, primeiro se firmando na zona de classificação à Copa da Uefa. Mas nada comparado ao que aconteceu nas cinco rodadas finais.

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Mesmo conciliando a maratona na frente continental, o Sevilla emendou cinco vitórias consecutivas na Liga a partir do fim de abril. Derrotou Real Sociedad, Getafe e Málaga, até viver uma semana de sonhos depois de 10 de maio. Naquela data, asseguraram a Copa da Uefa. Três dias depois, receberam o Barcelona no Ramón Sánchez-Pizjuán e, contra um time misto dos já  campeões, venceram o compromisso por 3 a 2. Por fim, a torcida veria outro grande jogo em 16 de maio. No Nervión lotado, os sevillistas recebiam o Real Madrid. Os merengues estavam repletos de estrelas e provaram sua força em 26 minutos, abrindo vantagem de dois gols, em dois tentos de Beckham. Despertaram a fúria dos anfitriões. Entre os 28 e os 45 do segundo tempo, o Sevilla anotou quatro gols. Javier Saviola marcou dois, enquanto Luis Fabiano e Jesús Navas contribuíram com gol e assistência. Na volta do intervalo, Zinedine Zidane (em seu último jogo pelo clube) ainda descontou, mas nada que frustrasse o grande triunfo por 4 a 3. Uma pena que, por conta do confronto direto, o Osasuna abocanhou a quarta vaga na Champions. Ser relegado outra vez à Copa da Uefa, ao menos, não seria tão ruim assim, como se provou meses depois.

O Sevilla entrou para a temporada 2006/07 ainda mais forte. Manteve a sua base e ainda trouxe bons reforços. O mais renomado deles era Javier Chevantón. Ganhavam ainda Andreas Hinkel, Christian Poulsen (este, se tornaria o mais importante ao clube) e Duda. Por tudo o que o time fizera nos meses anteriores e por seus sinais de crescimento, não seria exagero apontá-lo como candidato forte a se classificar à Liga dos Campeões. Fariam mais, e isso ficou claro desde o primeiro compromisso da temporada. O Barcelona era o adversário na Supercopa Europeia e estava completo, com trinca de atacantes composta por Messi, Eto’o e Ronaldinho. Terminaram pulverizados pelos rojiblancos. Renato e Kanouté abriram vantagem no primeiro tempo. Já nos instantes finais, após pênalti sofrido por Puerta, Maresca fechou a inapelável vitória por 3 a 0 em Mônaco. Resultado imenso, que ressaltava a qualidade do grupo.

Aquele elenco do Sevilla era muito bem servido em todos os setores. No gol, Andrés Palop se firmava como uma das grandes lendas do Nervión. Dani Alves voava baixo na lateral direita, exibindo todo o seu potencial. O capitão Javi Navarro era a referência no miolo de zaga, quase sempre acompanhado por Julien Escudé, em grande momento. Já na lateral esquerda, geralmente um pouco mais de contenção com a presença de Ivica Dragutinovic ou David Castedo. As formações variavam entre o 4-4-2 e o 4-3-1-2, mas a certeza do lado direito do meio-campo era Jesús Navas, muito incisivo e de parceria incondicional com Dani Alves. Na esquerda, o uso costumeiro de Adriano, outro com grande capacidade no apoio, ou a preferência pelo coringa Antonio Puerta, prata-da-casa que logo conquistou o seu espaço. Na faixa central, havia a proteção de Christian Poulsen e a onipresença de Renato (que atuava mais adiantado), além das opções pelo veterano Josep Lluis Martí ou por Enzo Maresca.

O diferencial do Sevilla, todavia, estava no comando de seu ataque. Luis Fabiano e Frédéric Kanouté pareciam se entender por telepatia em certos momentos. Dois centroavantes de força física, que se combinavam bem e ajudavam a aproveitar as outras virtudes da equipe. Enquanto a potência sobrava no brasileiro, o malinês aliava uma técnica refinada e incomum ao seu tamanho. Com a saída de Saviola, Javier Chevantón se tornou uma alternativa bem utilizada por Juande Ramos. Além disso, na janela de transferências de janeiro, Monchi buscaria um jovem Aleksandr Kerzhakov. Kanouté anotou 27 gols naquela temporada, com mais 14 para Luis Fabiano. Méritos também a Dani Alves, desde então o grande garçom e válvula de escape fundamental para o funcionamento da engrenagem.

O ritmo forte do Sevilla no primeiro turno determinou sua boa campanha no Espanhol. A equipe venceu 12 de seus primeiros 16 jogos, com um empate no período. Alguns resultados são notáveis, a começar pelo Dérbi da Andaluzia na terceira rodada, disputado no Nervión. Kanouté balançou as redes duas vezes, mas o destaque foi mesmo Renato, que decretou a virada por 3 a 2 aos 41 do segundo tempo. O brasileiro driblou dois verdiblancos dentro da área, antes de soltar a pancada no ângulo, fazendo as arquibancadas tremerem. Em novembro, os andaluzes maltrataram o Valencia de Cañizares, David Silva, David Villa e Morientes, anotando 3 a 0 no marcador. Já em dezembro, novo triunfo sobre o Real Madrid em casa, desta vez por 2 a 1. Beckham abriu o placar com um golaço de falta. O empate saiu logo na sequência, em lance muito brigado. Luis Fabiano estalou o travessão de Iker Casillas e, no rebote, Kanouté marcou. Já no segundo tempo, Chevantón saiu do banco para emendar um voleio maravilhoso, que confirmava a liderança de sua equipe.

A virada do ano não foi boa ao Sevilla. Entre janeiro e fevereiro, o time venceu apenas duas partidas por La Liga, acumulando empates, embora um dos triunfos tenha acontecido diante do Atlético de Madrid. A sequência ruim permitiu que o Barcelona assumisse a primeira colocação, mas a retomada aconteceu justamente no confronto direto, disputado no Nervión. O pesadelo parecia se concretizar com um gol de cabeça de Ronaldinho. Já aos 29, Aitor Ocio foi expulso ao cometer um pênalti, deixando os anfitriões com um a menos. O fracasso anunciado foi negado pelas pernas de Palop, que defendeu a cobrança de R10. Sem se acuar, os rojiblancos empataram dez minutos depois, em passe de Dani Alves para Kerzhakov girar e bater no canto. E mesmo com 10, os andaluzes buscaram a virada no início da segunda etapa. Falta na entrada da área que Dani Alves bateu no canto de Victor Valdés e contou com a colaboração do goleiro. As expulsões de Ludovic Giuly e Gianluca Zambrotta, pouco depois, mudaram o cenário. Pela superioridade dos sevillistas, até ficou barato o placar de 2 a 1.

O Sevilla, todavia, não soube capitalizar o momento. O tropeço para o Gimnàstic custou a liderança logo na semana seguinte. E quando dava sinais de recuperação, o time perdeu o jogo decisivo no Estádio Santiago Bernabéu. Em franca ascensão durante o segundo turno, o Real Madrid contou com o brilho de Ruud van Nistelrooy para construir a virada por 3 a 2 e tomar a vice-liderança no início de maio. Embalaria para ficar com a taça, enquanto os rojiblancos sentiam a exigência de diferentes competições ao mesmo tempo. A terceira colocação, de qualquer maneira, já valeu bastante. Recolocou o clube na Liga dos Campeões 50 anos depois de sua primeira (e, até então, única) participação no torneio continental.

Pois a alma copeira do Sevilla valeu mais naquela temporada de 2007/08. Na Copa do Rei, o time marcaria a história principalmente pela classificação sobre o Betis nas quartas de final. Dentro do Benito Villamarín, Kanouté abriu o placar no segundo tempo e ia dando a classificação aos rojiblancos. Durante a comemoração, um copo de cerveja atingiu em cheio a cabeça de Juande Ramos, que precisou ser atendido pelos médicos. O clássico foi suspenso, os sevillistas confirmaram a vaga na retomada do duelo um mês depois e passaram pelo Deportivo de La Coruña nas semifinais, antes de baterem o surpreendente Getafe na decisão. Kanouté, sempre ele, anotou o tento que garantiu a vitória por 1 a 0 e a taça que o clube não faturava desde a longínqua temporada de 1947/48.

Já na Copa da Uefa, nova glória. O Sevilla nadou de braçada no Grupo C, contra Braga, Grasshoppers, AZ e Slovan Liberec. Conquistou duas vitórias sobre o Steaua Bucareste, antes do épico contra o Shakhtar Donetsk nas oitavas. Depois do empate por 2 a 2 na Andaluzia, com Enzo Maresca evitando a derrota no fim, os rojiblancos só se safaram da eliminação na Ucrânia porque repetiram o 2 a 2 aos 49 do segundo tempo, graças a uma cabeçada agonizante de Andrés Palop, já desesperado na área adversária. Seria a eternização do goleiro. O placar agregado forçou a prorrogação, na qual Chevantón assegurou a classificação.

O adversário nas quartas de final era o Tottenham, de Robbie Keane e Dimitar Berbatov no ataque. A virada por 2 a 1 no Nervión valeu a classificação, antes do empate por 2 a 2 em White Hart Lane, no qual os visitantes chegaram abrir vantagem de dois gols em oito minutos. As semifinais guardaram a revanche contra o Osasuna e, apesar do tento solitário de Roberto Soldado na ida, Renato e Luis Fabiano deram o troco na Andaluzia, garantindo mais uma final. Desta vez, o confronto doméstico contra o Espanyol aconteceu no Hampden Park, em Glasgow. Adriano deixou o Sevilla em vantagem aos 18 minutos, com assistência de Palop, que havia iniciado o contra-ataque graças a um lançamento com as mãos. Dez minutos depois, Albert Riera igualou em um chute desviado. O empate prevaleceu até a prorrogação, quando Navas cruzou para Kanouté recolocar os sevillistas em vantagem. Contudo, a cinco minutos do fim, Jônatas acertou uma bomba de fora da área e levou a definição aos pênaltis. Na marca da cal, por fim, não haveria outro herói possível. Palop defendeu três cobranças e, mesmo que Dani Alves tenha isolado a sua, o bicampeonato era dos rojiblancos.

Para a temporada seguinte, o Sevilla até manteve o seu elenco, mas precisou lidar com diferentes dificuldades. A maior delas foi a morte súbita de Puerta, que sofreu um ataque cardíaco dentro da área durante o duelo com o Getafe, na primeira rodada do Campeonato Espanhol. O impacto da tragédia era óbvio e o time demorou a engrenar na competição, na parte inferior da tabela durante as primeiras rodadas. Ao final de outubro, Juande Ramos rescindiu seu contrato para dirigir o Tottenham. Manolo Jiménez assumiu e conseguiu recuperar o ânimo dos andaluzes. Com um segundo turno bem mais consistente, a equipe terminou em quinto, além de ter chegado às oitavas de final da Liga dos Campeões, com direito a uma vitória sobre o Arsenal. Depois, em 2008/09, os sevillistas voltariam a repetir o terceiro posto em La Liga, mesmo vendendo vários jogadores importantes, mas sem ocupar a liderança nenhuma vez ao longo da campanha e bem mais distantes do Barcelona de Pep Guardiola.

Sobre o atual sucesso, vale lembrar que a primeira colocação precoce não é garantia alguma. Ao longo deste século, até mesmo Getafe e Levante chegaram a ser líderes do Campeonato Espanhol na oitava rodada, sem manter a toada. E o próprio Sevilla tinha uma campanha similar à atual em 2017/18, com 16 pontos conquistados em seus oito primeiros compromissos, embora ocupasse apenas a quinta colocação, sem a colaboração dos grandes. Passou a oscilar pouco depois e atravessaria várias mudanças. Desta vez, o simbolismo é o que prevalece. E a lembrança de 2006/07, ao menos, serve de inspiração para uma nova grande história. Jesús Navas é o elo.

Por Leandro Stein

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MD, cara... relaxa. Eles apresentam uns cinco nomes e um motivo besta pra cada.

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