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Sebastian Deisler: o craque que não foi


Bruno Caetano.

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Achei nos arquivos da Trivela um conjunto de artigos da série RELEMBRE O JOGADOR. A proposta é auto-explicativa, e os textos são de 2011, por aí. Enfim, resolvi trazer um desses bons textos pro Fórum. Quem se lembra?

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RELEMBRE O JOGADOR | Sebastian Deisler: o craque que não foi

Por Paulo Gomes, TRIVELA

A história do futebol está recheada de craques que não vingaram. Jogadores que surgiram como promessa de liderar suas equipes às mais altas glórias, mas que, por alguma injustiça do destino, não deram certo. Muitos ficam com a imagem de ser apenas fogo de palha. Outros, no entanto, ficam na memória mais como dolorosas perdas.

O alemão Sebastian Deisler se encaixa na segunda categoria. Não que ele tenha morrido tragicamente no início de uma promissora carreira como Dener. Mas quem o viu jogar sempre ficará com aquela sensação de que ele tinha mais para oferecer se não tivesse sua trajetória interrompida.

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Basti Fantasti, como era chamado, surgiu em uma época de crise existencial do futebol alemão. Tricampeã mundial e considerada uma potência comparável apenas à Itália e Brasil, a Alemanha viu em duas Copas seguidas sua seleção cair nas quartas de final, para equipes de pouca tradição – Bulgária e Croácia. Pior, a geração campeã em 90 se aposentou e não houve renovação, o que levou à naturalização de jogadores estrangeiros de qualidade mediana – como o brasileiro Paulo Rink.

A entressafra era brava e culminou no fim do 3-5-2 que consagrou o futebol germânico e que tinha como diferencial o jogador que atuava na sobra da defesa e participava da armação de jogadas, o Líbero Alemão – função realizada com maestria por jogadores como Beckenbauer, Matthäus e Sammer, em diferentes momentos de suas carreiras. Deisler surgiu nesse momento, quando Klinsmann e Matthäus se aposentavam e quando o único nome de respeito na Nationalelf era o goleiro (Kahn).

Jovem estrela fora da Copa
O habilidoso meia-direita começou a carreira profissional no Borussia Mönchengladbach, após a Copa de 1998. Com o rebaixamento da equipe, transferiu-se para o Hertha Berlin, onde logo chamou a atenção da mídia alemã por demonstrar qualidade superior em passes e dribles, o que o deu o status de jovem promessa.

A convocação para a seleção não tardou e, em pouco tempo, Deisler era considerado o futuro do futebol alemão. Aos 20 anos, esteve na Euro 2000, mas não salvou a decadente Alemanha da eliminação na primeira fase.

Em 2001, uma séria lesão no joelho direito o tirou da temporada e, consequentemente da Copa do Mundo de 2002. Foi o início de seus problemas com lesões e da depressão decorrente do período afastado, ainda que isso não se fizesse perceber na época.

O declínio
O talento demonstrado atuando pelo Hertha foi o suficiente para que o gigante Bayern comprasse o jogador após a Copa. No entanto, a pressão em Munique era bem maior do que em Berlim e as constantes lesões de Deisler o impediram de se tornar um titular com regularidade. Foi aí que a depressão se desenvolveu, com o jogador falhando em suportar a pressão de atender às expectativas depositadas nele.

Ainda assim, pareceu reagir na temporada 2004-2005, após ser pai (sua esposa é brasileira). Quando disputou a Copa das Confederações como titular pela Alemanha, em 2005, foi elogiado por Galvão Bueno, que se surpreendeu ao constatar que o meia desconhecido pelo narrador era mais “ousado” do que Ballack, o grande nome alemão à época.

Apesar da boa fase e da recuperação na confiança de seu futebol, uma nova lesão no joelho direito o tiraria mais uma vez da disputa da Copa do Mundo, esta em 2006, disputada em seu próprio país. Foi um golpe duro demais para o jogador, então com 26 anos. Deisler jamais se recuperou psicologicamente e em janeiro de 2007, quando parecia prestes a voltar a atuar, anunciou a aposentadoria precoce.

O Bayern não encerrou seu contrato (que venceu em 2009) talvez esperançoso de que o jogador voltasse atrás em sua decisão – o que não ocorreu. Hoje, a Alemanha já reencontrou seu bom futebol e com jogadores de alto nível em diversas posições, não há saudade de Basti. Mas a melancolia presente ao lembrar sua triste trajetória é inconteste.

 

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Bom, então acho que ele ficou bem satisfeito em ver a Alemanha de 2014.

Mas já pensou se fosse ele, preparado pra ensinar tudo o que queria executar, no lugar do Joachim Löw?

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