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Existe um tempo mínimo para avaliar um treinador?


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São 14 demissões em 17 rodadas: afinal, existe um tempo mínimo para avaliar um treinador?

por Renato Rodrigues,
blogueiro do ESPN.com.br
 

Jorginho foi a décima quarta "vítima" do Campeonato Brasileiro de 2017. Após cinco partidas sem vencer dentro de casa, o Bahia optou por sua saída. Ao todo foram apenas dois meses de trabalho. Com mais essa queda, chegamos ao assustador número de 14 demissões em 17 rodadas disputadas. E nesta atual conjuntura fica praticamente impossível não buscar uma reflexão mais aprofundada sobre o assunto. Afinal, existe um tempo mínimo para avaliar o trabalho de um treinador de futebol? 

 
Na minha opinião, não. E tentarei explicar o por quê, mesmo tendo total convicção de que dar tempo a estes profissionais é de extrema importância e muitas vezes determinante para o sucesso.
 
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Cada vez mais, dentro do complexo ambiente do futebol - que engloba torcida, clubes e também a imprensa -, se fortalece uma corrente de pensamento de que é preciso dar uma maior sequência de trabalho para que um time possa ter êxito. Se antes pedíamos a cabeça do técnico com poucas semanas, hoje já visualizamos uma maior paciência e vários lapsos de uma discussão mais embasada sobre o assunto. Inclusive dentro da própria imprensa. Uma conquista muito importante dentro de uma cultura que sempre foi de pouca tolerância para o esporte.

Por outro lado, também corremos um sério risco de essa paciência virar simples clichê.  Podemos, mais uma vez, entrar em um looping eterno com relação a este assunto, deixando então de pensar o futebol de uma maneira mais racional. Quando nos apegamos a um determinado paradigma, simplesmente por ele passar a ser uma verdade absoluta dentro de qualquer contexto, passamos a não questioná-lo e, como consequência, deixamos de agregar conhecimento.  

A decisão de se demitir um treinador é muito mais matizada do que pode parecer. Ela não pode ser composta apenas pelo resultado adquirido dentro de campo: vitória, empate e derrota. Existem outros componentes muito importantes para se chegar a uma sentença clara sobre quais são os reais problemas de uma equipe. Então vamos tentar desenvolver alguns destes elementos que geram essa instabilidade. Aliás, raramente é um só fator que resulta em insucesso dentro de campo.

Avaliar desempenho talvez seja um dos pontos mais importantes e difíceis dentro deste cenário. Existem várias maneiras de se perder ou ganhar um jogo. Você pode, muitas vezes, ter um bom resultado e não ter jogado bem dentro do plano que foi traçado para aquela partida ou temporada. Em outros casos, equipes também podem desempenhar bem um seguinte modelo dentro dos 90 minutos, mas por um motivo ou outro, não ter o placar desejado no final. A questão é que o desempenho está muito mais próximo do sucesso. Já o resultado sem desempenho é muito aleatória e toma caminhos volúveis. 

Então a leitura correta a ser feita nos traz algumas perguntas: a equipe perdeu jogando mal? Existe uma evolução dentro das ideias que esse treinador tenta propor para o elenco? Onde essa metodologia pode nos levar e é possível, com ajustes, corrigir nossas incompetências? É possível ver um modelo de jogo no processo? E esse modelo se encaixa com as peças que nosso clube tem no momento?

No caso do Bahia e de Jorginho, apesar do pouco tempo no cargo, algumas destas perguntas podem ser respondidas. É fato que, com o passar dos jogos, não se enxergava uma evolução muito nítida. O treinador, por sua vez, chegou em um cenário difícil. Substituía alguém que vinha dando certo. Mesmo que este sucesso anterior havia sido conquistado em competições estaduais/regionais, existia ali um modelo bem absorvido pelos jogadores. Apesar do pouco tempo no cargo, Jorginho não conseguiu mostrar um horizonte melhor pela frente, uma tendência de crescimento. Então a questão aí não é o tempo de trabalho, e sim o trabalho.

Muitas vezes o erro não está no treinador e muito menos na demissão. E aí que chegamos a um segundo ponto: a escolha na contratação. No Brasil pouco se avalia o perfil de um treinador. Geralmente o que mais importa é seu currículo. Se ganhou serve, se não ganhou, obrigado. 

Quando um clube não entende o tipo de futebol que pratica ou que quer praticar, de nada adianta. É neste momento que você traz um nome e não uma ideia maior. Arruma pilotos de barcos para controlar helicópteros. E isso não quer dizer que o piloto seja bom ou ruim. Mas que ele simplesmente não serve para aquele contexto. E que fique bem claro, isso não tem a ver com idade, se estudou ou não estudou. 

Então se erra duas vezes: uma por trazer alguém com ideias distintas do que o elenco pode oferecer e outra por não dar tempo para que aquelas ideias, totalmente diferentes das anteriores, não sejam absorvidas pelo grupo de atletas. E isso acontece dia pós dia no nosso futebol. Queremos grifes e depois pagamos um preço alto. 

Mas existe um terceiro ponto, tão importante quanto os outros aqui citados, mas que nem eu e nem você temos condições de interpretar de maneira mais aprofundada: o dia a dia. Talvez é neste quesito que esteja a essência de todo um trabalho. E ainda capengamos neste sentido, já que raramente existem gerentes, executivos ou mesmo diretores de futebol capacitados para fazer essa interpretação. Falo de pessoas envolvidas na gestão e que tenham um conhecimento mais minucioso para compreender a qualidade de um treino, por exemplo. De entender um modelo de jogo ou mesmo conseguir concluir o quanto sua equipe foi bem ou mal, deixando uma análise "resultadista" mais de lado.

E neste dia a dia que não temos acesso a quase nada ainda existem os fatores humanos que envolvem a relação deste profissional com jogadores e demais funcionários. Por isso é tão necessário ter alguém neste ambiente capaz de fazer uma leitura mais técnica do todo, mas também possuir um feeling apurado para controlar todo esse caldeirão de egos. Alguém que controle uma atmosfera que, além das diversas relações entre departamentos e ideias de futebol, tem como ônus as questões políticas, financeiras e de interesses de terceiros... Não é uma tarefa das mais simples e o treinador, que é uma pessoa só, está dentro deste caos.

Claro que o tempo de trabalho é um dos pontos mais importantes para se desenvolver um trabalho de sucesso. Sem ele as ideias e comportamentos, sejam eles individuais ou coletivos, não são totalmente assimilados pelo grupo de jogadores. Não se consegue, em muitos casos, nem conhecer profundamente as características e virtudes de cada jogador. Sem tempo não existe treinamento. E sem treinamento não existe construção de nada. 

Por outro lado, existem também os contrapontos. Não há construção sem ideias. Time que não treina bem, não joga bem. Uma boa engrenagem precisa das peças certas, caso o contrário, vai pifar no meio do caminho. E a chave-mestra, se não for compatível com as peças, não vai funcionar. Então aqui ficam duas lições: pense futebol antes de contratar e pense futebol na hora de mandar embora. Não é só o tempo que decide. É muito mais complexo que isso.

Gostei do texto e abre um debate interessante aqui.

Concordo com essa ênfase maior no trabalho do treinador, logicamente sem deixar o tempo de trabalho sem destaque, mas acho que o trabalho em si deveria ser mais importante. Menos de um ano no comando de uma equipe pode ser pouca coisa, avaliando de longe, mas não dá pra avaliar só o tempo mesmo, precisamos ver se há um crescimento na equipe e uma união no vestiário, dois pontos-chaves pro técnico ser mantido ou não, na minha opinião.

O Bandeira entrou nesse clichê de tempo de trabalho no Flamengo, por exemplo. É conhecido por, no começo de seu mandato até 2015, ter demitido muitos técnicos e agora defende o tempo de trabalho como uma de suas filosofias. Como disse, lógico que o tempo de trabalho é importante, mas não dá pra avaliar uma demissão ou não só levando em conta esse quesito.

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Acho que em 5 jogos o time deve pelo menos demonstrar algum padrão de jogo.

Mas claro, cada caso é um caso. 

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Cara, pensei em tanta coisa pra escrever aqui, mas seria muito longo, então vou ser bem sucinto. Levando em conta que todos os fatores (ambiente, diretoria, clima no elenco e, como ressalta o texto, imprensa) estão estáveis, ainda assim depende muito do tempo de preparação e do início do trabalho, concomitantemente com as expectativas da diretoria e do treinador.

Se eu avalio, através de certos indicadores (comparação técnica, gastos, campanhas passadas, entre outros) que o time deve ficar em 10º, e o treinador concorda, havendo um tempo de preparação razoável (digamos, de um mês, além da fase de desenvolvimento no Estadual), o parâmetro óbvio é o desempenho. Há que se levar em conta, também, fatores que estão fora do controle imediato do treinador, como lesões, baixas performances individuais (o que naturalmente deveria diminuir as expectativas) e a própria variação da sorte, afinal, o futebol é, de longe, o menos exato dos esportes coletivos. Se tudo correr normalmente, eu diria que só uma campanha muuuuito ruim no Estadual deveria dar ensejo à demissão. Iniciado o Brasileirão, o numero de rodadas depende do desempenho e do nível dos adversários. Cinco derrotas em cinco jogos contra times muito fortes não é a mesma coisa que perder todos esses jogos para times considerados mais fracos.

Acho que o grande problema da avaliação dos treinadores no Brasil não é somente a falta de planejamento ou de se negar a manter o trabalho e contratar por vitórias, como diz no texto, mas a falta de avaliação razoável sobre as condições nas quais os resultados aconteceram e os objetivos propostos. Daí se inicia uma corrida eterna pra ver se se encontra um técnico capaz de dar alguns resultados favoráveis e agradar todo mundo, sendo que esses resultados podem ser só fruto do acaso (um retorno à média, em termos estatísticos).

Pegando o exemplo do Bahia. Me parece que tem um time razoável, que bem montado deveria fugir do rebaixamento até com certa tranquilidade. No transfermarket, tem o 13º elenco mais valioso da Série A, e é mais ou menos nessa colocação que eu colocaria o Bahia. Qualquer coisa entre o 10º e o 15º está dentro do normal, ligando-se o sinal amarelo abaixo disso. Entretanto, apesar de pegar um time razoavelmente montado (mas que só mostrou resultado em competições regionais), o Jorginho mal teve tempo de fato para trabalhar. Desde quando assumiu, em 2 de junho, teve apenas três semanas vazias para treinar. E se desconsiderarmos as últimas três rodadas (às vezes pode ser simplesmente a influência do acaso), o Bahia estava em 12º, 4 pontos acima da zona, e com um bom saldo pra posição (mesmo se desconsiderarmos o 6x2 na primeira rodada), o que indicaria tendência de subida. Dentro desse cenário, é absurdo que um técnico seja demitido por conta de uma derrota fora contra um dos líderes, uma derrota em casa para um time que está bem e surpreendendo e um empate fora contra um time que está mais ou menos na mesma posição.

Claro na análise do caso do Bahia eu me limito porque não vi o time jogar, estou analisando apenas os números. Mas de qualquer forma os número indicam boa parte da situação.

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Acho que a torcida fica de fora dos anseios pra temporada, meio que quem "faz a expectativa" na maioria das vezes é a mídia. Conforme citado acima, existem vários fatores que interferem diretamente no trabalho de um treinador. Um caso que marcou minha memória foi o Fernando Diniz, implantou uma filosofia de jogo do 0, não tinha pressão do time, torcida e muito menos a mídia, com o passar dos anos, colheu seu fruto num ápice num campeonato estadual.

Infelizmente, nosso calendário e cultura não permite que esse tipo de projeto com um treinador a LONGO PRAZO seja sequer imaginável. Os resultados são pra ontem, o clube depende daquela classificação pra receber uma $ pra pagar os funcionários, o seu camisa 10 disse que só ficaria até o fim desse campeonato, etc.

Foda que o medo de derrotas do treinador tem feito com que a maioria passe a jogar cada vez mais fechado, jogando por uma bola.. Não que isso seja errado, longe disso, mas sinto que perde muito da nossa essência brasileira, do talento/improviso/técnica, sei que é um pouco clichê o que já disse, mas precisamos de uns loucos treinadores pra dar uma chacoalhada no pragmatismo.

Não existe fórmula mágica pra dizer qual é o tempo mínimo, é questão de consistência. Não preciso de mais 6 meses pra saber que Fábio Carille nunca vai ser treinador de série b, porque com o material humano que ele tem desde o início do ano, fez o melhor trabalho em tão pouco tempo. Não lembro de um trabalho tão avassalador como esse faz uns 14 anos.

Acho que o treinador deveria ser avaliado como um profissional nas modernas empresas, que se definam critérios e que os itens sejam pontuados mensalmente/trimestralmente. Definir um limite de aproveitamento mínimo(exemplo), além das expectativas projetadas na pré-temporada.

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Um outro exemplo que seria bom comentar é o do Palmeiras, e aí os palmeirenses podem até opinar melhor sobre isso.

O Palmeiras tinha sido campeão brasileiro e entrava na Libertadores com a expectativa de chegar até as semifinais e com o objetivo de disputar o título do Paulistão, mas não seria de tanta importância assim. Para isso, contrataram um técnico com nenhuma passagem por times grandes (aqueles que disputam título) e com uma pressão enorme pra dar resultado imediato na Libertadores, ou seja, o perfil do técnico não era o ideal pra situação, mas prosseguimos.

O EB fez uma campanha mediana no Paulistão, chegando até as semis, e só tendo o Corinthians como rival na sua frente. Na Libertadores, só não ganhou do Tucumán (empate fora) e do Jorge W. (derrota fora na altitude), inclusive foi a derrota que o demitiu. Foram cinco meses de trabalho, poucos jogos contra equipes do mesmo nível (11 apenas) e um aproveitamento válido pra um começo de ano (50-60%).

O Cuca entrou e até o momento (3 meses de trabalho), tem um aproveitamento parecido com o do Eduardo, na casa dos 50-60%. A diferença é que já foi eliminado da Copa do Brasil e está a 12 pontos do líder no Brasileirão.

Por uma demissão sem critério válido, o Palmeiras tá pagando o preço agora. Se forem eliminados da Libertadores, o Cuca vai junto, acho eu. E aí eu pergunto: por que não mantiveram o Eduardo até hoje já que nada mudaria? O trabalho do Eduardo estava em crescimento, os palmeirenses podem me falar melhor do ambiente.

Postado
7 horas atrás, Yan Perisse disse:

Um outro exemplo que seria bom comentar é o do Palmeiras, e aí os palmeirenses podem até opinar melhor sobre isso.

O Palmeiras tinha sido campeão brasileiro e entrava na Libertadores com a expectativa de chegar até as semifinais e com o objetivo de disputar o título do Paulistão, mas não seria de tanta importância assim. Para isso, contrataram um técnico com nenhuma passagem por times grandes (aqueles que disputam título) e com uma pressão enorme pra dar resultado imediato na Libertadores, ou seja, o perfil do técnico não era o ideal pra situação, mas prosseguimos.

O EB fez uma campanha mediana no Paulistão, chegando até as semis, e só tendo o Corinthians como rival na sua frente. Na Libertadores, só não ganhou do Tucumán (empate fora) e do Jorge W. (derrota fora na altitude), inclusive foi a derrota que o demitiu. Foram cinco meses de trabalho, poucos jogos contra equipes do mesmo nível (11 apenas) e um aproveitamento válido pra um começo de ano (50-60%).

O Cuca entrou e até o momento (3 meses de trabalho), tem um aproveitamento parecido com o do Eduardo, na casa dos 50-60%. A diferença é que já foi eliminado da Copa do Brasil e está a 12 pontos do líder no Brasileirão.

Por uma demissão sem critério válido, o Palmeiras tá pagando o preço agora. Se forem eliminados da Libertadores, o Cuca vai junto, acho eu. E aí eu pergunto: por que não mantiveram o Eduardo até hoje já que nada mudaria? O trabalho do Eduardo estava em crescimento, os palmeirenses podem me falar melhor do ambiente.

Perfeito! Uma coisa que me deixou indignado é que o jogo da demissão do Eduardo foi logo depois daquele desabafo numa coletiva por causa de uma matéria que ele denunciou como mentirosa, que pareceu coisa de quererem derrubar ele.

O que a diretoria fez? Deu respaldo? Não, deu rasteira na primeira oportundade.

Enquanto isso, no Flamengo, Zé Ricardo já mostrou ser ruim e se apegar a caras ruins, e continua recebendo oportunidade.

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A palavra pra resumir o tanto que já foi escrito pelo jornalista e por nós que comentamos sua matéria é CRI-TÉ-RIO!

Em vez de contratar por nome ou boa campanha, os clubes precisam fazer análise do perfil não só do treinador, mas até mesmo dos jogadores, pro treinador ter o material humano que precisa e fazer a barca! Aí nego só dispensa jogador ruim, mas não pensa que um jogador bom pode não se encaixar taticamente com aquele treinador ou até mesmo o santo não bater com aquele professor em específico.

Pode parecer fácil falar pra gente que tá de fora, mas se eles são os especialistas porque não acham soluções?

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Já eu posso falar um pouco sobre o Grêmio.

Quando o Felipão saiu em 2015, o time vinha de um grande desapontamento que foi perder a final do Gauchão para o Inter, sendo que o time estava mais ou menos encaixado - mesmo com muitos jogadores fracos no elenco - e, porra, era o Felipão e o Grêmio. Dali, depois de alguns jogos o time caiu de produção e o Bolzan o demitiu. 

Ou seja, um desempenho razoável mas sem resultados.

Em pouco tempo o Roger já estava mostrando resultado - mesmo considerado como a terceira opção dos dirigentes. O time cada vez mais mudava a sua maneira de jogar e era bonito de se ver. Conseguiu uma classificação à Libertadores.

Aliou o desempenho ao resultado.

Só que os torcedores sabiam que o modelo de jogo do time era de um "toque-toque" excessivo e que sofríamos dos mesmos males em cada jogo: bola aérea defensiva, dificuldade de se fazer gols sem ser por jogadas de infiltração e troca de passes, além de uma falta de intensidade dos jogadores na marcação. Dito e feito: caímos na Libertadores de 2016 e engatamos uma série de resultados negativos com o time preso ao mesmo modelo de jogo. Aí o Roger perdeu o controle do vestiário - ao que tudo indica - e foi demitido.

Jeito de jogar engessado, desempenho decadente e sem resultados.

O que a dupla Renato/Espinosa fez de tão especial da metade de 2016 até aqui foi simplesmente reconhecer o que funcionava e o que não funcionava. Os defeitos foram corrigidos e os acertos mantidos. Algumas peças mudaram e a chegada do Portaluppi trouxe mais união ao grupo e empenho dentro de campo. O resultados está aí. Se vai ganhar os campeonatos que está a disputar não sabemos, mas eu nunca tive tanto orgulho de torcer para esse clube como torço agora (comecei a torcer para o Grêmio em sua pior época até então, de 2003 para cá).

Alto desempenho e com resultados.

Tenho certeza que o Renato ficará até o fim do ano no Grêmio. Agora, se hipoteticamente o clube não vencer nenhuma das competições restantes no ano e se no ano que vem, com o Renato ainda na casamata, o time é eliminado de um Gauchão ou de uma pré-Libertadores, ele sairá. 

O time tem que demonstrar um bom desempenho e aliar isso com resultados, antes que a paciência se esgote.

Esqueçam a mídia e os torcedores.

Concordo com vários pontos sobre o texto. Hoje, penso que o bom desempenho eventualmente te levará à resultados; enquanto resultados "achados" não se sustentam.

Postado
2 horas atrás, Ichthus disse:

Enquanto isso, no Flamengo, Zé Ricardo já mostrou ser ruim e se apegar a caras ruins, e continua recebendo oportunidade.

O Zé não é ruim, tem um potencial enorme. O problema dele no Flamengo foi não saber lidar com a pressão por resultados em 2017 e também não saber usar o elenco que tem.

O erro foi de perfil, como é normal no futebol brasileiro. Tínhamos um 2017 cheio de competições importantes e tínhamos que competir pelo título em todas elas com uma torcida que pressiona muito por resultados. Por isso, não tinha como você colocar um técnico que não tinha nem um ano de profissional pra comandar um dos melhores elencos do Brasil nessas competições.

O certo era mantê-lo como auxiliar e colocar um treinador experiente no lugar. Até porque, o potencial do Zé não podia ser descartado no clube.

Postado

Isso é bem complexo, não sei nem o que pensar. 

Renato por exemplo, não é um treinador, ele é motivador. O que me faz pensar que, mais importante que o trabalho dele é o da comissão técnica por trás, que é a mesma dos tempos do Roger. Porém ainda assim, o mesmo quando precisa de algo novo, de diferente durante a partida, não consegue fazer.

Postado
13 minutos atrás, Yan Perisse disse:

O Zé não é ruim, tem um potencial enorme. O problema dele no Flamengo foi não saber lidar com a pressão por resultados em 2017 e também não saber usar o elenco que tem.

O erro foi de perfil, como é normal no futebol brasileiro. Tínhamos um 2017 cheio de competições importantes e tínhamos que competir pelo título em todas elas com uma torcida que pressiona muito por resultados. Por isso, não tinha como você colocar um técnico que não tinha nem um ano de profissional pra comandar um dos melhores elencos do Brasil nessas competições.

O certo era mantê-lo como auxiliar e colocar um treinador experiente no lugar. Até porque, o potencial do Zé não podia ser descartado no clube.

Coloquei ele como ruim por escalar caras ruins, tendo melhores opções. Concordo que o erro era de perfil, mas esse erro em questão acho indesculpável.

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Achei que a discussão fosse dar mais pano pra manga.

  • 1 mês depois...
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Nada sobre essa contratação e demissão do Micale fez muito sentido.

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Micale é muito abaixo do que eu esperava. Já achava ruim, agora acho nível Série B ou até pior. A contratação dele foi muito errada e era lógico que seria demitido em pouco tempo, como é de praxe no futebol brasileiro.

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Antes da gente falar em tempo pra avaliar o treinador, a gente tem que mudar a cabeça de quem avalia, ou seja, a gente, a mídia e etc...

Todo começo de temporada a gente tem aquela lista aberta de candidatos ao título dos estaduais, do Brasileirão, CdB, Sula, Libertadores, etc etc etc e em cima disso a mídia já põe aquela pressãozinha básica, o torcedor acaba se iludindo (a diretoria dos clubes então, nem se fala) e a panela de pressão já começa o ano no fogo cozinhando o técnico desde o primeiro jogo treino.

Quando se contrata um técnico, se pensa em um trabalho/projeto que leva em consideração o elenco atual do clube, quem pode sair, quem pode chegar, perfil do treinador e sua equipe técnica, interesses do clube (se tem que por jogador da base pra jogar, se tem que agradar A, B ou C, se pode poupar, se dão respaldo...) e como ninguém (com o mínimo de seriedade) faz contrato de 3 meses, acredito que o tempo ideal pra avaliar é pelo menos 1 temporada completa.

Ai você fala: ahhh mas se o time vai mal no estadual? Quem liga pra estadual? Rende o que? Leva pra onde? Eu acho o estadual supervalorizado atualmente e acho extremamente errado avaliar treinador por causa de estadual. Estadual deveria ser o laboratório dos técnicos, um período de testes sem pressão de ninguém, mas aí entra a mídia que vai fazer inferninho se o time A, B ou C começar a enfiar time misto, reserva, molecada pois isso só é bom para o clube, para a mídia é ruim pois afeta o IBOPE e ela conduz o torcedor a pressionar a diretoria e ai o treinador toma um adicional de pressão já ao fim dos 3 primeiros meses (ou seja, se já não foi o bastante pra cair, já vai começar o brasileiro tremendo).

SITUAÇÃO 1: Começa o brasileiro e o time já jogou CdB, se classificou para próxima fase mas o time não foi campeão estadual, ou seja técnico sob pressão, e a mídia/torcida/diretoria possuem expectativas de que o time fique ao menos no G6, mas os resultados das primeiras 5 rodadas colocam o time no meio/meio para baixo da tabela. Esse técnico caiu.

SITUAÇÃO 2: Começa o brasileiro e o time já jogou CdB, foi vítima de uma zebra e caiu da CdB, o time não foi campeão estadual mas jogou bem e depois de 5 rodadas parece que vai engrenar. Esse técnico já começa a sentir a pressão, e um clássico pode virar o mundo dele de cabeça pra baixo.

SITUAÇÃO 3: Sem estadual, Time disputando a libertadores, tá sofrendo mas tá ganhando [selo clube brigador-camisa pesada enverga varal], no brasileiro tá jogando bem mas poupa jogadores na véspera da libertadores. Se o time não se acomodar e o treinador não for paneleiro, não passa pressão. (Dorival Jr. detected)

- Fora as situações de sempre, foi razoável/mal no estadual e começou o brasileiro perdendo jogo "fácil"? Cai!
- Foi bem no estadual mas caiu cedo na CdB e no brasileiro tá no Z-4? Cai!

Treinador só não cai se ganhar o estadual e classificar pra libertadores! kkkkkkk mesmo assim a pressão vai existir, pois o clube sempre é candidato a um título além do estadual e aí já sabe né, ahhh não ganhou a CdB, o Brasileiro, o time tá a tantos anos sem título de expressão, gastou um caminhão de dinheiro em jogador e não faturou nada, blah blah blah... a gente tá num país que técnico cai com aproveitamento de 65%...75%...

 

Tem que entender que quando o time cai/não é campeão/não faz bom campeonato, a culpa não é do técnico (por mais que eu já tenha colocado a culpa em vários). A culpa é da diretoria que não fez um planejamento adequado, contratou o profissional errado, os jogadores errados ou não fez uma boa gestão no contexto geral. A culpa é dos jogadores também, pois não se dedicaram o bastante, não "vestiram a camisa", usaram o clube de vitrine e não deram importância e "N" outros motivos.

O treinador faz o que nessa história? Apresenta um projeto, monta um programa de treinamentos, uma tática, um conceito de jogo, escala o que ele entende ser o melhor do que tem disponível, estuda o adversário (que também estudou ele) e torce pra não acontecer um surto de lesões, um ataque da janela chinesa/europeia/mundo árabe, para que ele consiga manter uma estrutura de jogo e um elenco base.

Então eu acho que só dá pra avaliar um treinador ao final desse ciclo completo de 1 temporada.Pois aí a gente consegue avaliar o que foi que deu certo, o que deu errado, os setores que o time ficou mais fraco, deu tempo do técnico avaliar as opções na base do clube, montar a lista de dispensa, eleger nomes em potencial. Aí sim, da pra dizer que o time é aquilo que o treinador disse que precisava pra atingir determinado fim. Mesmo com as saídas que possam acontecer.

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24 minutos atrás, Marco.Oliveira disse:

Todo começo de temporada a gente tem aquela lista aberta de candidatos ao título dos estaduais, do Brasileirão, CdB, Sula, Libertadores, etc etc etc e em cima disso a mídia já põe aquela pressãozinha básica, o torcedor acaba se iludindo (a diretoria dos clubes então, nem se fala) e a panela de pressão já começa o ano no fogo cozinhando o técnico desde o primeiro jogo treino.

Quando se contrata um técnico, se pensa em um trabalho/projeto que leva em consideração o elenco atual do clube, quem pode sair, quem pode chegar, perfil do treinador e sua equipe técnica, interesses do clube (se tem que por jogador da base pra jogar, se tem que agradar A, B ou C, se pode poupar, se dão respaldo...) e como ninguém (com o mínimo de seriedade) faz contrato de 3 meses, acredito que o tempo ideal pra avaliar é pelo menos 1 temporada completa.

Então eu acho que só dá pra avaliar um treinador ao final desse ciclo completo de 1 temporada.Pois aí a gente consegue avaliar o que foi que deu certo, o que deu errado, os setores que o time ficou mais fraco, deu tempo do técnico avaliar as opções na base do clube, montar a lista de dispensa, eleger nomes em potencial. Aí sim, da pra dizer que o time é aquilo que o treinador disse que precisava pra atingir determinado fim. Mesmo com as saídas que possam acontecer.

Tem que se levar em conta a expectativa pra temporada também, não precisa ser rígida, mas não pode se distanciar muito dela como aconteceu no Flamengo e no Palmeiras, por exemplo. O treinador tem que aguentar a pressão sim se entra num clube que briga por título, é natural que essa pressão por uma posição perto dessa expectativa seja esperada. Essa expectativa pode ser guiada pelo elenco, principalmente. Mas o trabalho do treinador não se resume a resultado, como o futebol também não. Então, outro aspecto a se levar em conta (e esse é o mais importante) é o desempenho, não dando um tempo mínimo pro treinador ser demitido. Partidas podem ser perdidas jogando bem e vice-versa.

A temporada (leia-se o objetivo maior do ano) que você diz não acaba sempre no final do ano. Exemplo: se o time tá na metade da temporada com um desempenho ruim, foi eliminado na Libertadores (competição de maior interesse) e o time não cumpre sua expectativa no Brasileiro, não hesitaria em demitir, a Copa do Brasil e a Sula não chegam aos pés de quem quer Brasileiro e/ou Libertadores. Isso aconteceu no Flamengo e não precisou esperar até o final da temporada.

Postado
8 minutos atrás, Yan Perisse disse:

Tem que se levar em conta a expectativa pra temporada também, não precisa ser rígida, mas não pode se distanciar muito dela como aconteceu no Flamengo e no Palmeiras, por exemplo. O treinador tem que aguentar a pressão sim se entra num clube que briga por título, é natural que essa pressão por uma posição perto dessa expectativa seja esperada. Essa expectativa pode ser guiada pelo elenco, principalmente. Mas o trabalho do treinador não se resume a resultado, como o futebol também não. Então, outro aspecto a se levar em conta (e esse é o mais importante) é o desempenho, não dando um tempo mínimo pro treinador ser demitido. Partidas podem ser perdidas jogando bem e vice-versa.

A temporada (leia-se o objetivo maior do ano) que você diz não acaba sempre no final do ano. Exemplo: se o time tá na metade da temporada com um desempenho ruim, foi eliminado na Libertadores (competição de maior interesse) e o time não cumpre sua expectativa no Brasileiro, não hesitaria em demitir, a Copa do Brasil e a Sula não chegam aos pés de quem quer Brasileiro e/ou Libertadores. Isso aconteceu no Flamengo e não precisou esperar até o final da temporada.

Mas o que eu digo é que, se você contrata ou promove o interino, você tem que acreditar no trabalho do cara. Não é sempre que dá certo você mandar embora o cara que construiu o projeto do time e colocar um treinador novo no meio do incêndio.

Ex.: Certeza que o Levir cai no final do ano, nem vão renovar. O cara pegou o time do Dorival, não mudou muita coisa e tá emplacando vice-liderança. Porém, a forma como o time tem jogado nos momentos chave e a torcida criou uma expectativa muito maior do que o time poderia chegar. Agora com a cabeça mais fria, eu acho que o Santos foi longe demais na Libertadores com o time que tem e o caminhão de lesões que resolveu acontecer na vila. 6 meses é tempo pra avaliar o Levir? Ao meu ver não, mas se eu considerar que sim, posso dizer que ele tá fazendo um bom trabalho.

Como eu disse, sempre tem 5 ou 6 candidatos ao título do brasileiro, CdB e praticamente todos os brasileiros classificados para a Libertadores são postos como candidatos ao título pela mídia, mas não dá pra todo mundo ganhar. são 3 competições pra 6, as vezes 7 clubes. Então a gente deveria começar a considerar como uma boa campanha estar ao menos no grupo desses 5 primeiros no brasileiro, chegar às quartas da libertadores. Torneio mata-mata nem deveria entrar na conta do treinador, pois é uma coisa diferente. É imprevisível o dia que seu time não vai estar bem e vai trombar com o adversário em um pico de performance.

Eu acho que quem tem que ser pressionado é jogador e diretoria. O jogador por ser o culpado direto pelo desempenho dele mesmo e da equipe como um todo e a diretoria por ser responsável pelo planejamento do clube.

Pedir cabeça de treinador e achar que os mesmos jogadores que fizeram corpo mole vão render com um novo é muito empirismo. As vezes da certo, as vezes não.

Postado
5 horas atrás, Marco.Oliveira disse:

Mas o que eu digo é que, se você contrata ou promove o interino, você tem que acreditar no trabalho do cara. Não é sempre que dá certo você mandar embora o cara que construiu o projeto do time e colocar um treinador novo no meio do incêndio.

Como eu disse, sempre tem 5 ou 6 candidatos ao título do brasileiro, CdB e praticamente todos os brasileiros classificados para a Libertadores são postos como candidatos ao título pela mídia, mas não dá pra todo mundo ganhar. são 3 competições pra 6, as vezes 7 clubes. Então a gente deveria começar a considerar como uma boa campanha estar ao menos no grupo desses 5 primeiros no brasileiro, chegar às quartas da libertadores. Torneio mata-mata nem deveria entrar na conta do treinador, pois é uma coisa diferente. É imprevisível o dia que seu time não vai estar bem e vai trombar com o adversário em um pico de performance.

Eu acho que quem tem que ser pressionado é jogador e diretoria. O jogador por ser o culpado direto pelo desempenho dele mesmo e da equipe como um todo e a diretoria por ser responsável pelo planejamento do clube.

Pedir cabeça de treinador e achar que os mesmos jogadores que fizeram corpo mole vão render com um novo é muito empirismo. As vezes da certo, as vezes não.

Com este "treinador novo no meio do incêndio", o ideal seria ter o trabalho melhor avaliado apenas na temporada seguinte, por não ter feito uma pré-temporada e estar seguindo boa parte do trabalho do treinador anterior com algumas mexidas pontuais. Só que na maioria dos casos, esse técnico contratado no meio da temporada não dá resultado em dois ou três meses e com o risco do rebaixamento ele é demitido (Ex: Chapecoense).

O exemplo que eu dei na Libertadores exclui quem aparece na Libertadores com muito esforço (Botafogo e Atlético Paranaense). Quem aparece com muito esforço na Libertadores tem um elenco de meio de tabela, o não cumprir as expectativas seria flertar com o rebaixamento e ter sido eliminado nas Copas. Eu digo de quem tem obrigação de lutar por títulos nacionais, veja que eu falo em "lutar" e não ganhar, porque, como você disse, não há títulos pra todos.

Jogador não tem como influenciar o desempenho coletivo, apenas o seu desempenho individual, e a diretoria fazendo um planejamento ruim ou bom, o técnico continuará trabalhando com as expectativas e a pressão para apresentar um desempenho que se adeque àquela expectativa. A diretoria do Flamengo fez um planejamento ruim com o elenco, montando um bom elenco apenas na metade da temporada, mas isso não impediu do Zé Ricardo ter a obrigação de passar o Flamengo de fase na Libertadores e/ou apresentar um desempenho que se adeque a esta expectativa.

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