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Futebol sempre foi coisa para pobre no Brasil, até decidirem que não seria mais


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Futebol sempre foi coisa para pobre no Brasil, até decidirem que não seria mais

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Por Bruno Bonsanti

O futebol é o esporte do povo, dizem, com boa dose de razão. As regras são fáceis de serem compreendidas. A prática também é simples. Basta uma bola, feita de meia ou de poliéster, uma latinha de refrigerante amassada, uma tampinha de garrafa, dois chinelos e muita imaginação. É o assunto que melhor une o patrão e o empregado, o doutor e o porteiro, e o estádio, o ambiente inclusivo em que todos eles convivem em harmonia. Todas as afirmações ainda são verdadeiras, com exceção da última. No Brasil, ainda mais no Brasil com 14 milhões de desempregados, o futebol virou programa para quem consegue pagar muito por um ingresso. E o preço cobrado exclui muita, muita gente.

Por isso, Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético Mineiro, tem o mérito de pelo menos ter sido grosseiramente honesto ao dizer, em entrevista ao jornal El País, que futebol não é coisa para pobre, justificando seu veto a um projeto de lei que reservaria 30% da carga total de bilhetes para preços populares. Kalil só não foi muito preciso na sua declaração. Futebol é, sim, coisa para pobre, foi durante uma centena de anos, mas, no Brasil, o pobre não tem mais vez no futebol.

Como na política, à esquerda, à direita e ao centro, o pobre é usado para uma retórica bonita e frequentemente ignorado na prática. Unindo as duas esferas, o povo serve para reforçar a importância do futebol, por exemplo, quando decidem sediar uma Copa do Mundo para, no meio do processo, superfaturar obras de infraestrutura e estádios. Logo depois, entre outros motivos, também para pagar a conta do Mundial e para sustentar as novas e caras arenas, o povo é excluído dos estádios porque, nas palavras de Kalil, “torcida dividida e entrada a preço de banana estragada só existem no Brasil”. No caso do Atlético do prefeito de Belo Horizonte, a “massa atleticana” serve para elevar o status do clube, para fazer boas campanhas de marketing, para cobrar mais por patrocínio de camisa e pelos direitos de televisão, mas, por favor, só venha ao estádio quem tiver dinheiro.

É interessante que Kalil tenha citado também a torcida dividida porque o preço dos ingressos é apenas um fator do processo de teatralização em curso dos estádios brasileiros. E não no sentido de discursos e ações grotescamente encenadas, embora haja muito disso em promotores, jornalistas e dirigentes, mas no de converter o campo de futebol em um teatro: limpo, quieto, complacente, controlado. A cada lamentável caso de briga entre torcidas, as instituições atacam com soluções que servem a esse propósito e não resolvem nada do real problema de violência que temos por aqui. E, pouco a pouco, vamos normalizando situações absurdas, como a ausência de bandeiras e torcida visitante em clássicos nos estádios paulistas. Como a ausência do povo nos estádios. Teve até especialista em gestão esportiva escrevendo que preço popular “derruba o nível do torcedor” e atrai bandidagem.

De maneira inconveniente para os poderosos, o povo, principalmente o nosso povo, tende a não desistir facilmente e encontra maneiras de ficar próximo do time de futebol do seu coração, apenas para mais uma vez ser enxotado. Foram espetaculares as festas dos torcedores do Palmeiras, muitos sem condição de ir sempre ao Allianz Parque, nos arredores da Rua Turiassu antes, durante e depois de partidas importantes. Mas parece que a felicidade incomoda. Havia problemas – superlotação e furtos – que precisavam ser tratados, mas, em vez de encontrar uma maneira de todo mundo conviver pacificamente, as autoridades mais uma vez atacaram com autoritarismo, se me permitem a redundância: cerco, silêncio, controle. Exclusividade, como se fosse o setor vip de uma balada, e não uma via pública. Apenas quem tem ingresso pode entrar na agora Palestra Itália e o resultado foi uma rua fria e desinteressada, até mesmo antes do jogo que poderia dar ao clube seu primeiro título brasileiro em 22 anos.

O Flamengo praticamente não teve casa para disputar o último Campeonato Brasileiro, quando chegou a brigar pelo título. O motivo principal foi o crime que fizeram com o Maracanã, um estádio que passou a exigir público na casa das muitas dezenas de milhares apenas para não dar prejuízo a quem joga lá. A torcida passou a acompanhar o elenco ao aeroporto antes das viagens, nas ruas e no saguão, e qual foi o discurso que ouvimos? Atrapalha o trânsito, atrapalha quem quer viajar, faz bagunça, é perigoso. Para ser justo, o pobre até é bem-vindo caso fique bem quietinho no seu canto e não atrapalhe muito.

A ironia é os clubes usarem o alto custo de um time competitivo hoje em dia para justificar ingressos caros ao mesmo tempo em que estão perdendo dinheiro. A maioria dos especialistas afirma que cadeira vazia durante um jogo é prejuízo. Há “consumidor” querendo aquele “produto”, mas o preço o afugenta. Mantendo-se na comparação com um supermercado, o “produto” estraga, é jogado fora quando a partida termina e o clube perde dinheiro. Apenas sob a ótica do faturamento, os clubes deveriam buscar o ingresso mais caro possível que resultasse em estádio lotado todas as semanas. É assim que fazem os grandes da Europa que eles adoram usar como exemplo (ou desculpa).

Ano passado, Palmeiras e Corinthians tiveram taxas de ocupação próximas aos 70%, o que ainda está longe do ideal. Daí para baixo, quase todo mundo teve, em média, metade do estádio vazio durante as suas partidas. Todos os clubes grandes do Brasil têm milhões de torcedores, muitos dos quais adorariam ver o time ao vivo. Não tem justificativa para não lotar o estádio, nem financeira: 70 pessoas pagando R$ 50 dá R$ 350; 100 pessoas pagando R$ 40 dá R$ 400. Talvez dê para contratar mais um atacante com esses metafóricos R$ 50. Como a conta que acabamos de fazer não é a mais difícil do mundo, há claramente uma preferência, consciente ou não, por certo tipo de público nos estádios. Na contramão da nova tendência, é de se aplaudir as medidas tomadas por América Mineiro e Internacional para trazer o povo de volta ao estádio e, ao mesmo tempo, olha que surpreendente, aumentar a receita.

A venda exclusiva ou favorecida pela internet já é um problema. Segundo números do IBGE, em 2015, aproximadamente 58% da população brasileira teve acesso à rede mundial de computadores. Outra pesquisa, do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), mostra que 53 milhões dos 200 milhões de brasileiros tem cartão de crédito, o jeito pelo menos mais fácil de comprar ingresso hoje em dia, senão o único, em certos casos. A dinâmica dos nossos planos de sócio-torcedor é outro empecilho: não importa o quanto de desconto um sócio recebe se ele tiver que pagar uma quantia mensalmente para obtê-lo. O peso no orçamento mensal acaba sendo maior. E, em alguns clubes, você só tem acesso aos ingressos mais baratos se for a todos os jogos. Logo, precisa pagar a mensalidade e três ou quatro bilhetes por mês. Isso é preço popular?

Imagens da geral do Maracanã, como a que abre este texto,  e outras arquibancadas importantes com pessoas de todas as raças, todos os credos, todas as classes sociais não passam de folclore hoje em dia, histórias que os avôs contam para os filhos sobre os “velhos tempos”. Sempre houve uma necessidade de profissionalização dos clubes brasileiros, cobrança por programas como o sócio-torcedor e por maiores rendas para que eles deixassem de ser tão frágeis e devedores. No entanto, como era até previsível, fizeram de qualquer jeito. O futebol sempre foi inclusivo, e é tão maravilhoso justamente por ser tão inclusivo, e é necessário encontrar uma maneira para que ele continue sendo, mesmo nos tempos modernos. O futebol não pode buscar a tal da modernização ao custo de perder a sua essência. Sem a essência, não resta nada, e a essência do futebol brasileiro, Alexandre Kalil, é, sim, o pobre nos estádios.

http://trivela.uol.com.br/futebol-sempre-foi-coisa-para-pobre-no-brasil-ate-decidirem-que-nao-seria-mais/

Achei o texto bacana e dá pra rolar um debate interessante sobre o tema. 

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Sempre que leio um textos desses eu me pergunto: Como manter o povo nos estádios e ao mesmo tempo manter o clube saudável financeiramente? É totalmente possível no Brasil?

Vou dar minha opinião...

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Por isso, Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético Mineiro, tem o mérito de pelo menos ter sido grosseiramente honesto ao dizer, em entrevista ao jornal El País, que futebol não é coisa para pobre, justificando seu veto a um projeto de lei que reservaria 30% da carga total de bilhetes para preços populares. Kalil só não foi muito preciso na sua declaração. Futebol é, sim, coisa para pobre, foi durante uma centena de anos, mas, no Brasil, o pobre não tem mais vez no futebol.

Vamos lá... 

Esse primeiro trecho tem alguns detalhes que, pra quem não conhece o Kalil, passariam desapercebidos.

O Kalil vetou esse projeto de lei não só porque "futebol não é coisa de pobre". Ele acredita, desde quando estava na presidência do Galo, que o Estado não deve interferir em iniciativas privadas (apesar do futebol não ser totalmente privado e mimimi). Ou seja, ele acredita que um clube deve ter total autoridade para colocar o preço do ingresso que quiser, sem o Estado interferir.

Inclusive ele ESCULHAMBOU um deputado que queria fazer um projeto de lei que "obrigaria" a televisão a pagar cotas iguais. Porque? Simples, quem paga é que escolhe como quer pagar. Se o clube não tá satisfeito que não assine. Ele tentou lutar contra a Globo, mas quebraram o Clube dos 13 e o resto é história...

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É interessante que Kalil tenha citado também a torcida dividida porque o preço dos ingressos é apenas um fator do processo de teatralização em curso dos estádios brasileiros. E não no sentido de discursos e ações grotescamente encenadas, embora haja muito disso em promotores, jornalistas e dirigentes, mas no de converter o campo de futebol em um teatro: limpo, quieto, complacente, controlado. A cada lamentável caso de briga entre torcidas, as instituições atacam com soluções que servem a esse propósito e não resolvem nada do real problema de violência que temos por aqui. E, pouco a pouco, vamos normalizando situações absurdas, como a ausência de bandeiras e torcida visitante em clássicos nos estádios paulistas. Como a ausência do povo nos estádios. Teve até especialista em gestão esportiva escrevendo que preço popular “derruba o nível do torcedor” e atrai bandidagem.

Eu discordo completamente que a não divisão igualitária das torcidas em clássicos = teatralização dos estádios. Ou por acaso não é igualmente foda ver a torcida do Galo calando a do Cruzeiro sendo minoria ou vice-versa? Aqui em Minas já aconteceu ambos os casos.

Eu entendo que é uma tradição brasileira, mas ao mesmo tempo, não é nenhum absurdo se adequar a realidade do mundo todo... Ainda mais agora que a maioria dos times começam a ter estádios próprios. Já imaginaram o River ter 50% de torcedores na Bombonera e o Boca 50% de torcedores no Monumental? Se rolou, foram raríssimas vezes, ou então em torneios amistosos.

Já sobre a violência eu realmente não acho que seja um problema do futebol, a discussão é muito mais ampla e atinge toda nossa sociedade. Aqui em Minas, por exemplo, há anos não há confusões dentro dos estádios em clássicos, mas nas ruas (longe do estádio)... Todo jogo.

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A ironia é os clubes usarem o alto custo de um time competitivo hoje em dia para justificar ingressos caros ao mesmo tempo em que estão perdendo dinheiro. A maioria dos especialistas afirma que cadeira vazia durante um jogo é prejuízo. Há “consumidor” querendo aquele “produto”, mas o preço o afugenta. Mantendo-se na comparação com um supermercado, o “produto” estraga, é jogado fora quando a partida termina e o clube perde dinheiro. Apenas sob a ótica do faturamento, os clubes deveriam buscar o ingresso mais caro possível que resultasse em estádio lotado todas as semanas. É assim que fazem os grandes da Europa que eles adoram usar como exemplo (ou desculpa).

Não é desculpa, é a realidade. Se o futebol brasileiro quer ser minimamente competitivo, ele precisa seguir minimamente as tendencias do futebol mundial. É isso que estamos fazendo.

Existe cadeira vazia com 5 reais e com 35 reais... Falar que o problema é exclusivamente o preço = ser leviano. O problema também está no perfil do torcedor brasileiro. Não foi atoa que o Kalil conseguiu fazer a maior renda da história do futebol nacional na final da Libertadores de 2013. Torcida carente + elenco identificado com a torcida + final mais importante da história do clube... Tudo isso colaborou.

Reparem, quando um time começa a conquistar muitos títulos, a torcida fica mais exigente e qualquer "má-fase" = estádio vazio. Isso independe do clube.

Falta a cultura (ou costume) de ir para o estádio independente da fase do clube, segurança (na sociedade como um todo)... Enfim, só assim poderíamos afirmar que só o preço do ingresso está afastando o torcedor dos estádios.

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Imagens da geral do Maracanã, como a que abre este texto,  e outras arquibancadas importantes com pessoas de todas as raças, todos os credos, todas as classes sociais não passam de folclore hoje em dia, histórias que os avôs contam para os filhos sobre os “velhos tempos”. Sempre houve uma necessidade de profissionalização dos clubes brasileiros, cobrança por programas como o sócio-torcedor e por maiores rendas para que eles deixassem de ser tão frágeis e devedores. No entanto, como era até previsível, fizeram de qualquer jeito. O futebol sempre foi inclusivo, e é tão maravilhoso justamente por ser tão inclusivo, e é necessário encontrar uma maneira para que ele continue sendo, mesmo nos tempos modernos. O futebol não pode buscar a tal da modernização ao custo de perder a sua essência. Sem a essência, não resta nada, e a essência do futebol brasileiro, Alexandre Kalil, é, sim, o pobre nos estádios.

Sim, acabou, é passado. O mundo mudou da década de 60/70 para cá. O futebol só acompanhou.

Hoje INFELIZMENTE o futebol é, acima de tudo, negocio.  O que complicou ainda mais no caso do Brasil foram as "belíssimas" arenas da Copa do Mundo (inclusive o citado no texto gritou ABSURDOS contra essas arenas, só ver o Bola da Vez na ESPN... É até profético ele falando do Maracanã vs Eike hahaha).

Fora isso, temos que parar de imaginar essa evolução utópica do futebol brasileiro. Se o objetivo é um dia ter nossos clubes nas cabeças, teremos que infelizmente levar o futebol como um negocio, porque é assim que os grandes de hoje enxergam o futebol.

Não é atoa que parte das crianças daqui estão consumindo cada vez mais os times de fora... E a essência? Hmm, fica de lado, eles querem torcer pro time que tem Messi ou CR7.

Postado
2 minutos atrás, Dsmoreira disse:

Não é desculpa, é a realidade. Se o futebol brasileiro quer ser minimamente competitivo, ele precisa seguir minimamente as tendencias do futebol mundial. É isso que estamos fazendo.

Em primeiro lugar, tu tá pegando o país com os ingressos mais caros do mundo para comparar. Eu postei esses dias um negócio no tópico da Bundesliga do ano passado. Os valores praticados por lá são menores do que os valores cobrados pelo Grêmio. E mesmo convertendo de euro pra real. Vou até copiar aqui:

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Tava lendo uma reportagem sobre os valores dos ingressos de temporada na Alemanha para o próximo ano. Na média da Bundesliga, o ingresso de temporada para um lugar na parte em pé do estádio é 182 euros. Cerca de 680 reais. A média para o ingresso anual no setor mais caro (fora os lugares VIPs e tal) é de 695 euros - 2.585 reais. 

De curiosidade, fui compara isso com os valores cobrados pelo Grêmio aqui no Brasil. Não sei como o Grêmio se situa em relação aos demais clubes brasileiros, mas é o que eu sei os valores. A cadeira mais barata (não há possibilidade de compra de ingresso anual para lugar em pé no estádio do clube) tá 1.680 reais. Mil fucking reais a mais do que um ingresso barato para assistir a Bundesliga. O mais caro (tirando as cadeiras gold) é 3.720. Também mais de mil reais a mais do que na Bundesliga.

Mil reais a mais por ano para assistir os jogos do Grêmio no Brasileirão do que o valor médio da Bundesliga. Isso sem sequer entrar na questão de quanto o valor representa para um alemão e quanto representa para um brasileiro. No Brasil, é quase um mês e meio de trabalho (considerando renda média). No estado que menos paga na Alemanha, são doze horas de trabalho. 

O Brasil não tá "seguindo minimamente" as tendências mundiais. Nosso futebol é um dos mais caros do mundo. Esse valor médio apresentado na reportagem é mentira. Não sei se é má-fé ou muita burrice, mas o que eles fizeram é pegar o valor da renda do jogo e dividir pelo público. Isso ignora que uma boa parte do público já pagou metade do ingresso - ou mesmo todo ele - antes disso. Se o cara é sócio ou sócio-torcedor, ele tá pagando muito antes de pisar no estádio. A renda do jogo não leva isso em consideração. 

Não sei nenhum estudo realmente sério que apresente o panorama geral dos valores de ingressos no Brasil. Mas com toda certeza nosso futebol já está entre os mais caros do mundo. Se considerarmos o valor em comparação à renda média/salário mínimo da população, é bem possível que seja o mais caro do mundo. A pesquisa tosca do Globoesporte já colocava nosso ingresso como sendo mais caro do que o inglês em termos de proporção do salário mínimo. Sendo que a) o ingresso inglês é absurdamente caro, muito acima da realidade dos outros países europeus e b) o valor apresentado para o Brasil não está correto, pelo que apontei acima.

Para encerrar o ponto, dizer que isso é preciso para ser competitivo é besteira. O futebol brasileiro já tem esses preços há anos. Dez anos atrás o Grêmio já cobrava 100 reais para ver um jogo de cadeira central no Olímpico. Em Berlim eu paguei 20 euros no mesmo ano. Se o preço do ingresso fosse o que fizesse a diferença, então nosso futebol teria se tornado muito melhor do que o deles desde então. Não é o caso. 

 

2 minutos atrás, Dsmoreira disse:

Existe cadeira vazia com 5 reais e com 35 reais... Falar que o problema é exclusivamente o preço = ser leviano. O problema também está no perfil do torcedor brasileiro. Não foi atoa que o Kalil conseguiu fazer a maior renda da história do futebol nacional na final da Libertadores de 2013. Torcida carente + elenco identificado com a torcida + final mais importante da história do clube... Tudo isso colaborou.

Reparem, quando um time começa a conquistar muitos títulos, a torcida fica mais exigente e qualquer "má-fase" = estádio vazio. Isso independe do clube.

Sabe uma coisa que contribuiria para que o público fosse mais constante? Ingressos anuais com preços decentes. Se o cara paga pelo ano inteiro, ele vai ir ver o clube independentemente da situação. Mas se o ingresso anual custa a mesma porra que custa ir em cada jogo separado, então é óbvio que o torcedor vai deixar pra ver o time quando estiver indo bem. Ninguém quer pagar 100 reais pra ver seu time perder. Nem aqui, nem na Europa, nem em nenhum lugar. 

É claro que o preço é só um dos problemas. Ninguém tá falando que é o único. Mas é um problema enorme sim. Até porque ele é um problema que exclui uma parte da população. Eu posso não ir no jogo por uma série de outros motivos também, além de escolher não gastar o que custa uma partida hoje. Muita gente não pode escolher. Simplesmente não pode pagar esse valor. Esse é o problema. 

 

2 minutos atrás, Dsmoreira disse:

Falta a cultura (ou costume) de ir para o estádio independente da fase do clube, segurança (na sociedade como um todo)... Enfim, só assim poderíamos afirmar que só o preço do ingresso está afastando o torcedor dos estádios.

Sim, acabou, é passado. O mundo mudou da década de 60/70 para cá. O futebol só acompanhou.

Hoje INFELIZMENTE o futebol é, acima de tudo, negocio.  O que complicou ainda mais no caso do Brasil foram as "belíssimas" arenas da Copa do Mundo (inclusive o citado no texto gritou ABSURDOS contra essas arenas, só ver o Bola da Vez na ESPN... É até profético ele falando do Maracanã vs Eike hahaha).

Fora isso, temos que parar de imaginar essa evolução utópica do futebol brasileiro. Se o objetivo é um dia ter nossos clubes nas cabeças, teremos que infelizmente levar o futebol como um negocio, porque é assim que os grandes de hoje enxergam o futebol.

Não é atoa que parte das crianças daqui estão consumindo cada vez mais os times de fora... E a essência? Hmm, fica de lado, ele quer é ser torcedor do time que tem Messi ou CR7.

Todas as (poucas) vezes que meu irmão (que é criança/adolescente ainda) foi em um estádio ele adorou. E ainda assim, ele não se importa com futebol. Porque se ele tiver ido meia dúzia de vezes na vida no estádio, é muito. Ir ao estádio forja torcedor. É uma experiência muito legal, muito mais do que ver o jogo na TV. Se o estádio não é acessível, o guri não vai virar torcedor mesmo.

No mais, é claro que não é só essa questão. É claro que não ter os melhores jogadores por aqui influencia. Mas tu acha que algum dia Messi ou Cristiano Ronaldo vão jogar no Brasil? Não vão. Pode cobrar 2 mil reais no ingresso que não muda isso. 

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1 hora atrás, Danut disse:

Em primeiro lugar, tu tá pegando o país com os ingressos mais caros do mundo para comparar. Eu postei esses dias um negócio no tópico da Bundesliga do ano passado. Os valores praticados por lá são menores do que os valores cobrados pelo Grêmio. E mesmo convertendo de euro pra real. Vou até copiar aqui:

Mil reais a mais por ano para assistir os jogos do Grêmio no Brasileirão do que o valor médio da Bundesliga. Isso sem sequer entrar na questão de quanto o valor representa para um alemão e quanto representa para um brasileiro. No Brasil, é quase um mês e meio de trabalho (considerando renda média). No estado que menos paga na Alemanha, são doze horas de trabalho. 

O Brasil não tá "seguindo minimamente" as tendências mundiais. Nosso futebol é um dos mais caros do mundo. Esse valor médio apresentado na reportagem é mentira. Não sei se é má-fé ou muita burrice, mas o que eles fizeram é pegar o valor da renda do jogo e dividir pelo público. Isso ignora que uma boa parte do público já pagou metade do ingresso - ou mesmo todo ele - antes disso. Se o cara é sócio ou sócio-torcedor, ele tá pagando muito antes de pisar no estádio. A renda do jogo não leva isso em consideração. 

Não sei nenhum estudo realmente sério que apresente o panorama geral dos valores de ingressos no Brasil. Mas com toda certeza nosso futebol já está entre os mais caros do mundo. Se considerarmos o valor em comparação à renda média/salário mínimo da população, é bem possível que seja o mais caro do mundo. A pesquisa tosca do Globoesporte já colocava nosso ingresso como sendo mais caro do que o inglês em termos de proporção do salário mínimo. Sendo que a) o ingresso inglês é absurdamente caro, muito acima da realidade dos outros países europeus e b) o valor apresentado para o Brasil não está correto, pelo que apontei acima.

Para encerrar o ponto, dizer que isso é preciso para ser competitivo é besteira. O futebol brasileiro já tem esses preços há anos. Dez anos atrás o Grêmio já cobrava 100 reais para ver um jogo de cadeira central no Olímpico. Em Berlim eu paguei 20 euros no mesmo ano. Se o preço do ingresso fosse o que fizesse a diferença, então nosso futebol teria se tornado muito melhor do que o deles desde então. Não é o caso. 

Então, se a Inglaterra é o exemplo ruim a Alemanha seria um bom exemplo? Vendo nesse estudo (não sei se é confiável) temos um panorama "mundial". 

Nessa matéria do site da Bundesliga mostra que o ingresso na Alemanha varia entre 28 a 52 reais. Aqui no Brasil (tirando o meu time como base) é 60 reais (100 em setores VIP's). A tendencia tá sendo seguida minimamente, o problema é que essa tendencia é incompatível com o poder financeiro da população (vou concluir no final).

Eu discordo que os ingressos estão nesse preço há 10 anos. Em 2008, por exemplo, o ingresso mais caro do Galo numa partida do Mineiro era 10 reais, hoje é 50 (sem a promoção que vou citar mais a frente). Talvez fosse a situação do time? Não sei, quanto eram os do Grêmio?

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Sabe uma coisa que contribuiria para que o público fosse mais constante? Ingressos anuais com preços decentes. Se o cara paga pelo ano inteiro, ele vai ir ver o clube independentemente da situação. Mas se o ingresso anual custa a mesma porra que custa ir em cada jogo separado, então é óbvio que o torcedor vai deixar pra ver o time quando estiver indo bem. Ninguém quer pagar 100 reais pra ver seu time perder. Nem aqui, nem na Europa, nem em nenhum lugar. 

É claro que o preço é só um dos problemas. Ninguém tá falando que é o único. Mas é um problema enorme sim. Até porque ele é um problema que exclui uma parte da população. Eu posso não ir no jogo por uma série de outros motivos também, além de escolher não gastar o que custa uma partida hoje. Muita gente não pode escolher. Simplesmente não pode pagar esse valor. Esse é o problema. 

Galo fez isso esse Mineiro, pacote dos 6 jogos em casa por 90-180 reais (90 pra GNV Prata e 180 GNV Branco). Dava 32 reais cada jogo pro GNV Prata e 47 pro GNV Branco. Esgotou? Claro que não, ainda mais em Janeiro, que existe 274875430534 impostos para serem pagos.

Aí entra a questão do preço decente vs existência comercial da competição. Na minha visão, Estadual não deveria valer mais de 10 reais, só que aí provavelmente passaria a dar prejuízo pro clube nos dias de jogo nos novos estádios. Logo...

Sobre quem compra ingresso de temporada toda no BR... Vai mesmo?  De novo usando o Galo como padrão, tem gente que paga o GNV Preto (que dá direito a ir em todos os jogos da temporada) e que raramente vai aos jogos, fica "negociando" o cartão todo final de semana (não sei se mudaram isso recentemente).

1 hora atrás, Danut disse:

Todas as (poucas) vezes que meu irmão (que é criança/adolescente ainda) foi em um estádio ele adorou. E ainda assim, ele não se importa com futebol. Porque se ele tiver ido meia dúzia de vezes na vida no estádio, é muito. Ir ao estádio forja torcedor. É uma experiência muito legal, muito mais do que ver o jogo na TV. Se o estádio não é acessível, o guri não vai virar torcedor mesmo.

No mais, é claro que não é só essa questão. É claro que não ter os melhores jogadores por aqui influencia. Mas tu acha que algum dia Messi ou Cristiano Ronaldo vão jogar no Brasil? Não vão. Pode cobrar 2 mil reais no ingresso que não muda isso.

A experiencia no estádio é sensacional, obviamente, mas não é só ela que forma o torcedor. Exemplo? Como os times do Rio/SP tem tanta torcida fora de seus estados? Simples, o alto nível estava no RJ e em SP, eram de lá os jogos que as rádios e posteriormente a TV transmitiam. É o mesmo que acontece hoje, só que com times de fora.

(Detalhe: Essa massa fora dos estados foi formada nos "tempos nostálgicos")

Concluindo... Talvez eu não tenha deixado claro no meu primeiro post, eu fico puto quando leio isso por um simples motivo: A mesma mídia quer que o futebol brasileiro faça frente com o europeu (lembra dessa euforia quando o Santos segurou o Neymar?) e mantenha toda a idealização e nostalgia. Não vai rolar.

Pro futebol brasileiro fazer alguma frente com o Europeu, o BRASIL precisa se desenvolver para então o futebol acompanhar... Como vimos nas analises, o preço do ingresso é ok em comparação "fria" com a Europa, mas o poder aquisitivo do brasileiro é muito inferior ao do europeu.

PS: Seria legal uma analisa da diferença dos preços pré-arenas da Copa vs pós.

EDIT: E @Danut, você mostrou uns dados interessantes que eu não sabia (os da Bundesliga). Eu não tenho problema em admitir quando eu estou errado. Acho que pra isso que servem os debates hahahaha 

Postado
6 horas atrás, Dsmoreira disse:

Eu discordo completamente que a não divisão igualitária das torcidas em clássicos = teatralização dos estádios. Ou por acaso não é igualmente foda ver a torcida do Galo calando a do Cruzeiro sendo minoria ou vice-versa? Aqui em Minas já aconteceu ambos os casos.

Eu entendo que é uma tradição brasileira, mas ao mesmo tempo, não é nenhum absurdo se adequar a realidade do mundo todo... Ainda mais agora que a maioria dos times começam a ter estádios próprios. Já imaginaram o River ter 50% de torcedores na Bombonera e o Boca 50% de torcedores no Monumental? Se rolou, foram raríssimas vezes, ou então em torneios amistosos.

É nesse ponto que eu discordo que um clássico deva ser num estádio próprio, acho que deveriam ser SEMPRE num estádio neutro com 50% pra cada. Maracanã, Pacaembu e até Serra Dourada estão sem uso nenhum, poderiam fazer os clássicos que tenham um bom público pra esses estádios. Só concordo com 90% contra 10% em situações que não há um campo neutro, como em Porto Alegre e em Santa Catarina.

Postado
5 horas atrás, Yan Perisse disse:

É nesse ponto que eu discordo que um clássico deva ser num estádio próprio, acho que deveriam ser SEMPRE num estádio neutro com 50% pra cada. Maracanã, Pacaembu e até Serra Dourada estão sem uso nenhum, poderiam fazer os clássicos que tenham um bom público pra esses estádios. Só concordo com 90% contra 10% em situações que não há um campo neutro, como em Porto Alegre e em Santa Catarina.

Interessante!

Debate muito bom.

Postado
7 horas atrás, Yan Perisse disse:

É nesse ponto que eu discordo que um clássico deva ser num estádio próprio, acho que deveriam ser SEMPRE num estádio neutro com 50% pra cada. Maracanã, Pacaembu e até Serra Dourada estão sem uso nenhum, poderiam fazer os clássicos que tenham um bom público pra esses estádios. Só concordo com 90% contra 10% em situações que não há um campo neutro, como em Porto Alegre e em Santa Catarina.

Mas será que isso não traria um desiquilíbrio esportivo?

Por exemplo, um estado como o Rio aonde existem vários clássicos, mas que tem claramente uma torcida em maior quantidade... O Flamengo, supostamente, teria mais jogos em casa que a maioria dos rivais na Série A, não?

Postado

Sabe o que eu acho engraçado? Essas notícias/colunas/afins pintam como se o preço fosse o grande problema.

Rapaz, eu vou falar das experiências que eu tenho.

Quando ia aos jogos no Anfield, tinha uma experiência. Os jogos são em horários acessíveis, em locais acessíveis (entendam meio de transporte), com conforto, segurança, ...

Por isso a experiência. Você não se preocupa em como vai, como volta, como está o interior do estádio, ...

Aí venho para MG, afinal é onde tenho mais contato com o futebol: ônibus para o estádio? fora de cogitação. São lotados, frequentemente começam discussões dentro do mesmo sobre jogador A ou B, demoram demais, não tem uma cobertura eficiente, ... Então vamos de carro? Bom, para quem não é de BH, não sabe, mas na prática, os estacionamentos dos estádios não são corretamente ocupados. Logo, você tem que parar na rua. Aí surgem diferenças entre Mineirão e Independência. No primeiro, estacionar perto do estádio é muito complicado e nada recomendável, afinal seu carro fica exposto à mil e um fatores de risco. Então você vai parar dentro dos bairros mesmo, procurando locais onde não tem os flanelinhas "donos da rua" e caminhar por 20 min para chegar ao estádio. No Horto a situação é muito "melhor". Você para o carro praticamente do lado do estádio se quiser, só pagar os 40 reais cobrados pelos "donos da rua" pela vaga e mesmo assim correr riscos.

A partir daqui, vc já chegou na região dos estádios. Tá fácil de entrar, certo? Mentira. As entradas são apertadas, mal controladas, abrem faltando pouco tempo para o jogo, ... Já viram boiada passando na porteira? Exatamente, vai dar merda. Quando dá? A Polícia Militar controla uai! Descem a porrada em todo mundo, chegam com cavalos no meio das pessoas, ... Afinal ali só tem vagabundo que está vendo futebol enquanto poderia estar contribuindo para o desenvolvimento deste país. Torcedor de time é bandido, não importa nada mais. É tudo bandido e foda-se se a confusão está na estrutura ou organização do evento. Bandido tem que apanhar.

Até aqui, vc pagou caro para chegar no estádio, caminhou bastante, já teve, no mínimo, um desconforto no acesso ao estádio, mas entrará e assistirá à um grande evento de futebol, certo? Então você vai comprar algo para beber e comer agora. Porém, você vai beber e comer as poucas opções que eles tem a venda, pagando preços extremamente abusivos em um salgado/sanduíche/tropeiro. É arena de futebol amigo, o prato de 10 reais lá fora, aqui vale 25. Acha caro? Arruma outra opção aí bacana. Não tem né (rs), então me dá seu dinheiro logo e disponha.

Já que estou falando de Minas, agora você vai com aquele tropeirão bacana e seu copo de bebida se sentar. Bom, lugar marcado é coisa de modinha, então aqui é cada um por si. Não vai sentar em lugar bom, óbvio, então vá para o canto. Foi escolha sua ficar 20 min na fila para comprar comidinha e o jogo já vai começar. Vai simplesmente andar até lá? Claro que não amigo. Tem a turma da passagem. Eles não vão sentar em qualquer lugar, então eles vão ficar ali mesmo, na passagem e você que trate de ir se esgueirando entre eles, mas nada de derrubar bebida ein. Você está ali, em uma performance circense, se contorcendo, equilibrando comida e bebida, mas isso não importa. Afinal tem sempre alguém que vai para o estádio para aliviar o estresse e você foi a oportunidade perfeita, com aquela gota de bebida no pé dele, para ele xingar, provocar, empurrar, ... Como a confusão foi rápida, não deu tempo da polícia ir ali bater em ninguém, então vc segue para o seu lugar.

Sentou, comeu, bebeu, viu o jogo, xingou o juiz, reclamou daquele seu atacante de 100 milhões que não fez o gol sem goleiro, do seu volante que não quebrou a perna do adversário, .... 90 min. Fim de jogo! Hora de ir embora para casa, enfrentando todas as dificuldades da vinda (acesso, confusões, trânsito, ...) e nos vemos no meio da semana, mas lembre-se que quarta é mais tarde ein. 21h45 para ser exato. Antes a Globo não deixa.

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Obviamente que existem algumas generalizações no texto, mas ao meu ver, ir ao estádio no BR é isso. Agora, vão me reclamar de preço do ingresso, cultura do torcedor, custos dos clubes? Que tal começarmos pelo básico? 

Postado
1 hora atrás, espk disse:

Sabe o que eu acho engraçado? Essas notícias/colunas/afins pintam como se o preço fosse o grande problema.

Rapaz, eu vou falar das experiências que eu tenho.

Quando ia aos jogos no Anfield, tinha uma experiência. Os jogos são em horários acessíveis, em locais acessíveis (entendam meio de transporte), com conforto, segurança, ...

Por isso a experiência. Você não se preocupa em como vai, como volta, como está o interior do estádio...

Acho que você foi quem mais acertou nos comentários nesse tópico. Sempre que vou na Arena - no máximo duas vezes no ano, moro em Brasília - é sempre um investimento e uma aventura (mas, o Grêmio mexe com meu lado irracional e por vezes eu cedo).

Talvez a lição mais importante que eu tive ao estudar Administração foi ver as coisas com todas as perspectivas possíveis e considerar todos os fatores, por mínimos que sejam. Pensar como um cliente - o que todos somos de alguma forma ou de outra - ajuda muito.

É a EXPERIÊNCIA que faz toda a diferença, afinal, é o conjunto da porra toda - preço, locomoção, a qualidade do espetáculo etc.

O torcedor já fez toda a análise do jogo e se vale a pena ir. Leva em consideração:

1) preço 2) transporte 3) horário 4) tempo perdido no pré e no pós jogo 5) onde vai beber, comer, ir no banheiro 6) com quem vai 7) adversário 8) como o time tá jogando 9) violência; e por aí vai. E ele vê que não compensa.

Acho legal acompanhar as falas de muitos "entendidos" do assunto, como os comentaristas esportivos, os gestores etc. Muitos fazem uma análise superficial pra caralho e só usam o clássico recurso de apelar para o emocional. Fala que a torcida tem que comparecer para ajudar o time naquele jogo importante, mesmo que o jogo comece as 21h45 de uma quarta e que o torcedor tenha que dispor de sua noite e da madrugada para acompanhar, sempre sendo o elo fraco da história e pagando caro.

Não adianta comparar o custo do ingresso no Brasil x Alemanha x Inglaterra x Estados Unidos e outros. Nossa realidade é muito diferente. Aqui é complicado para ir ao jogo, lá é simples. O preço do ingresso é só um fator - que nem sempre possui tanta importância assim. Enquanto nem aprofundarem o debate em escala nacional sobre as condições de um jogo e tudo o que o envolve, estaremos realizando ações sempre pontuais. Entendam isso.

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1 hora atrás, Dsmoreira disse:

Mas será que isso não traria um desiquilíbrio esportivo?

Por exemplo, um estado como o Rio aonde existem vários clássicos, mas que tem claramente uma torcida em maior quantidade... O Flamengo, supostamente, teria mais jogos em casa que a maioria dos rivais na Série A, não?

Os setores atrás do gol, que são de torcidas diferentes, costumam igualar independente do clássico. Não falo lotar porque temos vários clássicos que ficam longe de lotar, vide o Fluminense e Botafogo recentemente. O único clássico que provavelmente teria mais torcida do Flamengo é contra o Botafogo, e também aconteceria com o Vasco contra eles, mas não é algo gritante. Nas cadeiras de lado, que são mistas, costumam dar bem mais flamenguistas mesmo, mas essas cadeiras são de torcedores de outro nível social, eles não vão fazem muita diferença. Os que fazem diferença são os torcedores que ficam atrás do gol.

E eu não vejo isso acontecendo em outros estados, a não ser que me mostrem o contrário.

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2 horas atrás, espk disse:

Rapaz, eu vou falar das experiências que eu tenho.

Quando ia aos jogos no Anfield [...] Aí venho para MG 

Lembrando que BH deve ter umas 6x mais população que Liverpool, muita coisa que você falou pode ser reflexo da cidade e não ter relação com o futebol.

Quando eu morava em Criciúma, ia sempre que podia aos jogos(sócio tem acesso livre a todos os jogos), saia de casa uns 15 minutos antes do jogo, a pé, sem estresse nenhum. Mas isso não tem nada a ver com o futebol, com a organização do clube, nada, só por ser uma cidade menor.

Sei lá, não podemos confundir problemas de futebol com problemas de mobilidade/segurança urbana. (50% dos problemas relacionados a ir no estádio em BH que você comentou são isso)

Postado
39 minutes ago, xBode said:

Lembrando que BH deve ter umas 6x mais população que Liverpool, muita coisa que você falou pode ser reflexo da cidade e não ter relação com o futebol.

Quando eu morava em Criciúma, ia sempre que podia aos jogos(sócio tem acesso livre a todos os jogos), saia de casa uns 15 minutos antes do jogo, a pé, sem estresse nenhum. Mas isso não tem nada a ver com o futebol, com a organização do clube, nada, só por ser uma cidade menor.

Sei lá, não podemos confundir problemas de futebol com problemas de mobilidade/segurança urbana. (50% dos problemas relacionados a ir no estádio em BH que você comentou são isso)

Com certeza! Só que desconsiderar esses fatores e vir me dizer que a torcida não vai por causa do preço é minimizar a situação. Liverpool é consideravelmente menor do que BH, mas você tem que ver a localização do estádio em relação à cidade, seu entorno, facilidade de acesso, "nível de risco", ... 

Como o @Tehh colocou, somos consumidores antes de tudo. Se formos sempre tratados como torcedores e aceitarmos o discurso de que esses "sacrifícios" fazem parte do processo de ir assistir um jogo de futebol, sempre teremos problemas.

Posso dizer, sempre pelas experiências próprias, que o que afasta a maioria da pessoas do estádio não é o preço do ingresso, mas sim os "custos complementares". Muitas pessoas hoje estão dispostas, mesmo que seja caro, a pagar 60/80/100 reais em um ingresso. A indisposição é pagar isso, que representa para a maioria da população uma considerável parcela da renda, e ter que lidar com problemas e desconfortos do momento que saímos de casa.

Tentar separar os problemas do futebol dos problemas das metrópoles brasileiras é aceitar o discurso dos dirigentes/políticos/gestores públicos/autoridades de segurança e fazer leituras desconexas. Temos que entender que temos um contexto urbano específico e que gera demandas e oportunidades específicas. É só olhar as ligas esportivas que têm resultados positivos no mundo. Exemplos? O público americano enxerga o dia de jogo como um dia de lazer. Eles vão mais cedo para o entorno dos estádios, visitam as lojas dos clubes nos estádios, comem, bebem, fazem churrasco no estacionamento, ... Isso justifica a existência de arenas mais afastadas dos centros urbanos e com maior quantidade de vias de acesso para automóveis/estacionamento. O público europeu já é diferente. Muitos saem do trabalho direto para o jogo nos dias de semana, outros (principalmente nos finais de semana) saem de casa ou de áreas de comércio (bares/restaurantes) para o jogo. Essa diferença demanda mudanças significativas. Na europa temos estádios mais centrais, próximos do centro da cidade/bairro que representam. Gozam de infraestrutura de transporte mais robusta e eficiente, afinal de contas eles chegam, em sua maioria, para a partida, quando cada segundo gasto no metro/ônibus/trânsito pode significar atrasar para assistir o jogo.

E o BR? Como disse, somos tratados como vilões. Estamos à mercê dos interesses da Globo e seus horários de transmissão que não atendem ao consumidor/cidadão médio, da ineficiência dos gestores públicos, do despreparo das autoridades de segurança, ... e mesmo assim, somos culpados quando a média de público é baixo, quando surgem conflitos entre torcidas, ....

Não tiro o papel da torcida em momento algum, mas será que o problema é realmente o preço do ingresso?

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Dizer que o brasil tá "tomando o rumo do futebol mundial" ou "indo na direção certa" é no mínimo risível.

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1 hora atrás, Deod disse:

Dizer que o brasil tá "tomando o rumo do futebol mundial" ou "indo na direção certa" é no mínimo risível.

Tomar rumo do futebol mundial é diferente "fazer o certo". Não é mistério que o futebol foi "elitizado" em grande parte do mundo.

A questão é que o futebol brasileiro é diariamente cobrado em relação ao europeu na midia, sendo que claramente não há a menor possibilidade de se comparar e nem cobrar "disputa" de igual pra igual.

Mas o caminho se quisermos competir a longuíssimo prazo, sim, é tratar o futebol como negocio.

3 horas atrás, Yan Perisse disse:

Os setores atrás do gol, que são de torcidas diferentes, costumam igualar independente do clássico. Não falo lotar porque temos vários clássicos que ficam longe de lotar, vide o Fluminense e Botafogo recentemente. O único clássico que provavelmente teria mais torcida do Flamengo é contra o Botafogo, e também aconteceria com o Vasco contra eles, mas não é algo gritante. Nas cadeiras de lado, que são mistas, costumam dar bem mais flamenguistas mesmo, mas essas cadeiras são de torcedores de outro nível social, eles não vão fazem muita diferença. Os que fazem diferença são os torcedores que ficam atrás do gol.

E eu não vejo isso acontecendo em outros estados, a não ser que me mostrem o contrário.

Então, essa é uma parada bem do Rio mesmo... Não acho que aconteça em outros estados.

Postado

"Elitizado" pra quem? Porque na maioria dois países "modelo elitizado" qualquer trabalhador comum consegue pagar seu ingresso.

Enquanto nesses lugares o ingresso é caro porque as pessoas ganham bem e podem pagar, aqui é caro com as pessoas ganhando mal, sem perspectivas de melhora. Eu sei que é generalizar um pouco falar assim, mas basta olhar as % de ocupação dos estádios.

Tratar o futebol como negocio não significa excluir ninguém

Postado
1 hora atrás, Deod disse:

"Elitizado" pra quem? Porque na maioria dois países "modelo elitizado" qualquer trabalhador comum consegue pagar seu ingresso.

Enquanto nesses lugares o ingresso é caro porque as pessoas ganham bem e podem pagar, aqui é caro com as pessoas ganhando mal, sem perspectivas de melhora. Eu sei que é generalizar um pouco falar assim, mas basta olhar as % de ocupação dos estádios.

Tratar o futebol como negocio não significa excluir ninguém

Procure textos do Tim Vickery sobre a "elitização/teatralização" do futebol europeu (principalmente do inglês)

Cruzeiro vs Flamengo teve ingressos à 20 reais para o Sócio "Time do Povo" (anuidade de 144 reais ou 12x de 12 reais mensais). Ou seja, o sócio do plano mais barato pagou 26 reais pra ver o jogo no setor mais barato (preço do ingresso + mensalidade do sócio / por dois jogos em casa no mês). Se esse é o valor cotidiano, o trabalhador pagaria 42 reais por mês para ver os jogos do time no setor mais barato.

Quem recebe um salario minimo aqui consegue consumir qualquer tipo de lazer? Na Europa consegue? O pode de compra é maior aqui ou lá? É um problema cronico da nossa economia ou só do futebol? Quem exclui é o futebol ou é a nossa própria economia? E mais, será que preço do ingresso é realmente o que está afastando o torcedor dos estádios? Porque o preço do ingresso sobe absurdos em fases boas e mesmo assim os estádios lotam? 

O brasileiro tem o poder de compra menor do que o argentino e o mexicano. Ver a mídia cobrando "competição" com a Europa é uma bizarrice sem tamanho. Caíram (presidente, governadores, prefeitos, cartolas, jornalistas) no oba-oba da Copa do Mundo...

Quando eu digo que futebol é negocio, sim, eu quero dizer que o clube precisa encontrar uma forma de maximizar seus ganhos e diminuir seus prejuízos. Eu lembro de quando a mídia repetia sem parar que os times brasileiros precisavam ganhar novas fontes de receita além da TV, que alvo deveria ser bilheteria. Erraram, o Bayern por exemplo ganha com Marketing O DOBRO do que ganha em bilheteria.

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1 hora atrás, Dsmoreira disse:

Então, essa é uma parada bem do Rio mesmo... Não acho que aconteça em outros estados.

Não precisa necessariamente fazer as cadeiras mistas, a pouco tempo atrás era dois setores (um atrás do gol e outro do lado) pra cada torcida. Com esse negócio de unir torcedores rivais, criou-se os setores mistos.

Eu vi pouco isso fora do RJ, talvez em RS e em MG.

Postado
Agora, Yan Perisse disse:

Não precisa necessariamente fazer as cadeiras mistas, a pouco tempo atrás era dois setores (um atrás do gol e outro do lado) pra cada torcida. Com esse negócio de unir torcedores rivais, criou-se os setores mistos.

Eu vi pouco isso fora do RJ, talvez em RS e em MG.

Em Minas rolou em setores VIP. Tentaram fazer no RS, mas não sei como rolou por lá.

Postado
3 horas atrás, Dsmoreira disse:

 

Então, essa é uma parada bem do Rio mesmo... Não acho que aconteça em outros estados.

Vc fala quanto ao pessoal que fica do lado do campo ser "mais rico"?
Então, até esse ano, pelo menos para o Cruzeiro, os ingressos do lado do campo eram mais caros, no vermelho que é o que aparece na televisão, era 60 o inferior e 80 o superior, o roxo então é 100+.
Mas esse ano alguns jogos estão com a promoção de 20 reais o ingresso no vermelho inferior, que esgota rápido e pega um sol dos infernos.
 

1 hora atrás, Dsmoreira disse:

 

Cruzeiro vs Flamengo teve ingressos à 20 reais para o Sócio "Time do Povo" (anuidade de 144 reais ou 12x de 12 reais mensais). 

 

Opa, o Sócio "Time do Povo" não pagou 20 reais não.
Sócio time do povo pagou 26 reais, no setor que o ingresso é 30 reais.
O Sócio que paga metade é o "Cruzeiro sempre", 30 reais por mês.
Aliás, minto, pagou 20 reais sim, na promoção do vermelho inferior, que qualquer torcedor comum também pagava 20, mas essa promoção some nos grandes jogos.

E ainda assim, o maior problema é o transporte pro Mineirão, que é um lixo

Agora em um jogo o cara tem que pagar 30R$ + alimentação, que se for dentro do estádio da cerca de 20R$, fora nas barracas da + o - 15R$, + transporte.
Por jogo, se o cara morar em um lugar que passa ônibus pro Mineirão, ele paga no minimo 55 R$, isso que o Cruzeiro abaixou os preços dos ingressos por agora..

E estamos falando de um ingresso relativamente "barato", pega o do Flamengo, do Palmeiras, Corinthians, etc.
 

Postado
22 minutos atrás, M&M disse:

Vc fala quanto ao pessoal que fica do lado do campo ser "mais rico"?

Não, de ter torcida mista em clássico nesses setores. Ou você vê isso aqui em Minas?

31 minutos atrás, M&M disse:

Vc fala quanto ao pessoal que fica do lado do campo ser "mais rico"?
Então, até esse ano, pelo menos para o Cruzeiro, os ingressos do lado do campo eram mais caros, no vermelho que é o que aparece na televisão, era 60 o inferior e 80 o superior, o roxo então é 100+.
Mas esse ano alguns jogos estão com a promoção de 20 reais o ingresso no vermelho inferior, que esgota rápido e pega um sol dos infernos.
 

Opa, o Sócio "Time do Povo" não pagou 20 reais não.
Sócio time do povo pagou 26 reais, no setor que o ingresso é 30 reais.
O Sócio que paga metade é o "Cruzeiro sempre", 30 reais por mês.
Aliás, minto, pagou 20 reais sim, na promoção do vermelho inferior, que qualquer torcedor comum também pagava 20, mas essa promoção some nos grandes jogos.

E ainda assim, o maior problema é o transporte pro Mineirão, que é um lixo

Agora em um jogo o cara tem que pagar 30R$ + alimentação, que se for dentro do estádio da cerca de 20R$, fora nas barracas da + o - 15R$, + transporte.
Por jogo, se o cara morar em um lugar que passa ônibus pro Mineirão, ele paga no minimo 55 R$, isso que o Cruzeiro abaixou os preços dos ingressos por agora..

E estamos falando de um ingresso relativamente "barato", pega o do Flamengo, do Palmeiras, Corinthians, etc.
 

Você só confirmou o que o @espk disse.

Tem TANTOS dificultadores (segurança, mobilidade urbana, preço da alimentação FORA E DENTRO do estádio) que é leviano falar que O PREÇO é o dificultador.

Postado
2 minutos atrás, Dsmoreira disse:

Não, de ter torcida mista em clássico nesses setores. Ou você vê isso aqui em Minas?

Você só confirmou o que o @espk disse.

Tem TANTOS dificultadores (segurança, mobilidade urbana, preço da alimentação FORA E DENTRO do estádio) que é leviano falar que O PREÇO é o dificultador.

Tem um setor especial da Minas Arena que costuma ter torcida mista, mas é o setor mais caro e é bem pequeno.
Sim, falando de Minas Gerais é isso mesmo.

Postado
18 horas atrás, Yan Perisse disse:

É nesse ponto que eu discordo que um clássico deva ser num estádio próprio, acho que deveriam ser SEMPRE num estádio neutro com 50% pra cada. Maracanã, Pacaembu e até Serra Dourada estão sem uso nenhum, poderiam fazer os clássicos que tenham um bom público pra esses estádios. Só concordo com 90% contra 10% em situações que não há um campo neutro, como em Porto Alegre e em Santa Catarina.

Que mundo vc tá vivendo? O time constrói o estádio, paga manutenção, tem vantagem pelo mando de campo e vai querer jogar em campo neutro?????

Postado
6 minutos atrás, M&M disse:

Tem um setor especial da Minas Arena que costuma ter torcida mista, mas é o setor mais caro e é bem pequeno.
Sim, falando de Minas Gerais é isso mesmo.

É o setor VIP, eu até citei lá.

Postado

Óbvio que os altos preços são um dificultador.

Não é o único fator de uma equação complexa, como o Espk expôs muito bem. Mas, pra MUITA gente, é talvez o fator mais determinante. 

A discussão está ótima! Continuem. Deixo aqui uma declaração do presidente do Bayern, Uli Hoeness, sobre o preço dos ingressos da temporada:

"Nós poderíamos cobrar mais de 104. Vamos supor que cobrássemos 300; ganharíamos mais 2M de receita, mas o que é 2M pra nós? Em uma negociação de transferência, você briga por esse valor por cinco minutos. Mas a diferença de 104 pra 300 é enorme pro torcedor. Nos não vemos o nosso torcedor como uma vaca, em que você a ordenha e tira seu leite. Futebol tem que ser pra todos. Essa é a grande diferença entre a gente e a Inglaterra"

Postado

Ir na Arena é um negócio caro, mesmo pra quem é sócio e é demorado mesmo pra quem tem estacionamento lá dentro, como eu. Já fui de trem, já fui de ônibus e posso dizer que é uma merda FODA. Garanto que tem muita gente que vai não só por causa do preço (que pra mim é o principal motivo de a galera não ir), mas também não vai por causa da falta de segurança e acessibilidade. Eu morava na zona sul da cidade e a Arena é na ponta da zona norte da cidade. Pode ter certeza que a saída do estádio até chegar no centro em dia de jogo grande é 50 minutos, uma hora. Pra chegar em casa é de uma hora e meia a duas horas em jogos de 35k+.

O problema não é exatamente do clube, é da cidade. Tem projetos pra melhorar isso, mas não tem dinheiro, vontade ou apoio à iniciativa privada (não sou liberal, mas também não sou burro).

Por outro lado, o clube também é culpado em certos pontos:

- Os times são MUITO FRACOS. Todos, SEM EXCEÇÃO. Não tem NENHUM TIME no Brasil que conseguisse jogar de igual pra igual com o top 3/4 das principais ligas da Europa. O nível em geral é maior lá. Eu iria ver o Ronaldinho Gaúcho EZ, mas não vou dizer que eu vou na Arena pra ver Luanel e cia., eu vou pra ver o Grêmio jogar;

- Os ingressos estão num nível em que hoje, com a crise que se encontra o país, chega a ser impraticável. Quem tem 40~50 contos pra ir uma ou duas vezes por semana? E não é só isso, abigos: vai passagem, comida, estacionamento, cerveja pra quem bebe... eu quando vou na Arena é uns 50 pila sempre. E tem mais a mensalidade pra quem é sócio. Meu plano é de 250 pilas, bota mais uma ou duas idas por semana e tu gasta soltinho uns 500~600 pila por mês. Imagina pra quem ganha um salário mínimo? Tu vai gastar 200, 300 contos por mês com teu time? Não vai, malandro. E ai tu não pode pensar no cara que pode pagar isso (sofrendo, mas pagando), tem que pensar no cara que NÃO PODE, no cara que ganha um salário mínimo mas que ama o clube e que iria em todos os jogos se tivesse condição financeira pra isso;

O poder aquisitivo do brasileiro em relação a um ingresso não é o mesmo que o poder aquisitivo do europeu em relação ao ingresso dele. Esse fator é o mais importante, pra mim.

Só pra dar um exemplo de como as coisas funcionam aqui e lá. Aqui o Grêmio fez a Arena, apresentou um pojeto de melhoria nas redondezas e pra ajudar a revitalizar o lugar e... nada. Nada, há anos nada.

Ai o Liverpool faz uma reforma no estádio, quer dar uma revitalizada no CT, apresenta um pojeto de melhoria nas redondezas e... é atendido!

Ai tu vê a diferença e o motivo de ter estádio lotado na Europa e tudo caro aqui. Não faz sentido.

Os clubes deveriam pensar em melhorar de forma a trazer aquele torcedor que pode pagar 10, 15, 20 pila pelo ingresso; as prefeituras precisam melhorar o acesso aos estádios porque é patrimônio da cidade; e os estados tem que dar segurança suficiente pra ti conseguir ir num jogo. Esse era é o sonho que eu não vejo acontecer aqui nunca.

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