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Quatro mil ‘piratas’ invadiram o Couto Pereira e fizeram uma festa inesquecível ao Belgrano


Luiz A. Borel

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Quatro mil ‘piratas’ invadiram o Couto Pereira e fizeram uma festa inesquecível ao Belgrano

belgrano

O Belgrano desfrutou de um momento inédito nesta quarta. Pela primeira vez em seus 111 anos de história, o clube argentino disputou um confronto oficial fora do país. E o momento especial contou com uma mobilização impressionante de sua torcida, escancarando a todo o continente a paixão em celeste e branco – algo parecido com o que aconteceu com o Santa Cruz, mas em maior intensidade. Cerca de quatro mil fanáticos deixaram Córdoba para invadir o Couto Pereira, fazendo jus ao apelido de ‘piratas’. Mais do que alimentar a devoção, puderam também comemorar a vitória. Os visitantes triunfaram por 2 a 1 e largam em excelente vantagem para o jogo de volta pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana.

Os últimos meses têm sido fervilhantes para o futebol de Córdoba. A cidade poderá reviver o seu clássico na elite do Campeonato Argentino após 15 anos, diante do retorno do Talleres à primeira divisão. E se os rivais voltaram a ficar em evidência, o Belgrano respondeu em grande forma. La T se gaba pela conquista da Copa Conmebol de 1999, em memorável final contra o CSA. Agora, contra adversários de mais peso, os piratas é que se sobressaem na Sul-Americana. Eliminaram o Estudiantes, antes de cruzar com o Coritiba.

A viagem ao Brasil passou, então, a ser tratada como um evento histórico para o Belgrano. Uma multidão abraçou a empreitada de atravessar os dois mil quilômetros que separam Córdoba de Curitiba. Ao todo, 28 ônibus saíram da Argentina, enquanto muitos resolveram se aventurar também de carro. Além disso, uma significativa massa albiceleste também se fez notável nos aeroportos das duas cidades. Tudo pronto para uma noite inesquecível.

A torcida do Coritiba não fez por menos. A recepção alviverde tomou os arredores do Couto Pereira e o estádio registrou o seu melhor público em 2016, com 23 mil pagantes. Mesmo assim, quem chamava a atenção era a hinchada do Belgrano. Os piratas lotaram o setor visitante com uma típica festa argentina, colorida por trapos e ritmada por bumbos. A cantoria começou antes do apito inicial, não se interrompeu no intervalo e ganhou mais força com o fim do jogo, para celebrar o resultado.

A torcida do Belgrano e seus trapos no Couto Pereira
A torcida do Belgrano e seus trapos no Couto Pereira

O Belgrano abriu o placar com apenas quatro minutos, graças a Claudio Bieler – aquele mesmo, ex-LDU e Racing. Já no segundo tempo, Nahuel Luján ampliou e pôde ter o gosto de comemorar junto à torcida. O Coritiba, que perdeu a chance de empatar no primeiro tempo em pênalti cobrado por Kazim, só descontou a 15 minutos do fim, com Leandro. Consumada a vitória, os jogadores albicelestes se dirigiram às arquibancadas para agradecer o apoio incondicional daqueles que se doaram muito.

O reencontro, por si, deve ser um evento à parte. O Estádio Mario Kempes, em sua grandiosidade, certamente estará cheio. Será um confronto cardíaco para tentar confirmar a vantagem do Belgrano e fazer durar ainda mais esse sonho de América. O Coritiba terá trabalho para reverter o quadro. Precisará de um esforço imenso para justificar a queda de uma torcida que já fez tanto, independente do resultado.

http://trivela.uol.com.br/quatro-mil-piratas-invadiram-o-couto-pereira-e-fizeram-uma-festa-inesquecivel-ao-belgrano/

Espetacular.
Belgrano é um time muito querido.

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Foi absurdo o que aconteceu ontem no Couto. Pra mim foi um choque de realidade mesmo.

Lá na Argentina tem alguma coisa que eles fazem de muito certo que aqui a gente não sabe, porque eu nunca vi uma torcida com tanto fanatismo e devoção. Nada aqui no Brasil chega nem perto daquilo.

 

Antes do jogo eu tava la fora tomando umas e tinha um monte de argentinos confraternizando e bebendo junto. Entre um gole de Fernet con Coca e outro os cara falavam que tinham largado tudo lá. Tavam pouco se fodendo pro emprego, simplesmente pegaram o carro/onibus e vieram pra Curitiba.

 

Sem falar o que aconteceu em campo. Fomos dominados em todos os sentidos, mas o que mais me assustou foi o físico. Aqui nos jogos do Brasileirão os meias do Coxa tem tempo pra dominar e pensar antes de fazer um passe errado. Ontem eles simplesmente não respiraram. Os caras marcaram pressão, chegando com 2 ou 3 em cada bola O JOGO INTEIRO.

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