trivela Quando Zanetti viu um "novo Ronaldo"

[Bruno Caetano.]

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O golaço de Adriano contra o Real Madrid que fez Zanetti ver um ‘novo Ronaldo’

Em 15 de agosto de 2001, a Internazionale entrava em campo diante do Real Madrid para a disputa do Troféu Santiago Bernabéu. O que deveria ser apenas um torneio amistoso, contudo, serviu para revelar uma pérola que os nerazzurri tinham acabado de adquirir. Vieri abriu o placar, enquanto Hierro buscou o empate. Já o gol decisivo na vitória por 2 a 1 dos italianos veio dos pés de Adriano, então com 19 anos. O atacante soltou a bomba de canhota, no ângulo, para sair como grande destaque da noite. “Se o sucesso da Inter em Madri tem um nome, ele é o de Adriano Leite Ribeiro”, escreveu o site dos merengues na época.

Aquele foi o primeiro gol de Adriano pela Internazionale. O centroavante não se firmaria em sua primeira passagem por Milão, emprestado pouco depois para a Fiorentina e posteriormente vendido ao Parma. Mas voltou com tudo em 2004, para viver a sua melhor fase. Até o início de seu declínio, que, tirando certos períodos, o levou ao fim precoce da carreira.

Aproveitando a ocasião, reproduzimos interessante depoimento dado por Javier Zanetti, em sua autobiografia, sobre o talento de Adriano. Diz muito.

“Assim que Adriano chegou à Internazionale, marcou em um amistoso contra o Real Madrid um gol de potência impressionante. Pensei comigo: ‘Este vai ser o novo Ronaldo’. Tem físico, talento, velocidade. É um rapaz das favelas, e eu conheço bem as villas, suas irmãs em miséria na Argentina. Estava próximo do Adriano, sabia dos problemas que pode gerar o dinheiro em gente que viveu na pobreza. É a pior das drogas. Mas Adriano tinha um pai que o guardava e era um herói para ele”.

“Porém, no começo de uma temporada, aconteceu o inimaginável: ele recebeu uma ligação do Brasil e disseram que seu pai havia morrido. É algo que pode te mudar para sempre. Eu vi ele chorando, jogou o telefone, começou a gritar que não era possível. Depois deste dia, Moratti, o time e eu decidimos acolhe-lo como um irmão, proteger. Durante este tempo, seguiu jogando, fazendo gols e dedicando ao seu pai, apontando para o céu. Convencemos a trazer a mãe e a namorada, continuava uma rocha nos treinos, três de nós não conseguíamos movê-lo de tão forte. É um garoto ótimo. Eu passava a noite com Iván Córdoba tentando encorajá-lo. Iván disse: ‘Você não percebe que é um misto de Ronaldo e Ibrahimovic? Tem tudo para se tornar melhor que eles’. Mas falhamos, não conseguimos tirá-lo da depressão. Adriano chora, volta para o Brasil sem explicação, briga com a namorada, cai na saudade”.

@Trivela

 

[Perissé]

Que história é essa. Adriano foi uma pena, tinha tudo pra ter sido um bom jogador. Arrebentou no Flamengo com apenas 27 anos, podia viver um bom momento até uns 32/33 anos se tivesse um psicológico forte.

[Bigode.]

Eu li essa declaração do Zanetti "na íntegra", em espanhol, dias atrás, justo no dia do aniversário do argentino.

Ele diz justamente que o maior arrependimento que ele tem é não ter conseguido salvar a vida (e a carreira) do Adriano. Foda.

[xBode]

Aquela final da copa América de 2004...

[Amoba]

Adriano era muito foda, um dos jogadores que tive a realização de ver com a camisa do meu time, pena não ter tido cabeça em vários momentos. A decisão dele voltar ao Brasil no inicio foi bizarra, mas depois se mostrou bem proveitosa com o titulo de 2009, ele estava no time de coração, com a torcida idolatrando ele, e sendo cogitado pra seleção de novo mas que porra que ele foi fazer na Roma! Essa pra mim foi a pior decisão da carreira dele, muito mais do que voltar pro Brasil. 

[JhGimenes]

Não consigo pensar em um talento desperdiçado maior.

Adriano era MUITO bom e poderia ter ido muito mais longe do que foi. A morte do pai dele foi uma catástrofe pra carreira e pra vida dele como um todo.

Uma grande pena...

[Ichthus]

Será que dava pra ele ser o terceiro nome da bola de ouro?

[Perissé]

1 hora atrás, Ichthus disse:

Será que dava pra ele ser o terceiro nome da bola de ouro?

Eu acho que se a carreira chegasse no auge que todos imaginavam, provavelmente sim.