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Polícia prende sete pessoas em operação contra apostadores

A Polícia Civil prendeu na manhã desta quarta-feira sete pessoas, em operação para desmantelar uma quadrilha de apostadores que manipulava resultados de partidas de futebol. No total, são dez mandados de prisão temporária e dois de busca e apreensão, em investigação comandada pelo Drade (Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva).

A Operação Game Over tem alvos em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. As prisões foram efetuadas na capital paulista, em São José do Rio (SP) e Bauru (SP). Em Maracanaú (CE), um empresário foi levado para a Divisão de Homicídios de Fortaleza e será encaminhado para São Paulo. 

Carlos Luna, goleiro que atuou pelo América-SP em 2015 e atualmente está sem clube, é acusado de aliciar jogadores. Preso em Rio Preto nesta quarta-feira, ele negou ter recebido dinheiro e disse não ter ligação com o suposto esquema.

Os suspeitos atuavam, principalmente, em jogos de divisões inferiores, como as Séries A-2 e A-3 do Paulista. No começo do ano, jogadores do Barueri denunciaram um esquema para que o time fosse derrotado pelo Rio Preto na terceira divisão de São Paulo.

A investigação durou nove meses e apurou que o placar era manipulado para beneficiar apostadores asiáticos, que faziam apostas pela internet. A propina para pagar os técnicos e jogadores vinha de bolsas de apostas da Indonésia, Malásia e China. Nenhum dos acusados é estrangeiro.

O esquema era chefiado por um agenciador carioca e um ex-jogador de futebol que atuou na Indonésia. Em São Paulo, a Polícia Civil realizava escutas telefônicas desde outubro do ano passado, pelo menos, quando instaurou inquérito sigiloso para investigar as denúncias.

A Federação Paulista de Futebol se manifestou através de nota oficial a respeito da Operação Game Over, deflagrada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (6). Veja abaixo:

A Federação Paulista de Futebol vê a Operação Game Over, deflagrada nesta quarta-feira (6), como um importante passo para o combate à prática de manipulação de resultados no futebol.

A FPF informa que todas as denúncias ou suspeitas a que tivemos acesso sempre foram prontamente encaminhadas ao Ministério Público e contribuíram para esta investigação.

Lembramos que a FPF já vem tomando medidas de combate a estes delitos: criou o Comitê de Integridade, que apura suspeitas e atua de forma colaborativa com as autoridades competentes a fim de identificar supostas ilegalidades em partidas.

Além disso, contratamos a empresa suíça SportRadar, especializada em monitorar resultados suspeitos e possíveis manipulações de resultados.

Desta maneira, vamos continuar atuando no combate à manipulação de resultados, modalidade criminosa que acomete o futebol mundial.

Fonte: GloboEsporte.com

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Esquema de manipulação de resultados pode ser maior, diz delegada

De acordo com a delegada Kelly de Andrade, da Polícia Civil de São Paulo, as sete prisões realizadas nesta quarta-feira em operação contra uma quadrilha que manipula resultados no futebol fazem parte apenas da primeira fase da investigação, que pode ser maior.

Nesta quarta-feira, policiais paulistas cumpriram sete mandados de prisão temporária em Bauru, Sorocaba, São José do Rio Preto (todas no interior do estado), São Paulo, Maracanaú (CE) e Rio de Janeiro. Outros três acusados, dois no Rio e um no Rio Grande do Norte, não foram encontrados.

Eles integram uma quadrilha que alicia atletas, técnicos e dirigentes para fraudar resultados esportivos em favorecimento a apostadores - a investigação apurou que o dinheiro vem da Ásia, de países como China, Malásia e Indonésia.

Um dos presos é o goleiro Carlos Lins, de 33 anos, que atuou no América de Rio Preto no ano passado. Ele negou as acusações.

– Estamos numa primeira fase, que foi à rua para que pudéssemos deter os indivíduos, ouvi-los e para conseguir mais provas para saber a extensão da atuação da quadrilha – afirma a delegada.

– A investigação continua e nada impede que ela cresça – completou.

O inquérito foi instaurado após pedido do Ministério Público de São Paulo em outubro do ano passado.

Uma das partidas suspeitas é a vitória do Rio Preto sobre o Barueri, por 4 a 0, em fevereiro deste ano.

A delegada, entretanto, não informou quantos outros jogos estariam sob o investigação, já que o inquérito ainda está em segredo de Justiça.

Fonte: GloboEsporte.com

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Relatórios confidenciais evidenciam manipulação de resultados no Brasil

As prisões realizadas na manhã desta quarta-feira pela Polícia Civil no Rio de Janeiro, São Paulo e Ceará em operação denominada "game over" para combater a manipulação de resultados no futebol foram baseadas, além de grampos telefônicos, em relatórios sigilosos de empresas especializadas no ramo. Elas já trabalham de forma pró-ativa de olho no mercado brasileiro, identificado como próximo grande alvo das quadrilhas asiáticas que fraudam resultados esportivos. O GloboEsporte.com teve acesso aos relatórios sigilosos que embasam as denúncias contra os presos nesta manhã. Os documentos mostram detalhadamente a oscilação de apostas antes e durante os jogos, com a movimentação suspeita que aponta a fraude. Esse tipo de relatório, de acordo com um executivo de uma dessas empresas especializadas consultados pela reportagem, só é feito em casos de suspeita muito forte de manipulação.

A única entidade no Brasil que faz um trabalho de prevenção efetivo é a Federação Paulista de Futebol (FPF). No início do ano, ela contratou a Sport Radar, empresa que também trabalha para outras entidades do futebol como Uefa, Concacaf, AFC, além de outros esportes. A situação é crítica no país, e o cenário é perfeito para a atuação dos grupos organizados. Competições de baixa visibilidade, jogadores com salários baixos, árbitros não profissionalizados, e nenhuma fiscalização preventiva pelas entidades que regem o futebol do país.

Mais de 10 anos depois do escândalo que abalou o Campeonato Brasileiro de 2005, envolvendo o árbitro Edílson Pereira de Carvalho, a CBF não tem qualquer equipe especializada interna ou terceirizada para monitorar e garantir a integridade dos jogos que organiza. A função fica nas mãos do corregedor de arbitragem Edson Rezende que, sozinho, pouco tem a fazer e admitiu depender basicamente de "denúncias" para agir:

- Pode ser que em razão dessa possibilidade da presença em mais jogos no Campeonato Brasileiro ela venha a contratar alguma empresa nesse sentido. Hoje está na situação de depender das denúncias.

Rezende também comentou o trabalho que existe atualmente:

- A estrutura que existe são os eventos realizados aonde são proferidas palestras pela Procuradoria do STJD, alertando clubes, jogadores árbitros, em função de qualquer suspeita tem de haver denúncia. Quando ocorrem possíveis suspeitas e a gente toma ciência, encaminhamos para os órgãos competentes. Esse trabalho tem de ser feito pelos órgãos competentes.

O procurador do STJD, Paulo Schmitt, que vem há algum tempo participando de eventos e seminários até da Interpol, já tinha conhecimento dos relatórios obtidos pelo GloboEsporte.com e afirmou ter informado CBF e Ministério Público dos respectivos estados sobre os casos.

- As autoridades não estão preparadas para combater. É um esquema muito grande, tanto no volume de apostas, como pelo número de apostadores espalhados pelo mundo inteiro. Imagino que tenha material para trabalhar contra esse crime organizado por muito tempo. O Brasil tem fatores que propiciam essas fraudes. O país é muito grandes, tem muito produto para manipulação, e não temos divisões especializadas nem nas federações esportivas, à exceção da paulista, como também não tem no Ministério Público e nas autoridades policias uma importância dada ao tema. As primeiras capacitações sobre o tema foram há cinco, seis anos, e a evolução do problema é muito rápida. Ainda estamos desprotegidos - explicou.

Atlético Sorocaba 0x9 Santo André - Paulista Sub-20 - 2015


O relatório de investigação da partida ao qual o GloboEsporte.com teve acesso foi feito pela empresa Indexxdata, que trabalha em parceria com a Fifa. O documento destaca o placar "surpreendentemente alto" e descreve o cenário de que a partida foi jogada na primeira fase, com o Sorocaba sem chances de classificação. O relatório explica a razão da investigação:

"O Santo Andre venceu o primeiro jogo contra o Sorocaba, em casa, por 2 a 0 (1/07/2015). O jogo foi relativamente parelho, até o minuto 75 o Santo André liderava por 1 a 0. O Sorocaba perdeu oito em 21 jogos, todos relativamente parelhos, e o time só sofreu mais de três gols uma vez. Os jogos terminaram geralmente com um máximo de dois gols de diferença. A defesa do time era muito sólida, mesmo contra as melhores equipes do grupo, como Santos ou São Paulo. Não havia razão para que o clube sofresse um número tão elevado de gols. As probabilidades ("odds") de uma vitória fora estavam caindo de forma massiva antes do jogo nos mercados europeu e asiático. Além do pré-jogo, também houve movimentação anormal monitorada em mercados com aposta durante as partidas".

Em seguida, o documento traz a investigação do jogo, apontando que o Santo André terminou o primeiro tempo vencendo por 1 a 0. Em 39 minutos, marcou oito gols. Três jogadores do Sorocaba receberam cartões vermelhos, e o técnico também foi expulso. Depois, uma constatação suspeita:

"No jogo bem sucedido contra o time mais forte do grupo, o São Paulo, em 1 de agosto de 2015 (0 a 0), o Sorocaba atuou com jogadores totalmente diferentes. Dos 18 relacionados, somente dois foram novamente relacionados para o o jogo suspeito contra o Santo André dois meses depois. Ambos os jogadores foram reservas não utilizados contra o São Paulo. O mesmo aconteceu no dia 9 de setembro, contra o segundo time mais forte do grupo, o Santos, três semanas antes do jogo contra o Santo André. O Sorocaba atuou com um time diferente e muito mais forte (idêntico ao da escalação contra o São Paulo). Novamente, somente dois relacionados para este jogo atuaram contra o Santo André. 

Uma investigação mostrou que o Atlético Sorocaba disputou a partida com jogadores Sub-17 e Sub-16. Jogadores Sub-20 estavam completamente ausentes. De acordo com a nossa informação, o clube resolveu dar férias aos jogadores Sub-20. (...) Um dia antes do jogo contra o Santo André, um jornal local bem informado, concentrado em esportes na área de Sorocaba, informou a escalação prevista para a partida, que consistia no melhor time Sub-20 do Sorocaba. Nenhum sinal de Sub-17 no jogo".

Audax 3x0 Duque de Caxias - Copa Rio - 2015
A partida válida pela Copa Rio, competição disputada por clubes de menor porte no Estado, teve fortes suspeitas de manipulação com um agravante: as apostas indicam um grande volume colocado no resultado exato, o que torna a fraude mais complexa e possivelmente envolvendo os dois clubes. A reportagem teve acesso ao relatório da empresa Sport Radar sobre a partida. Foram monitorados 400 bookmakers (os que operam as apostas) e constatado que todos os bookmakers da Ásia retiraram o jogo da sua lista aos 84 minutos. 

"Dado que os precisamente orquestrados padrões de apostas observados para a partida têm exatamente três gols no total, é provável que ambos os times tenham sido cúmplices na manipulação dessa partida. (...) Houve uma aposta altamente suspeita para que o Duque de Caxias essencialmente perdesse por um placar de 3 a 0, com padrões de apostas evidentes nos primeiros minutos do segundo tempo. As probabilidades de retorno para esse desfecho caíram a níveis preocupantes sem nenhuma justificativa e está claro que grandes quantias estavam sendo apostadas de modo a suprimir as probabilidades a níveis tão baixos. 

(...) Dessa forma, os serviços de segurança acreditam que é muito possível que os sindicatos de manipulação de resultados asiáticos tenham infiltrado equipes nas ligas brasileira com o único propósito de gerar lucros de apostas fraudulentas".

Rio Preto 4x0 Barueri - Paulista Série A3 - 2016

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Um dos casos, em São Paulo, já era conhecido e foi amplamente noticiado no início deste ano. O jogo entre Rio Preto e Barueri, em fevereiro, gerou um documento de 39 páginas da empresa. Diz o relatório, gerado pela Sport Radar:

"Nos live markets (como são chamados os sites que oferecem apostas também durante as partidas), houve apostas muito fortes e suspeitas de que o Barueri perderia a partida por pelo menos dois, três e quatro gols, ao lado de apostas igualmente suspeitas em partida com muitos gols. Embora tenha havido apostas suspeitas para esses desfechos em vários placares, o período mais significante de aposta foi observado com o placar em 1 a 0, e refletiu um nível muito suspeito de confiança na derrota do Barueri por um mínimo de dois gols de diferença em um jogo com pelo menos quatro gols no total".

Botafogo 4x0 Quissamã - Campeonato Carioca - 2013
Dois relatórios gerados pela equipe interna da Fifa e entregue aos GloboEsporte.com pelo procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) apontam suspeitas em dois jogos do Campeonato Carioca. O primeiro deles é da partida Botafogo 4 x 0 Quissamã, em 16 de março de 2013. Diz o documento:

"As probabilidades parecem suspeitas em todos os bookmakers da Ásia. Logo antes do intervalo, as probabilidades eram normais, mas então elas caíram drasticamente, significando que muitos apostadores estavam colocando dinheiro em mais de 2.75 gols na partida. (...) Como houve mais três gols marcados na partida, todas essas apostas venceram.(...) Do nosso ponto de vista, esses movimentos de probabilidades são suspeitos e essa partida provavelmente foi manipulada".

Vasco da Gama 3x1 Quissamã - Campeonato Carioca - 2013

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No outro relatório interno gerado pela Fifa, a partida entre Vasco e Quissamã pelo Campeonato Carioca também levantou suspeitas. O documento também foi entregue à reportagem por Schmitt e traz demonstrações dos mercados de apostas para embasar as suspeitas:

"As probabilidades caíram de 2.12 para 1.46 (ou seja, em 2.12, para cada 100 dólares apostados, o apostador recebe 212; com 1.46, para cada 100 dólares, o apostador recebe 146) nos primeiros 33 minutos do jogo, isso com uma linha constante de 2.75 gols. Como o jogo terminou com quatro gols no total, todas essas apostas venceram. (...) Baseado nos dados disponíveis, o comportamento das probabilidades durante o jogo é altamente suspeito e a partida provavelmente foi manipulada".

Itapipoca 4x0 Icasa - Campeonato Cearense - 2016
A partida também teve um relatório gerado por uma das empresas especializadas no ramo, mas a reportagem não teve acesso a esse documento. Um executivo da companhia consultado pelo GloboEsporte.com revelou que a aposta mais suspeita foi durante a partida, quando o Itapipoca já vencia por 3 a 0. Houve um grande volume de dinheiro de pessoas apostando que haveria mais gols do Itapipoca, sem que sofresse nenhum gol. O profissional ressaltou que o último gol da partida foi "defendido de forma pobre".

 

Fonte: GloboEsporte.com

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Se vocês soubessem o que aconteceu no sub-20 da Nike, ficariam enojados...

  • Vice-Presidente
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Vasco 3 x 1 Quissamã ser suspeito de aposta só se os caras pararam de jogar bola e sossegaram com o resultado, é algo totalmente plausível

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Cadê o Bruno Athayde pra comemorar q o Atlético Sorocaba pode se ferrar? hahaha

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