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A história de uma joia chamada Paulo Dybala


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Há quem diga que Carlos Tévez foi peça fundamental para a grande campanha da Juventus nos últimos dois anos. Nesta temporada, porém, a Juve não precisou do Apache para vencer seu quinto título consecutivo.  A arma secreta – também argentina – atende pelo nome de Dybala. Paulo Dybala.

Como tantas histórias de imigrantes do pós-guerra, essa começa em Krasniow, na Polônia, quando o jovem Boleslaw Dybala decide partir para Argentina em busca de uma vida nova. Como tantas histórias de imigrantes, essa também segue o mesmo roteiro: o começo difícil na nova terra, a mudança para Córdoba, o amor, o casamento e os filhos.

O sonho de Adolfo Dybala, filho de Boleslaw, era que algum dos seus três filhos pudesse se tornar jogador profissional. Gustavo, o mais velho, não foi longe. Mariano, o filho do meio, não teve muita sorte. A fábula de Paulo Bruno Exequiel Dybala e da bola começou aos 4 anos de idade, mais pela perseverança do pai que por vontade própria. Em 2003, com apenas 10 anos, participou de uma peneira no Instituto Atlético Central Córdoba e encantou Santos Turza com três jogadas e a cara de pau de se apresentar com uma camisa do Boca Juniors. Turza, conhecido por seu faro para jogadores habilidosos, viu que o menino magrelinho tinha futuro.

A morte do pai, quando Paulo tinha 15 anos, mudou as coisas para a família, que se viu obrigada a deixar Córdoba e voltar para Laguna Larga. Paulo Dybala nunca deixou de acreditar que voltaria a jogar por “La Glória” e continuou treinando no Newell’s de sua cidade. Com o apoio da mãe Alicia e dos irmãos Gustavo e Mariano pôde realizar o sonho que ele e o pai compartilhavam, mesmo que isso significasse viver sozinho no alojamento do clube na La Agustina. As categorias de base do Instituto substituíam umas às outras e ele foi até chamado para vestir a camisa da seleção. Sem deixar passar nenhuma oportunidade, o futuro vislumbrado por Santos Turza parecia cada dia mais próximo.

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Todo el tiempo del mundo

Na temporada de 2010/11 foi promovido ao time principal, que disputava a segunda divisão. O Instituto precisava de toda ajuda possível para voltar à primeira ou, ao menos, melhorar a imagem depois do 10º lugar na temporada anterior. Naquele ano, o River Plate disputaria a Primera B Nacional, o que garantiria bastante atenção e cobertura mediática para a categoria.

Sua estréia oficial foi no dia 12 de agosto de 2011, na vitória contra oHuracán por 2 a 0. O primeiro gol como profissional veio oito dias depois contra o Aldosivi de Mar del Plata, partida que terminou empatada em 2 a 2. Em seu primeiro ano foi um dos destaques da série B. O Instituto fez a melhor campanha de sua história na Primera B Nacional, somando 70 pontos e uma série invicta de 19 partidas, que lhe garantiu o primeiro lugar por 20 rodadas competindo de igual para igual com River Plate,Rosario Central e Quilmes. No entanto, a derrota por 3 a 0 para o Ferro abalou o time, que caiu para o terceiro lugar e teve que disputar duas partida contra o San Lorenzo para decidir qual dos dois clubes seria promovido.

Por ter terminado o campeonato na terceira posição, o Instituto disputou a primeira partida em casa, no estádio Juan Domingo Perón de Alta Córdoba, mas a sorte sorriu para o San Lorenzo, que ganhou por 2 a 0, com gols do uruguaio Carlos Bueno. O segundo jogo, no Nuevo Gasómetro, terminou em 1 a 1 e condenou o Instituto a mais um ano na segunda divisão.

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Em apenas uma temporada, “el Chico Maravilla” bateu todos o recordes do time cordobês: é o único jogador do clube a marcar dois tripletes na mesma temporada por torneios da AFA, o único jogador a marcar por seis partidas consecutivas, contra Atlético Tucumán, Rosario Central, Patronato, Chacarita, Desamparados de San Juan e Defensa y Justicia.

Marcou o gol de número 1000 do Instituto, contra o Desamparados e se tornou o goleador mais jovem do time em torneios oficiais, superandoMario Kempes, que era o detentor do feito desde 1972. Mas este não seria o único recorde de Kempes derrubado por ele. Foi o primeiro jogador a disputar 38 partidas consecutivas em um campeonato profissional. E se bater Kempes é difícil, imagine se igualar a Diego Maradona. Também marcou três gols contra o Atlanta, em seu campo, aos 17 anos, 12.259 dias depois do triplete de Diego pelo Argentinos Juniors, em 1978.

Tendo batido todas as marcas em seu país, era hora de alçar voos mais altos. No fim da temporada, seu passe, que havia sido comprado por um grupo de investidores, foi vendido pela quantia de €12 milhões ao Palermo, clube que sempre teve um fraco por argentinos habilidosos, como Javier Pastore e Franco “Mudo” Vázquez.

Palermo Shooting
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Fazendo o caminho inverso do avô Boleslaw, Paulo deixou a Argentina e seguiu para Palermo, na Sicilia. Foram três temporadas com a camisa rosanera. A estréia foi na partida contra a Lazio, no dia 2 de setembro de 2012, substituindo Fabrizio Miccoli, ídolo da torcida. Os dois primeiros gols de Paulinho foram contra a Sampdoria, em 11 de novembro, 4 dias antes de completar 19 anos. Naquele ano, apesar das boas apresentações de Dybala, o Palermo foi rebaixado.

Com nomes como Abel Hernández, Franco Vázquez, Edgar Barreto, Michel Morganella, entre outros, o Palermo era o time mais forte da segunda divisão. O primeiro gol de Dybala na Série B foi contra o Bari, na vitória por 2 a 1, pela 27ª rodada. No dia 4 de maio de 2014, o time siciliano sagrou-se campeão com cinco rodadas de antecedência e garante sua volta à elite do futebol italiano.

O ano de 2015 começou com força total para Dybala, que marcou seu primeiro doblete da temporada na goleada de 5 a 0 em cima do Cagliari. Contra a Roma, o argentino foi às redes aos 100 segundos de partida, abalando os alicerces da equipe de Rudi Garcia, salva da derrota por um gol de Mattia Destro. No dia 25 de maio de 2015, em sua última partida com a camisa do Palermo, “U picciriddu” teve a honra de capitanear a equipe siciliana e saudar a torcida que o tinha acolhido com tanto carinho. Estava pronto para sua nova aventura.

Dias de Nietzsche em Turim

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Como uma série de provas de gincana, Dybala eliminou os obstáculos com impressionante facilidade. Herdou a camisa 21 de Pirlo sem sentir nenhum peso. Marcou o gol na Supercopa da Itália contra a Lazio e dois nas primeiras três partidas da Serie A. Substituiu e eclipsou Tévez no coração da torcida juventina.

Em seu primeiro ano com a camisa bianconera, entre Liga dos Campeões, Campeonato e Copa da Itália, Dybala marcou 20 gols, superando ninguém menos que Zlatan Ibrahimovic e David Trezeguet. Seu primeiro gol na Champions foi contra Manuel Neuer, do Bayern de Munique. Faltando três rodadas para o final da temporada, “La joya” já tem 16 gols, mesma marca de Michel Platini em seu ano de estréia na Serie A.

Dybi pode ser visto por todo o campo, ajudando na fase ofensiva e dando uma mão no meio campo e na defesa. As semelhanças com Omar Sívori, o outro argentino ídolo da Juventus, vão além das meias arriadas e das canelas finas. Os dois são da escola que domina a arte do drible e conduz a bola sempre próxima do pé.

Sívori, o rebelde, pouco fã de regras, era considerado egoísta ao extremo pelos companheiros de time. Era de fato, até que encontrou seu parceiro perfeito, dentro e fora do campo: o gigante galês John Charles. A cara metade de Dybala, no caso, é o fanfarrão francês Paul Pogba. Os dois têm uma parceria que rende videos divertidíssimos, com direito a passes deDab Dance.

Em campo, Dybi & Pog tem uma sintonia poucas vezes vista. Os méritos são todos de Massimiliano Allegri, que segurou Pogba na Juventus e manteve Dybala no banco por quatro das primeiras 8 partidas do campeonato. Conde Max repetia no início da caminhada: “Dybala jogará muitas vezes”. Entretanto, privar o time dos talentos do argentino cobrou um alto preço: a descida ao inferno. O pior início de campeonato da história juventina foi o prólogo para o scudetto mais emocionante da Velha Senhora. Título este que não seria possível sem Paulo Dybala, que devolveu com juros cada centavo dos 40 milhões pagos por seu passe.

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Em sete meses de Turim, conseguiu conquistar os companheiros, a comissão técnica e a torcida. Aos 22 anos, nada parece impossível para Paulo Dybala. Ele agora pretende bater mais alguns recordes e entrar para história da Juventus e da Albiceleste. Pelo pai Adolfo. E porque o velho Turza disse que ele tinha futuro.

https://todofutebol.com/2016/04/27/a-historia-de-uma-joia-chamada-paulo-dybala/

Pra quem joga FM, deve ter questionado a nacionalidade do Dybala em algum momento no jogo quando, por exemplo, optava defender a seleção polonesa. 

É de se impressionar a quantidade de recordes quebrados por Dybala. Acredito que quebrará ainda mais.
 

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Quando eu ouvi falar nele pela primeira vez (sem ver a fuça dele) eu imaginava que era africano. Sobrenome beeeeeem estranho pra um argentino.

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