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O Parma carregou uma multidão do estádio às ruas para celebrar a primeira etapa da redenção


VitorSouza

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O Parma deu o primeiro passo para voltar à elite do futebol italiano. Após ter decretado falência e ser rebaixado à quarta divisão, o clube conquistou neste final de semana o acesso à Serie D. E a redenção vem seguindo o roteiro de um épico: de maneira invicta, com velhos ídolos assumindo o papel de protagonistas e as arquibancadas do Ennio Tardini cheias. Para selar o feito, o time derrotou o Delta Rovigo por 2 a 1. Contou com uma enorme festa da torcida, que deixou o estádio para se espalhar pelas ruas da cidade. Momento perfeito para evidenciar a força do clube e o apoio que possui dos locais – uma motivação e tanto para seguir em frente, como outros clubes italianos que enfrentaram dificuldades parecidas.

Dividida em nove grupos regionais, a Serie D promove cada um de seus líderes. E o Parma ratificou a conquista estabelecendo o novo recorde da competição. Em 35 rodadas, os gialloblù somaram 85 pontos, com 25 vitórias e 10 empates. O principal nome do elenco é um velho conhecido da torcida: o capitão Alessandro Lucarelli. Em 2015/16, o veterano declarou: “Morri com o Parma e com o Parma quero renascer”. Desde 2008 no clube, o defensor foi o único remanescente do elenco da Serie A e atuou em 32 partidas. Ao seu lado, outros nomes importantes no acesso são o atacante Yves Baraye e o meio-campista Francesco Corapi.

Já fora de campo, o Parma também tratou de se cercar por gente de confiança. O técnico é Luigi Apolloni, defensor da equipe por 13 anos e ícone nas grandes glórias alcançadas ao longo dos anos 1990. E a presidência está nas mãos de Nevio Scala, treinador nas conquistas da Recopa Europeia de 1992/93 e da Copa da Uefa de 1994/95. “Estamos curtindo as recompensas de uma extraordinária campanha. Vamos aproveitar a vitória e, como primeira parte de um processo, esperamos que vocês nos vejam de novo como candidatos ao acesso na próxima temporada”, declarou Nevio Scala.

Mesmo na quarta divisão, o Parma contou com o digno apoio de sua torcida. O clube manteve média de 8,3 mil pagantes nas 18 partidas em casa – e vendendo cerca de oito mil carnês de temporada aos seus fiéis. Neste domingo, 15 mil compareceram às arquibancadas do Ennio Tardini e se somaram a ainda mais alguns milhares nas ruas da cidade. “Eu não tenho palavras. Raramente vou aos jogos, há muita tensão. Mas é fantástico que um clube amador possa apresentar um público deste nível. Alcançamos tudo aquilo que esperávamos e sonhávamos”, complementou Nevio Scala.

Para se reconstruir, o Parma conta com o auxílio da prefeitura e também de empresários locais – em especial, Guido Barilla, dono da famosa marca de massas e molhos. De qualquer maneira, o acesso na Serie D também dependeu bastante do comparecimento e do apoio da torcida. Algo que deve se manter na Lega Pro, a terceira divisão italiana, na qual a missão será mais complicada. Apenas os líderes de cada uma das três chaves sobem, enquanto há mais duas vagas para os playoffs de acesso. Briga intensa que ainda deve contar com outros times tradicionais pelo caminho. E, por isso mesmo, dependerá com um engajamento maior da cidade.

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