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A empresa que transformou a base na Alemanha e Bélgica. E que não convenceu a CBF


igorlucas10

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A empresa que transformou a base na Alemanha e Bélgica. E que não convenceu a CBF

POR CARLOS EDUARDO MANSUR
08/04/2016 - 06:01

O belga Lukaku: formado no Anderlecht
O belga Lukaku: formado no Anderlecht | Phil Noble/Reuters

A história é conhecida. Campeã do mundo em 2014, a Alemanha entendera, 14 anos antes, que precisava dar atenção à formação de jogadores. O mesmo aconteceu com a Bélgica, que chegou a liderar o ranking da Fifa e hoje está em segundo lugar. Agora, em plena evolução do futebol, os Estados Unidos se voltam para um plano estratégico de desenvolvimento de talentos. Em comum, os três países têm mais do que o desejo de produzir craques. Por trás, está a empresa belga Double Pass, especializada em traçar planos e avaliar projetos de formação de jogadores. Em 2015, teve reuniões com a CBF, que decidiu adotar outro modelo. 

Em entrevista ao GLOBO, Hugo Schoukens, CEO da Double Pass, explica que o trabalho começa com o envio, por parte de clubes e da federação local, de documentos descrevendo cada etapa de suas operações, além da estrutura e dos currículos dos profissionais envolvidos. O passo seguinte são longas entrevistas feitas pela equipe da Double Pass com os clubes e entidades, seguidas por análises, presenciais e por vídeos, de jogos e treinos. Mais adiante, reuniões definem um plano de ação, padrões estruturais mínimos que os clubes deverão seguir e métodos.

As academias são periodicamente avaliadas. Na Alemanha, recebem graduações de zero a três estrelas. Na Bélgica, são ranqueadas e disputam ligas com acesso e descenso. A certificação é base, inclusive, para a quantidade de recursos que cada clube formador receberá. Recém-iniciado nos EUA, o modelo está em implantação, já que o país tem boa parte da formação num sistema em que se paga para jogar, seja em escolinhas ou em colégios e universidades. A empresa calcula que a Bundesliga (Campeonato Alemão) tem hoje 23% a mais de jogadores formados na base dos clubes do que no início do século. Na Bélgica, o percentual de jogadores do Anderlecht formados no clube pulou, em 10 anos, de 8% para 51%.

O alemão Draxler: cria do Schalke 04
O alemão Draxler: cria do Schalke 04 | Michael Sohn

A discussão do estilo de jogo que se busca no país, com adaptações para cada clube, é parte das reuniões com os consultores. Schoukens garante que o objetivo não é padronizar e roubar a identidade de países ou clubes.

— Respeitamos o DNA, analisamos a cultura local, mas tentamos influenciar. O jogo moderno exige. Na Bélgica, o Anderlecht é mais técnico, o Bruges é mais lutador. A Bélgica era uma sociedade reativa, com muitos imigrantes, e jogava um futebol reativo. A mudança foi para um jogo ofensivo, de posse de bola. Foi imposto um 4-3-3 desde a base. Ser um país multicultural ajudou. Filhos de congoleses, como Lukaku (atacante do Everton), ou de marroquinos, como Fellaini (meia do Manchester United) trouxeram um mix de estilos. Hoje, De Bruyne (do Manchester City), um puro belga, tem luta e técnica — diz Schoukens.

No ano passado, a Double Pass acompanhou jogos de equipes de base do Brasil.

— A Alemanha entendeu que o surgimento natural de jogadores não era mais suficiente. Era preciso um sistema. No Brasil, há esta crença. O Brasil tem os genes do futebol, a cultura. Deveria ser sempre líder do ranking. Nos jogos que vimos, eram raras as tentativas de construir o jogo desde a defesa, poucas opções de passe, bolas longas. Faltavam soluções táticas. Isto pode ser trabalhado para se juntar ao talento natural — avalia.

Ele relata reuniões com Walter Feldman, secretário-geral da CBF. Em seguida, haveria encontros com comissões técnicas.

— Aparentemente, o pessoal técnico estava muito ocupado com o curto prazo. Este é um problema. É preciso que os líderes entendam que são seis a nove anos para ter uma máquina de formação de jogadores — disse Schoukens.

Feldman explicou que a CBF, após conversar com a Double Pass, fez uma exposição a responsáveis pelas equipes de base da seleção e também à Federação Paulista. E a decisão foi por seguir um outro caminho.

— As pessoas entenderam que a formação não deveria seguir um projeto centralizado, mas ser desenvolvida pelos clubes com auxílio da CBF. Agora, enviamos questionários a 130 clubes para traçar um diagnóstico. Em breve, teremos os resultados. E vamos entender as necessidades e como podemos atuar — disse Feldman.

Fonte:http://blogs.oglobo.globo.com/mansur/post/empresa-que-transformou-base-na-alemanha-e-belgica-e-que-nao-convenceu-cbf.html

 

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Texto muito interessante.

Mas nada surpreendente a recusa da CBF. A ficha só vai cair quando alguém passar a gente em títulos de copas, porque é o único papo que os infelizes valorizam.

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4 minutos atrás, Deod disse:

Texto muito interessante.

Mas nada surpreendente a recusa da CBF. A ficha só vai cair quando alguém passar a gente em títulos de copas, porque é o único papo que os infelizes valorizam.

Acho que nem isso eles valorizam mais. A única coisa que realmente importa pra eles hoje em dia é o dinheiro.

Postado

 

10 minutos atrás, Deod disse:

Texto muito interessante.

Mas nada surpreendente a recusa da CBF. A ficha só vai cair quando alguém passar a gente em títulos de copas, porque é o único papo que os infelizes valorizam.

Quanta ingenuidade. Dos mesmos diretores de: jogador que joga por amor. 

Postado
2 minutos atrás, Mark. disse:

 

Quanta ingenuidade. Dos mesmos diretores de: jogador que joga por amor. 

Acho que no mínimo criaria uma pressão insustentável para qualquer um que estivesse no poder ali.

Mas é aquilo, tem vezes em que parece realmente que a % de burrice e retardo deles é maior que a de desonestidade. De uma maneira quase cômica, como a entrevista do tal coronel que foi postada em outro tópico.

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...explica que o trabalho começa com o envio, por parte de clubes e da federação local, de documentos descrevendo cada etapa de suas operações...

Assim acabaria a farra do boi imagina o tanto de podre que não iria aparecer?... Cada dia é um 7x1 diferente.

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Fiz uma TCC em cima da detecção e desenvolvimento de talentos e o nome da Double Pass foi BEM recorrente nos relatórios que eu li, seja da UEFA, seja da DFB (Federação Alemã). O trabalho que eles fazem é realmente muito bom. Me espanta a CBF ter descartado. Quer dizer, espantar não espanta, porque né...

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No Brasil as coisas [no futebol] estão indo mal demais.

Tem um detalhe nos clubes formadores europeus. Sempre tem jogador com dupla cidadania. Além de terem organização, ainda tem essa vantagem.

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Precisamos entender que não será apenas uma "fase ruim" como foi o futebol brasileiro passou no início dos anos 90. A partir de agora nosso futebol será de nível de 10º colocado a nível mundial com tendência a piorar. Enquanto outras seleções investem em seus talentos na base para formar jogadores técnicos, objetivos e de certa maneira buscando jogadores habilidosos, o Brasil tende a continuar com a visão de que jogador bom tem que ganhar na base no corpo e na velocidade, como foi o futebol africano em tantas décadas (por sinal, o futebol africano também tem deixado essa ideia de lado e por isso evoluiu).

Se acostumem.

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Não con$eguiram convencer a CBF...

  • Vice-Presidente
Postado

E vocês acham que alguém que ofereceria modernidade ia ser aceito na CBF?

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