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No aniversário de Garrincha, uma coletânea de 80 dribles irrestíveis do craque em Copas


Bruno Caetano.

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No aniversário de Garrincha, uma coletânea de 80 dribles irrestíveis do craque em Copas

Por Leandro Stein

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Bastaram algumas dezenas de segundos para que a lenda se eternizasse em Copas do Mundo. Segundo o jornalista francês Gabriel Hanot, idealizador da Champions e da Bola de Ouro, aqueles foram “os três melhores minutos da história do futebol”. Vicente Feola resistiu, mas procurou solução no craque inconsequente quando a classificação do Brasil estava ameaçada no Mundial 1958. Deu seu voto de confiança diante da União Soviética a Garrincha, estreando na competição. Não se decepcionou. O cientificismo da seleção vermelha adiantou pouco contra o trançar infinito das pernas tortas.

Mané fez o que quis com Kuznetzov, seu “joão” mais famoso. O soviético até se esborrachou no chão de tanto ser ludibriado, e foi levantado pela mão amiga do craque, antes de ver aqueles pés inimigos seguirem humilhando. Em três minutos, Garrincha e Pelé acertaram a trave de Yashin, enquanto Didi passou para Vavá abrir o placar. Em três minutos, não havia qualquer complexo de vira-latas. Em três minutos, o futebol virava pura dança no baile do ponta direita irresistível, que fez das próprias dificuldades a sua arte. Em três minutos, a seleção brasileira estufava o peito para caminhar até seu primeiro título mundial.

Garrincha permanece como uma lenda. Muito se sabe dos dribles do camisa 7, mas seus registros em vídeo são escassos e difíceis de encontrar. Em tempos nos quais as filmagens eram bem mais raras, dá para garimpar um documentário aqui, um cinejornal acolá. E apreciar a história brilhante e difusa do Mané nas Copas do Mundo que disputou. Em três Mundiais, de 1958 a 1966, é possível esbarrar com os lampejos do craque durante os jogos do Brasil.

Por isso mesmo, o vídeo abaixo é um achado. Ele reúne os lances de Garrincha em todos os seus jogos de Copas do Mundo. São 80 arrancadas do camisa 7, a essência de seus melhores dribles. Há, é claro, um bom número do famoso vai e vem interminável, a imprevisibilidade previsível do ponta, que sempre acabava com o marcador batido. Mas os lances mostram bem mais do Mané.  A forma como conduzia a bola junto ao pé, com se estivesse presa em um imã. A explosão em frações de segundo, que deixava beques na saudade. A magia do improviso, que resultava em caneta ou drible da vaca quando ninguém esperava. E as famosas pernas arqueadas, a imperfeição humana transformada em perfeição aerodinâmica do bailarino.

São outros tempos do futebol, em que havia mais espaços em campo e a marcação era mais solta, apesar da dureza dos defensores. Mas cabe ressaltar também que Garrincha fez isso contra a nata da época, em plena Copa do Mundo –  e diante de lendas do calibre de Bobby Moore. Diz muito sobre o gênio, que completaria 82 anos nesta quarta, se ainda estivesse vivo. Basta apreciar:

Foi gênio e ponto. Já vi gente -- que viu os dois jogarem -- preferir esse cara ao Pelé. Dá pra comparar o Garrincha ao Ronaldinho: extremamente habilidoso, um gigante tanto pelo que fez quanto pelo que representava. Mas não soube colaborar com o corpo, antes e depois da carreira como jogador. Isso prejudicou muito mais o Ronaldinho, devido ao futebol hoje ser mais físico e profissional. Mas o Garrincha também foi muito afetado pelo seu estilo de vida, uma pena o pós-carreira dele.

Lenda demais, o vídeo é impressionante e vale a pena assistir essas relíquias.

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Fico imaginando o que seria a seleção de 70 se Garrincha tivesse se cuidado, e tivesse numa forma boa como a do Pelé! Velho...

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