Ir para conteúdo
AJUDE O FMANAGER! Seja Membro VIP ou faça uma DOAÇÃO! ×
  • Cadastre-se

Ídolo do Real Madrid, Raúl González anuncia sua aposentadoria


Bruno Caetano.

Posts Recomendados

Postado

Trivela_logo-2014.jpg

Antes do ídolo, veio o craque, e assim Raúl se tornou eterno
Por Leandro Stein

AP_97041003764-1260x710.jpg

O lançamento de Seedorf, atrás da linha do meio-campo, chegou milimétrico. Perfeito para o domínio com o pé esquerdo, em meio à passada, já dentro da área. Acompanhado de perto por Vítor, bastou puxar a bola para o marcador passar lotado. Depois, chegou Odvan como um trem desgovernado. Mais um corte seco, atrapalhando também Carlos Germano. Com o caminho livre, ficou fácil para estufar as redes. Naquele momento, Raúl decidia o Mundial Interclubes de 1998, com a vitória por 2 a 1 sobre o Vasco. Um dos tantos momentos de brilho do camisa 7, vivo na lembrança de muitos brasileiros. Aos 38 anos, a lenda do Real Madrid ainda vive de suas glórias com o New York Cosmos. Mas já anunciou que para em novembro.

Os números dizem muito sobre a grandeza de Raúl. Entre os diversos recordes que lhe pertenceram, foi o maior artilheiro do Real Madrid e da Espanha. Liderou também a lista de artilheiros da Champions e das competições europeias. Capitão emblemático no Bernabéu, levantou outras tantas taças, incluindo três de campeão europeu. E sempre carregou consigo a mística merengue. O camisa 7 encarnou o madridismo, aquele que cresceu no clube e se tornou um craque com a camisa branca. O ídolo que cada torcedor viu desabrochar desde as categorias de base, tornando-se líder e exemplo. Que, ainda por cima, conduziu o Real de volta aos grandes títulos, fundamental para encerrar o jejum de 32 anos na Champions.

Entretanto, é difícil deixar de lado o culto à figura para relembrar o craque que Raúl foi. Mesmo em seu ocaso no Bernabéu, quando não rendia o mesmo e jogava mais recuado, o espanhol seguia uma sumidade para os madridistas. O ideal é retornar a meados dos anos 1990, ou ao início dos anos 2000. Naquele momento, o camisa 7 aparecia entre os atacantes mais implacáveis do mundo. Marcava gols a rodo no Espanhol e na Champions, para estrelar os merengues mesmo ao lado de outros gênios. O auge técnico de quem também fez por merecer com a bola nos pés tamanha adoração.

Basta rever os lances de Raúl para perceber as suas virtudes. A inteligência, principalmente, foi seu grande diferencial. O atacante possuía uma velocidade de raciocínio imensa. Parecia sempre antecipar o que acontecia ao seu redor. Não precisava levantar a cabeça para saber onde estava o defensor, e fintá-lo num piscar de olhos. Uma breve espiada já localizava o goleiro, vítima de chutes muito bem colocados e de inúmeros toques por cobertura. Além disso, Raúl também impressionava pelo domínio que tinha do espaço. Os movimentos eram curtos, mas abruptos. O suficiente para definir o lance.

A magia no Real Madrid se encerrou em 2010, após 16 anos como profissional. Mas nunca a idolatria. Além disso, o veterano ainda rendeu bem no Schalke 04, servindo como maestro. E viveu os últimos lampejos entre o dinheiro do Al Sadd e o projeto do Cosmos. Fim de carreira como embaixador da bola, para quem também rodou o mundo com a seleção espanhola. A Fúria em seus tempos não ganhava títulos, mas dependeu bastante do camisa 7 para justificar o apelido, por mais que o desempenho em grandes torneios tenha decepcionado.

Raúl fará mais algumas partidas pelo Cosmos, antes do adeus definitivo. Completará, enfim, o seu ciclo como jogador. Sua figura quase sempre será ligada ao Real Madrid. Amado pelos madridistas e um pouco desdenhado por aqueles que acham a exaltação exagerada. Mas segundos de seus lances no auge bastam para evidenciar como merece todo o carinho.

Raúl González Blanco. Um dos maiores jogadores da história do futebol mundial está dando seu adeus aos gramados. O espanhol ajudou a escrever um capítulo especial na trajetória do esporte mais famoso do mundo. Títulos e mais títulos na carreira. Se percebermos seus números, talvez não fiquemos mais assustados -- tanto o camisa 10 blaugraná quanto o atual 7 merengue fazem qualquer número dos últimos 30 anos que antes eram impressionantes serem quase normais. Como o texto mostra, Raúl não é reconhecido como um grande gênio do futebol, não está no patamar 'maiores jogadores' necessariamente por sua habilidade com a bola. Tem sim gols lindíssimos, mas sua influência é diferente e quase mística: Raúl representa o madridismo, mais até que Casillas ou Sergio Ramos. Líder. Poderia escrever um texto sobre ele, mas vou tentar me abster disso. De qualquer forma, fica aqui a homenagem.

raul_eterno_capitan.jpg

“Juega como un ángel. Corre tras todo lo que se mueve. Descansa sólo cuando ve cumplido su objetivo: ganar. Tiene orgullo lleno de deseo de victoria, de desafíos gigantes, tiene un gen de más, el ganador. Es Raúl"

- Jorge Valdano

  • Diretor Geral
Postado

Engraçado... na "era galática" do Real Madrid muitos diziam que o Raúl só se mantinha como titular justamente por ser esse ícone madridista, jogador revelado em casa e tudo mais. Mas fato mesmo é que esse cara jogava muita bola, inclusive nessa época, e inclusive com toda essa pressão de monstros ao seu lado.

Craque. Não foi o avante mais técnico que já vi, mas era sim decisivo, agressivo e goleador. Sem falar na personalidade forte e marcante, que em várias vezes se misturou ao perfil merengue do time e trouxe canecos e mais canecos ao Real nessa baita carreira.

 

galacticos.jpg
Quinteto mágico? Raúl sempre jogou tanta bola quanto suas companhias estelares

Postado

Aposentou faz tempo. Só agora que oficializou. Realmente foi um craque. Só que, com 27 anos já deveria ter aposentado. Ficou lento e para jogar em alto nível.

Postado

Será que vai ter algum quinteto com tanto hype quanto esse aí, @Leho.? E que jogue tanta bola? Porrrra...

Postado

Mas mesmo assim ele não chega aos pés desses jogadores aí. Ronaldo e Zidane são gênios e estão entre os maiores da história. Beckham e Figo foram dois craques importantíssimos pra aquela geração, mas que não estão nem perto do patamar dos dois citados. Já o Raul jogava muita bola, mas como ele eu vi vários que já caíram no esquecimento da maioria. Ele estar em uma espécie de terceiro patamar, abaixo de jogadores que tinham bola pra ser melhor do mundo, e muito abaixo de jogadores que são gênios que transcendem gerações. A questão do Raul é que ele é ídolo de um dos maiores clubes do mundo, então isso realmente conta muito e vai fazer ele ser lembrado por mais tempo

  • Diretor Geral
Postado

Será que vai ter algum quinteto com tanto hype quanto esse aí, @Leho.? E que jogue tanta bola? Porrrra...

Cara, tudo é possível no futebol né? Hahahaha ainda mais em se tratando de Real Madrid. Mas acho difícil reunirem novamente 5 jogadores desse naipe, aquilo foi épico, vai ficar marcado pra sempre na história da bola.

 

Mas mesmo assim ele não chega aos pés desses jogadores aí. Ronaldo e Zidane são gênios e estão entre os maiores da história. Beckham e Figo foram dois craques importantíssimos pra aquela geração, mas que não estão nem perto do patamar dos dois citados. Já o Raul jogava muita bola, mas como ele eu vi vários que já caíram no esquecimento da maioria. [...]

Cara, concordo que Zidane e Ronaldo destoam demais na comparação... agora Figo e Beckham pra mim podem sim ser colocados num mesmo patamar do Raúl. Não entendi esse seu "rebaixamento" da qualidade do espanhol pra enaltecer o português e o inglês.

Arquivado

Este tópico foi arquivado e está fechado para novas respostas.

×
×
  • Criar Novo...