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A idade de Larsson se mede por gols, não por aniversários


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Henrik Edward Larsson foi um dos grandes atletas que a Suécia já viu nos tempos modernos. Depois do glorioso trio Gren-Nordahl-Liedholm, o baixinho atacante teve momentos gloriosos na carreira e é sem dúvida um dos artilheiros mais notáveis das últimas décadas. Ao todo, o jogador marcou 473 gols, quase metade do que Romário e Túlio fizeram. Mas com menos tempo, evidentemente.

Tudo começa para Henrik em 1989. Ele ganha uma chance como profissional no Högaborgs, seu primeiro clube. Conforme ia conquistando espaço, Larsson mostrava que podia ser um artilheiro. A sua média de gols foi subindo progressivamente. Era um centroavante muito regular, mesmo que seu tamanho e porte físico não fossem tão imponentes.

Sem ter um corpo de super herói ou o tamanho de um trombador, Larsson fez da técnica a sua aliada para balançar as redes. E com essa capacidade ficou famoso internacionalmente. Primeiro pelo Helsingborgs, onde passou duas temporadas marcando 51 gols em 61 partidas. Em 1993, portanto uma temporada antes da Copa do Mundo de 1994, assinou com o Feyenoord e continuou castigando os goleiros.    

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O primeiro ano de Larsson na Holanda não foi dos mais agradáveis. Longe de casa, demorou a se adaptar e sofreu com as barreiras culturais. No entanto, já gerava certo frisson entre os torcedores do Feyenoord. O motivo? Seu rastafari loiro. As coisas eventualmente se acertaram para o sueco em Roterdã: a presença como titular na Copa do Mundo deu mais segurança ao garoto, que aos 23 anos já tinha a reputação de novo craque do país.

A volta dos Estados Unidos reservou ainda mais sucesso para Larsson. Autor de 16 gols na temporada seguinte, se consolidou como homem-forte do ataque do Feyenoord, que era treinado pelo ex-craque Wim Van Hanegem, presente como meio-campista na revolucionária seleção holandesa de 1974.

Já em 1995-96, Henrik terminou a temporada com 14 gols. A média abaixou na quarta e última pelo Feyenoord, somando apenas oito tentos em 1996-97. Mesmo assim, não estava feliz. Constantemente escalado fora de posição, pediu para o técnico Arie Haan para ser transferido. Como o seu contrato previa uma liberação automática, o Celtic entrou na jogada e ofereceu 600 mil libras pelo seu passe. Os holandeses tiveram de se desfazer dele.

Aí foi que a fera deslanchou    

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Tudo que envolve Celtic e Larsson traz memórias boas aos torcedores dos Bhoys. Afinal, foram 242 vezes em que a torcida se viu enlouquecida ao comemorar um gol do cabeludo. Além de adorar marcar gols nos Rangers, Henrik representou um período muito feliz para os alviverdes de Glasgow.

Nas sete temporadas em que defendeu o Celtic, Larsson foi campeão nove vezes. Quatro da Liga escocesa, três da Copa da Liga e duas da Copa da Escócia. A sua pior temporada foi em 1999-00, quando acabou com 12 gols. Mas isso se explica logo mais.

O começo foi péssimo para o escandinavo. Na sua estreia, contra o Hibernian, deu um passe errado e gerou um gol dos adversários. Depois, fez um gol contra em partida diante do Tirol Innsbruck da Áustria, pelas preliminares da Liga dos Campeões. A sua sorte é que o Celtic venceu por 6-3. Logo, a zica foi embora e ele pôde provar seu pleno potencial.

A lesão e a volta por cima    

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Dois anos bastaram para que Larsson virasse rei em Glasgow. Só que ele não podia esperar que uma fratura na perna ameaçasse o seu futuro. Em outubro de 1999, levou a pior em uma disputa com Serge Blanc, do Lyon, durante uma partida da Copa Uefa: ficou com o pé preso no chão e com o impacto da passada, quebrou duas partes da perna esquerda. (As imagens são fortíssimas, optamos por não colocar o vídeo no post)

Ficou oito meses fora de combate até voltar e conseguir atuar normalmente pelo clube escocês. Foram apenas 13 partidas, com 12 gols. Quando retornou, recuperado, brilhou outra vez com a camisa dos Hoops. Na temporada seguinte, o recorde: o sueco venceu a Chuteira de Ouro da Uefa ao anotar 53 gols em 50 partidas.

Evidente que a liga escocesa é inferior à holandesa, mas isso de forma alguma tira o mérito de Larsson na arrancada. Ao lado de Chris Sutton, Henrik entrou definitivamente para o hall da fama do Celtic. Em 2000-01, quando foi o maior artilheiro da Europa, o clube varreu a Escócia e conquistou as três competições do país. Fora a vitória contra o arquirrival Rangers por 6-2, com dois gols dele.

A Champions com o Barcelona e o fim da linha    

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Três anos depois, Larsson foi parar no Barcelona numa transferência sem custos. Deixou para trás o status de ídolo, como foram os grandes capitães e craques do passado. Já sem sua famosa cabeleira, o veterano de 33 anos chegou para dar mais experiência a um fortíssimo time do Barcelona treinado por Frank Rijkaard.

Como todo craque em idade avançada, Larsson precisou adaptar seu jogo. Já não conseguia mais correr o campo inteiro atrás da bola ou fazer gols mágicos como quando era jovem. No Barça de Rijkaard, era o talismã que entrava para garantir o resultado. Tanto que a sua média de gols caiu drasticamente com essa troca de papel.

Novamente Henrik sofreu com contusões: nos primeiros meses de Barça, rompeu os ligamentos e danificou o menisco do joelho esquerdo. O clube catalão renovou o seu contrato, mesmo com o risco do jogador não conseguir mais desempenhar seu potencial.

E se o Barcelona pode se vangloriar pelo título da Champions em 2006, certamente Larsson tem responsabilidade nele. Afinal, fez parte da jogada que resultou no gol de Belletti, no 2-1 sofrido contra o Arsenal em Paris.   

 

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 O atacante virou cult. Retornou aos 35 anos para a Suécia, a fim de defender o Helsingborgs novamente. Quando pensou que estava acabado para o esporte e em seus últimos lances, foi seduzido por um empréstimo relâmpago ao Manchester United. Uma espécie de prêmio pelos serviços prestados. Marcou singelos três gols em 13 partidas, mas deixou boa impressão com a torcida dos Red Devils.    

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[Henrik abraça o filho Jordan, que acabara de marcar pelo Högaborgs]

Voltou ao Helsingborgs e jogou três temporadas, antes de se aposentar em 2009. Como o futebol dificilmente sai da sua cabeça, é muito frequente vê-lo atuar em amistosos de pré-temporada ao lado do filho Jordan. Aliás, o herdeiro já atua como profissional pelo Helsingborgs e é um dos atletas mais promissores da Suécia.

Ao que tudo indica, veremos outro Larsson brilhar no futuro. É difícil exigir que Jordan seja tão bom quanto o pai, mas só de ver a semelhança entre os dois (fisica e técnica) já é um conforto para os mais nostálgicos. No Fifa, o menino já é um bom talento.

Hoje Larsson tem 44 anos. E ao longo de 20 temporadas anotou 473 gols em 874 jogos, com a média de 0,54 tentos por partida. Ou se preferir, 23,6 gols por temporada. Pela seleção da Suécia, Henrik encerrou sua participação com 37 gols em 106 jogos, incluindo três Copas do Mundo: 1994, 2002 e 2006; e três Eurocopas: 2000, 2004 e 2008.

Sendo assim, Larsson hoje teria 1012 gols de idade. Argumento encerrado, meritíssimo.
 

http://tfcorp.net/2015/10/13/a-idade-de-larsson-se-mede-por-gols-nao-por-aniversarios/#more-6464 

As memórias que tenho de Larsson são boas, mas não dentro de campo e sim no video-game: era um dos meus atacantes preferidos no Winning Eleven. Fiz muitos gols jogando com ele. No mais, post merecidíssmo pra um dos melhores atacantes da Suécia. 

Postado

Eu tinha o ÉPICO game World Cup FIFA 2002 Korea & Japan, e ele era o melhor do jogo: 92, na frente do Ronaldo com 91. Apesar do Ronaldo ser na prática muito melhor que ele (porque tinha as estrelinhas tanto de passe como finalização e velocidade), dava pra ver o quanto ele era prestigiado na época. Esse cara tem 242 gols em 313 jogos pelo Celtic, absurdo demais. Acho que o Ibra é mais querido na Suécia, mas ele é um dos grandes do país sem dúvida.

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Larsson e Ljungberg, os dois melhores suecos que vi jogar. Diferente desse tal de Ibra, eles não amarelavam na hora da verdade.

Postado

Nunca foi nada demais, só meteu esse caminhão de gols porque jogava no Celtic, num dos campeonatos mais díspares do mundo.

O pessoal dessa tal de internet adora esse clima de saudosismo ("ah, o futebol dos anos 90"), especialmente tratando-se de jogadores medianos e "folclóricos", no caso de Larsson por causa só cabelo.

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