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Thiago Alcântara pede passagem para moldar a nova Espanha


Bruno Caetano.

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Thiago Alcântara pede passagem para moldar a nova Espanha

Por: Felipe Lobo

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Thiago Alcântara foi o grande nome da Espanha no jogo contra a Ucrânia, em Kiev

A Espanha vive uma transição. Foram dois títulos de Eurocopa e mais uma taça da Copa do Mundo entre eles. A Copa de 2014, porém, foi um desastre, com eliminação na primeira fase. A classificação para a Eurocopa de 2016 veio com certa tranquilidade, mas o time ainda sofre para se remontar. Xavi caiu de produção, Iniesta nem sempre é protagonista. Quem pode exercer o papel de comandante do meio-campo? Quem mostrou que pode fazer isso é Thiago Alcântara, que mostrou mais uma vez um ótimo futebol na vitória por 1 a 0 sobre a Ucrânia, na última rodada das Eliminatórias.

A Espanha entrou em campo com uma equipe com reservas, em sua maioria, o que deu a chance da estreia de Mario Gaspar, lateral direito do Villarreal, que faz ótima temporada na Espanha. Foi dele o gol do time, o único do jogo. E adivinhe só quem é que fez o cruzamento, já dentro da área, para o gol? Sim, foi Thiago.

Mais do que o passe para o gol, Thiago foi quem ditou o ritmo do jogo. Foram 73 passes durante a partida, o que fez dele o jogador que mais fez passes. O segundo foi Cesc Fàbregas, com 68. Foi também quem mais tocou na bola, 88 vezes, mesmo número de Isco – que fez menos passes, mas carrega mais a bola.

Uma das marcas da Espanha que conquistou a Eurocopa de 2008, ainda comandada por Luis Aragonés, era o controle do jogo pela posse de bola. Antes mesmo de Guardiola assumir o comando do Barcelona – só o faria justamente depois daquela Eurocopa -, a Espanha de Aragonés controlava o jogo e tinha como o principal nome para fazer isso em Xavi Hernández. O declínio técnico do jogador, que o levou ao banco no Barcelona e a fazer uma Copa do Mundo muito ruim no Brasil, deixou a Espanha também órfã. Quem pode controlar o jogo como Xavi?

Andrés Iniesta é destaque da Espanha por outros motivos. Mesmo nos momentos que a Espanha foi menos agressiva, Iniesta era quem desafogava o time com dribles e velocidade. É um jogador de passes brilhantes também, mas não é um jogador que exerce o controle do meio-campo com esse fundamento. Xavi era. Thiago foi, como tem sido também no seu clube, o Bayern. É uma aposta justamente de Guardiola, que pegou o tiki-taka de Aragonés na seleção espanhola e aperfeiçoou incrivelmente no Barcelona, fazendo um dos times mais fantásticos de todos os tempos de 2008 a 2012.

A Espanha terá que mudar o estilo de jogo, porque o tiki-taka de extrema paciência não tem mais lugar com jogadores tão mais agudos quanto são os que a seleção dispõe hoje. Fàbregas, que foi capitão da Espanha na partida desta segunda-feira, é um jogador muito mais agudo – não por acaso, se deu melhor no Chelsea de José Mourinho do que no Barcelona de Guardiola. Tem Juan Mata no banco, outro jogador que gosta de ser agressivo, não de tocar muito a bola, pacientemente. Tem Pedro Rodríguez, que embora tenha se destacado muito com Guardiola, é um jogador que exerce muito a velocidade no seu jogo. Tem  Isco, este titular na partida desta segunda, que é um jogador de um jogo mais direto.

Podemos ir mais longe. A Espanha tem Diego Costa, um atacante que não combina em nada com tiki-taka. O hispano-brasileiro não estava em campo nesta última rodada das Eliminatórias, punido por Del Bosque pela expulsão contra o Arsenal, mas deve estar no grupo. Mesmo o outro atacante, Pablo Alcácer, titular contra a Ucrânia, não é um jogador de muita paciência para passes, é um finalizador, um centroavante que a Espanha se acostumou a não ter depois da queda técnica de Fernando Torres. A Roja desta segunda também teve Nolito, atacante do Celta que também dá muita velocidade e agressividade ao time, mais do que paciência.

Thiago pode ser o nome para comandar a nova Espanha, possivelmente menos tiki-taka e mais agressiva. Característica, aliás, que o Barcelona, com Luis Enrique, já adotou. Que o Real Madrid, outro dos grandes clubes do país, também tem. E que, mais do que todos eles, que o Atlético de Madrid de Diego Simeone tem. Um futebol mais direto. É claro que o estilo de jogo paciente ainda deve ter seus reflexos no time, só talvez deixe de ser a única e principal característica. O jogador já está pronto. Se não for atrapalhado para as lesões, podemos ver Thiago com a camisa 8 da Espanha brilhando no cenário internacional. Cada vez mais.

Vale a pena a leitura.

Saudades desse mito no Barça. Foi muita esperteza a diretoria liberar esse cara em um momento tão crítico, onde o Xavi já deveria ter 'perdido' a posição pra ele. E Dunga não merece treiná-lo, fez bem demais em escolher a Espanha. Por sinal, já jogou muito nas categorias menores da seleção e agora vinga também na principal. Monstro da bola, tá entre os 5 melhores centrais do mundo hoje.

Postado

ele e isco ne, porque pqp, o que jogam os dois

  • Bruno Caetano. tirou o destaque deste tópico
  • Diretor Geral
Postado

Mas que ele era o substituto perfeito pro Xavi no Barça até o Geraldo Magela sabia porra, hahahaha... tava na cara. Tanto que o Pep fez esforços pra levá-lo junto pra Baviera, e tenho certeza de que quando ele sair de lá, o Thiago vai acompanhá-lo novamente.

Com relação à Espanha, gosto dessa transição de estilos. Não que o Tiki-Taka não me agrade, mas eu prefiro algo no meio termo disso: posse de bola aliada à verticalidade das peças ofensivas principais (pontas e/ou atacantes). Posse de bola ao extremo demanda uma qualidade técnica do meio-campo enorme, além de vários jogadores de um mesmo alto nível no passe. E pela matéria já deu pra perceber que isso não existe mais na Espanha, não atualmente.

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