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Ao passo de que foi formado por uma das categorias de base mais bem sucedidas da Argentina, Fernando Redondo foi se transformando num jogador completo. Originalmente volante, ele saiu de Buenos Aires para brilhar na Espanha.

Um clube que tenha revelado nomes como Maradona, Batista, Redondo e Riquelme não pode ser mesmo pouca coisa. Nas lembranças dos torcedores do Argentinos Juniors, o volante nascido em Adrogué passou cinco anos em La Paternal, até ficar inevitável uma mudança para o exterior. Em 1990, aos 21 anos, Fernando assinou com o Tenerife.

A classe ao sair jogando, a habilidade em tirar o espaço dos adversários, a perícia em colocar um passe ou um chute eram algumas das principais qualidades de Redondo. Era diferente da burocracia a que o futebol se submeteu naqueles tempos. Ser volante com muita técnica parecia ser uma brincadeira para o argentino, que atendia muito bem às exigências do esporte.

“Prefiro ficar em casa a ser apenas mais um jogador”

Convocado para o Mundial de 1990, recusou a se apresentar ao elenco treinado por Carlos Bilardo: a justificativa? Não queria interromper seus estudos em Direito. Particularmente, Fernando tinha outras razões mais determinantes. Sabendo que seria reserva e que a formação de Bilardo não iria lhe privilegiar, optou por assistir o torneio de sua casa.

A boa atuação no Tenerife chamou a atenção do Real Madrid de Jorge Valdano, seu treinador na equipe das Ilhas Canárias. Quando Valdano, outro ídolo argentino, assumiu o cargo de comandante madridista, sua primeira medida foi levar Redondo ao Santiago Bernabéu. O casamento renderia frutos para os dois lados. Para o jogador, a chance de atuar por um clube gigante. Para o Real, um atleta que resolveria os problemas no setor de ligação entre a defesa e o meio-campo.

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Antes de começar sua carreira em Madrid, Fernando disputou a sua primeira e única Copa do Mundo, a dos Estados Unidos, em 1994. A Argentina foi eliminada pela Romênia, já sem Maradona, pego no doping. Com grande destaque, o então novo jogador merengue comandou a meia cancha albiceleste. Em grande fase, poderia ter proporcionado sucesso ao seu país. Poderia.

Logo foi apelidado de “O Príncipe” pela torcida madridista. Era tão efetivo que chegava a ser inacreditável. Como poderia estar em tantos lugares ao mesmo tempo, errar tão pouco e ainda subir para aproveitar as sobras? Ninguém sabia explicar. Ficou mais fácil aceitar a resposta de que Redondo era fora de série.

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O corte de cabelo da discórdia

Duas vezes campeão espanhol e europeu, sendo praticamente dono do meio-campo no Real, Fernando não poderia sonhar com mais nada. Talvez um título mundial com a seleção, coisa que foi impossibilitada por mais um episódio de teimosia com um treinador. O problema em 1998 era Daniel Passarella. O capitão de 1978 instaurou um sistema autoritário no elenco e não permitia que cabeludos, usuários de brinco ou até homossexuais fossem relacionados para o torneio na França. Nem mesmo os familiares poderiam estar no mesmo lugar que os jogadores.

A polêmica se deu quando Passarella definiu que Redondo não jogaria caso não cortasse os seus longos cabelos. A recusa pela convocação ganhou os jornais argentinos, que repercutiram o episódio com certa inclinação para o lado dos atletas. O técnico atacou o meia alegando que “ele recusou duas chamadas por motivos diferentes. Não vou escolher alguém que não queira atuar pela Argentina”. Claramente em seu auge, Fernando se defendeu comentando que não entendia o que o seu cabelo tinha a ver com o que ele fazia dentro das quatro linhas. A Albiceleste foi eliminada pela Holanda, nas quartas de final.

A preferência pela vida no clube

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Um ano depois, em 99, Redondo desistiu da carreira com a camisa de seu país. Já na casa dos 30, o volante preferiu priorizar o que fazia no Santiago Bernabéu. Na temporada seguinte, ergueu a taça da Liga dos Campeões em cima do Valencia. A decisão estava correta?

Em 2000, após o título europeu, foi negociado com o Milan. A torcida merengue relutou contra a sua saída, mas era inevitável. O destino foi implacável com o argentino, que sofreu uma lesão gravíssima no joelho em um de seus primeiros treinamentos na Itália, ficando fora de combate por quase três anos. Quando retornou, teve participação tímida na conquista de outra LC, nos pênaltis, diante da Juventus.

Outro problema físico lhe privou de continuar por mais tempo e em 2004, Redondo anunciou sua aposentadoria. Tinha futebol para atuar em pelo menos quatro Copas, de 1990 a 2002. Suas escolhas foram determinantes no que ele deixou de legado na posição e sobretudo na Argentina. Agora é tarde demais para arrependimentos. Fernando optou por seguir suas convicções, e isso vai apagar os anos de glória que viveu com a camisa 5.

Fernando Carlos Redondo Neri
Nascimento: 6 de junho de 1969, Adrogué, Argentina
Posição: Volante
Clubes: 1985-1990 Argentinos Juniors, 1990-94 Tenerife, 1994-2000 Real Madrid, 2000-04 Milan
Títulos: La Liga 1995 e 97; Liga dos Campeões 1998, 2000 e 03; Mundial Interclubes 1998; Copa da Itália 2003; Serie A 2004
Participações em Copas: 1994

http://tfcorp.net/2014/03/13/as-escolhas-de-redondo/ 

A pergunta que fica é: quem esnobou quem? Acho que a balança não pede pra nenhum dos lados. Ainda nos últimos tempos de Milan, esse cara mostrava uma técnica refinadíssima no controle da bola. Tem que ser um cara muito confiante pra rejeitar ser convocado pela Argentina.  

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Esses craques das décadas passadas me parecem ser jogadores com uma personalidade muito forte e que batiam o pé com suas convicções. Hoje em dia os caras parecem ser um bando de bunda mole.

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