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O nó tático de Blanc no Barcelona


Ricardo Bernardo

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O nó tático de Blanc no Barcelona

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Laurent Blanc calou seus críticos com grande estilo. A vitória por 3 a 2 do Paris Saint-Germain sobre o Barcelona na Liga dos Campeões fez o treinador ganhar crédito com a direção do clube e mostrou que o PSG tem chances de, enfim, ser um protagonista na competição continental. Para os parisienses, o resultado os deixa nas nuvens após um início de temporada trôpego demais para quem tanto investiu nas últimas temporadas.

As cornetas soavam pelos lados do Parc des Princes com o desempenho abaixo do esperado do PSG nas primeiras rodadas da Ligue 1. Com quatro vitórias e seis empates, sem contar as atuações de pouco brilho como visitante, o time da capital aparece em um modesto quarto lugar, cinco pontos atrás do líder e maior rival Olympique de Marselha.

O Barcelona estava invicto na temporada, com seis vitórias e um empate, e com uma defesa inviolável até então. Para completar, o PSG ainda estava desfalcado de Zlatan Ibrahimovic e de seu capitão, Thiago Silva. Era de se esperar o pior para o time da casa. Bombardeado após o empate por 1 a 1 com o Toulouse por montar a equipe em um 4-4-2 em losango, no qual os jogadores ficaram perdidos, Blanc desta vez deu um nó tático em Luis Enrique.

O treinador do PSG não teve dúvidas ao voltar ao esquema 4-3-3 tão dominado pelo grupo. Para conseguir jogar diante de um adversário conhecido pelo toque de bola e pela valorização da posse de bola, os parisienses reforçaram sua marcação. Com Verratti, Thiago Motta e Matuidi soberanos no combate, o Barcelona perdeu duas de suas principais válvulas: Busquets e Rakitic, muito bem anulados.

O esquema deu certo, justiça seja feita, muito por conta da postura de Pastore. Com a liberdade que tanto aprecia, o meia exerceu papel fundamental ao se desdobrar também nas funções defensivas. Outra figura contestada por suas atuações cheias de oscilações, Lucas foi um tormento pelos flancos. O resultado foi simples e direto: chances perigosas de ataque e a necessidade dos laterais Daniel Alves e Jordi Alba ficarem mais presos, o que cortou ainda mais as asas do Barça.

O PSG soube tirar proveito de um dos pontos fracos da equipe espanhola: as jogadas de bola parada, como bem provaram David Luiz e Verratti. Méritos para Blanc, que estudou com muito afinco a postura do Barcelona. O treinador alcança uma marca de respeito na Liga dos Campeões, com 63% de partidas ganhas. Apenas Jupp Heynckes (67,6%) o supera neste quesito.

Já o Monaco voltou da Rússia com um pontinho importante no bolso. O 0 a 0 diante do Zenit St. Petersburgo traz algumas esperanças ao time do principado às vésperas de um duelo crucial contra o PSG pela Ligue 1. O setor defensivo dos monegascos, que deu muitas dores de cabeça nos primeiros jogos da temporada, aos poucos está se ajeitando e dá bons sinais de evolução.

Nas cinco últimas partidas como visitante, o Monaco sofreu apenas um gol. Diante do Zenit, Ricardo Carvalho talvez tenha feito sua melhor atuação com a camisa do time do principado. Sua parceria com Raggi não forma a melhor dupla em ação, mas não dá para negar que eles têm se entendido melhor no posicionamento em campo. Com quatro pontos em dois jogos, o ASM mostra que pode muito bem brigar por uma vaga nas oitavas, contrariando as expectativas iniciais.

Falta engrenar

Enquanto PSG e Monaco vão bem na Liga dos Campeões, o desempenho dos times franceses na Liga Europa preocupa. Apenas o Guingamp (!) venceu na rodada, com Lille e Saint-Étienne com dificuldades para se impor. A dupla tem encontrado problemas para decolar e já ficam para trás na disputa por uma vaga na próxima fase.

Lanterna e dono do pior ataque da Ligue 1 (com apenas quatro gols marcados), o Guingamp desencantou na Liga Europa. A equipe teve amplo domínio sobre o PAOK, mesmo jogando na Grécia, e venceu por 2 a 0. Se no primeiro tempo passou em branco, o EAG não desperdiçou as chances de matar a partida nos 45 minutos finais. Sylvain Marveaux, com dois gols, apenas fez justiça a quem jogou mais.

O Guingamp obteve sua primeira vitória da história em uma competição europeia, duas semanas após o corretivo dado pela Fiorentina (vitória tranquila por 3 a 0 do time italiano). Dá para se animar? Não muito. Voluntariosos e determinados, os jogadores do EAG pegaram um PAOK (líder do Campeonato Grego) pálido, muito aquém dos 6 a 1 impostos sobre o Dinamo Minsk na primeira rodada. A vitória foi uma exceção.

O Lille empatou seu segundo jogo na LE, mas voltou para casa contente. O 1 a 1 com o Wolfsburg foi um resultado injusto pela superioridade demonstrada pelos Lobos. O LOSC praticamente não ameaçou o time alemão e sofreu demais com a grande pressão exercida pelos anfitriões. Uma grande atuação de Enyeama e a falta de precisão do Wolfsburg nas finalizações ajudavam o Lille a segurar as pontas.

Em uma de suas raras subidas ao ataque, o LOSC abriu o placar graças a um lance de sorte: um toque de mão de Rodriguez dentro de sua área a quase 15 minutos do fim do jogo. O Wolfsburg não se desesperou e buscou o empate, muito injusto pelo desenrolar da partida. Para o Lille, porém, houve uma notícia ruim: a lesão sofrida por Pape Souaré, mais um a ocupar a já lotada enfermaria do clube.

E o Saint-Étienne fracassou mais uma vez. Se já havia sido incapaz de sair do 0 a 0 com o modesto Qarabag, o ASSE foi mal de novo e amargou outro empate sem gols – agora em casa, contra o Dnipro Dnipropetrovsk. Poderia ser pior, já que a equipe ucraniana desperdiçou a cobrança de um pênalti no primeiro tempo: uma defesa imperial de Ruffier, principal destaque do jogo.

Os Verdes tiveram o domínio da partida, mas foram tímidos demais no ataque – um problema cada vez mais comum do time diante de adversário de menor peso. O ASSE desperdiçou boas chances de acumular gordura antes de enfrentar a Internazionale, grande favorita do grupo, e agora corre risco considerável de se despedir da Liga Europa bem antes do que imaginava – o que seria um fiasco.

Trivela

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Venceram o Barcelona, o que não quer dizer nada. No ano que o Bayern foi campeão, os alemães perderam de 3 x 1 para o BATE Borisov na fase de grupos. Não sentiram a falta do Ibra porque mudaram o estilo de jogo, o qual é até feio para um time que investe 50M no David Luiz e deixa Cabaye no banco (e que, por outro lado, tem Bahebeck como reserva do Lucas). Será que vai precisar jogar assim sempre quando enfrentar um time mais forte?

Essa partida do Pastore foi uma exceção, ele é sacrificado jogando aberto no PSG e devia é sair de lá pra voltar a jogar o que ele fazia no Palermo. Mesma coisa com o Cavani, que cada vez que pegava na bola parecia estar numa má vontade do caramba. E ainda tem gente que fica elogiando ele por se entregar na marcação, vir ajudar o lateral direito e blá blá blá.

  • Diretor Geral
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A vitória foi importante sim, mas não teve nada de "nó tático". Nego adora usar essa merda desse chavão, que quase nunca traduz o que aconteceu na realidade. O PSG soube anular mt bem o meio-campo blaugrana, e anulando sua maior força ficou mais fácil pra explorar a maior deficiência do time do Luis Henrique: a zaga. Dois gols de bola aérea e um nas costas dos dois laterais.

O PSG vem cada vez mais fincando sua presença na Champions, correspondendo com o planejamento de quem tá injetando grana violenta todo ano. Tá evoluindo sim e conseguindo competir de igual pra igual com gigantes, já acostumados com a competição. Ao contrário do City por exemplo, que mesmo tendo as mesmas injeções financeiras, ainda capenga pra ter a competitividade necessária pra se chegar, sei lá, numa semifinal. O empate com a Roma (com todos os elogios que os romanistas merecem) em casa denota bem isso...

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Eu assisti uns três jogos do PSG esse início de temporada e tenho que concordar com o Renato. Pra quem gasta tanto, tem tanto lobby, o futebol jogado pelo PSG é horrível.

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