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O tema da discussão é: quotas de verbas televisivas (novamente)


Dr.Thales

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Cara, vamos por partes.

Estamos falando de ter um campeonato competitivo.

Competitivo até que ponto? Para quantos clubes?

Não podemos esquecer questões geográficas. Sabidamente estados do sudeste são muito mais fortes economicamente, o que por conseguinte atrai mais investimentos. O sul também tem relevância econômica.

Não é mera coincidência do futebol do sul/sudeste serem os mais fortes do Brasil.

O modelo proposto é termos um campeonato forte para os clubes dessa região?

Não me convenço dos critérios de meritocracia para divisão de receitas de Tv.

Critérios meritocráticos devem ser levado em conta na premiação da Confederação. A posição que um clube ocupa na competição deve definir sua premiação. Mas isso não tem nada a ver com a sua imagem.

O Vasco por exemplo está na segunda divisão. Certamente quando ele vai jogar no nordeste, atrairá um grande público aos clubes. Veja que a imagem do Vasco não se modificou mesmo não tendo méritos esportivos. Óbvio que há uma depreciação temporária de mercado, mas continua com uma imagem que valorizará a competição. Por sua vez, o clube do nordeste vai jogar no Rio de Janeiro, não terá o mesmo apelo.

Há um benefício ao clube do nordeste que inexiste ao Vasco. É uma lógica de mercado.

No entanto, o Vasco tem mais poder de barganha na transmissão dos jogos. Claro que ele vai obter um valor maior com as transmissões, porque sua imagem é mais valorizada, que reflete até mesmo em púbico nos jogos.

E mais. Se simplesmente passarmos a adotar um critério objetivo que envolva o mérito, não se resolverá a igualdade entre os clubes. Ela tenderá a aumentar. Os clubes excluídos vão continuar sendo excluídos, pois não vão conseguir alcançar bons resultados em curto prazo e muito menos em um longo prazo.

Enfim.

Nas entrelinhas, deu a entender que vc está falando sobre critérios nebulosos de divisão de receitas de cotas de TV.

Mas para mim parece simples.

Há inúmeras pesquisas, números de receitas com produtos licenciados que demonstram a superioridade de torcedores desses clubes.

E aí agora vc é responsável por uma emissora e quer ter lucros com a transmissão de jogos.

Só que vc está em um país continental e tem uma heterogeneidade de público. Isso dificulta até a atração de patrocinadores. Quem vai investir e se arriscar em por uma receita poupuda em um mercado altamente cuja clientela é altamente pulverizado?

Então é melhor vc centrar em público menor, mas que terá alguma fidelidade.

É tipo o princípio de pareto: 80% do seu lucro vem de 20% dos seus consumidores.

E aí vc vai negociar com os clubes que têm potencial de atrair maiores investidores.

É claro que os grandes clubes vão ter um poder de barganha superior.

Claro, não dá para simplesmente sufocar as demais equipes, até porque os clubes não jogam sozinhos. Haverá um ponto de convergência na negociação, mas é óbvio que os clubes que na prática são responsáveis por maiores investimentos vão querer uma receita maior.

Soa injusto, mas é a desigualdade natural que existe no futebol. Não dá para dividir equilibradamente entre todos (mas apenas a uma parte deles, já que os excluídos continuaram em princípio excluídos).

Só que isso traz um benefício indireto a todos. Um mercado mais homogêneo atrai mais investimentos. Aumenta-se a receita dos clubes, todos faturam mais. Os com maior torcida, e, conseguinte, maior poder de barganha, irão ganhar mais com isso. Natural do mercado, por terem maior torcida. Os outros também aumentam sua receita.

Apesar dessa receita maior, não há uma desproporção que comprometa os grandes clubes razoavelmente organizados. É possível manter campeonatos equilibrados, equipes (as grandes) em níveis competitivos. Os resultados estão aí, inclusive com rotatividade entre campeões, e não há nada que demonstre que essa situação vá se alterar. Estamos longe de uma espanholização.

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O grande ponto dessa história é que o produto não é o clube A ou B. O produto é o campeonato.

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O grande ponto dessa história é que o produto não é o clube A ou B. O produto é o campeonato.

E a questão, além dessa óbvia aí, é que TV vive de AUDIÊNCIA.

Não importa se um time tenha 2 bilhões de torcedores, importa que um jogo tenha AUDIÊNCIA.

Então, nada do que o Junior diz sobre poder de barganha, lotar estádios quando vai pro nordeste, tem sentido, quando você pegas os índices de AUDIÊNCIA dos dois pretensos "superiores" em atratividade...

Quando você pega os índices de AUDIÊNCIA dos dois, a argumentação de quem quer manter as coisas como estão, cai por terra.

E, lembrando o que o Salvaro bem alertou:

O grande ponto desta história é que o produto não é o clube A ou B. É o campeonato.

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O grande ponto dessa história é que o produto não é o clube A ou B. O produto é o campeonato.

O grande ponto mesmo é que nem os clubes estão tão interessados em competitividade. Afinal, eles aceitaram negociar sozinhos com a Globo e dar esta vantagem para Flamengo e Corinthians.

Então, nós torcedores temos é que nos foder bem fodido. Pq torcemos para este esporte, nos estressamos, discutimos 6 páginas de fórum sobre um assunto que os diretores de nossos times estão é cagando e andando. Afinal, para eles, não interessa quem ganha mais ou menos. Desde que o montante do time aumente, eles tem mais margem para fazer dinheiro sumir.

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O grande ponto mesmo é que nem os clubes estão tão interessados em competitividade. Afinal, eles aceitaram negociar sozinhos com a Globo e dar esta vantagem para Flamengo e Corinthians.

Então, nós torcedores temos é que nos foder bem fodido. Pq torcemos para este esporte, nos estressamos, discutimos 6 páginas de fórum sobre um assunto que os diretores de nossos times estão é cagando e andando. Afinal, para eles, não interessa quem ganha mais ou menos. Desde que o montante do time aumente, eles tem mais margem para fazer dinheiro sumir.

Basicamente é isso daí mesmo. Já passou da hora dos clubes de futebol virarem empresas e tirarem esse jeito politico ridiculo de ser.

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